IS-MA-EL
...Quando
Seto ajudava um ser humano ele não pensava nas falhas deste. Ele olhava
primeiro apenas para o sofrimento do corpo. Para este foi-lhe dado auxílio
através de um maravilhoso saber, que se encontrava em utilizar todos os
produtos da matéria. Ao mesmo tempo, porém, e durante o tratamento do corpo
veio também a se impregnar em seu espírito o reconhecimento da causa e com isso
se tornou médico de alma, que sabia regularizar e restringir o efeito da
matéria através da influência sobre a atividade anímica. Como em tudo isso ele
foi bem sucedido, os seres humanos o chamaram de o mais sábio dos sábios.
Muitos auxiliadores afluíram até ele, os quais ele iniciou nas conexões
espirituais do sofrimento com os acontecimentos da época de transição. Eles se tornaram
alunos que se esforçaram em aprender o seu saber sobre as causas do sofrimento,
e assim aconteceu que Seto fundou uma escola para formar médicos de alma. –
Seto viu que o espírito procurava adaptar-se à matéria bem vagarosamente. Ele
trazia a preocupação. Ele cuidava para que isso pudesse ser alcançado sem
perturbação. Corpo e espírito ligaram-se em sagrado cumprimento das leis para a
realização de sua missão. Enquanto Elmisa havia caído calmamente no sono de um
extenuado, o sábio médico observava a progressiva transformação do estado de
saúde de seu paciente.
Seto
pôde aprender imensamente nisso. Tão só a diversidade da luminosa densidade
constatada, que passava desde uma opaca irradiação leitosa vítrea de um corpo
trabalhando, em parte, de maneira desarmoniosa, até as mais finas vibrações e
raios de uma irradiação espiritual elevada, causou a ele grande dificuldade.
Reconhecer os fios nutridores, auxiliadores, foi novamente um saber por si, e
logo o doutor experimentou que o tratamento da alma precisava ficar em harmonia
com o ritmo do dia, assim como o tratamento das feridas, a estruturação da
circulação sanguínea através do banho, movimento, respiração e alimentação.
Maravilhosos eram os tratamentos de cura! Logo Elmisa deu os primeiros passos,
como quando criança. A princípio Elmisa sofreu com a solidão, mas logo ele
compreendeu seu profundo significado e sentido: ele teria que se tornar
independente.
...“Para
onde, Senhor, com toda a profusão, força e sabedoria? Como eu devo
transmiti-las adiante?”. Então falou nele uma voz: “Escreva!” – A cura de seu
corpo foi muito favorecida pela viva atividade de seu espírito.
“Is-ma-el,
eu te chamo para cima, para a Luz! O tempo de tua realização passou, a pedra
proveniente da espada de Eli está incorporada no círculo espiritual de
Parsival. Tu cumpriste, venha!”
Is-ma-el
estava desperto no espírito. Ele viu o céu aberto. Ele ajoelhou diante do trono
de Parsival e, em espírito, na soleira para os degraus do trono de Deus.
...A
Mãe primordial inclinou-se para ele pela 5ª vez e sussurrou-lhe notícias do
Santo Graal: “Ismael, tu estás fortalecido. Uma nova peregrinação enrijecerá a
tua vontade. Caminhos de sofrimento terás de trilhar, livre de carma, carregar
sobre ti o pesado por causa do elevado saber e de teu servir. Se tu quiseres
ser fiel até a morte, então eu quero te dar a coroa da vida!”
Foi tão
só o circular da renovação de forças, quando Is-ma-el ligou-se com o invólucro
“Elias” em Sardes.
O
grande cavaleiro, que se parecia com um ser humano e apesar disso com um leão,
cresceu para o alto até os degraus do trono de Parsival. Is-ma-el vivenciou sua
força primordial. Os seres humanos de Sardes não teriam conseguido executar as
enormes construções e as torres, se não tivessem conhecimento das forças do
movimento e das leis, as quais apenas os enteais podiam transmitir. Sua
faculdade de inventar foi com isso muito estimulada, para que aprendessem a
utilizar a distribuição da força da irradiação artisticamente instalando
grandes depósitos centrais.
