quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Série: Enteais IX





Série: Enteais – entes da natureza

Guias de Proteção do Reino Animal

Por Roselis Von Sass

um guia de proteção no reino animal: o Centauro

Os centauros são outros entes, meio animal e meio ser humano. A parte superior é de constituição robusta, de forma humana e de tonalidade morena. A parte inferior tem formato de cavalo, com pelos compridos. Suas cabeças são redondas e cobertas de pelos crespos. De suas fisionomias sem barba fulguram olhos vermelhos e penetrantes.

Em tempos remotos eles protegiam e guiavam as manadas de cavalos selvagens, de búfalos, de elefantes, de sáurios e várias outras espécies de animais grandes, dos quais hoje não existem sequer os esqueletos. A principal incumbência dos Centauros no que se refere aos animais, era deslocá-los o mais depressa possível das regiões onde transformações terrestres estavam iminentes. Com a vigilância dos Centauros impediu-se que muitas espécies de animais, necessárias para manter o equilíbrio no Terra, se extinguissem prematuramente, devido às muitas erupções vulcânicas e terremotos, que naquelas longínquas épocas abalaram a Terra.

Também os Centauros guiavam os animais através de sons. Naturalmente eram sons selvagens, longos e agudos, produzidos pela agitação vibrante de compridos bastões metálicos, que os animais ouviam, deixando-se conduzir docilmente.

extraído da obra de Roselis Von Sass: O Livro do Juízo Final



quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Seres da Natureza XIV






Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Encontro com os Amigos dos Seres da Natureza:

Margot Ruis e Gerhard Kogoj

A revista Gralswelt fez uma entrevista com Margot Ruis e Gerhard Kogoj, os quais possuem já há anos contato com os seres da natureza. Eles pesquisam o mundo e a vida deles, buscando também conselho junto a eles, e assim procuram transmitir suas experiências vivenciais com elfos, ondinas, e outras entealidades não apenas através de seu livro “Seres da Natureza – Encontro com os Amigos do Ser Humano”, mas fazem há muitos anos muitas palestras respeitadas sobre esse tema em diversos locais, como por exemplo, em universidades. Pessoas interessadas têm, além disso, a oportunidade de participarem de seminários com ambos (o casal).

Gralswelt: Em seu livro “Seres da Natureza” você denomina de “amigos dos seres humanos”: Elfos, ninfas e outros entes. Como se deu o início da percepção desses entes?

Margot Ruis: De forma bem simples, de repente eles estavam ali (ri)! Eu não me esforcei para tanto, eu não intencionei isso, nem desejei, mas simplesmente aconteceu de repente, eu os vi. A mais ou menos 14 anos eu comecei a aprender técnicas chamânicas e então a visão interior abriu-se de forma evidente. Aconteceu pela primeira vez nas montanhas, quando vi pela primeira vez seres da água. Eu estava sentada bem quieta e deixava atuar sobre mim um lugar especialmente belo, e então eles vieram até mim e eu os percebi.

Gralswelt: Mas quando se lê o seu livro, percebe-se que você tem uma relação especial com os entes das águas, ou não?

Margot Ruis: As pequenas ondinas em nossos riachos são, talvez, de alguma forma o protótipo daquilo que o ser humano em nossa civilização imagina ou deseja como ente da natureza. Elas são a corporificação da alegria, da leveza do contentamento, elas riem sempre de alguma coisa e são também alegremente contatáveis, de modo que é fácil estabelecer contato com elas. Esses entes femininos são amáveis, criaturas ingênuas que eu guardo especialmente em meu coração. Mas o mais sublime que eu pude vivenciar, certamente foi os grandes seres da natureza, tanto nas montanhas como no mar. Deles parte uma vibração realmente como se fosse angelical.

Gralswelt: Então o contato com os entes da natureza é sempre algo bastante pessoal, íntimo. O que na verdade a levou a trabalhar exteriormente com esse tema e a escrever um livro a tal respeito?

Margot Ruis: Foram os seres da natureza! A tradição de que não se deve falar nada a ninguém quando se tem contato com os entes da natureza, origina-se, acredito eu, ainda de um tempo bem remoto, onde o contato com esse reino da natureza também era, talvez, perigoso para os seres humanos. Pois quando o tal contato se tornava conhecido, a alguns séculos atrás isso poderia levar à fogueira! E muitas pessoas tiveram que deixar suas vidas, quando eram acusadas de coisas que iam nessa direção. Portanto, pode ser que um ente tenha dito outrora – para proteção do ser humano – a frase: “Não diga nada a ninguém!” Esta é uma possibilidade. Hoje é visivelmente diferente. A nós dois sempre é dito: “Transmiti adiante, falai também a outras pessoas!” Os seres da natureza procuram hoje contato com os seres humanos, pois eles desejam que sua existência seja novamente conhecida e que também se respeite a natureza. Com o que, antes de tudo, é um grito por socorro a frase: “Falai aos outros! Falai a muitas pessoas!” Por isso que eu quis, por fim, escrever este livro.

Gralswelt: E você encontrou imediatamente uma editora apropriada?

