terça-feira, 26 de março de 2019

Seres da Natureza XXI







Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Findhonr-Garten  No extremo norte da Escócia – II

Os conselhos dos entes da natureza que eles recebiam devido a muitos problemas relacionados com a horta, eram imediatamente utilizados e as consequências foram colheitas surpreendentemente abundantes.

(continuação)

Em 1964 já vicejavam em Findhorn 65 espécies diferentes de verduras, 21 frutas e 42 qualidades de ervas.
Peter Caddy escreveu mais tarde sobre isso: Quando a força vital se formou no solo, as plantas se desenvolveram e tornaram-se rapidamente resistentes contra doenças e pragas. Todos os fenômenos vitais foram acelerados na horta. Os entes haviam nos dito:
‘Em relação à força vital o solo melhorou enormemente. Vós não trabalhastes apenas como poucas pessoas anteriormente, mas, além disso, nós ainda enviamos à terra uma continua chuva de nossas irradiações. Foi um trabalho em conjunto e por causa desse impulso tudo cresce mais rápido do que o normal’.

Às perguntas de diversas naturezas, os bem sucedidos jardineiros de Findhorn encontravam frequentemente resposta junto a um ente da região. Este vinha então como porta voz do mundo dos seres da natureza. Assim ele havia contado que todos eles trabalham com forças de irradiação – ao contrário dos seres humanos que só pensam em elementos químicos e secundários. A melhor contribuição, que o ser humano poderia dar ao solo, seria o seu bom intuir, o primeiro pode doar força, o segundo amor.
Também é decisivo – assim ensinavam os seres da natureza – confiar na própria intuição no contato com a natureza:

“Quando tu estás exatamente no trabalho e sentes, de repente, que seria certo plantar uma determinada espécie de verdura em um determinado local, então faça isso, mesmo se com isso todo o ambiente em volta tenha de ser modificado. (...) Se tu plantares a planta certa no local certo verás onde deve ser semeada a próxima planta. (...) Tu irás ver como a horta inteira irá se desenvolver, enquanto tu realizas cada trabalho individual sucessivamente.Tu não necessitas de um plano rígido.”

O sucesso extraordinário do grupo de Findhorn logo se espalhou. A isso se associou que análises realizadas pelo “Conselho do Condado de plantio de hortas”, foram tão sensacionalmente valorizadas, que uma emissora de rádio pediu permissão para poder relatar sobre os métodos de plantio. Entretanto, ainda não era o momento propício para falar publicamente a respeito da ligação com os entes da natureza e, assim, os inacreditáveis resultados foram particularmente atribuídos ao uso intensivo de adubos orgânicos e compostos no preparo do solo.

Contudo, os resultados que o grupo na baía escocesa de Findhorn obtinha, tomavam proporções cada vez maiores. Assim, por exemplo, foram colhidos repolhos de grandíssimo peso; uma couve-flor cresceu a tais proporções gigantescas, que quase não era mais possível uma pessoa ergue-la; ela nutria a família por semanas. E tudo isso em um solo pobre, que meses antes consistia predominantemente de areia e pedregulhos.

Mas não se tratava absoluta e unicamente do tamanho e da quantidade:

A comunidade de Findhorn aprendeu que todos os alimentos que são cultivados num trabalho consciente e em conjunto com os entes da natureza, possuem um maior “valor nutritivo e de vibração”, o que contribui para tornar o corpo humano mais receptivo para valiosas irradiações do sol, do ar e do cosmos.

(continua)










quarta-feira, 20 de março de 2019

Série: Enteais XIV







Série: Enteais – entes da natureza

Pelo elemento Ar: Atmosfera

Roselis Von Sass explica:

Entre as muitas espécies dos entes do Ar, são os Silfos que se ocupam com a composição da Atmosfera. Os componentes que formam o Ar ou a Atmosfera desgastam-se como tudo o mais. Por esse motivo todas as substâncias vitais e elementares dessa composição devem ser constantemente renovadas. Os enteais que se ocupam com a composição da matéria, a fim de conseguir seu objetivo, conduzem as substâncias elementares através de movimentação de ondas à Atmosfera...e os Silfos cuidam da distribuição correta das mesmas, para que não ocorra alteração na composição do Ar.
Somente através do incansável trabalho dos inúmeros enteais é possível que nos muitos astros tudo seja processado conforme está previsto nos planos da Criação.
Há Silfos de todos os tamanhos. Seus membros muito delicados movimentam-se no espaço num flutuar rítmico. Usam vestes compridas e ondulantes que parecem ser tecidas com nuvens em delicada cor pastel, com flocos de neve diamantinos. Esses flocos diamantinos, em forma de flores, adornam também seus longos cabelos. Dos rostos delicados e brancos fulguram dois olhos de cor violeta.

extraído da obra: O Livro do Juízo Final


terça-feira, 19 de março de 2019

Lembranças do Graal XVII






Lembranças das minhas vivências do Graal

A Época de Tutzing


Out/ 1926 a Fev/1928

por Elisabeth Gecks

(continuação)

“Se a senhora não pode mais compreender algo, não pode mais considerar como bom e correto, aquilo que lhe parecia assim a um ano, então a senhora pode reconhecer aí, que a senhora avançou um pouco”, assim consolou Abdrushin uma vez minha aflição, pelo fato de eu constatar muitas coisas ainda pertencentes ao antigo e retrospectivamente muitas vezes de forma assustadora, e pelo fato de como eu, há algum tempo, ter pensado, feito ou deixado de fazer ainda isso ou aquilo e notar apenas agora que isso era errado. Também isso foi uma conversa apenas mais tarde na Montanha.

