quarta-feira, 29 de março de 2017

No Topo das Efetivações





No Topo das Efetivações 

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço concluído a construção do primeiro mosteiro nessa região, onde mantém seus discípulos...



“Mestre,” perguntou Su, “é-nos permitido retornar aos jardins eternos quando ficarmos velhos e nosso invólucro terreno quebrar?
“Isso dependerá de vós,” explicou Miang-Fong, pacientemente. “Quem, de noite, já consegue ascender muito no caminho para os jardins eternos, os seus pés tornaram-se leves e rápidos. Ele encontra o caminho e a pátria o atrai. Mas somente aquele que tiver vencido o seu eu, terá seus pés tão leves e tão rápidos, que a Terra não mais pode chamá-lo de volta e retê-lo.”
“Mas como nós podemos vencer o nosso eu?” perguntou agora Lung, o mais vagaroso e pensativo de seus alunos. Havia certa preocupação nessa pergunta.
Miang-Fong, porém, sorriu: “Lung, para aprender isso, fomos todos conduzidos para o Tao-schan aqui. Não é fácil aprender isso, mas quem o faz, já prova aqui na Terra a felicidade bem-aventurada dos jardins celestiais. Quero dar-vos um exemplo. Vós conheceis Min-ha, a jovem mulher que viu seu filho morrendo. Também sabeis, como cuidava do filho dia e noite, como tudo fez, para mantê-lo com vida. Nisso, ela esqueceu-se de si mesma, pensou somente no sofrimento do filho e cuidou dele dia e noite e, com seu cuidado abnegado, conseguiu salvá-lo. Ela se sentia feliz e em nenhum momento lembrou-se dos sacrifícios prestados ao filho. Ela não teria compreendido se alguém a tivesse elogiado ou admirado. Para ela era natural, ela tinha vencido o seu eu, por amor ao seu filho. Se vós ajudardes a outrem assim como Min-ha ajudou seu filho, quando somente viveis com o pensamento: o que eu posso fazer, para manter o outro com vida, então vós esquecereis o vosso próprio eu, e nem vos ocorrerá ter desejos para vós próprios.”
Assim e de modo semelhante ensinava o sábio e introduziu seus alunos, cada dia mais profundamente, naquilo que eles deveriam saber e guardar dentro de si, para poderem difundir luz, a luz da verdade, que ele tinha acendido neles. Meses haviam passado. Chegou o dia em que
Miang-Fong pôde mudar-se com seus alunos para o novo prédio, mesmo que ainda não estivesse totalmente concluído. Os homens de Lao-tschang tinham ajudado diligentemente na construção do mosteiro. Eles próprios alegravam-se com o andamento dos trabalhos. Agora, quando o trabalho aproximava-se de seu final, muitos lamentavam o fato de, em breve, terem que deixar a montanha do Altíssimo. A vida em comum os agradava e sentiam por ter que deixá-la. Assim, alguns dos mais jovens pediram a Miang-Fong, que os aceitasse no grupo de seus alunos. Miang-Fong examinou-os e, onde encontrava sincero desejo por uma vida com mais sentido, por um saber aprofundado e o anseio de auxiliar aos outros, então ele consentia.