Margot Ruis: Isso também foi bem engraçado! Naquela época, a sete anos, eu me ocupava com pedras preciosas e em um dos meus cursos havia uma mulher que havia presenteado ao seu namorado de outrora um tratamento com pedras preciosas junto a mim. Esse namorado entrou pela porta – era o editor. Ele estava entusiasmado com o meu trabalho e disse então imediatamente que ele queria um livro meu. Mas eu não queria escrever sobre aquilo. Escrever sobre pedras preciosas daria um dicionário, algo muito grosso e isso ninguém iria comprar! Mas ele não desistiu; então eu lhe propus o tema “Seres da Natureza”. Assim isso se enquadrou ao plano exterior – pode-se dizer que o editor foi-me enviado à minha casa. Naturalmente eu já havia perguntado anteriormente aos entes da natureza, se eu deveria fazer isso, se eles desejavam isso – e eles se mostraram bem a favor!  Eles também auxiliaram meu trabalho; por exemplo, sempre de novo vinha um elfo ao nosso jardim e trazia consigo algum ente mais raro, que quase não existe mais, para que também sua espécie fosse documentada. Portanto, não residia nenhuma dúvida para nós, que os entes da natureza queriam que fosse relatado a respeito deles.

um conteúdo extraído da revista “Gralswelt”, publicada em março de 2002.

(continua)










terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Encontro com o Senhor VII







Encontro com o Senhor


Por Hellmuth Müller − Schlauroth


(continuação)

Em 6 de dezembro de 1941 falei rapidamente, pela última vez, com o Senhor, já no seu leito de morte. Ele estava totalmente lúcido. Pedi a Srta. Irmingard que me anunciasse ao Senhor e lhe perguntasse se podia me aproximar. Eu ouvi sua resposta, pois me encontrava junto à porta aberta. Sua voz era fraca, porém nítida: “Meus amigos sempre podem vir até mim.” Fui para junto dele e, colocando-me ao seu lado esquerdo, cumprimentei-o. O Senhor olhou bem para mim, deu-me a mão e disse em tom que quase não pude ouvir: “É bom que esteja aqui.” Permaneci alguns instantes sob seu olhar bondoso, retirando-me em seguida. À tarde ele deixou o seu invólucro terreno.

No dia seguinte, a pedido de Frau Maria, solicitei em Dresden o translado do corpo do Senhor para Bischofswerda, escolhendo no cemitério o local do túmulo. Uma vez que o Senhor não tinha se desvinculado formalmente da igreja evangélica, tratei do enterro com o sacerdote em exercício, também a pedido de Frau Maria. Eu disse ao pastor, sem rodeios, o que o Senhor representava para nós. Ele aceitou sem fazer objeções. Nós concordamos com o teor da alocução fúnebre: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Infelizmente, após nosso trato, sem que eu o soubesse, o pastor aborreceu-se muito com algumas pessoas, motivo pelo qual cancelou o pronunciamento da alocução fúnebre, realizando somente as indispensáveis cerimônias na capela e no túmulo, fato esse muito lamentável e desagradável. Na hora de levar o caixão, da capela para o túmulo, faltava um carregador. Para mim isso significava um último chamado do Senhor: era-me permitido, ao único de seus discípulos, ajudar a levar o Senhor para o seu túmulo. Sobre as últimas horas do Senhor aqui na Terra redigi um relatório especial. Ele encontra-se na Montanha, na crônica do Movimento do Graal.

Após a morte terrena do Senhor, os seus herdeiros fizeram a divisão da herança, cujos pormenores são do meu conhecimento. Frau Maria ficou com os imóveis da Montanha de Vomp e com os direitos autorais e editoriais dos seus livros. Depois de pouco tempo da morte do Senhor, Frau Maria e Irmingard deixaram Kipsdorf. Mudaram-se inicialmente para Westerbuchberg, na Baviera, e de lá retornaram à Montanha. Após o final da guerra, por determinação das autoridades francesas de ocupação, o Estado da Áustria restituiu aos herdeiros do Senhor as terras e os prédios da Montanha. No ano de 1949, os restos mortais do Senhor foram transladados de Bischofswerda para Vomperberg, para a pirâmide construída com essa finalidade.

Após a ocupação russa, em 1945, perdi a fazenda de Schlauroth, o primeiro refúgio do Senhor após a sua libertação da prisão. Devido ao tamanho a mesma foi desapropriada sem indenização, pelo regime da zona de ocupação comunista. Exatamente como aconteceu comigo, também o segundo refúgio do Senhor, a propriedade do Sr. Giesecke, em Kipsdorf, bem como suas fábricas, foram desapropriadas sem indenização. Devido às minhas próprias dificuldades na época, não pude entrar em contato com o Sr. Giesecke; mais tarde soube que ele e sua senhora tiveram um fim trágico.

Após sofrer a desapropriação e não tendo meios para sustentar-me, comuniquei-me com Frau Maria, na Montanha, no ano de 1946, oferecendo os meus préstimos para a reconstrução da Colônia e principalmente para ajudar na agricultura. Mesmo não havendo um profissional na Montanha, eu fui rejeitado.

