quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Boas Ações Por Ambição







Boas Ações por Ambição


Pergunta: A dissertação sobre “Destino” no Caderno 2 sugere a pergunta de como se manifesta a Justiça, na reciprocidade, nos seres humanos que fazem grandes doações, mas sem participação da intuição, praticando a caridade somente por “modismo” ou para ganhar “nome”.

Resposta: O processo é fácil de compreender. Efetua-se exatamente de acordo com as leis. O ambiente de cada pessoa é impregnado pela espécie de seu verdadeiro intuir, formando desse modo uma camada de matéria fina de igual espécie ao redor dela. Auto-ilusões eliminam-se por si só em tais acontecimentos, por não terem condições de vida. Se uma pessoa criou em seu íntimo um sincero e bom querer, então a camada que a circunda também será da mesma espécie. Efeitos recíprocos de espécie malévola, que retornam de tempos anteriores, são retidos, agora, por essa camada que se opõe, e desviados, ou absorvidos e desintegrados, antes que possam atingir a própria pessoa, e assim completamente eliminados ou então muito enfraquecidos, de modo que com isso ela obteve, devido ao seu sério e bom querer, a remissão de males anteriores.
Ao contrário ocorre com as pessoas que, mediante doações, criam algo verdadeiramente bom, mas o fazem apenas com o objetivo de lucro pessoal, ainda que seja só para serem bastante comentadas, portanto por vaidade, ou para obterem alguma posição ou renome, portanto por ambição.
A lei da reciprocidade cumprir-se-á nisso incondicionalmente em todos os sentidos. De lá, onde sua doação causou bênçãos, retorna de qualquer maneira o bem para o doador, na mesma medida do bem que causou. Agora, pois, o íntimo do doador e conseqüentemente também o seu ambiente estão impregnados de egoísmo, do desejo de vantagens pessoais, ou também de outros males. O bem que então reflui atingirá primeiramente essa camada, será igualmente retido, desviado, absorvido e desintegrado por ela, de modo que a própria pessoa nada poderá receber dessa boa reciprocidade ou então somente uma parte muito enfraquecida.
Depende unicamente da força do âmago da intuição do ser humano, se o bem que reflui é desviado por completo ou até que ponto enfraquecido, antes de alcançar o íntimo do mesmo, chegando então ao verdadeiro efeito. Se esse íntimo é muito malévolo, então ele mesmo é culpado pelo fato de o bem a ele destinado pela reciprocidade não poder atingi-lo. Sendo, porém, seu íntimo menos malévolo, penetrará, pois, uma parte do bem até ele, com o que então recebe exatamente a parcela que corresponde ao seu verdadeiro valor íntimo, nem mais nem menos. Bem perto dele chegará e poderá dessa forma manifestar-se muito bem no seu ambiente, em coisas externas e materiais, que são perecíveis, mas ele mesmo não poderá ser atingido, de modo a obter um proveito eterno disso, o único que possui valor.
Uma diferença também já existe no seguinte: se a respectiva pessoa dá, decorrente de intuição espontânea, desejando apenas auxiliar, imediatamente se forma um fio que, saindo dela, atinge aquele ponto onde brota a bênção por meio de seu auxílio, formando um caminho direto de regresso da reciprocidade para ela. Dessa maneira, o efeito é muito mais direto e concentrado. Se, porém, no momento da doação a sua intuição não participar, por não ser da mesma espécie, então faltará esse fio, saindo dela, para formar uma ligação com o lugar onde a sua dádiva produz o efeito, porque o fio se dirigiu para a espécie igual da intuição. Essa é a razão por que a boa reciprocidade não pode chegar a ela em forma concentrada.
Influem aqui, ainda, muitas outras circunstâncias secundárias, cuja menção apenas poderia perturbar a imagem, embora todas contribuam para matizar da maneira mais sutil a espécie da justiça que se realiza na reciprocidade, de modo que não se pode cogitar nem em um átomo de injustiça em todo o acontecer. Essa possibilidade é absolutamente excluída pelo entrelaçamento maravilhoso das sábias leis do Criador, de modo que cada um recebe aquilo que lhe compete, avaliado da maneira mais meticulosa. Só não deve ser esquecido que muita coisa disso tudo raramente se desenrola durante uma curta vida terrena, mas sim apenas fragmentos. Todo o acontecer se distribui sobre a existência inteira.


Abddrushin

Publicação original em Folhetos do Graal (Gralsblätter)





terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A Grande Batalha III








A Grande Batalha Contra Lúcifer
O caminho do Filho do Homem até Lúcifer e a luta contra ele.
Recebido por inspiração especial
[...]