No primeiro inverno da época de Tutzing lia-se e ouvia-se notícias de Therese Von Konnersreuth. Debatia-se se era isso realidade ou enganação, e a igreja via nela uma agraciada, semelhante a uma santa. Eu fui a Tutzing e disse entusiasmada, como ela era agraciada por poder sofrer tendo as chagas de Jesus. Horrorizado Abdrushin olhou para mim e disse novamente, como outrora em Igis: “A Luz não quer o sofrimento das criaturas humanas. Elas o criam por si mesmas para si e podem então, por meio de um reconhecimento acertado, libertar-se novamente da culpa por meio destes. Isto é algo por si. Se as criaturas humanas tivessem sempre trilhado adiante seu caminho para a Luz, elas não teriam se emaranhado e não teria lhes advindo nenhum sofrimento; Deus não desejava isto. Então este tornou-se necessário, elas o criaram como consequência do pensar e atuar malévolos e com isso perderam a ligação com a Luz e a ligação com os enteais e com os auxiliadores espirituais. Mas o pensamento da senhora, que Therese Von Konnersreuth seja uma agraciada, uma espécie de santa segundo a concepção católica, mostra que a senhora mesma encontra-se ainda presa a tais pensamentos católicos. A realidade é bem diferente.”

E então Abdrushin explicou como era isso realmente e que ele queria publicar um escrito que deveria esclarecer os seres humanos e auxiliar-lhes a sair de tais erros. Também foi explicado aí a respeito de repetidas vidas terrenas, sua culpa e por sua vez a possibilidade de resgate. Muitos leram-no então, também pessoas estranhas e também aceitaram ou ficaram pensativas. Mas o desejado auxílio decisivo, o qual Abdrushin quis dar com isso, permaneceu inaceitável com exceção de poucos. Uma decepção, como o Senhor sempre de novo tinha de vivenciar. A igreja católica, porém, festejava o triunfo. –

Minha sintonização com Abdrushin e Frau Maria era tão forte, que eu também podia obter auxílios espirituais e corpóreos, estando distante. Assim, uma vez fui salva de graves sintomas de envenenamento, através de meu pedido íntimo e duas linhas a Frau Maria. O auxílio veio imediatamente.

(continua)



segunda-feira, 18 de março de 2019

Seres da Natureza XX






Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Findhonr-Garten No extremo norte da Escócia

Imagine primeiramente um deserto de pedra e areia, cheio de uma graminha rala, então um homem sem conhecimento de horticultura e jardinagem, ao qual você, leitor, lhe dá a incumbência de fundar ali uma lavoura produtiva: O resultado teria de ser bem ruim, não acha?

Contudo, exatamente de tais condições ruins surgiu Findhorngarten.

Sua história começou em 1902, há exatamente 40 anos, e nesse intervalo atravessou o mundo.

Hoje, quatro décadas depois, o local no estremo norte da Escócia é o resumo da cooperação entre ser humano e ente da natureza, e ele  se tornou como meta de inúmeras pessoas, que estão a procura de respostas, as quais o intelecto e o materialismo não podem dar.

Reinhardt Wurzel fez uma visita a Findhorngarten e relata sua história:

Um Novembro de neve de 1962 trouxe uma modificação decisiva na vida do casal Peter e Eileen Caddy, juntamente com seus três filhos – Christopher, Jonathan e David – bem como uma auxiliar, Dorothy Maclean: a família mudou-se para um trailer na baia de Findhorn, Morayshinre, Escócia. Uma mudança pouco comum de moradia, pois antes os cinco haviam vivido em um hotel luxuoso de quatro estrelas – Peter Caddy era um gerente bem sucedido lá. Contudo, então ocorreu uma condução interior, que sua esposa vivenciara de maneira bem forte, levando a família a iniciar algo totalmente novo – aquele local, aquele pequeno trailer, aquele fim de mundo, os quais eles próprios procuraram para morar: o pequeno pedaço de terra era uma península, rodeada pelo mar pelos três lados, exposta continuamente às tempestades e que se situava à beira de uma duna de areia. A vegetação consistia, sobretudo de uma espécie de cacto, de trevo e de uma gramínea que nasce preferencialmente na areia.

Contudo os Caddys sabiam que ali deveria ser construído algo – e assim eles puseram mãos à obra, auxiliados por Dorothy.

Para começar, eles construíram de um lado do trailer um cercado de madeira, para se protegerem da areia. Dentro deste cercado surgiu um pequeno canteiro para rabanete e salada, bem como um quadrado em cimentado, no qual eles podiam se sentar ao sol sem serem incomodados, saborear o tempo e a tranquilidade e também tomar juntos as refeições.

Naquela época aquele grupo possuía apenas pouco dinheiro a disposição – com escassas 8 libras de seguro desemprego, que Peter Caddy recebia toda semana, não dava, na verdade, para se fazer muita coisa. Mas por meio de uma feliz condução, os materiais necessários para a construção estavam sempre à mão.