(continua)

Trecho do texto: Encontro Com O Senhor - (nas Recordações e pensamentos do discípulo: Hellmuth Müller – Schlauroth.





segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Seres da Natureza XIII






Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Entes da Natureza na Bíblia (final)

Guias

Até agora citamos, sobretudo trechos da Bíblia, nos quais  os entes da natureza são mencionados na forma indireta, ou seja, denominados como anjos.
Contudo, também podem ser encontrados textos mais diretos. Mencionam-se, por exemplo, gigantes que, como seu nome já diz, são entes de grandes dimensões: Também vimos ali gigantes (pois os descendentes de Enake são de raça gigante), e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também lhes parecíamos. (Números 13,13). O sentir pequeno “como gafanhoto” – para indicar o enorme tamanho de tais seres da natureza. Esses gigantes, contudo, não devem ser confundidos com pessoas grandes, como por Golias que fora morto por David. Aquele que é descrito claramente como ser humano e segundo a Escritura media “apenas” três metros (Samuel 17,4).

Por outra grande categoria de enteais que é mencionado na Bíblia de forma expressa e em diversos trechos são os guias dos enteais. Por exemplo: “Deus encontra-se na comunidade de Deus e Juiz no meio dos deuses.” (Salmos 82,1). Em relação aos deuses aqui mencionados, não se trata de configurações humanas de pensamentos, mas sim de grandes guias enteais “nas nuvens”: Pois quem nas nuvens pode se igualar ao Senhor, e se assemelhar ao Senhor entre os filhos de Deus?” (Salmos 89,6). O nível hierárquico que esses “deuses” ocupam, também é exatamente descrito – Deus se encontra acima de todos os guias enteais: “Pois eu sei que o Senhor é grande e que é nosso Deus acima de todos os deuses.” (Salmos 135,5). O autor dos salmos ainda descreve de forma mais nítida a seguir, a relação entre os guias enteais e Deus: o Criador é o “Deus dos deuses” (Salmos 136,2). Assim, não apenas nós, seres humanos, adoramos a Deus como o Altíssimo, mas também os guias enteais. Pois cada criatura Lhe deve sua existência. 

Paulo confirma em uma de suas cartas aos Coríntios igualmente a existência dos “deuses”, ou seja, dos guias ou “senhores”, contudo, ele também indica a uma hierarquia natural:
“Pois ainda que haja alguns que se chamam deuses, quer no céu, quer na terra, (são pois muitos deuses e senhores), todavia temos um só Deus, o Pai, de Quem tudo é e a Quem pertencemos.” (I Coríntios 8, 5-6).

Existem, portanto, muitas indicações na Bíblia, que servem para confirmar a existência dos grandes e pequenos servos enteais de Deus.
Contudo, jamais cabe a esses auxiliadores prestimosos e atuantes nossa adoração:
“Eu Sou o Senhor teu Deus! Não terás outros deuses ao Meu Lado!” (Deuteronômio 5, 6-7).
O Onipotente Criador encontra-se acima de tudo o mais e deve ser respeitado e venerado como o Único.

Reconhecimento de Deus            

Entretanto, a crença nos “deuses” enteais não foi errada.
Por toda parte no mundo houve cultos, que eram praticados em ligação com eles.
Temos de supor que esta espécie de crença foi um degrau necessário para o verdadeiro reconhecimento de Deus e também desejado pelo próprio Criador, que os “repartiu entre todos os povos que vivem debaixo do céu” (Deuteronômio 4,19) – até que essa crença universal nos “espíritos da natureza” e nos “deuses” fosse superada pelo reconhecimento do Altíssimo.
Contudo, para o ser humano atingir o degrau seguinte no desenvolvimento, ele tem na verdade de deixar o degrau anterior, nunca, porém, eliminá-lo por completo e esquecê-lo, pois senão faltar-lhe-ia a base para o degrau superior.
Para que a nova crença no ser humano possa se tornar forte e viva, ele tem de se dedicar totalmente a ela.

Por isso a exigência do Primeiro Mandamento:

“Não terás outros deuses ao Meu lado!”

Quem lê atentamente a Bíblia, reconhece nitidamente que a existência dos servos enteais não é negada, mas sim confirmada – e que o culto dedicado a eles por um determinado tempo do desenvolvimento humano fora correto, sim, até desejado por Deus.

Christopher Vasey

(continua)




sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Série: Enteais VIII





Série: Enteais – entes da natureza

Guias de Proteção do Reino Animal

Por Roselis Von Sass

mistério de migrações das aves

Pelos entes guias das aves _Roselis Von Sass_ explica:

Eles têm o corpo de ave e a cabeça humana. Esses enteais denominados: “Fylgen”, conduzem seus protegidos através de influências melódicas, cujas ondulações rítmicas prolongadas penetram nas almas dos pássaros. Foram também os “Fylgen” que, com suas irradiações especiais, demarcaram os caminhos aéreos das aves. Esses caminhos no ar se parecem com largas faixas de irradiação, nas quais os pássaros voam em suas migrações. São tão reconhecíveis para eles, como são as estradas na superfície terrestre, para os seres humanos.






os guias pela proteção do reino animal: os Faunos

Roselis Von Sass conhecedora do assunto explica:

Outro ente também meio animal e meio ser humano é o “Fauno”, chamado às vezes de Pan, Troll, Walcschrat etc. Os Faunos guiam e protegem todos os animais silvestres até o cervo. As pernas desses entes parecem-se com as dos cervos ou veados, de pelos compridos. Os povos antigos, porém, chamavam-nos de “pernas de bode”, porque eles se locomovem unicamente pulando. Eles têm o porte ereto como os seres humanos e existem em diversos tamanhos, entretanto, sua estatura é muito variada. Cada Fauno, mesmo o menor, carrega uma ou mais flautas compostas geralmente de vários canudos ou tubos que foram chamadas na antiguidade de flautas de Pan. Dirigindo os animais também por meio de músicas, os Faunos, ao tocar suas flautas ricas em variações, expressam sua vontade aos seus protegidos.
Para os guias enteálicos dos animais tornava-se cada vez mais difícil protegê-los e guiá-los para fora das zonas perigosas. Pois atualmente o ser humano é o maior inimigo de todas as criaturas e surge em todos os lugares com suas astúcias e falsidades, com seu prazer e com suas armas diabólicas...

extraído da obra: O Livro do Juízo Final









quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Seres da Natureza XII







Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Entes da Natureza na Bíblia (complemento)

No ”Evangelho da Paz de Jesus Cristo através do discípulo João” – este texto em armênio fora escrito bem na época inicial do cristianismo – são mencionados anjos do ar, da água e da luz solar, os quais os seres humanos deveriam chamar para receberem efeitos curativos destes elementos.

No “Livro de Enoque”, o qual por diversas vezes é mencionado na Bíblia, existem anjos que também são responsáveis pelos elementos. Entre outras coisas Enoque descreve em suas visões: “E o espírito do mar é másculo e forte e de acordo com a intensidade de sua força ele o refreia e igualmente impele para frente, dispersando-o por todas as partes da Terra. E o espírito da geada é anjo seu, e o espírito do granizo é um bom anjo. E o espírito da neve deixou sua câmara por causa de sua força e um espírito especial encontra-se dentro dela; e o que sai dali é como uma fumaça e seu nome é frio. E o espírito da neblina não participa com eles de suas câmaras pois seu percurso mostra clareza na luz e escuridão, no inverno e no verão, e em sua câmera há um anjo.” (Livro de Enoque 60, 16-20).
Indiferente se eles são mencionados como anjos ou espíritos dos elementos, todos esses textos indicam que existem forças da natureza formadas e atuantes e que todos os fenômenos naturais são dirigidos por esses seres. Pensando-se a partir deste ponto de vista, a ligação entre anjos e seres da natureza encontra-se realmente próxima: Em ambos os casos tratam-se de servos de Deus, que executam sua sagrada Vontade Criadora.

Misturas

Naturalmente podemos nos perguntar no estudo de escritos bíblicos, ou seja, inspirados, se o conceito “anjo”, que traz à expressão algo especialmente elevado, próximo a Deus, se justifica em todo ou qualquer caso.
Ele também não fora utilizado injustamente, condicionado por dificuldades de tradução ou simplesmente porque não se encontrou nenhuma expressão melhor, para descrever a atuação de entealidades invisíveis, André Chouraqui, um famoso tradutor francês da Bíblia e do Corão, designa a palavra hebráica para anjo, segundo o sentido, como um ser que “executa um trabalho”. Isto não tem de ser uma tarefa como mensageiro, mas pode abranger também uma atividade em conexão com os elementos da natureza.
Mas é evidente que seres que possuem sua origem no reino Divino não podem ser comparados com aqueles seres da natureza, que atuam como forças elementares desta pequena Terra. A mistura conceitual dos anjos e seres da natureza foi favorecida pelo fato da igreja católica combater outrora com todas as forças todos os cultos dedicados às criaturas enteais, ou seja, aos deuses. No século VI, em um decreto de Justiniano contra a doutrina de Originies – com a qual fora banida ao mesmo tempo a crença na reencarnação – dizia entre outras coisas que cada um que afirmasse que o céu, o sol, as estrelas etc. fossem vivificados, ou seja, possuísem seres conscientes, seria excomungado (proposta 6 do decreto). Isto deixa supor que os tradutores de textos bíblicos esbarraram em algumas dificuldades. Pois sempre de novo fala-se nos escritos, por exemplo, das “legiões do Senhor”, com o que não se tem em vista apenas anjos.
Na vedade a Bíblia também menciona expressamente sobre as “legiões dos anjos” (Mateus 26,53), contudo, designa também outros seres com a expressão “exército”. Isto mostra, por exemplo, os versos 19, 20 e 21 do salmo 103:

O Senhor estabeleceu Seu Trono no céu, e o Seu Reino domina sobre tudo. Louvai ao Senhor vós, anjos seus, vós fortes heróis, que cumpris as suas ordens, para que se obedeça à voz de Sua Palavra! Louvai ao Senhor, todo o seu exército, vós seus servos, que executais Sua Vontade!