Parecia haver chegado agora uma tranquilidade naquele mundo horrível. A escuridão e a estreiteza continuaram, mas nada mais se podia ouvir além do suave caminhar do casal luminoso sobre a vereda de pedra do abismo.
Então ela de repente se alargou, degraus conduziam para baixo, a um local que se encontrava em uma escuridão ainda maior. Maria reteve o passo. Era como se ela tivesse que lutar com uma terrível decisão. Então, também ela pisou no primeiro degrau.
Iam rapidamente para baixo, fundo, cada vez mais fundo, mas quanto mais fundo o casal ia, tanto mais se prolongavam os degraus.
Pavor elevava-se lá de baixo. Nos corredores laterais havia berros como nas jaulas de macacos selvagens. Esta era agora a região que possuía a suficiente tenacidade para manter-se. Como que uma enxurrada caía do alto. O calor era tão grande que chegava a sufocar. Fantasmas branco-acinzentados pendiam nos penhascos.
No meio do rio que se tornava cada vez mais largo havia uma ilha com altas árvores. Em cada uma delas pendiam pessoas enforcadas. Como trapos elas balançavam em um vento morno. Havia o horrível cheiro de decomposição. Quando o Senhor passou, elas caíram das árvores para dentro da correnteza. Mas imediatamente outras encontravam-se ali penduradas. Elas se aglomeravam ali desesperadas, apenas aguardando a oportunidade para se matarem.
De um abismo próximo dali podia-se ouvir tiros. Lampejos vermelhos reluziam e havia o cheiro de pólvora. Rostos cheios de ânsia para assassinar olhavam através da fumaça e escondiam-se. Era como se todos eles fossem acometidos por um medo desesperador.
E cada vez se tornava mais quente. Das paredes saía vapor. O cheiro de pólvora e de sangue aumentava até o insuportável.
Braços feios e nus saíam das fendas rochosas aproximando-se de Maria. Rostos horrendos chegavam bem próximos e desapareciam novamente; eles se tornavam cada vez mais semelhantes ao ser humano e, com isso, cada vez mais feios, maldosos e maléficos. Um certo traço era predominante, o qual denunciava a espécie das trevas e de sua carga. De forma funesta cada ser isolado se enfurecia. Nojo apossou-se deles perante eles mesmos e tanto mais forte tornou-se o ódio quando perceberam a Luz.
Das profundezas de um pântano se elevavam tipos armados, os quais encontravam-­se ameaçadoramente de pé como um exército do outro lado de um lago sombrio.
Flechas voavam pelo ar, mas resvalavam de volta como que defendidas por escudos invisíveis. As trevas engoliram aos gritos o exército de Lúcifer, ele não podia mais ser visto.
Calmo e sempre adiante caminhava o casal luminoso sob o invólucro pesado e protetor. Era como se uma tocha luminosa peregrinasse no meio de um infinito negror. Sem limites, eterno e desesperador.
E a escuridão era tão ameaçadora, tão funesta, atraindo cada vez mais a igual espécie para ir ao encontro da Luz. Ela ameaçava com todos os seus horrores. Terrível era o sentimento de solidão, da profundeza, do horror, do pecado.
Ameaçadoramente havia uivos sob o solo. Abriu-se um buraco na rocha. Uma ardência avermelhada subia pelas paredes, de uma corja viscosa e lamacenta. Com longos braços investia contra Maria, que havia ficado algo para trás. Exatamente no instante em que o Filho do Homem golpeava um monstrengo, ecoava um grito cheio de dor: O manto de Maria havia se aberto e a Luz se impulsionava contra rostos desfigurados, um grande monstro atacou-a. Rapidamente o Filho do Homem veio em seu auxílio, mas do alto veio uma Luz. Amplo como um manto branco estendia-se uma nuvem luminosa. Rostos brancos e luminosos olhavam dela.
Pareceu a Maria como se algo a soerguesse. Rapidamente ela chegou a planícies mais elevadas, leves e livres.
“Basta!” falou uma sagrada voz sobre ela. Maria encontrava-se deitada sobre um gramado verde, macio e cheio de flores. Então Maria não soube nada mais.
O Filho do Homem, porém, caminhou solitário ainda mais para dentro das profundezas. Borbulhando, cada vez mais trevas vinham de baixo para cima. O ambiente no qual o Filho do Homem se encontrava ampliou-se a um platô rochoso amplo e negro, o qual reluzia como bronze. Este era liso, untado de sangue e viscosidade dos monstros e seres horrendos que, no desespero, despedaçavam sempre de novo seus crânios no rochedo, procurando saída dos tormentos que sempre de novo os aguardavam nas regiões profundas.



Parte integrante do capítulo Testemunhos dos acontecimentos da Luz (Zeugen des Lichtgeschehens) publicada no primeiro volume da obra Despertar de eras passadas (Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935).



(continua)







segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Aprendei Com Os Acontecimentos






Aprendei com os acontecimentos

por André Fischer

O desaparecimento das ilusões é hoje um fenômeno geral.
Mostra-se em todos os setores, de modo que não se podem alcançar as metas estabelecidas. Um véu turvo de desesperança se estende aos poucos sobre todos os povos, e as declarações, que os seus governantes apresentam após as suas reuniões, esforçam-se em vão para esconder a impotência dos governos.

A crise, iniciada há meio século, persiste e estende-se cada vez mais. A paz foi perdida, a terra envenenada, os equilíbrios naturais quebrados.
Que lição vós, seres humanos, tirais destes acontecimentos?
Dificilmente pensais nisso!
Em vez de investigar as causas lógicas de vosso infortúnio crescente, tentais apenas a fuga cega para frente. Produzir mais, organizar mais, consumir mais, armar mais, prometer mais, essas são as únicas soluções das mais inteligentes de vossas cabeças! Portanto, para diante, com velocidade máxima na estrada esburacada, até que se alcance a terra prometida, ou, o que é mais provável, até que o veículo inteiro se quebre.

E vós bem sabeis pelo vosso próprio corpo, que lá, onde há febre, também há uma inflamação, onde há dores, há uma congestão, onde há fraqueza, existe uma perda de força.
Também sabeis como enfrentar essas situações, quer seja cortando a febre, anestesiando a dor, instigando a fraqueza, ou, eliminando a inflamação, desfazendo a congestão ou suspendendo a perda de força. Além do mais, também sabeis muito bem que o primeiro método traz apenas alívio passageiro e que somente o segundo, ainda que um pouco mais trabalhoso e mais demorado, leva à verdadeira cura.