De início tratava-se, sobretudo de composto orgânico, pois a terra fraca necessitava de nutrientes: munidos com baldes e pás eles juntavam, com consentimento do camponês do sítio vizinho, esterco de cavalo e buscavam grama marinha junto à praia. Também restos de turfa e sobras de cevada de uma indústria de conhaque próxima dali eram, por exemplo, valorizados como produtos de adubação. Um vizinho doava cinzas que era útil contra insetos nocivos (os quais ao contrário devorariam as plantas) e também como adubo, e a família pioneira de Findhorn também empregava grama cortada de toda a redondeza. Muitas vezes conseguiam adquirir coisas úteis em troca de trabalho pessoal – ou seja, madeira e tela necessárias para se fazer um novo cercado, para proteger os alimentos plantados de algumas possíveis lebres.

Aos poucos a horta tomou forma. Já durante a primeira temporada de construção, admiráveis resultados apresentaram-se: rabanetes, alfaces, cenouras, tomates – as mais diversas espécies de verduras eram cultivadas e vários tipos de ervas colhidos. Como isso era possível naquele local – e ainda mais nenhum dos pioneiros possuindo experiência como isso?

Já pouco tempo depois de terem sido iniciados os trabalhos com a horta, havia ocorrido um contato bem especial: Fora Dorothy que, como primeira, descobrira surpresa e que estabelecera contato com seres da natureza, podendo receber deles conselhos práticos.

Isto fora uma experiência incisiva, que fez com que todos os membros do grupo aprendessem a confiar em seu trabalho em uma condução não habitual. Sempre quando se faziam necessárias orientações profissionais Dorothy procurava entrar em contato com o correspondente ente. E assim logo advinha auxílio, como por exemplo, quando uma verdura transplantada parecia definhar e um ente da natureza se expressou a respeito:

Nós não podemos aprovar o transplante. Ele enfraquece as forças da planta. Para o ser humano isso é cômodo. Para nós é difícil e enfraquece nossas energias. O método da Natureza de produzir uma enorme quantidade de semente e deixar que somente as mais fortes sobrevivam, garante o melhor para a planta. Seria melhor que os seres humanos semeassem as sementes mais próximas do que necessitam e então retirar aquelas em que se pode notar que as forças vitais são fracas. Eles auxiliam então a Natureza e a Natureza por seu lado, irá produzir saúde para eles.

Tais conselhos que eles recebiam devido a muitos problemas relacionados com a horta, eram imediatamente utilizados e as consequências foram colheitas surpreendentemente abundantes.

(continua)







quinta-feira, 14 de março de 2019

Casandra XV






Casandra

Por inspiración especial


La flota griega había acabado desperdigada en medio de las grandes tormentas. Agamenón, empero, conjuntamente con el resto de sus barcos, abundante botín y muchos esclavos, entre los que se contaba Casandra, había arribado a Argólida sano y salvo.

Adusto y agreste le pareció a Casandra el país; ya que el mismo estaba cubierto de densas sombras negras que solo su ojo veía, sombras en las que se movían seres repulsivos que le mostraban a la mujer de perspicaz mirada la condición de los seres humanos que allí moraban. La tormenta había arrastrado los barcos a tierra inesperadamente, y los marineros tuvieron mucho que hacer para que los bajeles no acabaran sufriendo daños.

Vadeando el trecho que faltaba para llegar a la orilla, los hombres alcanzaron la playa con gran trabajo y buscaron un lugar por donde las mujeres y los niños pudieran salvar la distancia que los separaba de la orilla. Desfigurados por la necesidad y las tribulaciones, desmoronados por el hambre y las enfermedades, los esclavos ofrecían un panorama digno de lástima. Muchos de ellos habían muerto durante la travesía y habían sido arrojados al mar.

Con gran trabajo se formó la caravana de esclavos; estos estaban atados por cadenas unos a otros. Los hombres más fuertes eran obligados a andar bajo una especie de yugo, con el cuello inclinado y las manos atadas a la espalda. Pese a ello, no se podía decir que los hombres de Agamenón hayan sido recios con los prisioneros. Aquellos no hacían más que actuar según lo exigían las costumbres de la época.

La noticia de la llegada de los barcos debe de haberse propagado de alguna forma, puesto que la gente comenzó a acercarse al lugar. Se acercaban llevados por la curiosidad, mas esta se convertía en alegría al ver la gente que su general regresaba triunfador. Pero a Agamenón le llamó de inmediato la atención lo afligida y cerrada que se veía a la gente. Prácticamente, daban la impresión de estarle rehuyendo.

¿Era así como el pueblo recibía a su señor, que había pasado largos años expuesto al peligro y a la necesidad, lejos de su casa y de su tierra? Casandra recordaba el júbilo de la gente cuando su padre y hermanos regresaban de sus viajes. ¡Qué diferente era aquí! ¿Era acaso esa la alegría del vencedor?

Cual pesada presión se depositó en su corazón el panorama que ofrecía esta tierra extraña y sus gentes cerradas y de mirada insegura.

Agamenón había regresado a casa después de todo, cuando tantos videntes habían anunciado que el rey jamás volvería a poner un pie en su país. Todos sentían que habían sido malos administradores y que de esa forma agregaban otra culpa al hecho de que habían presenciado y tolerado la desgracia en la casa real. 