Em outra passagem o autor dos salmos exorta todas criaturas de Deus, para louvar ao Senhor. Ele faz isso, ao chamar uma após outra, começando com aquelas que habitam nas alturas e finalizando com aquelas que se encontram sobre a Terra. Na longa lista de criaturas mencionadas podemos constatar que os anjos e o exército de entes do Senhor são chamados separadamente:

“Aleluia! Louvai no céu o Senhor; louvai-O nas alturas! Louvai-O todos os seus anjos, todo seu exército!” (Salmos 148,1-2).
Observemos os seres da natureza e seus grandes guias enteais, como pertencendo ao exército do Senhor e admitamos que certos textos bíblicos possuam uma mistura de conceitos, resultantes de problemas de tradução, mas também diante de um fundo histórico descrito.

Na história do Velho Testamento a respeito da tomada de Jericó por Josué e as tropas israelitas, podemos classificar o exército ali mencionado, sem mais receio como o atuar de forças enteálicas. Pois quem veio a auxílio de Josué diante da cidade rigorosamente cerrada? Nenhum anjo, mas alguém que se designava como “príncipe do exército do Senhor” (Josué 5,14). E durante os sete dias que os israelitas tocavam trombetas rodeando a cidade, as forças da natureza se preparavam – através da modificação no subsolo – para a queda do muro da cidade.

Seres Elementares

Se a natureza não fosse vivificada e movimentada por forças purificadoras – como deveríamos compreender aquelas declarações bíblicas, nas quais os elementos são observados ou invocados como seres?
Quando está escrito: “Quando as estrelas da manhã juntas me louvam...” (Jó 38,7); ou também: “Louvai ao Senhor sobre a Terra... fogo, granizo, neve e nuvens, ventos tempestuosos que executam a sua vontade” (Salmos 148,7-8), então só se pode supor que atrás das formas que se manifestam – fogo, granizo, vento, estrelas – encontram-se seres conscientes que executam servindo, a Vontade de Deus, Sua Palavra.

No evangelho de Mateus é descrito como Jesus atravessou o mar da Tibéria de barco, juntamente com seus discípulos. Naquela ocasião, enquanto Jesus dormia, um forte vento ameaçou o barco em que eles se encontravam, fazendo que os discípulos tivessem medo de naufragar e assim acordaram-no.
“Então ele lhes disse: ‘Por que temeis homens de pouca fé?’ Então, levantou-se e repreendeu os ventos e o mar, e houve grande bonança. Aqueles homens, porém, admiraram-se dizendo: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mateus 8, 26-27).
Devemos nos perguntar por que este texto expressa que o vento e o mar ameaçavam o barco de Jesus, a quem por meio de sua origem Divina os elementos já são submissos? A Onipotência de sua vontade deveria por si só bastar, para modificar o curso dos fenômenos da natureza, portanto acalmar os elementos. Contudo, a palavra “ameaçar” indica para o fato que Jesus se dirigia a uma consciência. Expressa que ele apresentou sua vontade perante os entes responsáveis pela tempestade, para que eles se conscientizassem a respeito do que ele exigia que interrompessem o curso de seu atuar.

(continua)








quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Casandra XI






Casandra

Por inspiración especial

Y como parte del Juicio de Dios descendieron años terribles sobre Troya.

En el mar se sufrió una fuerte derrota. Más de la mitad de los barcos habían sucumbido a las llamas y con ellos habían acabado en el fondo del mar también la mayor parte de los mejores hombres. Afortunadamente, Héctor, conjuntamente con su selecta tropa y muchos barcos, pudo arribar a las costas de la patria y salvar el pellejo. Adustos y malhumorados, cansados de tanto pelear, sucios de hollín y sangre: ese fue el estado en que llegaron. Ello trajo mucho quehacer en la ciudadela y una vida llena de agitación.

Mas el enemigo no se detuvo en su empresa y, llevando el combate hasta las costas, obligó a los troyanos a desembarcar y a dejar su flota en manos de los aqueos. El fragor del combate se volvió constante, y los barcos aqueos se extendían formando un arco a lo largo de las costas troyanas. 

Tras una corta pausa, los espartanos movilizaron a sus hombres. Infantes y jinetes ocuparon sus posiciones en la playa y montaron sus tiendas de campaña.

Petrificados de espanto, los troyanos observaban desde los muros la gran cantidad de tropas enemigas. Jamás se habían imaginado tan abrumador el ataque de Agamenón. Con gran valentía y tenacidad, empero, defendieron cada palmo de su suelo patrio, y la sangre corrió a mares.

Paris combatió cual joven león. Allí donde se le veía se amontonaban los griegos. Grandes eran las ganas que tenían de echarle mano; a fin de cuentas, la mayor parte de su ira iba dirigida a él, a él y a Héctor, que no perdía de vista al hermano. Odiseo era el más rabioso de sus enemigos.

El semicírculo que formaba el campamento de los griegos en la playa de Troya no tardó en irse cerrando más y más, aproximándose así cada vez más a la ciudad por cada día que pasaba.

Troya necesitó hacer acopio de todas sus fuerzas para hacerle frente a los ataques de los aqueos y a la enorme superioridad numérica de estos, pero sobre todo para defenderse con tal astucia que no perdieran la conexión con el interior del país. 