No entanto, por que utilizais tão pouco o segundo método para a vossa saúde, e nunca para os sofrimentos da humanidade?
Por que discutis dias inteiros sobre o desemprego, a segurança social ameaçada, o risco de guerra, sem procurar ao menos uma vez revelar as profundas e verdadeiras causas dos infortúnios, para eliminá-los?
Não sois mais capazes de pensar mais profundamente?

Não quereis reconhecer, apesar da universalidade da lei da causa e do efeito, que também a vossa queda, que está se efetuando, tenha também sua causa lógica?
Sim, é assim!
Não admitis que vós temeis o esforço necessário para compreender, que o vosso modo de pensar atual está orientado para a crítica e para o egoísmo, não mais para o aprofundamento, para a lógica verdadeira e natural, e que, apesar das centrais nucleares e dos vôos ao espaço, vós não possuis o saber da elevada lei da vida, que rege a ordem e a ascensão.

Vede: essa lei da vida soube fazer surgir, de uma matéria densa e pesada, florestas verdejantes e campos floridos! E seria para ela muito fácil, transformar o vosso inferno em um paraíso, se vós apenas quisésseis deixá-la atuar em vós.

Para isso, porém, deveríeis renunciar à vossa pretensão de dominação e procurar colocar vossas aptidões não a serviço de vós próprios, mas da ordem universal!
A humildade e a generosidade para com tudo formam o caminho para o saber da Criação e para a paz mundial, não, porém, o orgulho e o egocentrismo.

Assim como vós exterminais os insetos quando ameaçam as vossas colheitas, assim exterminar-vos-á a lei da vida, se vós não vos submeterdes finalmente a ela.
Cada um está livre para esperar até que o outro efetue a mudança, ou para tomar a decisão de abrir, já hoje, para si mesmo, o portal para a luz da Verdade e da vida.


Recebido por André Fischer em 08.07.83




sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Realizou-se







Realizou-se

(O mistério da descida de IMANUEL à Terra)

por August Manz

Deus-Pai enviou o Filho do Homem à humanidade que se perdera, a fim de fechar com seu envio o círculo do poderoso acontecer – do acontecer que se iniciou com o terrível carma da humanidade, quando o Filho de Deus, Jesus, entregou-se à humanidade cega com as palavras: “Eu o sou”. A vinda do Filho do Homem traz o resgate final, o Juízo, a libertação e o círculo milenar. O início do círculo ligar-se-á com o fim.
O círculo de o poderoso acontecer, porém, continuou de acordo com a vontade de Deus o seu percurso e trouxe a Transição Universal, quando a Vontade de Deus entrou na Criação de uma maneira nova e exigente, de modo que todo acontecimento futuro não pode mais se formar segundo a vontade da humanidade, assim como fora concedido até então, cheia de graça, a essa humanidade, mas a partir de agora deve se submeter à vontade de Deus. – 
Com a Transição Universal, depois da conclusão da anunciação, Abdrushin adentrou na Missão, que a humanidade colocou no caminho dele, como Filho do Homem, Imanuel
Uma misteriosa transformação realizou-se com isso no Enviado de Deus; pois com Abdrushin* ligou-se, a partir de então, ao próprio corpo terreno, a parte divina Imanuel.
O círculo começou a se fechar lentamente. O mistério divino dessa formação já fora anunciado pelo profeta Isaías; pois se encontra escrito lá no capítulo 7:

“Por isso o próprio Senhor vos dará um sinal: Vede uma virgem está grávida e dará a luz a um filho, ao qual dará o nome de IMANUEL.”

Com estas palavras nos é desvendado antes de tudo o mistério do nascimento virginal do Enviado de Deus no reino espiritual – quando Deus enviou há milênios uma fagulha de Sua força divina, formado pela Mãe Primordial no reino espiritual.
Oriundo do anel do espírito-enteal, onde ele passou sua infância, descera o Enviado de Deus à matéria grosseira, em que, agora, a parte divina Imanuel se uniu a ele. E também essa formação espiritual na matéria já fora anunciada pelo profeta, caracterizando o Enviado do Senhor como o poderoso príncipe do reino de paz vindouro...
Porém, a edificação do reino de paz tem de ser precedida pelo Juízo e todos os horrores terrenos, que o acompanham. E também sobre isso profetizou Isaías:...

“Ele golpeará a Terra com o bastão de seus milagres e com o hálito de seus lábios matará os ateus. Vede o Senhor, ele esvazia a Terra e derruba e dizima o que está nela, e dispersa seus habitantes.”
“A Terra está profanada pelos seus habitantes; pois eles transgridem a lei e modificam os mandamentos e deixam que se dissipe a aliança eterna.”
“Com estrondo a Terra é abalada, fendida e quebrantada.”

“A Terra vacila como um bêbado e é lançada para lá e para cá como uma rede ao vento; suas más ações a comprimem de tal forma que ela tem de cair, não podendo mais ficar de pé.”

“Tomai juntamente conselho e ele será dissipado! Tomai conselho, mas ele não subsistirá, pois aqui está Imanuel!”

Como um espírito humano poderá compreender este mistério divino?... Apenas estremecendo podem os seres humanos pressentir a grandeza deste auxílio de Deus-Pai.