Assim, em pouco tempo, multiplicou-se o número de moradores do mosteiro em três, até quatro vezes, e Miang-Fong teve que dividí-los em grupos, de acordo com sua igual espécie e maturidade espiritual. Já podendo elevar alguns de seus alunos mais antigos para “auxiliadores”, que o assistiam na instrução dos “aprendizes”. Tratava-se especialmente de Dak, o mais maduro de seus Tschilas, mas também Su e Pao. Lung era muito vagaroso. Ele ainda devia continuar a assimilar e aprofundar os ensinamentos no seu íntimo, e Min-fu pediu ao mestre, que também doravante lhe confiasse os jardins. Com esse trabalho estava totalmente ocupado. Ele educou, entre os mais jovens, um grupo de ajudantes solícitos, que cuidavam da alimentação necessária dos moradores do mosteiro. Certo dia, uma mensagem chegou até Miang Fong, de que num povoado distante, chamado Kombodscha, também havia irrompida uma epidemia e que eles não sabiam como ajudar-se. A notícia de sua ajuda milagrosa aos moradores de Lao-tschang havia chegado até eles e, agora, pediam a ele que também os ajudasse. Eles estavam confiantes de que ele seria o único que poderia ajudá-los.
Miang-Fong consultou seu guia luminoso e recebeu a resposta que deveria partir e dirigir-se ao Kombodscha. Isso resultaria em grande bênção para ele e promoveria muito a causa do Altíssimo. Então, Miang-Fong escolheu alguns de seus alunos para seguirem com ele. Entregou a Dak a direção do mosteiro na montanha Tao-schan.
Os mensageiros de Kombodscha conduziram-no, cheios de alegria, pelo caminho mais curto até sua pátria tão atormentada. A situação, lá, era realmente grave. Uma grande parte da população já havia morrido por causa da epidemia febril semelhante à peste e, os até agora preservados, tremiam de medo e não arriscavam deixar suas casas.
Miang-Fong ia de casa em casa, consolava e encorajava e sua atitude sem medo deu novo ânimo aos deprimidos. Parecia que somente a sua presença espalhava saúde e novo ânimo. Depois que Miang-Fong se convenceu do que se tratava, começou a combater vigorosamente a doença. Mandou erigir um tipo de cabana de proteção, na qual mandou deitar todos os enfermos sobre leitos limpos. A seguir, todas as casas deviam ser limpas minuciosamente, eliminando sujeira, às vezes de anos, e que deveria ser queimada publicamente. Com isso, muitos germes da doença foram destruídos. Depois, ordenou para todos os moradores lavagens, três vezes por dia, com água fervida, à qual eram acrescentadas determinados sucos de plantas com efeito curativo. Em suas caminhadas pelos arredores, ele havia pedido auxílio aos pequenos servos do Altíssimo, e eles mostraram-lhe as ervas singelas, as quais continham a ajuda contra o mal. Miang-Fong ordenou que pessoas jovens, que não tinham sido infectadas, colhessem essas ervas em quantidade suficiente e que as mulheres preparassem as poções medicinais. Também os corpos dos enfermos eram lavados com essa poção três vezes por dia, não sendo utilizados panos para as lavagens, mas sim fibras macias, que eram depois queimadas.

Muitos se restabeleceram aos poucos. Aqueles, que a epidemia tinha enfraquecido demais, vieram a falecer, porém, não era mais uma morte dolorosa, mas lento apagar da força viva. Os outros, que haviam seguido as instruções de Miang-Fong, permaneceram com saúde e, depois de semanas, quando Miang-Fong já estava aliviado, seu esforço foi ricamente recompensado. Os moradores de Kombodscha agradeceram-lhe efusivamente, mas Miang-Fong rechaçou.
“Não a mim compete o agradecimento. Agradeçei Àquele, que me ajudou a encontrar os remédios certos, que ordenou aos Seus servos que me indicassem as curativas ervas.” Admirados, os moradores de Kombodscha perguntaram: “Quem é aquele, de quem falas? Nós não o conhecemos, e também não enxergamos ninguém que te ajuda!”
Então Miang-Fong podia começar a instruí-los. Agora estavam dispostos a ouvir e assimilar, pois o medo pela saúde de seus corpos não os afligia mais. Miang-Fong mostrou-lhes que havia ainda mais outro sofrimento, que era muito pior que o sofrimento do corpo – o da alma faminta. E eles começaram a compreendê-lo.
Satisfeito e alegre retornou o pequeno grupo à montanha do Altíssimo, onde encontraram tudo na mais perfeita ordem. Todos trabalhavam ativamente na conclusão da obra iniciada. Miang-Fong alegrou-se com a dedicação de seu pequeno grupo. Isso o incentivava a dar a eles, por seu lado, tanto quanto eram capazes de assimilar. A ele mesmo foi dado reconhecimento sobre reconhecimento nas horas silenciosas de meditação. Tornou-se para ele uma necessidade de intercalar horas de silêncio em sua rotina diária, e seus alunos seguiram seu exemplo. E eram essas horas as que mais os presenteavam. Todos sentiam isso e, agradecidos, eles acolheram essa nova revelação.
Aos poucos, começou Miang-Fong a instituir uma rígida disciplina diária. Às horas de estudo seguiam horas de silêncio. Os dias iniciavam e terminavam com uma oração. Isto dava a cada dia uma consistência firme. No entanto, em silêncio, Miang-Fong já trabalhava na futura estruturação da vida de mosteiro, que devia tomar formas ainda muito mais rígidas. Os que aqui estudavam deveriam ser retirados da humanidade. Isto se devia fazer sentir de todas as maneiras. Quem era aceito como aluno no mosteiro do Altíssimo, dava sua vida a Ele, doravante ele não mais pertencia a si mesmo. Uma ânsia só deveria preenchê-lo: avançar para as fontes do verdadeiro saber, deixar-se preencher completamente pela verdade, com o fim de levá-la até os outros. Pois Miang-Fong educava seus alunos para serem auxiliares para o seu povo. Ele lhes mostrava o precipício das trevas, que havia se aberto no país do Tibete. Deviam reconhecer o perigo para todo o país que nisso se encontrava, de que a fé nos sacerdotes magos com seu séquito de horrores, medo e opressão das almas, dominava grande parte da população. Todos eles o haviam vivenciado com maior ou menor intensidade, quase todos tinham a lamentar uma vítima entre seus parentes mais próximos.