Así pasaron los meses y los años, y muchos fueron los que acabaron en el reino de las sombras; las pilas de leña ardían todos los días. Con la guerra creció una nueva generación. En estos muchachos podía uno constatar la cantidad de años que habían pasado como una eternidad, siempre iguales en cuanto a los típicos altibajos de la caprichosa suerte de la guerra a la que todos habían quedado sujetos. En las filas de los griegos se desató una epidemia. La gente se la atribuía a un supuesto envenenamiento de los pozos. Sobre el campo de batalla revoloteaban chillando los buitres, los primeros nuncios de la muerte a causa de la plaga. 

Cerradas a cal y canto, las puertas de la ciudad, con sus anchos y macizos muros y torres, se alzaban desafiantes ante el enemigo. Detrás de aquellas se extendían pasillos erizados de hierro. En las profundidades de la ciudadela, empero, se encontraban apilados en fardos y pacas los tesoros del reino, y los enormes depósitos de vino ofrecían consuelo ante el miedo de padecer sed.

Príamo dirigía al ejército y al pueblo con gran prudencia y fuerza, lo cual le granjeó el amor y la veneración de todo el mundo. Admirado por todos, el senescente monarca era objeto de la lealtad y la gratitud de su gente. Hécuba había cambiado mucho. Un sentimiento de culpa indefinido le roía el alma. Martirizada constantemente por cierta desazón y un miedo terrible a las erinias, andaba en un estado de permanente agitación y tenía a cada rato iracundos exabruptos que aterraban a los demás. De la otrora tan clara y circunspecta mujer ya prácticamente no quedaba ni la sombra. A Casandra ya no le dolía el comportamiento de su madre. Para ella Hécuba estaba enferma, estaba muerta. 


Al final los sitiados se vieron obligados a retirarse del todo y buscar refugio tras los muros de la ciudad, quedando así aislados del resto del país, el cual se encontraba totalmente despoblado y asolado por millas a la redonda. Todo aquel que aún vivía en la zona había acabado huyendo a la ciudad, por miedo a las tropas enemigas.

Los griegos abrigaban la esperanza de que a los troyanos no les alcanzaría el alimento por mucho tiempo más; se ve que no contaban con la sabia prevención y la astuta distribución de Príamo. De todas las maneras imaginables hostigaron la ciudad y provocaron a los héroes para que estos salieran. Mas lo que los troyanos tenían de valientes lo tenían también de astutos y no se dejaron engañar. Ellos, por su parte, también lograron causar grandes daños a los griegos.

Fue entonces que los sitiadores se dieron a embestir los muros de la ciudad, los cuales temblaban terriblemente bajo las acometidas enemigas. La ciudad entera se veía sacudida por los golpes de armas de asedio como las inmensas torres y arietes con que los aqueos embestían las murallas. Altas máquinas lanzadoras disparaban enormes pedruscos, y las había que eran capaces de lanzar de forma seguida 20 dardos y hasta más contra los hombres que defendían las murallas.

Muchas de las armas de asedio causaron graves daños en la ciudad, donde se oían estallidos y crujidos bajo la andanada de proyectiles, mas no pudieron hacer mucho contra la fuerte defensa de Troya. Los griegos no se habían imaginado que la empresa sería tan difícil. Además de que sabían que Helena se encontraba tras los muros, de modo que no querían destruir la ciudad por completo. Menelao estaba todo el tiempo ahí para recordárselo y contenerlos. Malhumorados se reunían todas las noches en la tienda de Agamenón a deliberar.

Hacía mucho que ya habían abierto fosos para desviar el curso del agua y destruido los pozos existentes; pero daba la impresión de que en Troya ni los hombres ni las bestias padecían sed. ¿Tendrían acaso un manantial secreto? 

La comida escaseaba, mas era repartida de forma sabia y racionada. Príamo implantó una estricta disciplina. Aquel que no se conformaba a ella, era ejecutado. Ciertamente, había sus agitadores solapados entre el pueblo, mas la gente misma los hacía callar. 

En medio de las penurias, el amor entre los buenos se propagó con más facilidad que lo que era el caso en los momentos de felicidad. Casandra trabajaba mucho con los enfermos y supervisaba su atención. Con la gente no se mezclaba, ya que le rehuían, lo cual le causaba dolor. Los sacerdotes habían propagado el rumor de que Casandra estaba loca, y como la mayoría de la gente le creía a los sacerdotes, evitaban, temerosos, el contacto con ella.

Con pesar observaba Príamo a esta hija suya, que de tan gran ayuda le resultaba. Para él la joven llevaba una corona luminosa en su cabeza; Príamo la veía como un regalo de las cumbres luminosas. El monarca no entendía por qué la gente la martirizaba de ese modo. A su modo de ver, Casandra jamás había dicho o hecho algo descabellado o necio. ¿Acaso ya estaba demasiado viejo como para entender esas cosas? Casandra nunca se mezclaba con los demás; siempre estaba ocupada con su trabajo, y siempre andaba callada. Mas en torno a ella se iba expandiendo con cada vez más fuerza una clara luz.