Largo y lento antojósele a Casandra el recorrido; el camino era escabroso y polvoriento, deslumbrantes los rayos del sol; y los vientos de la brava tormenta aún soplaban desde el mar. Cada vez más personas se iban sumando a los allí presentes, y unidas en grupos, aguardaban la llegada de la procesión. Hubo quienes les lanzaban piedras a los prisioneros, y algunos de estos fueron blanco de las pedradas en lugares sensibles. Los soldados, empero, trataban de impedirle a la gente estos actos de agresión. Los coches acababan alcanzando a la caravana de esclavos, de modo que estos se veían obligados a apartarse y esperar a que aquellos pasaran. La polvareda del camino era tan densa que uno apenas podía ver a la gente. Jadeando y resollando avanzaban los prisioneros, las cadenas y grilletes dificultándoles la marcha.

Casandra iba entre dos mujeres que antes la habían difamado tremendamente. Una era la supervisora de la casa, una mujer muy fiel a los sacerdotes y que siempre le había temido al saber de Casandra, toda vez que tenía cargo de conciencia. La otra era la nieta de la primera, una joven de unos veinte años. Ahora ninguna de las dos quería separarse de Casandra y trataban de hacerle su dura suerte lo más llevadera posible. Casandra, por su parte, sentía gusto de tener cerca mujeres de la patria. Así avanzaba, camino de Micenas, la procesión de prisioneros, una caravana de seres tristes, cansados y de lento andar.

Lo penoso del recorrido quedó grabado de manera indeleble en el alma de los cautivos; tal era el dolor que cada paso les causaba a las mujeres que era como si recorrieran descalzas un camino lleno de espinas. El gemido de los que, abrumados por la fatiga, caían al suelo les traspasaba el corazón. 

A lo lejos se alzaba, soberbia, la bella y próspera ciudad. Sus muros carmelita grisáceos tenían un aspecto amenazante y sombrío, mas tras ellos relucían blancas edificaciones y espléndidos arbolados permitían entrever bellos jardines.

Pero todo se sentía tan diferente a como era en Troya. ¿Dónde estaba la vida lujosa y exquisita que tanto celebraban los poetas?; ¿dónde el buen gobierno de los bienaventurados dioses? Este no era un país que pareciera feliz. Aquí la tierra rezumaba luto, necesidad y descontento, y sobre el pueblo se cernía, amenazante, la Medusa.

Cuando la procesión de esclavos llegó finalmente a la ciudad, esta se encontraba en un estado de gran efervescencia preñada de alegría. La gente estaba feliz: después de todo, esperaban que con el regreso del príncipe la ciudad experimentaría un nuevo ascenso y vendrían mejores tiempos. Al gobierno de Clitemnestra, empero, sí que le temían.

(continúa)




Una traducción Del original en alemán


Kassandra


Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935


terça-feira, 12 de março de 2019

Séries: Enteais XIII





Série: Enteais – entes da natureza


Os Entes dos Lagos


por Geoffrey Hodson


Este relato provém de uma observação ocorrida no Lago Thilmere, cujo fenômeno natural provavelmente, seja típico nesses locais. Pela visão etérea desse lago, inúmeros entes da natureza pelo elemento Água, se apresentaram deslizando velozmente sobre sua superfície, possivelmente a uma altura cerca de dois metros e meio ou algo menos, porém em algumas vezes se elevaram até muito mais. Ainda que o usual seja permanecer sobre a água, ocasionalmente também sobrevoavam os campos. Lembram de alguma forma enormes pássaros voando com grande velocidade. Pela distância na observação da ocorrência, ou talvez nem seja por isso que, não foi possível distinguir qualquer imagem mais nítida, porque eles assumem e desfazem com grande rapidez inúmeras formas diferentes, similar com as de pássaros. Ainda assim, houve a sugestão constante pela visão da aura de cada um deles como detalhe, se transmutando sempre, da aparente forma de asa, ligeiramente para o semblante humano.




segunda-feira, 11 de março de 2019

Seres da Natureza XIX






Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Ver a natureza, Enxergar seus Entes - III

A possibilidade de ver os entes da natureza surge quando são cumpridas condições bem especiais:


Mediunidade e Irradiação Sanguínea


Essas condições encontram-se no sangue do ser humano, ou seja, em sua irradiação. Um fato bem pouco conhecido é o de que a conexão entre o corpo e o espírito não se dá sem mais nem menos. O espírito e os finos invólucros que o envolvem são muito etéreos, para poder se ligar com o corpo físico bem mais denso. Faz-se necessário um elemento de transição, que forma a ponte – este é o sangue. Para ser bem específico: não se trata propriamente do sangue – já que este é igualmente de espécie material –, mas de sua irradiação singular.
Assim como tudo, também nosso sangue possui uma irradiação. Isto é, ele emite raios invisíveis ao olho, cuja propriedade depende da composição do sangue. Essas irradiações do sangue unem-se com as irradiações que, o espírito, envolvido por seus invólucros mais finos, emite e juntas essas irradiações formam a ligação necessária entre o espírito e o corpo. Eles encontram-se assim ligados um com o outro como que por meio de uma ponte de irradiação.
Normalmente essa ponte une o espírito com toda a funcionalidade do corpo físico, portanto também com os olhos terrenos. Às vezes, porém, ocorre que, por meio da modificação nessa ponte de irradiação, as percepções exteriores são tão fortemente comprimidas a segundo plano, que o espírito temporariamente, não fica em ligação com os olhos do corpo terreno, mas com os de um invólucro mais fino. Disso advém então a especial capacidade de pessoas mediúnicas ou videntes de verem algo, que fica oculto aos outros.
O fato de se poder desenvolver uma irradiação sanguínea que permita ver os seres da natureza, de forma relativamente fácil junto a pessoas que vivem elas mesmas bem próximas à natureza, é evidente. Uma ponte de irradiação favorável referente a isso, também existe muitas vezes junto a crianças pequenas. Mas quando os pais ouvem algo a respeito de “pequenos homenzinhos” ou coisas semelhantes, então eles geralmente pensam que seus filhos, influenciados por lendas, só imaginam essas figuras para poder brincar com elas na imaginação.
Contudo, em uma atenta observação poder-se-ia às vezes constatar, que a criança realmente vê algo – por exemplo, quando irrompe de repente uma brincadeira em que estava aprofundada e reage surpresa; ou quando fica profundamente decepcionada, porque o “pequeno homenzinho” foi embora – tais crianças não falam, pois de “anões” do livro de estórias! Geralmente as crianças também vêem gnomos de fato. Esses entes são os mais densos de todos os seres da natureza. Eles se ocupam com tudo o que se refere a terra, solo ou pedras e por isso podem ser mais facilmente vistos pelos seres humanos. 
A irradiação sanguínea necessária para ver os entes da natureza também pode se mostrar repentinamente em situações de grande perigo, condicionada por um forte esgotamento físico ou abalo psíquico. O conhecido piloto Charles Lindbergh, que fez em 1927 a primeira travessia do Oceano Atlântico sozinho em um vôo, escreveu narrando como ele, esgotado pelo frio e pelas condições desfavoráveis do tempo, lutava desesperadamente contra o sono e como ele, graças ao auxílio de entes da natureza, conseguiu levar ainda assim seu avião ao objetivo final. Existem também relatos semelhantes de outros pilotos ou de pessoas em situações extremas como mineradores soterrados.
Interpretam-se esses relatos geralmente como alucinações, produzidas por esgotamento ou medo. A medicina define com esse conceito a visão de coisas ou seres, que não podem ser realmente vistos de forma terrena. Tais alucinações podem surgir, quando o cérebro ou o sistema nervoso encontram-se fortemente abalados, como, por exemplo, por ocasião de febre elevada ou ingestão de drogas. Esse tal estado anormal produz no campo visual do ser humano o surgimento de manchas, ou seja, de formas coloridas. Essas manchas – segundo a suposição científica – seriam interpretadas pela referida pessoa erroneamente como um objeto ou ser.
Em nosso caso temos que partir, porém, de outras conexões, que nos conduzam além do modo de interpretação médica: o cansaço e as fortes emoções também levaram a uma alteração da irradiação sanguínea, abrindo assim a possibilidade de ver algo em um plano extraterreno da Criação como realmente existente. Tais visões, que sempre transmitem também conteúdo e sentido, não podem ser por isso simplesmente descartadas como alucinações, ao contrário, elas são o resultado de circunstâncias especiais, as quais alteraram a irradiação do sangue.
O fato de que a mediunidade não surge de forma permanente, mas sim apenas temporariamente – a maior parte do tempo uma pessoa mediúnica vê de forma “totalmente normal” com seus olhos terrenos –, esclarece também, porque muitas vezes se relata que os entes da natureza tomariam “repentinamente” forma, ou seja, surgiriam no campo visual. Talvez não se esperasse tal relato, por estarmos habituados que aquilo que _vemos_ com os olhos terrenos está sempre diante de nós, ou seja, encontra-se de forma totalmente concreta em nosso campo visual e não tem que “surgir”. Contudo, essa descrição é algo totalmente normal para o enxergar com os olhos interiores, ela corresponde ao esclarecimento sobre a alteração da irradiação sanguínea. Esta demora um determinado tempo para se modificar. Assim um ente da natureza pode se encontrar diante de uma pessoa, que normalmente pode vê-lo, mas que naquele momento ainda não o vê, devido ao fato da irradiação sanguínea necessária para isso ainda não ter atingido a correspondente modificação.
Quando essa condição encontra-se cumprida, então a referida pessoa pode ver o ente da natureza tomando forma (quando a alteração da irradiação sanguínea ocorre lentamente) ou ela vê o ente repentinamente diante de si (quando o processo se dá rapidamente). O fenômeno do surgimento não depende, portanto, apenas do ente da natureza, mas, sobretudo das capacidades da pessoa.
A pergunta central, que nos havíamos proposto no início – por que apenas algumas poucas pessoas podem perceber visualmente os seres da natureza – está com isso respondida: Fazem-se necessárias certas capacidades mediúnicas, que se coadunem com uma especial irradiação do sangue.
Cada um pode ver a natureza, contudo, os seus seres, temos de ser capazes de enxergar – ou intuir a presença deles com outras “antenas”.  