...Lá
jazia em rigidez peculiar, como morto, o corpo de um homem. Um fio luminoso
apenas, partindo de seu plexo solar, puxou o invólucro da alma humana para
dentro de si, e Nepo acordou novamente na veste material. E durou bastante
tempo até que o corpo, que se assemelhava até o cabelo ao modelo fino-material
revelasse novamente o pulsar da vida. Por longo tempo ele moveu apenas os
olhos, e apenas então o resto dos traços, até finalmente também a parte
superior do corpo e os braços e as pernas terem conseguido a liberdade de
movimento. Desamparado estava o corpo, o qual havia abusado de modo tão
irresponsável de seu espírito. Elias: “De que te adianta essa excursão, Nepo,
que quase chegou a te custar a vida?”
...O
Templo servia apenas ainda para as horas festivas dos magos. Mas o sagrado
atuar das leis divinas na ligação da matéria fina com a matéria não foi mais
observado. Foram utilizados o som, a vogal e a cor, bem como os sinais da luz e
dos números e ligados com a matéria vegetal e animal, com pedras e metais, segundo
velhas receitas. Seivas, pomadas e tinturas foram preparadas, elementos e
enteais foram atraídos com palavras e sons. Mas os seres humanos estavam
fechados para o Alto, faltavam-lhes o “outro”, o espírito, que transmitia a
força proveniente da Luz, a força Viva, a que tudo conduz na vontade de Deus.
Bem que a força era ativa, mas ela foi conduzida de modo errado pelo poder do
intelecto.
No
centro da cidade crescia uma admirável, fina flor humana, Sidhalla, a filha do
sábio mago Agair. Ela possuía como o mais precioso a flor do arbusto da vida em
forma de um lírio. Agair conseguiu maravilhosos ensaios de cristalização,
fundição de metais e precipitações. Muitos enteais estavam a seu lado,
auxiliando. Nos vidros irradiavam pós metálicos coloridos e substâncias
líquidas. “Esses servem para a fabricação dos maravilhosos cristais, que tu
podes ver nas jóias de nossos soberanos e magos sacerdotais e nas coroas e nas
poltronas do trono dos grandes. Todos eles possuem uma força especial, a qual
deve atuar sobre o seu portador!” Assim falou Agair para Sidhalla. “Pai, eu
vejo a pureza e também o movimento. Movimento apenas do que é
puro, em direção ao Alto e do Alto para baixo. Fios auxiliadores de planos mais
elevados!”
“Apenas
na lei do amor puro tu encontras a salvação para o reconhecimento!” Essas
palavras Sidhalla recebeu da Luz, que às vezes tomava conformação e trazia o
nome de “Elias”. Cada vez mais forte se tornou a ligação de ambos.
Os
auxílios luminosos em forma de fios puros teciam-se sempre mais densos em volta
de Agair e Sidhalla. Foram criados cristais de pedras encantadores, os quais os
seres humanos denominaram milagres. Para Agair e Sidhalla, porém, era servir a
Deus.
Sidhalla
viu como o espírito de Agair começou a se soltar silenciosamente, e como se
encontrava muitas vezes num branco e calmo incandescer, ao lado ou sobre o
invólucro. A delicada fita irradiante, que o ligava com o corpo, esticava-se
cada vez mais. Pela incandescência da irradiação de atração do espírito de
Elias, o espírito mais fraco foi soerguido e assim traspassado, para que
pudesse se libertar mais rapidamente de seu corpo. De forma luminosa mostrou-se
a forma fino-material de seu corpo. Ele era como a fina pele de um ovo em
relação à casca exterior deste, iluminava a esta com um bem afinado círculo de
cores, enquanto o maravilhoso núcleo conservava a forma espiritual sobrepujante
de Elias. Assim o espírito de Agair foi levado embora. O corpo do mago não
chegou a esfriar com isso. O coração deu sequência na pulsação de modo
uniforme, após ele apenas ter ficado vagaroso e fraco por algum tempo. A
irradiação do corpo material, bem como dos invólucros mais finos, mal se
alterou. Em pouco tempo irradiava o corpo de Agair, traspassado pelo calor de
vida e ganhando em força e em vigor de juventude.
Sidhalla
trazia sozinha, um saber sobre o acontecido, como ainda foi testemunha dessa
elevada entealidade, e também trazia o mistério do retorno espiritual de Agair.