(continúa)






Una traducción Del original en alemán


Kassandra


Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935




terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Lembranças do Graal XIV








Lembranças das minhas vivências do Graal

A Época de Tutzing


Out/ 1926 a Fev/1928

por Elisabeth Gecks

(continuação)

Outra vivência com um animal eu gostaria de citar, adiantando que, se refere apenas à época da Montanha.
Abdrushin havia encontrado a pequena propriedade em Vomperberg na hora determinada para ele. Em um dia de inverno frio e que havia nevado bastante, ele mudou-se para lá com Frau Maria e as três crianças. A senhora Illig e eu pudemos ajudar na mudança e na arrumação. As pessoas descreviam o proprietário anterior como sendo bem grosso e ruim. Em todo o caso ele não tinha coração para os animais e seu grande cachorro, chamado Friedel, não passara dias bons e as pessoas o temiam. Esse cachorro ele deixou como que pertencendo à casa. Eu pude logo dar-lhe de comer. Nós sempre permanecemos bons amigos, apesar do cachorro saber exatamente quem era o seu “senhor”.
O Senhor mandou logo que ele fosse solto da corrente, junto à qual tinha que ficar deitado na sua casinha qualquer que fosse o tempo. Agora ele podia movimentar-se livremente também pelo jardim e cheirar a cabana como ele quisesse. Pelo menos foi o que também achamos para a primeira noite. Fora uma gélida noite de inverno e onde estava o cachorro? Ele estava deitado meio congelado sobre a neve, do outro lado da casa, diretamente embaixo a janela do Senhor. Já na primeira noite, e ele também soube qual era o quarto certo. Em todo caso, aconteceu com ele, como com o meu Rex, em relação ao reconhecimento e o amor ao Senhor. Sim, assim são os animais! Eles vibram em sua espécie de forma pura na vontade de Deus. E nós, criaturas humanas? Abdrushin ficou tão tocado, que Friedel não precisou mais dormir fora. Assim do cachorro de coleira ele tornou-se o alegre cachorro da casa do Senhor.

Portanto, Tutzing! Também a senhora Kette com seus dois meninos havia se mudado junto. Ela estava, na verdade, sempre perto de Frau Maria, quando podíamos ir até lá; eu tinha sempre a impressão a respeito de uma opressão desejada desta mulher de irradiante bondade e ensolarada, a qual parecia sorrir sobre isso.
Uma pequena vivência é digna de menção: no verão de 1927 Frau Maria e a senhora Kette estavam sentadas em um banco no jardim, quando eu cheguei. A senhora Kette exclamou para mim: “Sente-se aqui conosco!” e sentou-se para o lado, para que eu pudesse me sentar entre elas. ”Duas rosas e uma erva daninha”, disse ela esclarecendo. Fiquei pasma com tal falta de vergonha. Eu considerei ser eu a erva daninha, mas era ela e ali havia apenas uma “rosa”! Eu fiquei em pé como que paralisada.
Frau Maria não disse nada, mas ela sorriu de tal forma me estimulando, que eu não hesitei em me sentar no lugar a mim oferecido.
A senhora Kette era quem tomava conta da casa e cuidava de todos, não apenas de seus filhos. Que trabalho belo, importante e cheio de responsabilidade; e como ela fizera mau uso dele, exatamente em relação às crianças Bernhardt, e sobretudo não dava a necessária atenção para a senhorita Irmingard. Abdrushin que lhe havia dado o consentimento de permanecer ali, para que ela própria reconhecesse seu defeito e se modificasse, contou-me isso depois do desligamento dela. As crianças dela recebiam de tudo, e muitas coisas as de Frau Maria não tiveram na falta do suficiente para cinco crianças, pois estas não deveriam ter preferência; o que o Senhor e Frau Maria não estipularam como eu fiquei sabendo.  

(continua)








segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Série: Enteais VII





A diferença na origem entre o ser humano e o animal


 por Abdrushin


Para esclarecer a diferença da origem entre o ser humano e o animal, faz-se mister uma divisão mais pormenorizada da Criação do que até agora. Com as expressões usuais como “alma coletiva” do animal, frente ao “eu” pessoal do ser humano, não é feito o suficiente para isso, não obstante serem, em si, pensadas já bem acertadamente. Mas delineia-se aí, mui largamente, apenas o geral e o que se acha mais próximo ao terrenal, porém, não se menciona a própria diferença.
Necessário se faz aqui conhecer o desenvolvimento da Criação que está explicado na dissertação “Desenvolvimento da Criação”. *(Dissertação Nº 52)
Para uma visão geral mais fácil, sejam mais uma vez reproduzidos os principais degraus até agora mencionados, de cima para baixo:


1. Divino:
Divino-inenteal
Divino-enteal
2. Espírito-enteal:
Espírito-enteal consciente
Espírito-enteal inconsciente
3. Enteal:
Enteal consciente
Enteal inconsciente
4. Matéria:
Matéria fina
Matéria grosseira