Miang-Fong, porém, lhes ensinou que o Altíssimo é um Deus do amor, que por amor deu a vida às Suas criaturas e que desejava que elas vivessem a vida, a elas presenteada, em paz e alegria.
“Ele vos criou, não para uma existência de sofrimento e de medo. Cheios de alegria deveis novamente ascender para os jardins eternos, dos quais viestes, deveis escalar degrau por degrau, em esforço incansável. Então, se assim agires, tornar-vos-eis mais fortes e com agrado pairará o olhar do Altíssimo sobre vosso esforço.”
“Mas como pode acontecer, ó mestre,” perguntou Lung, o pensativo “que os sacerdotes magos possam exercer um poder tão grande sobre as pessoas? Onde os enfrentaste, seu poder logo sucumbiu, nenhum de nós, porém, conseguiu fazer isso.”


(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17

terça-feira, 28 de março de 2017

Sobre a Vida dos Celtas XIII





Para leitura do episódio anterior: Sobre a Vida dos Celtas XII

Sobre a vida dos Celtas –XIII

Por Charlotte von Troeltsch e Suzanne Schwartzkoff

Anteriormente: A tribo sob o comando de Seabhac Habicht se destacara por um desenvolvimento espiritual no período sem precedentes, com povos celtas de todos os lugares, vindo estudarem com os druidas da região; que a princesa Meinin também até surpreendeu, ao anunciar sensitivamente, a vinda promissora do Filho do Pai Eterno, para o auxílio da criatura humana, carente de luz, decaída... 