Christopher Vasey
 
(continua)










quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Série: Enteais XII






Série: Enteais – entes da natureza

A Dança dos Silfos

por Geoffrey Hodson

Visto num lapso aéreo de visão formada desde um vislumbre em alturas distantes, um provável guia angélico atento na direção do alto, abriu seus braços junto a seu condizente chamado, com o efeito instantâneo de aproximar povoadas ordens de entes do ar, até o gramado um pouco acima, de onde até então ele se encontrava ereto. Enquanto desciam, os Silfos já se agrupavam, e suas auras produziam o efeito de nevoentas formas, na maioria das vezes similares ao cor-de-rosa, com brilho intensamente irradiante, cuja atmosfera trazida inspirava a sensação de abundante alegria, como de um grupo de crianças libertas da escola naquele assim parecido momento que propriamente significava o contrário, pois o suposto “anjo” os chamara da real liberdade flutuante das alturas, para um servir pelo tema na dança dos silfos.     
A convocação consistia de uma corrente altamente concentrada de força revestida de matéria mental do pensamento impulsivo por sua vontade dominante de regente. Na parte superior da aura do “anjo”, algumas pequenas formas brilhavam no ar, com a ponta para cima; a coloração principal em tom rósea, e as pontas em feixes azuis metálico, golpeavam cada silfo, pelo alerta de sua descida, cuja reação demonstrava que sua vontade equivalia a uma ordem. Ao sorrir espontaneamente para eles, raios róseos de amor brilharam dos silfos para o dito “anjo”, voltando dele, pela sua aura em consentânea resposta de afeto, tanto mais teor de semelhante colorido luminoso. De sua aura lateralmente brotaram duas irradiações similares a asas, que em seguida envolveram o grupo de silfos como estímulos luminosos vindos dele, pela sua regência. Pelas asas era mantido o compasso, de um movimento contínuo, gracioso, amplo e oscilante para frente e para traz; entre ambos, maestro e regidos, com cada batida de “asas” vertendo-lhes mais vida e amor, suprindo-os com intensa alegria até o estado de um enlevo geral sublime.
Os silfos manifestavam um para o outro, imensa afeição recíproca, estando muitos deles “eretos”, com os braços abertos no ponto de se apoiarem uns sobre os outros. Terminadas essas felicitações, iniciou-se um movimento coordenado, dispondo-se todo o grupo em fileiras circulares, na forma de uma flor convolvulácea. Um silfo, especialmente marcava o centro, três formavam um círculo em volta dele, com grande parte voltada para o meio; o restante em diversificações circulares, na forma cada vez mais ampla que o precedente, luzindo a partir da luz rósea variações pelas cores naturais de suas auras entre mutantes nuance de uma opala.
Então, toda a “flor” começou a girar; os silfos movendo-se todos juntos e mantendo com perfeição a forma convolvulácea de início. Em suas faces estampava-se uma expressão de prazer, com seus longos “cabelos” flutuando e suas diáfanas vestimentas misturadas numa expressão de perfeita unificação entre pensamento, sensação e sentimento.
Eles giravam com rapidez numa cadência crescente, até o maestro dar o sinal de moderação, levantando a mão direita acima de sua cabeça. Com isso, o grupo todo que ainda continuava girando pela mantida coreografia em flor, desacelerando imperceptivelmente numa elevação magistral para as alturas espaciais, com o encanto visual de cada círculo num lapso maior de rapidez se abrindo em fileiras até fragmentar-se ao número de dois a três silvos, em que na dança permaneciam rodando e subindo na forma de flor, qual imagem finda brilhante no céu como estrela. Concluiu-se assim o espetáculo natural por oferenda da unidade universal em arte, com amor e alegria na recíproca purificação daquela localidade marcada como palco especialmente escolhido para prestar reverência pela vida...
     
extraído do livro: O Reino dos Deuses – de Geoffrey Hodson









quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Casandra XIV





Casandra

Por inspiración especial

Una mañana gris y plomiza dio inicio al tercer día. Troya había quedado reducida a un montón de ruinas humeantes. Humo despedían también aquí y allá las piras mortuorias. Las cenizas de los muertos habían sido colocadas en grandes jarrones de piedra y estos, a su vez, en el panteón destinado al efecto. A Príamo también lo habían sepultado. 

Troya había quedado sumida en la oscuridad; oscuras también estaban las almas de las prisioneras. Los griegos se dispusieron a abandonar Troya. Menelao había conducido triunfante a Helena a su barco, y muchos lo siguieron. Conjuntamente con Agamenón, Odiseo había determinado cuáles serían los barcos de los prisioneros; Micenas habría de ser el destino de Casandra. A esta la noticia la había fulminado como si se tratara de la muerte misma, incluso peor, mas entonces la mujer elevó al cielo una plegaria en silencio:

«¡Que sea tu voluntad, Señor, y no la mía!».

Troya no era más que un gris amasijo de humeantes escombros, una ciudad sin vida, y los pájaros descendían en picada sobre los cadáveres que habían quedado sin sepultura. La playa estaba desolada y anegada en sangre y en el mar desembocaban pequeños riachuelos del rojo líquido. En el cielo negruzcas nubes anunciaban la inminencia de una tormenta, y, llenos de ira, los Eternos escondían la cabeza. Los bajeles zarparon, y Casandrá lanzó una última mirada a la derruida casa paterna. En un aciago presagio, la tormenta azotaba las velas de los barcos. 