O ser humano tem sua origem espiritual no espírito-enteal inconsciente. O animal, por sua vez, tem sua origem enteal no enteal inconsciente. Entre esses dois degraus há uma diferença gigantesca. O núcleo vivificador do ser humano é espírito. O núcleo vivificador do animal, porém, é apenas enteal.
Um espírito se encontra bem acima do enteal; a origem interior do ser humano, por conseguinte, também muito mais elevada do que a do animal, ao passo que ambos têm em comum apenas a origem do corpo de matéria grosseira. No entanto, o espírito do ser humano, com o tempo, aperfeiçoou o seu corpo de origem meramente animal mais do que foi possível à essência do animal.
A doutrina do desenvolvimento natural do corpo de matéria grosseira, começando do corpo animal mais inferior até o corpo do ser humano, é, por essa razão, correta. Mostra sob todos os aspectos o trabalho progressivo e sem lacunas da vontade criadora na natureza. Um sinal da perfeição.
Nessa doutrina foi cometido apenas um erro, aliás, também grande, de não se ter ido além da matéria grosseira. Quando se diz que o corpo humano, isto é, o manto de matéria grosseira do ser humano, descende do corpo animal, que já existia antes do corpo humano, então isso está certo. Esses corpos, contudo, não constituem nem o ser humano nem o animal, mas somente pertencem a eles como algo necessário na matéria grosseira. Querer concluir disso, porém, que também a vitalidade interior do ser humano descende da do animal é um erro imperdoável e desencaminhador, que tem de despertar discordância. Devido a essa discordância surge também, em tantas pessoas, a salutar intuição contra semelhante acepção errônea. Por um lado, elas sentem-se atraídas pela justeza da acepção na parte referente aos corpos, por outro lado, porém, repelidas por causa da grosseira negligência que quer, sem mais nem menos, entretecer conjuntamente a origem interior.
A ciência, de fato, até agora mal era capaz de outra coisa senão afirmar que o ser humano, no desenvolvimento natural, por fim tem de descender do animal e, em primeiro lugar, de um animal semelhante ao macaco, que em sua forma mais se aproximava do corpo humano, porque ela até agora somente conseguiu ocupar-se com aquilo que é material. Preponderantemente até apenas com a matéria grosseira, que constitui uma parte bem pequena da Criação. E dessa, ela também só conhece as exterioridades mais grosseiras. Na realidade, portanto, infinitamente pouco, tanto quanto nada. Hoje ela até consegue utilizar, finalmente, diversos elementos de mais valia, mas ainda não os conhece em sua essência real, tendo forçosamente de se contentar com algumas palavras estrangeiras que coloca no lugar do saber. Essas palavras designam exclusivamente a classificação provisória de algo existente e já utilizável, mas cuja natureza essencial não se conhece, e muito menos ainda a origem.
O enteal, porém, e muito mais ainda o espiritual encontram-se acima de tudo quanto é material, são, da Terra em direção ao alto, a continuação até a origem de tudo quanto existe, ou, o que é mais natural, de cima para baixo, o que precedeu o material no desenvolvimento.
Deve-se levar em consideração que todo o espiritual, como também todo o enteal, necessita evidentemente, e condicionado de modo natural pelo desenvolvimento, do manto de um corpo de matéria grosseira, tão logo, em obediência às leis de evolução, penetre, como fator formador e núcleo vivo, até a matéria grosseira. Cada discórdia desfar-se-á logo, quando finalmente ou se progride mais para cima em todo o pesquisar, isto é, para além de tudo o que é material, ou quando se consegue seguir o caminho natural de desenvolvimento de cima para baixo. É chegado o tempo em que se deve dar o passo para tanto. Contudo, a maior cautela é requerida aí, a fim de que o saber espiritual, que traz de modo evidente a lógica em si, não seja despercebidamente rebaixado para ignorante fantasia. Deve-se atentar que o enteal e o espiritual também somente podem ser abordados com espírito claro, livre, não como no material, com balanças, bisturis e tubos de ensaio.
No entanto, também tampouco com espírito limitado ou com preconceito, conforme se tenta tantas vezes. Isso se proíbe por si só de maneira intransponível, segundo as leis vigentes da Criação. Nisso, uma pequena criatura humana, mesmo com a maior arrogância, nada poderá torcer na férrea vontade de seu Criador em Sua perfeição.
A verdadeira diferença entre o ser humano e o animal encontra-se, portanto, exclusivamente em seu íntimo. O animal, depois de despir o corpo de matéria grosseira, também só pode regressar ao enteal, ao passo que o ser humano volta ao espiritual, que se acha bem mais acima.
O ser humano consegue, em certo sentido, descer muitas vezes ao nível do animal, no entanto, sempre tem de permanecer ser humano, já que lhe é impossível esquivar-se à responsabilidade que seu gérmen possui em sua origem espiritual; o animal, porém, com sua origem apenas enteal, nunca pode se elevar à condição de ser humano. A diferença entre os corpos reside, no entanto, apenas na forma e no desenvolvimento mais nobre na criatura humana, provocado pelo espírito, depois que penetrou no corpo de matéria grosseira. *(Dissertação Nº 7: A criação do ser humano)


Extraído do livro “Na Luz da Verdade” [dissertação nº 49] – edição 1931