Aos poucos Elias se adaptou ao seu invólucro. Suas obras eram a condensação
material das mais sagradas revelações e reconhecimentos. Ele foi de ser humano
a ser humano, até encontrar um, o qual considerara maduro para receber o
auxílio de Deus e força abençoada desses pequenos cristais, através de trabalho
sério, silencioso e dedicado em si mesmo. “Todos vós podeis ser sacerdotes, se
tiverdes vencido a vós próprios e viverdes apenas na vontade do Senhor.”
...Eu
estou preparado. A hora para Sardes chegou. A Pedra sagrada, minha
criança, está concluída! Nela repousa uma enorme força. Ela separa o puro do
impuro, o vivo do morto. Ela liga com a força viva, mas só aquele que vive na
Luz. Eu sou um preparador do caminho do Senhor. Eu sou a pessoa que adverte
diante da tentação, a qual quer vir sobre todas as partes do Universo. Veja,
essa é apedra! Ela é a lei perfeita. Eu vejo um rei luminoso. Ele diz:
“Eu o Sou!” “o A e o O, o primeiro e o último, e o perfeito. Eu sou a Palavra
de Deus. Eu venho do Pai e eternamente estou no Pai. Eu sou o Filho
extragênito. Eu sou o nome Imanuel!”
A força
da sua oração ligou-o com a força da Luz. O espírito de Is-ma-el ascendeu nas
vestes de Elias. “Logo tu irás, Is-ma-el, mergulhar no pesadume pela 6ª vez.
Observe o número, é o da grande dor (W) *(W = Wehe = dor no
idioma alemão) da Criação, é o número e a palavra, e irá se inverter para poder na
vontade de Deus. Quando tu tiverdes completado o caminho, estará diante de ti
como M *(M = Macht = poder no idioma alemão) e quererá dizer
com “poder!”
Pelo
cultivo unilateral do intelecto o corpo se transformou em maior condensação,
turvação e peso, e de movimento mais lerdo.
Is-ma-el
iniciou o último caminho, o mais curto e mais pesado, para Pérgamo.
Seus invólucros e suas vendas diante dos olhos condensavam-se cada vez mais.
“Quem
vencer, a esse eu quero dar de comer do maná oculto, e uma pedra branca, e o
meu nome, o qual apenas conhece aquele que o recebe!”
O
invólucro e o anunciador de Is-ma-el (= o gigante Samiela) segurou a pedra em
sua mão direita.
Ismael
iniciou seu 7° caminho na densidade da matéria. O Senhor tinha conservado para
si um povo escolhido, os Ismanos, a estirpe espiritual de Is-ma-el.
Nela Is-ma-el desceu como Ismael para
Éfeso. Tydia chamava-se sua mãe com seu nome espiritual. Seu pai, o soberano
dos Ismanos, estava morto quando ele nasceu.
A
estrela “Uranus” segue sem detença para o ponto de irradiação espiritual do
vivenciar de Deus.
“Is-ma-el!
Ismael! Eu desvendei a minha estrela,
para que ela ilumine para mim sobre a Terra! Eu logo virei!” “Parsival, eu
estou preparado!” – “Antes eu quero aprender e tu serás o meu mestre!”
“Comece
em fidelidade o peregrinar do meu tempo de realização e veja o círculo
luminoso. Eu estou nele, o qual um dia em amor se fechará.”
Sobre
Is-ma-el surgiu a Pomba luminosa.
“Sim,
Senhor, eu venho! Eu sigo o Teu chamado. O peregrinar de minha preparação está
concluído!”
Raios
de sete cores irradiam para Patmos através de Ismael, as quais vibravam no nome
“Imanuel”.
Is-ma-el
tinha a chave para toda a sabedoria proveniente da Luz. Por causa disso
atravessaram-no também as 7 irradiações do sagrado nome.
Patmos,
a Ilha de Luz no Paraíso.
Is-ma-el
e Titurel, as colunas do mais sagrado, do Supremo Templo do Graal, são criados.
No encerramento do manuscrito consta o seguinte:
Oração,
pós-solenidade de 7.9.1937: “Senhor, dê o Teu auxílio àqueles que utilizam a
Tua força segundo a Tua Vontade!”