quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

IS-MA-EL XIV




Leitura do trecho anterior

IS-MA-EL

E novamente o espírito de Is-ma-el flutuou através da Criação na materialidade e aproximou-se da parte do Universo, a qual ele podia presentear com a sua missão.
No entanto, para início de Ismael um período de tempo no circular passou antes que ele descesse, pois cada vez era diferente a espécie do desenvolvimento das partes do Universo e, adaptado a ele, estava também ajustado. Por vontade de Deus foi colocada a venda do esquecimento sobre os olhos do espírito iniciado. Com isso também ficou estreitado o horizonte de seu reconhecimento.
Seu novo invólucro do espírito “Elmisanto” conduziu-o para a materialidade. Lá, ao vencer as provas pesadas, ele deveria lutar até vencer na luta, no servir à vontade de Deus, para permanecer livre de carma, para proteção da próxima peregrinação pela Criação. Ele deveria carregar o mesmo destino, que estava determinado por Deus para a parte do Universo Filadélfia e assim dizia:
“Segure o que tu tens, para que ninguém tire a tua coroa!”
Quanto mais ele se aproximava da Criação posterior, da materialidade, tanto menor lhe pareceu seu horizonte, e tanto mais difícil ficou para ele em dominar com a vista a multiplicidade nesse espaço pequeno, onde cada insignificância trazia algo de muito importante em si, e tendo então de ser primeiro vivenciado séria e profundamente.
Filadélfia era maravilhosa. Bem abertos na oração são os espíritos, e alegre canção de suas vozes unem-se aos sons de flautas. Nas ondas desses sons Elmisanto aproximou-se de uma mulher, cujo invólucro enteal e fino-material está bem preparado para receber o puro. Um espírito de irradiação pura lhe preparou o lugar: Adieta, a filha da Chama branca!
Todos os homens de Filadélfia traziam nomes espirituais, os quais seus sacerdotes lhes davam. Eles eram dados do alto e constituíam a pré-determinação de sua vida futura.
Elmisanto compreendeu que ele teve de despertar em um corpo de criança para novo vivenciar.
Após ele ter visto a luz do mundo, principiou ele a sua vida como criança pastora em pura ligação com a natureza, a qual lhe abriu caminho para as entealidades, os quais desde sempre o amaram, e os espíritos das águas e dos prados, e os silfos aproximavam-se dele no conversar das ondas, no murmurar da chuva e no sussurrar do vento, e davam-lhe notícias do tecer e acontecer no espaço terrestre e celeste. Mas certo dia eles desapareceram, e Elmisanto, silenciando, sofreu com isso grande aflição. Seu espírito deveria despertar, na saudade pelo puro perdido, amadurecer como alta chama para determinação mais elevada.
...Após o terrível furacão ouviu ele uma voz: “O Senhor enviou-te o Seu chamado. Tu serás o preparador do caminho Dele em Filadélfia. Logo tu também poderás me ver, tuas ferramentas para isso estão preparadas!”
...Com os olhos bem abertos ele olhou para a magnificência da mesa de seu rico anfitrião, a qual estava coberta com toalha de seda, enfeitada com flores e arranjada com coisas preciosas, maravilhosas frutas suculentas com aroma de flores de laranjeiras, colocadas em conchas rosa - reluzentes e em cestos de prata-luminosa. Luzes estavam sobre a mesa, as quais chamejavam serenamente.
Aproximaram-se dele seres da natureza, como delicadas nuvens acariciaram o rosto e cabelo dele e sussurraram para ele notícias, as quais ele chegou a compreender somente com o decorrer do tempo: “Luz e amor nos fez nascer e nos preparou, e nós tecemos em nossa esfera os fios luminosos, os quais ligam a sagrada Luz com a matéria. Todos os fios, os quais os seres humanos tecem uns com os outros, nós observamos com nossos olhos vigilantes. Nós apenas deixamos entrar da corrente de força da vida, onde exista um vibrar puro que produz irradiação não turvada. Do contrário nós puxamos a irradiação de volta”.