... Imanuel, o Enviado de Deus, fora visto em pé entre o céu e a Terra, trazendo a partir de então o reconhecimento à Terra, reconhecível a muitos dos que querem ver, através da Cruz que ele traz em si e que agora começa a reluzir claro. 
Doando força àqueles que crêem, contudo, aniquilação àqueles que permanecem obstinadamente na descrença. E aqueles, que então o reconhecerem e nele acreditarem, deverão pertencer ao povo escolhido, com o qual ele erigirá o Reino dos Mil Anos, ao qual todos vós aguardais ansiosamente. 
Agora suas bases serão erigidas no espírito – não negligenciai, mas sim comparecei diante dele, oferecei vosso serviço com humildade, como há muito vos fora dito: ‘Senhor, dê-me ordens, agora me sinto digno de poder servir-te; pois meu coração e minha mente estão puros e sem coisas errôneas.’

Os pés de Imanuel pisaram hoje a Terra e seu solo treme debaixo de seu poder...

“Livros antigos, escondidos e guardados, anunciar-vos-ão sobre as profecias. Neles está anunciado sobre a vinda do profeta e do Enviado da Luz; e é falado do Filho de Deus e daquele que traz o Juízo – daquele que vem à Terra como tal, oriundo da Vontade de Deus. E sobre o Reino dos Mil Anos e do Rei que unirá todos os povos, que realmente são filhos de Deus. E de uma época que a precederá e está repleta de línguas; nela os raios se lançam com grande estrondo. E é uma fúria terrível dos elementos.”...

E então veio a significativa época, em que a própria Luz divina tornou-se atuante através de Imanuel no corpo terreno do Enviado de Deus. Foram os dias de 3 a 7 de agosto. Três raios lançaram-se ao chão. E o terceiro trouxe a conclusão...

Na tarde do dia 3 de agosto de 1931 partiu do céu claro um raio peculiar e branco-reluzente em direção à Terra como sinal visível do raio abrasador no espiritual...
Com um segundo raio, no dia 5 de agosto surgiram novamente sinais resplandecentes, vistos espiritualmente e assim foram interpretados:... “Encontra-se sob o sinal de Imanuel: ‘Ao encontro do cumprimento através da espada.’” Acima disso surgiu, bem alto, a espada reluzente e flamejante de IMANUEL... Por ocasião do terceiro raio anunciado, surgiu a imagem de uma balança com o pêndulo inclinado para um lado: “foi pesado e encontrado mui leve” em um lado, “despertado e elevado” no outro lado. – Pois com o terceiro raio, que traria o cumprimento, também o Juízo Final, que já tinha se realizado espiritualmente, havia de efetivar-se terrenalmente.

No dia 7 de agosto havia chegado então o dia do cumprimento. 
Foi bem de manhãzinha. 
O Enviado de Deus andava no cômodo em que ele mais ficava, no qual ele trabalhava e havia escrito muitas de suas mensagens. Junto dele estava Irmingard. 
Nuvens escuras envolviam de forma ameaçadora toda a Montanha; a escuridão reinava. Então um terrível raio saiu do céu, seguido por um forte golpe. 
O raio adentrara o cômodo, o Enviado de Deus envolvido por todos os lados com um brilho chamejante. 
Chamas lançaram-se para cima, deixando para trás sinais pretos, visíveis, em diversos locais do cômodo. 
Mas nenhum local pegou fogo. 
E uma voz soou: “Realizou-se!”
O Enviado de Deus, porém, pôde ser visto numa luz violeta, sua cabeça reluzia na cor branca, como intensa Luz Branca divina e irradiava fortes raios. 
Sobre ele, porém, abriu-se um facho de luz, no qual estava a pomba
IMANUEL segurava em sua mão o raio.


Dissertação de 16 de agosto de 1931 por August Manz















quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Divulgação da Mensagem do Graal





Divulgação da Mensagem do Graal

por Herbert Vollmann

A divulgação pública da Mensagem do Graal começou em 1923 com a edição das “Gralsblätter” (Folhetos do Graal).

No outono de 1926, a editora das “Gralsblätter”, em Tutzing, editou um prospecto com o seguinte título, que tratava-se da edição em cor violeta da Mensagem do Graal com 320 páginas:

NA LUZ DA VERDADE

Nova Mensagem do Graal de Abdruschin

Trinta mil folhetos grátis para expedição – como amostra precursora do sensacional livro.

Entre outras coisas o texto dizia:

Esta Mensagem do Graal oferece, em sua simples e clara espécie, a base sem lacunas de uma surpreendente e nova concepção, compreensível a qualquer ser humano!

Apesar de sua incrível concisão ela é a chave universal de todos os enigmas mundiais não solucionados de até agora e de todas as questões pendentes da humanidade, proporcionando também a compreensão de todos os acontecimentos.

Saudada alegremente por milhares, este ensinamento já atravessa como uma chama ardente, a multidão de procuradores sinceros, libertando-os de todas as dúvidas e de toda carga dogmática, pois também o entendimento mais cético reconhece a lógica absoluta que não se detém diante de nenhuma questão não resolvida e que conduz com mão firme às profundezas, bem como, às alturas mais elevadas.

Objetiva, breve e clara, com uma lógica inexorável.

Desta maneira muita coisa é dita, arrancando o ser humano de alturas imaginárias, mas também muitas coisas que lhe proporcionam um impulso sadio na desperta convicção de sua absoluta necessidade na imensa Criação.  

Sua origem lhe é revelada de modo claro, assim como sua meta final, a qual muitos jamais conseguirão alcançar, unicamente por falha própria, por não querer compreender.

Cartas de entusiasmo e jubilosa gratidão vêm daqueles que compreenderam a Palavra Viva, Palavra essa que lhes arrancou a venda dos olhos.

Mais tarde, em 1927 Abdrushin fez pessoalmente palestras públicas em Stuttgart e Viena. O anúncio no jornal “Stuttgarter neuen Tagblatt” (24.09.1927) entre outros trazia o seguinte texto:

Abdruschin fala sobre

Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!

