terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Virgem Maria na Profecia






“Virgem” Maria na Profecia


Pergunta: No caderno 3 foi esclarecida a imaculada concepção. A explicação, porém, está em desacordo com a profecia, a qual indica expressamente que o Salvador deveria nascer de uma virgem.

Resposta: Entre o artigo no caderno 3 e a profecia não existe nenhuma contradição. A contradição é originada apenas pela interpretação errônea da expressão “virgem” na profecia. Quando esta fala de uma virgem, então ela não se refere a um conceito mais restrito, muito menos à opinião de um Estado, mas pode tratar-se apenas de um grande conceito da humanidade.
Uma opinião restringida deveria constatar o fato de que uma gravidez e um nascimento, já por si, sem nisso pensar no ato de geração, já exclui a virgindade no sentido comum. A profecia, porém, não se refere a tais coisas. Com isso é dito que Cristo deveria nascer necessariamente como primeiro filho de uma virgem, portanto de uma mulher que nunca foi mãe. Nela, todos os órgãos que fazem parte do desenvolvimento do corpo humano, são virgens, isto é, nunca atuaram dessa maneira, desse ventre nunca saiu uma criança. Em cada primeira gestação os órgãos no ventre da mãe ainda são virgens. Somente esse fato podia ser levado em consideração numa profecia de tão longo alcance, porque cada profecia só se cumpre em absoluta conformidade com as atuantes leis da Criação e dentro dessa previsão fidedigna também é dada! *(Revelações)
A profecia refere-se, portanto, “ao primeiro filho”, e por isso foi feita a diferença entre virgem e mãe.Uma outra diferença não entra em consideração, porque os conceitos de virgem e mulher somente foram originados por instituições do matrimônio, puramente estatais ou sociais, que numa tal profecia não podem entrar em questão.
Na perfeição da Criação, como obra de Deus, o ato de geração é absolutamente necessário; pois a onisciência do Criador tem disposto tudo na Criação, desde os primórdios, de tal forma que nada é demais ou desnecessário. Quem defende um tal pensamento, diz com isso ao mesmo tempo que a obra do Criador não é perfeita. O mesmo vale para aquele que afirma que o nascimento de Cristo ocorreu sem uma geração normal prescrita pelo Criador à humanidade. Deve ter havido uma geração normal, por um ser humano em carne e sangue! Também neste caso. E também é assim!
Cada ser humano, realmente consciente disso, louva com isso mais o Criador e Senhor do que aqueles que querem admitir outras possibilidades. Os primeiros depositam com isso uma confiança tão inabalável na perfeição de seu Deus, que, de acordo com a sua convicção, uma exceção ou modificação nas leis por Ele condicionadas nem é possível. E essa é a fé maior! Além disso, também todos os demais acontecimentos falam impreterivelmente a favor disso. Cristo tornou-se ser humano terreno.Com essa decisão tinha de se sujeitar também às leis de procriação grosso-material desejadas por Seu Pai, porque a perfeição de Deus condiciona isso.
Se a isso, venha a ser dito que “para Deus nada é impossível”, então uma explicação “oculta” desse tipo não satisfaz; pois nessa frase repousa outra vez um sentido totalmente diferente do que muitos seres humanos, em seu comodismo, imaginam. Também apenas precisaria ser dito que imperfeição, falta de lógica, injustiça, arbitrariedade e muitas outras são impossíveis junto a Deus, para contradizer o teor dessa frase de acordo com o entendimento habitual. Poderia se argumentar também que, se nesse sentido nada é impossível para Deus, Ele também poderia, com um único ato de vontade, ter tornado crentes todos os seres humanos da Terra! Então não precisaria sujeitar o Seu Filho às contrariedades e à morte na cruz pela encarnação. Esse enorme sacrifício teria sido poupado. Que, porém, aconteceu dessa forma, comprova a inexorabilidade das leis divinas atuantes deste o início na Criação, nas quais uma intervenção forçada para uma modificação não é possível devido à perfeição das mesmas.
A isso, por sua vez, poderia ser respondido obstinadamente pela parte cegamente agressiva, de que era vontade de Deus que isso acontecesse. Isso é totalmente certo, mas nem por isso uma contraprova, mas na realidade uma admissão das argumentações anteriores, se se exclui o entendimento mais ingênuo e segue um esclarecimento mais profundo, que todas as frases de espécie espiritual exigem.
Era a vontade de Deus! Mas isso não tem nada a ver com uma arbitrariedade, mas significa, pelo contrário, nada mais que a confirmação das leis lançadas por Deus na Criação, que não permitem uma exceção ou violação. E justamente na necessidade de cumprimento mostra-se e confirma-se a vontade de Deus.
Por isso, também Cristo, para a execução de sua missão, teve de sujeitar-se inevitavelmente a todas as leis naturais, portanto, à vontade de seu Pai. Também foi impossível ser evitada a geração através de um ser humano, prevista na Criação para a encarnação terrena. Que Cristo fez tudo isso, prova toda a sua vida. O nascimento normal, o crescimento, a fome que também se manifestou nele e o cansaço, os sofrimentos e por fim a morte na cruz. A tudo, a que está sujeito um corpo humano terreno, ele também estava sujeito. Por que agora unicamente a geração deva ter sido de outra forma, para o que absolutamente não havia necessidade. Justamente na naturalidade torna-se maior ainda a missão do Salvador, de modo algum menor! Da mesma forma Maria não foi menos abençoada na sua elevada convocação. 

Publicação original em Folhetos do Graal (Gralsblätter)

Livro: Respostas a PerguntasAbdrushin –  pela ordem 4.2 Virgem Maria na Profecia