Eles denominavam as três forças de Deus: pureza, amor e justiça, “a soma da força viva” ou “a Lei”. Em sua simplicidade eles absorviam a pureza em si, e no seu esforço de mostrarem-se dignos dela, eles deram o solo para a atuação contínua da força. Eles também tinham recebido um sinal luminoso para a soma da força proveniente de Deus. Um trígono luminoso. A ponta indicava para baixo e formava a ponte e auxílio para reconhecimento ainda mais elevado.
As leis foram registradas em escritos, os “segredos”. Ele trazia apenas o desejo por pessoas que, movidas pelo anseio por reconhecimento da sabedoria, a ele se aproximavam.
Se ele permanecia em silêncio, aproximavam-se dele pensamentos e imagens que do contrário nunca poderiam se tornar vivas no movimento de suas atividades diárias.
Sua condutora era ao mesmo tempo mãe e irmã, e a ele parecia muitas vezes como uma parte do núcleo de sua essência.
Foi-lhe dado para ver o que foi tecido anteriormente, o qual os auxiliadores luminosos formam na Lei da Criação.
Enquanto Elmisanto estava sendo preparado para anunciar Deus e Suas sagradas leis na matéria, foi ele ao mesmo tempo colocado nas fortes correntes provenientes de Lúcifer, para que ele sofresse e, no sofrimento, amadurecesse mais rapidamente! Também seu corpo foi prejudicado com isso.
Elmisanto sabia agora porque a Luz deixava os seres humanos formarem coisas tão lindas: unicamente para a honra de Deus.
Eli, o sacerdote, trouxe 7 livros sagrados: o 1° tratava do saber sobre a Criação, o 2° sobre a sabedoria das estrelas, o 3° sobre as plantas da Terra e sua força e efeito sobre os seres humanos, o 4° sobre as leis da natureza, o 5° sobre a conexão das cores com os sons, o 6° era dedicado à sabedoria sobre o número, o 7° dizia: Eu sou a lei viva, a Pedra Branca, o nome Imanuel! Ele era o Pão da vida e veio da vontade de Deus.
“A floresta dos despertantes” era denominada a floresta dos mortos em Filadélfia. “Na pedra branca está contida a força da matéria.” E Is-ma-el, o escolhido por Deus, se encontrava novamente na Luz e outra vez ele viu o semblante do Filho do Homem.
“Apressa-te Is-ma-el, pois o tempo urge!
Como foi diferente desta vez a sua saída da Luz, – aparelhado para a luta em Laodicea, como Elmisa.
Uma força de atração tomou conta de sua chama espiritual e o envolveu num invólucro de Luz, na forma de um homem guerreiro, a qual veio de baixo ao seu encontro. Esse invólucro do espírito desceu novamente, seguindo a poderosa corrente de força de atração, de volta ao campo de batalha, do qual mulheres maravilhosas carregavam, para cima, figuras de heróis de um plano exalando sangue. Parecia a Is-ma-el, como se ele estivesse atado a uma fita de vida, que elevou o seu espírito para cima, mas que novamente o puxou de volta para um corpo mais denso.
Era a primeira guerra na matéria de Laodicea, o primeiro efeito da influência luciferiana causado pela abundância, a qual outrora estava na vontade de Deus. Nesse local mais escuro, na hora mais escura foi encarnado o espírito mais luminoso no invólucro terreno do herói Elmisa. Esse invólucro jazia lá, no campo sangrento, branco como neve e vazio, em reluzente veste de cavaleiro, uma ferida aberta na cabeça. Ele parecia morto, e apesar disso, existia um fio luminoso que terminava nele, e então veio o fenômeno da Luz! Na corrente branca ligou-se Is-ma-el com aquele espírito herói, que pelo querer do Altíssimo foi enviado de volta em Elmisa! Uma chama ardeu clara e chamejante e desceu sobre a fita luminosa para dentro do corpo humano. Então começou, em novo vivificar, a incandescer devagar outra vez a irradiação em volta do já gravemente ferido, que parecia morto, e pelo movimento do sangue a ferida sangrou de novo.
Assim Is-ma-el despertou como ser humano numa nova parte do Universo. Colocado no meio de uma nova existência, todavia estranho e novo.


Trecho extraído da obra IS-MA-EL (em manuscrito):