UMA REVIRAVOLTA NA INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

A pedido especial Abdruschin falará sobre a questão da estigmatização de  “Konnersreuth”  após a palestra.   Ele, com sua lógica precisa, trará aqui esclarecimentos surpreendentes sobre estes fenômenos, que até hoje ainda são enigmas  inexplicáveis para muitos.

extraído do escrito como documentário do autor:

Sobre a Vida e Atuação de Abdrushin na Terra



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Ciência e Humanidade






 Ciência e Humanidade


Pergunta: Existe algo não pronunciado entre a ciência e a humanidade em geral, que não age ligando, mas separando, ao passo que a humanidade, enfim, tem um direito direto à ciência.

Resposta: Naturalmente a humanidade inteira tem pleno direito à ciência, pois esta procura apenas tornar mais compreensível a dádiva de Deus, a Criação. A atividade propriamente de cada ramo da ciência se encontra na tentativa de perscrutar mais de perto as leis do Criador, a fim de que essas, pelo seu conhecimento mais apurado, possam ser utilizadas mais proveitosamente para o bem da humanidade.
Tudo isso não é nada mais do que um submeter-se à vontade divina.
Visto que a Criação e as leis da natureza ou de Deus, as quais a mantêm, são tão nítidas e simples em sua perfeição, devia resultar como consequência lógica uma explicação singela e simples por parte de quem realmente as tenha reconhecido.
Estabelece-se aqui, porém, uma diferença sensível que por sua natureza malsã abre um abismo cada vez mais amplo entre a humanidade e os que se cognominam discípulos da ciência, isto é, discípulos do saber ou da Verdade.
Estes não se expressam de modo tão simples e natural como corresponderia à Verdade, portanto ao verdadeiro saber, sim, como a Verdade, acima de tudo, requer como consequência natural.
Tem isso duas causas ou, mais precisamente, três. Pelos esforços, especiais segundo sua opinião, dedicados aos estudos, esperam uma posição de destaque. Não querem se convencer de que tais estudos constituem também apenas um empréstimo tomado à Criação formada, conforme semelhantemente faz um simples camponês pela serena observação da natureza, para ele necessária, ou outras pessoas em seus trabalhos práticos o devam fazer.
Além disso, um discípulo da ciência sempre terá de se expressar sem clareza, pela natureza da coisa, enquanto não se aproximar direito da Verdade em seu saber. Só quando tiver compreendido realmente a própria Verdade, tornar-se-á, também por causa da natureza da coisa, necessariamente simples e natural em suas descrições. Não é, pois, segredo algum que exatamente os que nada sabem, em suas fases transitórias para o saber, gostam de falar mais do que os próprios entendidos e terão aí de se servir sempre da falta de clareza, porque de outra maneira não são capazes, se ainda não tiverem diante de si a Verdade, isto é, o real saber.
Em terceiro lugar, existe realmente o perigo da maioria das criaturas humanas dar pouco apreço à ciência, se esta quiser mostrar-se com o manto natural da Verdade. Os seres humanos a achariam “natural demais” para poder dar-lhe muito valor.
Não raciocinam que exatamente isso é o único certo, proporcionando inclusive o padrão para tudo quanto é legítimo e verdadeiro. A garantia da Verdade reside, tão-só, na sua evidência natural.
Mas para tanto os seres humanos não serão tão facilmente convertidos, pois também não quiseram reconhecer em Jesus o Filho de Deus, porque ele lhes veio “demasiadamente simples”.
Os discípulos da ciência sempre estiveram muito bem a par desse perigo. Por isso fecharam-se cada vez mais, por sagacidade, à simplicidade natural da Verdade. A fim de fazer valer a si mesmos e a sua ciência, criaram, em suas reflexões cismadoras, obstáculos cada vez mais difíceis.
O cientista, destacando-se da massa, desprezava finalmente expressar-se de modo simples e compreensível a todos. Muitas vezes apenas pelo motivo, por ele próprio mal conhecido, de que certamente não lhe restaria muito de destaque, se não formasse um modo de expressão que, necessariamente, só em longos anos de estudos poderia ser aprendido de modo especial.
O fato de não se tornar compreensível a todos, criou-lhe, com o tempo, uma primazia artificial, que foi conservada a qualquer preço pelos alunos e sucessores, visto que do contrário, para muitos, os estudos de anos e os sacrifícios monetários a isso ligados, realmente, teriam sido em vão.
Chegou-se assim hoje a tal ponto que nem é mais possível a muitos cientistas se expressarem perante pessoas simples de modo claro e compreensível, isto é, de maneira simples. Tal empenho, agora, exigiria decerto o estudo mais difícil e tomaria mais tempo do que uma geração inteira. Antes de tudo, para muitos resultaria desagradavelmente, pois então apenas sobressairiam ainda aquelas pessoas que tivessem algo a dar à humanidade com real capacidade, estando com isso dispostas a servi-la.
Atualmente, para a generalidade, é característica marcante do mundo dos cientistas a mistificação por incompreensibilidade como semelhantemente já foi hábito em assuntos eclesiásticos, onde os servidores de Deus terrenalmente escolhidos como guias e condutores só falavam em latim a todos quantos buscavam devoção e elevação, o que estes não entendiam e, portanto, também não podiam abranger nem assimilar, somente com o que conseguiriam obter algum lucro. Os servidores de Deus poderiam ter falado igualmente em siamês na ocasião, com o mesmo insucesso.
O verdadeiro saber não deve precisar tornar-se incompreensível, pois encerra em si ao mesmo tempo a faculdade, a necessidade, sim, de se expressar com palavras singelas. A Verdade é, sem exceção, para todas as criaturas humanas, pois estas se originam dela, porque a Verdade é viva no espírito-enteal, o ponto de partida do espírito humano. Daí se infere que a Verdade pode ser compreendida também em sua singeleza natural por todas as criaturas humanas. Tão logo, porém, ao ser transmitida se torne complicada e incompreensível, não permanece mais pura e verdadeira, ou então as descrições se perdem em coisas secundárias que não têm aquele sentido como  núcleo. Esse núcleo, o autêntico saber, tem de ser compreensível a todos. Algo artificialmente arquitetado, por sua distância da naturalidade, pode conter em si apenas pouca sabedoria. Quem não é capaz de transmitir o verdadeiro saber de modo simples e natural, não o compreendeu, ou então procura encobrir algo involuntariamente, ou se apresenta como um boneco enfeitado e sem vida.
Quem na lógica ainda deixar lacunas e exigir crença cega, reduz a um ídolo defeituoso o Deus perfeito e prova que não se acha no caminho certo, não podendo, portanto, guiar com segurança. Seja isso uma advertência a cada perscrutador sincero!