Troya había caído y los últimos vástagos de su gran estirpe de héroes se encontraban en alta mar, expuestos al antojo de las olas. El hidalgo Príamo, padre de cincuenta hijos, entre los que se contaban Héctor, Paris y Polidoro, los diamantes en el anillo formado por los héroes troyanos, Príamo ya no estaba. ¡Ay de la soberbia Troya, condenada para siempre!; ¡ay de la ciudad caída, que tan majestuosa había sido creada por el favor de los dioses! Ahora estaba muerta, desangrada y reducida a escombros, y el viento transportaba sobre el mar los lamentos de los abandonados que habían quedado sepultados bajo sus cenizas.

En el mar bramaba la tormenta y los barcos de la imponente flota, cargados de abundantes de tesoros, acabaron desperdigados.

Casandra, la más preciosa de las perlas, brillando como lo hacía en la luz de la Verdad, estaba bajo la custodia de Agamenón. Su mirada, que era capaz de penetrar las profundidades del pasado y de asimismo aprehender la vastedad del futuro, había vuelto a cobrar vida. Mas en lo referente a su propio destino, sus clarividentes ojos permanecían cerrados.

Los días de la travesía y las noches espantosas en las que sus acompañantes no más aguardaban sucumbir a las olas fueron para ella apenas minutos, tan solo segundos, toda vez que una mano atenta y amorosa le había borrado del libro de su vida espiritual todo miedo, todo pavor, grabando en él entonces la confianza y la fe en el futuro. Casandra había regresado a casa, había entrado a una Luz que, con su claridad, le servía de guía en medio de las más espesas tinieblas, de tal suerte que le resultaba imposible perderla.

Mas podía ver el terrible destino de los hombres, la decadencia de los pueblos y de las generaciones y la gran necesidad que los héroes habrían de padecer.

«Agamenón, ¡presta oídos a mi advertencia! Asesinos aguardan por ti, asesinos en tu propia casa. ¡Estate alerta! Una mujer que es más culebra venenosa que otra cosa, bella e igual de peligrosa, vive en tu casa, y un calzonazos totalmente controlado por ella, un hombre ponzoñoso, cobarde y lleno de vicios, es su pareja. Ojalá los vientos nos ahogaran aquí en alta mar, de modo que no tuviéramos que ser testigos del final, el final de soberbios héroes».

Así habló Casandra, y sus palabras eran para Agamenón sombrías noticias.

Mientras los demás prisioneros, que yacían en lo más profundo del vientre del barco, lo pasaban sumamente mal, a Casandra se le permitía con frecuencia permanecer en cubierta, junto a Agamenón. Este disfrutaba contemplar su orgullosa y, al mismo tiempo, apacible y comedida manera de ser. Paz y pureza emanaban de ella, la vencida, la esclava, hacia él, el vencedor, el temido general, el enemigo. No mediaba odio entre ellos, tampoco amor; lo que sí sentían el uno por el otro era un gran respeto, y en realidad, ambos eran dignos de él.

Casandra sentía dolor cuando pensaba en el futuro, pues sabía que una diabla esperaba por ella. Llena de pavor, contemplaba los muros de Micenas y a sus habitantes, y se dio cuenta de que los dioses se habían apartado de este lodazal de pecados. Micenas era como un nido de víboras, cada una de estas llevando una corona de muchas piedras preciosas que no eran sino veneno mortal.

Oscuros eran los muros, oscuros también los salones, llenos como estaban del dolor de los abandonados y la lascivia de los disipadores. Negros del pulular de repugnantes sabandijas: así se mostraban a la mirada perspicaz; y el zumbar del látigo y el veneno y el puñal, los gritos de los esclavos y el cuchichear del pecado asomaban sus rostros de sardónica sonrisa en cada rincón. Hacia allí iba Casandra.

A ratos pensaba en los suyos y ello le desgarraba el corazón. Muchas veces había tratado de averiguar el destino de Andrómaca ‒que había tenido que acompañar al hijo de Aquiles‒, ya que Andrómaca era alguien a quien ella había amado. Mas sus intentos resultaron infructuosos. Demasiado hondo se había hundido aquella en su sufrimiento como para poder obtener conexión con Casandra. Y en su sufrimiento, arrastraba violentamente a la Tierra al espíritu del marido, al llamarlo constantemente a su lado.

Hécuba ya no estaba entre los vivos. En su locura producto de su culpa se había llevado consigo a las puertas de Hades la muerte del cegado Poliméstor y la caída de su casa. Aullando y deambulando erráticamente como una perra, movíase este ser completamente cegado por las tenebrosas honduras, habiendo olvidado completamente el luminoso resplandor que, proveniente de su hija Casandra, quiso en su día mostrarle el camino. Tampoco ella podía encontrar conexión con Casandra, que, cual estrella refulgente, solo atraía almas luminosas, mientras que las tinieblas se encrespaban, hostiles, en su cercanía.