Abddrushin

Publicação original em Folhetos do Graal (Gralsblätter)





terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A Grande Batalha Contra Lúcifer






A Grande Batalha Contra Lúcifer
O caminho do Filho do Homem até Lúcifer e a luta contra ele.
Recebido por inspiração especial
[...]


Aqui e acolá surgiam outras fontes pretas, que borbulhando se juntavam formando um riacho, o qual continuava a fluir na beirada do caminho.
Quando, porém, o Filho do Homem aproximou-se da fonte e olhou para baixo, para aquele animal, este arreganhou sua grande boca e gritou. Então ele desfez-se em si mesmo e desapareceu. Algo como um papel amassado grudou sobre a nascente, secando a fonte.
O Filho do Homem caminhou adiante em direção ao estreito e escuro vale e ao seu lado Maria, e ele ouvia os gemidos das fontes ao lado do caminho, as quais secavam todas, tão logo ele passava por elas.
O solo retumbava devido o trotear de uma grande manada. Eram grandes porcos mui horrendos e ouriçados, que corriam ali grunhindo para lá e para cá. Eles queriam tentar um ataque, contudo ao chegarem à proximidade da Luz, que vinha andando na direção deles, tiveram que desaparecer. Era como se eles se dissolvessem, dispersando­-se e sumindo.
Assim encontrava-se a Luz no vale profundo, envolta por um manto que havia sido dado por mãos luminosas. As rochas começaram a tremer, tornando-se umidamente escuras e se erguendo a alturas funestas. Escarpas íngremes e lisas, as quais pé algum era capaz de escalar, pareciam como se fossem de ardósia.
Nenhuma erva, nenhum talo crescia nelas, contudo fixavam-se nelas algo como lagartixas e batráquios e moscas horríveis. Aqueles bichos grudavam na superfície das rochas com patas como de rãs, deslizando lenta e novamente para baixo. Muitos começavam a subir sempre de novo, outros caiam lá de cima e se espatifavam no solo escuro. Sangue espirrava para cima em emanações gasosas, de onde imediatamente se desenvolviam de novo outros novos bichos.
O casal luminoso também percorreu esse estreito caminho e atrás dele aqueles seres horripilantes caíam sem força, como que carcomidos e dissolvendo-se. Outros ficavam grudados nas rochas com um medo mortal nos olhos e seus corpos definhavam. Sua pele secava, rachava, a carne caía e outros comiam-na, os ossos iam se desmanchando e membro após membro caía nas profundezas. Gemidos de dor passavam pelos abismos.
Uma estreita e vertiginosa vereda levava dali a uma descida abrupta. Existia de fato algo como um corrimão, um gradil, mas ao mais leve toque ele ruía, tornando-se como pó de serra nas mãos. De forma funesta se deparava o abismo ali ao lado, de cujas profundezas se elevavam vapores, os quais tomavam formas. Formas de espécie bem diversa, horrenda.
Elas possuíam cristas como os dragões, enormes bocas como de lobos e garras como tigres. Os corpos eram curvados ao estilo dos gatos, cheios de flexibilidade, com rabos como de crocodilos. De suas bocas saíam longas línguas de espécie maldosa. Em cada língua havia uma flecha que esguichava veneno. Certas línguas se dividiam e lançavam sempre novas flechas.
O Senhor trilhava seu caminho pelo abismo da calúnia. O mal se encolheu, escondendo-se. Eram tão perigosos quanto covardes, tão inverossímeis quanto horríveis e tão desprezíveis quanto nojentos.
E o Senhor balançou sua espada sobre o abismo do mal. Uma espessa fumaça se elevou, como se aquelas monstruosidades fossem queimadas vivas. Em compensação vieram do alto, pássaros do mal, os quais fechavam com suas asas todo o abismo. O barulho delas era como o forte barulho de um furacão.
Eles mantinham seus bicos abertos, curvos como espadas turcas e com goelas enormes. Os olhos ardiam grandes e redondos como carvão dourado e as penas pareciam de metal. Eles queriam atacar. As garras enormes e afiadas eles direcionaram contra a Luz. Eles queriam atacar com essas enormes garras, mas o fogo queimou-as.
Com um grito selvagem os pássaros voaram para cima, enquanto que uma garra, atingida pela espada, caiu nas profundezas. Um sangue vermelho, espesso e quente jorrava da ferida. Os monstros voadores ficaram enraivecidos. Com batidas de asas bem barulhentas eles preencheram o abismo que levava a uma profundeza sem fim.
Cada vez mais escuro ia se tornando, os penhascos erguiam-se cada vez mais altos, cada vez mais estreito, mais apertado tornava-se o caminho, cada vez mais fundo rumorejava o riacho. Os animais precipitavam-se aos gritos no abismo. Do alto um irradiante e claro rosto olhava para o Filho do Homem.

Parte integrante do capítulo Testemunhos dos acontecimentos da Luz (Zeugen des Lichtgeschehens) publicada no primeiro volume da obra Despertar de eras passadas (Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935).


(continua)



segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Desperta a Natureza - Desperta o Espírito








Desperta a Natureza – Desperta o Espírito


por Friedrich Rauber


O ser humano moderno toma como algo evidente o fato da natureza despertar sempre de novo na primavera. 

Simplesmente tem de ser assim. 

Ele está habituado a isto

Toda alternância das estações do ano é para ele um fenômeno que se repete sempre de novo da forma automática, o qual está relacionado com os movimentos que a Terra faz em sua órbita.
Como os movimentos da Terra deixam-se calcular de forma bem precisa, ele quer reconhecer a partir daí que isso seja um fenômeno puramente mecânico
Ele reconhece de fato o sistema organizador que perpassa a Criação inteira, contudo, não pensa mais a respeito sobre isso.
Certas pessoas nem intencionam denominar esse princípio organizador e movimentador de Deus. 

Com isso estão esgotadas suas relações com Ele.

Suponhamos que a natureza não viesse a despertar na primavera

Quais seriam as consequências

Continuaríamos a ter inverno, a natureza continuaria em seu estado adormecido.
 Não haveria um verdejar das campinas, um florescer das plantas, dos arbustos e das árvores. 
Não haveria ventos mais amenos, que nos envolvem de forma tão benfazeja. 
Os pássaros migratórios continuariam a permanecer no sul, a natureza permaneceria desolada. 
Devido a ausência do verdejar e do florescer também não haveria mais frutas, necessárias ao nosso corpo como alimento.

E do que deveriam viver os animais se nada mais crescesse?

“Então buscaríamos as coisas necessárias dos países do sul, onde então haveria um contínuo verão e onde haveria um contínuo crescer e amadurecer”, assim responderia o ser humano esclarecido.

Contudo, ele não percebe que isso não pode ser um estado contínuo, de longo prazo.
Certamente, na proximidade do equador a alternância das estações do ano mal pode ser notada, mas apesar disso ainda existe.
Contudo, nas principais zonas habitadas com clima intermediário, tanto da metade norte como também da metade sul do planeta, uma estagnação das estações do ano teria de se mostrar de forma catastrófica. Toda a vida sofreria sob esta situação e, por fim, seria impossível. A Terra tornar-se-ia inabitável para nós, como seres humanos.
Não é absolutamente tão errado seguir uma vez tais pensamentos em uma época onde o ser humano da metade norte do planeta anseia tão incessantemente por calor, florescimento, sol e nova vida na natureza. 
Ele teria então que apresentar a si mesmo a pergunta, se esse processo de movimento automático da Terra, o qual ele aceita, “sem quebrar a cabeça” como simplesmente evidente e continuamente existente, não é efetuado por uma força onisciente e onipotente.
Deus, que não apenas deixou surgir e mantém a Terra e tudo o que existe acima dela, mas também todas as outras partes universais e todos os astros.
Mas felizmente ela ainda continua a movimentar-se, nossa velha, sim, a -muitíssimo velha mãe Terra, e também continua a oferecer-nos possibilidade de vida. 
Por isso estamos realmente felizes e alegramo-nos de todo o coração. Na verdade, não há outra estação do ano tão sintonizada à alegria como de fato a Primavera.
Que beleza é apresentada aí aos nossos olhos nos campos e campinas, nas montanhas e nos vales! Se olhássemos de forma um pouco mais atenta e observássemos mais pensativamente como tudo cresce, então teríamos de ser indubitavelmente conduzidos ao Criador e Mantenedor de toda a vida sobre a Terra – Deus.
Observai apenas uma vez como as plantas e as flores crescem, tornando as mais diversas formas de acordo com sua espécie, como dos botões surgem as flores que nos levam sempre de novo a ficarmos admirados com sua beleza, sua abundância e diversidade.

Observai apenas uma vez como as plantas e as flores crescem...

Que ser humano consegue privar-se destas impressões?

Nenhum, nem mesmo um materialista aferrado.
Aqui seu raciocínio poderia ser de grande utilidade para ele, se seguisse uma vez com um pensar lógico até o fundo, que se lhe apresentam de forma ricamente abundante junto às plantas, animais e também seres humanos na natureza que desperta. 




Tudo isso surge e realiza-se sem ajuda do ser humano.