(continúa)




Una traducción Del original en alemán


Kassandra


Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935


terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Seres da Natureza XVIII






Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Ver a natureza, Enxergar seus Entes - II

O corpo físico não é, por isso, o verdadeiro ser humano, mas apenas um instrumento... Os olhos do corpo físico pertencem a esse instrumento. Não são eles próprios que “vêem”, mas aquele que se utiliza dos olhos: o espírito, nosso verdadeiro “Eu”. Exatamente como uns óculos, um binóculo ou um microscópio são instrumentos dos olhos, que transmitem – por meio do cérebro – informações visuais do espírito. 

Assim como o espírito tem, portanto, a necessidade de tomar para si um corpo correspondentemente grosso material, para poder atuar no mundo físico, ele também tem de envolver com a espécie própria dos outros planos. Enquanto o espírito, em seu percurso descendente do Paraíso até a Terra, desce de um plano ao outro, um invólucro após outro se colocam ao seu redor, envolvendo-o qual um manto – um sobre o outro. Assim todos nós trazemos muitos corpos diferentes em torno de nós, de acordo com as diversas planícies que passarmos em nosso percurso vindo do Reino Espiritual. E todos esses invólucros estão munidos de “instrumentos”, ou seja, órgãos, que nos permitem atuar sobre a respectiva planície e acolher impressões dela. Cada um desses invólucros possui, portanto, também olhos.
Aqui se levanta a questão, por que essa “diversidade” de olhos não permite, de modo totalmente natural, a visão de nossos corpos mais finos, ou seja, dos respectivos planos da Criação. Por que não vemos todos os mundos de uma só vez?
Isto ocorre, porque os diversos olhos de constituições diferentes não funcionam todos ao mesmo tempo. Normalmente estão abertos apenas os olhos do invólucro mais denso e mais externo, trazendo ao espírito as informações necessárias à consciência. Se recebêssemos ao mesmo tempo impressões de diversos planos, teriam de surgir daí percepções confusas, com as quais não saberíamos o que fazer. Portanto, sempre se encontra aberto apenas um par de olhos. Por ocasião de exceções, porém, também pode se abrir um outro par – este é o caso em pessoas mediúnicas.

A Capacidade Mediúnica

Uma pessoa mediúnica também enxerga habitualmente com os olhos de seu corpo físico, assim como todos nós. Contudo, temporariamente ela pode – enquanto a visão dos olhos terrenos é “desligada”  – perceber coisas que usualmente são denominadas como “não existentes”, por não poderem ser vistas de forma material e terrena. 
Contudo, tal pessoa as vê; o outro par de olhos de constituição não material as transmite ao seu espírito. Quando levarmos em consideração o ser humano por completo, isto é, tanto a parte material (o corpo físico) como também a imaterial (os corpos mais finos e o espírito), então a capacidade mediúnica é algo totalmente natural.
Contudo, esta capacidade se apresenta de diversas maneiras. Nenhuma pessoa mediúnica ou vidente pode ver todos os planos da Criação; geralmente trata-se de certo modo de “especialistas” – e entre eles existem alguns que estão sintonizados na “frequência” dos entes da natureza. Mas também aqui, nem todas as pessoas mediúnicas vêem da mesma maneira. Na maioria das vezes são os mais densos seres da natureza que podem ser vistos, portanto, sobretudo ondinas e gnomos, que atuam no elemento água e terra. Entes de constituição mais etérea, que se ocupam com o fogo e o ar, são bem mais raros de serem vistos.
O que as pessoas mediúnicas vêem são corpos de uma matéria mais fina. Os seres da natureza, não trazem portanto nenhum invólucro grosso material, como nós durante nossa vida terrena, mas sim um corpo de constituição do “além”. Por esse motivo eles podem (da mesma forma como, por exemplo, ondas de rádio) passar através de muros e de outros obstáculos grosso materiais que se encontrem à sua frente, como se esses não existissem.
Devido ao fato dos entes da natureza não possuírem um corpo grosso material, podem também ser vistos por pessoas cegas – tão logo estas forem capacitadas à mediunidade. Em tais casos excepcionais os olhos do corpo físico não funcionam de fato, mas sim aqueles do respectivo invólucro mais fino. Assim escreve uma pessoa cega de nascença:

“Quando criança eu brincava com prazer com anões e elfos. Eu os conhecia e os compreendia. No que, porém, se referia ao mundo físico, meus pais e educadores tinham de me abrir o acesso a ele através de uma condução concreta e sistemática, pois eu havia nascido cego. O “outro mundo”, como eu o chamava – ninguém. Às vezes eu queria falar com outras pessoas a respeito, deixá-las participar daquilo que eu vivenciava. Quando eu era pequeno elas me ouviam com paciência e concordavam comigo. Mais tarde – e quando elas pensavam que era conveniente – elas se esforçavam, por banir esse “outro mundo” de meu espírito. Elas me diziam, que temos que aprender a distinguir o que é real, daquilo que só vive em nossa imaginação. (...) Contudo, eu não ‘acreditava’ nesses seres, eu os vivenciava e assim comecei a sofrer com meu grande e primeiro problema de vida. Ao seguir os adultos, eu tinha de acreditar naquilo que eu não via.”

A possibilidade de ver os entes da natureza com outros olhos, do que os do corpo grosso material está ancorada potencialmente em cada ser humano. Ela, porém, surge quando são cumpridas condições bem especiais.
 


(continua)