E que sabedoria, que maravilha desenvolve-se aí! 
Aqui devem existir forças em atividade, forças que não conseguimos perceber com nossos órgãos sensoriais corpóreos.
Como então poderia haver crescimento, como poderia se realizar o florescimento?
Nós seres humanos não crescemos também como plantas e não florescemos também como elas, não apenas de forma corpórea, mas também anímica?
E não é exatamente este crescimento anímico, este florescimento, algo que quase nos força a uma admiração ainda maior do que o formar e florescer formal, figurado?
Também aqui o pensar racional deve nos levar a reconhecimentos e a conexões que nos trazem à proximidade daquela grande inteligência que chamamos de Deus – que é Deus.
Vós, espertos e até tão eruditos “senhores da Criação”, vós tendes de ser capazes de reconhecer também com a agudeza de vosso raciocínio que necessitais de Deus, se quiserdes tornar e ser alguma coisa.
Refleti, podeis apenas moldar, formar de maneira nova as coisas, ma não podeis consegui-las ou até criá-las por vós próprios, ao contrário, elas têm de ser presenteadas a vós pelo Criador!
Quem, pois, vos consegue a matéria prima para a modificação e a transformação?
A natureza.
E de onde vem a natureza?
Da força universal – de Deus.
Por que não quereis reconhecer isto, por que vos rebelais contra esse reconhecimento?
Porque vos falta a humildade!
Se tivésseis humildade, teríeis tudo; então não seríeis capazes de fazer nada mais do que reconhecer, mais ainda, de admirar a sublimidade, a onipotência e a onisciência de Deus.
Vossa suposta grandeza humana se desfaria então em nada em consideração ao Criador, às Suas obras, ao Seu atuar.
Apenas quando tiverdes atingido este ponto, começareis a tornar-vos seres humanos. 
A tornar-vos, não a ser
Para ser um ser humano ainda é preciso mais, para isso esta humildade tem de ser transformada em ação. 
Isto é, o reconhecimento da sublimidade e da perfeição do Criador tem de se mostrar na vida anímica de um ser humano, a qual, por sua vez, forma a base para a vida prática, a vida cotidiana na profissão, na família, no povo, em todos os setores da vida na Terra inteira. 
Assim o despertar da natureza nos leva, numa sintonização correta, *ao despertar de nosso espírito.
Toda alternância reside no movimento e tem também por si próprio, movimento como consequência.



Por que a alternância das estações do ano não deveria levar igualmente a movimentação do espírito?
Tais mudanças na natureza não tocam de forma especial todos os corações?
Muitos dos nossos semelhantes não começam, em vista do esplendor da Primavera, a tornarem-se poetas?
Não se amolece o coração de inúmeras pessoas, não se move algo em seu íntimo, algo que de preferência elas tentam esconder de todo mundo?
E nessas pessoas não se faz notar seu espírito, do qual elas muitas vezes se envergonham assim que entram em contato com seus semelhantes, os quais também deixaram que ele (seu verdadeiro núcleo pessoal) se atrofiasse?
Ó seres humanos! Não vos envergonheis dessa comoção interior, ao contrário, agarrai-a, segurai-a firme e cultivai-a, assim como quem cuida de uma planta preciosa: pois na realidade, vosso espírito é uma planta preciosa!

Ó seres humanos! Não vos envergonheis...

Sim, vosso espírito é uma planta preciosa!

É ele que faz de vós seres humanos, se vós o despertardes e o mantiverdes acordado. 

E quão mais bela tornar-se-á vossa vida terrena com isso!






A verdadeira beleza reside apenas no atuar de Deus

E esta vida, por sua vez, vós só sois capazes de reconhecer com vosso espírito vivo. 
Se deixardes que ele adormeça ou até se atrofie, então tereis de andar pela vida sem essa beleza, a qual, unicamente, pode presentear-vos a pura alegria e a verdadeira felicidade.
Aquilo que um ser humano de raciocínio chama de alegria e felicidade, não o é
São apenas atrativos exteriores, que andam junto à vida sentimental, portanto, novamente apenas junto ao raciocínio, contudo, não junto ao coração, ao espírito.

A alegria pura e o sentimento puro de felicidade são de espécie espiritual, assim como o amor

E essas três dádivas afastastes arrogantemente de vós, através de vosso querer saber melhor!
Vós apenas ainda não chegastes a esclarecer-se por vós mesmos a esse respeito; pois do contrário seria impossível explicar como vós descartais sem hesitar tais provas de amor do Criador
Refleti uma vez a respeito!
Utilizai agora a oportunidade que se oferece a todos no vivenciar da natureza que desperta!
Ide ao campo e à campina, saís de casa, vós que habitais as grandes cidades. 
Onde vos encontrais excluídos de toda natureza e da verdadeira beleza!
Caminhai então pelas montanhas e pelos vales, usufrui da bela à beira de um lago, na campina, na floresta, bebei cheios de saudade dessa beleza e tomai dela tanto quanto fordes capazes de tomar!
Não vos custa nenhum centavo, tudo isso a natureza vos oferece de graça de forma inesgotável. 
Mas usufrui com prudência, com ardor e com coração, para que esse usufruir seja duradouro, para que isso continue a atuar e não se desvaneça novamente já na manhã seguinte, quando retornardes ao vosso local de trabalho, na habitual lida diária!
Criai em vós um estoque dessa beleza, a qual vos é doada em abundância pelo esplendor da natureza! 
Vosso coração tornar-se-á assim um depósito, que também será capaz de vos presentear com ela, quando parecer que todas as coisas belas tenham desaparecido da vida cotidiana.
Por isso bebei da magnificência que vos é oferecida agora tão abundantemente, de mãos cheias! Ela não se vos tornará apenas alegria e felicidade, mas também um grande auxílio. 
Ela vos iluminará as horas sombrias, deixará que supereis dias difíceis, sem que sejais oprimidos por estes.
A fé no auxílio de Deus ressurgirá ou se fortalecerá de novo em vós, se não estiver totalmente soterrada. 

A vida se tornará novamente digna de ser vivida

Ela obterá então um significado, para cada pessoa que restabeleceu dessa forma sua ligação com o Criador.
Apenas quando tiverdes conseguido isso, é que reconhecereis quão bela a vida pode ser e que graça e felicidade se incluem em ser um ser humano.

Cada um é capaz disso, indiferente qual trabalho ele execute e onde quer que ele more neste tão vasto planeta.