Meinin silenciou novamente. Ela tremia de comoção interior. De forma totalmente forte ela vivenciava novamente o que havia podido ver. E aquilo que vibrava tão poderosamente nela, arrebatou os ouvintes com grande força. Eles encontravam-se como que em um encanto sagrado. Aqui e acolá alguém erguia os braços como que em oração para o céu, mas ele não sabia disso.
Nenhum barulho fazia-se ouvir quando a princesa começou novamente:
Então, logo se realizará o que fora resolvido no mais sagrado amor, em uma incompreensível misericórdia. Logo chegará a época em que o eterno Filho do Pai Eterno, uma parte Dele próprio, irá descer à Terra. Os céus anunciá-lo-ão, as estrelas contarão a respeito do que irá acontecer. Todos os seres humanos devem saber que o Filho de Deus se juntará à eles.
Aí as árvores e as flores inclinar-se-ão em devoção. As águas ficarão em silêncio por um instante, abaladas pelo indizível acontecimento. Depois, murmurando, elas anunciarão o que ocorrera. Os animais louvarão o Pai Eterno com o seu agir. Todos os servos luminosos apressar-se-ão para difundir a notícia, transbordando em júbilo e louvor.
E os seres humanos? Quem pode dizer o que os seres humanos farão, cegos e deturpados como são? Quem quer imaginar quanto tempo irá demorar até que os seres humanos compreendam a incomensurável graça do Pai Eterno?
Ó vós, seres humanos! Preparai-vos para receber o Filho de Deus! Onde quer que Seus pés sagrados pisem sobre a Terra, vós podeis recebê-Lo. Aguardai em trêmula alegria, com uma existência grata e humilde, pois a vinda acontece por causa de vós. Orai ao Pai Eterno e falai:
— “Pai Eterno, Tu nosso Senhor sagrado, nós Te agradecemos por Tua bondade e graça. Nós somos muito fracos para compreendê-las, mas nós as veneramos. Tu queres enviar Teu sagrado Filho como anunciador aos seres humanos. Prepara nossos corações para que nós O reconheçamos e O sirvamos. Esta é a única maneira como nós podemos lhe agradecer.
Meinin silenciou. Sagrado estremecimento pairava sobre as pessoas reunidas, que ainda permaneceram por curto tempo juntas. Depois Donald disse com uma voz suave, a qual não lhe era habitual: “Deixai-nos ir e vivenciar em silêncio aquilo que agora nos fora presenteado.”
De mãos dadas com Seabhac, Meinin deixou o local de devoção. Ambos estavam profundamente comovidos para proferirem palavras, mas um fluxo da mesma intuição perpassava-os.
Durante dias pairava como que ainda um sagrado encanto por sobre toda a tribo. Os alunos de outras tribos, porém, ansiavam que Meinin fosse até eles e lhes anunciasse também tal semelhante coisa.
— “Isto vós deveis fazer” falava Donald em concordância com Nuado. “Vós não podeis exigir da delicada princesa esta longa viagem. Ide, cada um de vós à vossa pátria e anunciai o que vos foi permitido ouvir. Depois podeis retornar novamente, cada um de vós, ou enviar outro em vosso lugar. A escola aqui sempre estará aberta para todos os Celtas que tiverem vontade pura.”
Eles ainda fizeram uma tentativa, a fim de incitar Donald a ir junto, mas ele permaneceu firme e esclareceu-lhes apenas ainda que, esta era a maravilhosa missão, para cada um deles individualmente, levar aquela alegre mensagem à sua tribo.
No mesmo dia, então, todos partiram e a aldeia dos druidas ficou vazia. Todos sentiram falta dos alegres jovens. Estranho pareceu-lhes não ter agora nada mais o que ensinar. Então Nuado chegou com uma nova missão. Eles deveriam, por algum tempo, sair de seu isolamento e se misturar entre o povo. Eles deveriam instruir o povo, de modo a aproveitar, a trabalhar e a cuidar melhor o solo. Eles, os druidas, já faziam isto a muitas gerações, mas nunca haviam pensado que os homens do povo poderiam trabalhar o solo da mesma forma que eles. Eles também deveriam incitar-lhes para que tivessem melhores cuidados com as cabras e ovelhas. De forma pobre vivia o povo. Seria bom se se difundisse o certo estado de bem-estar, apenas até em certa quantidade, para aliviar a preocupação referente ao pão de cada dia e tornar livre os pensamentos por coisas melhores. Muitas capacidades belas ficavam estagnadas porque as pessoas não tinham nenhum tempo para elas.
Apenas bem poucos druidas não seguiram essa ordem com alegria e exatamente esses poucos podiam ficar para trás, a fim de prover a aldeia com jardins e o gado. Eles obtiveram o que eles próprios desejaram, mas depois notaram que haviam escolhido a pior parte. Enquanto os demais, depois de passado o tempo determinado pelo Pai Eterno, retornavam preenchidos de alegria e felicidade, se refrescando no pensamento referente às bênçãos que eles puderam transmitir, caso alguns haviam se entediado, se aborrecido e envelhecido além do devido. Donald não silenciou a esse respeito falando-lhes que eles próprios eram os culpados por esse estado. Ele lhes mostrou que o ser humano sempre age mal quando ele quer antepor sua própria vontade à vontade do Pai Eterno. Agora eles haviam vivenciado isso e não esqueceriam tão rapidamente.
Aos poucos os alunos retornavam novamente. Alguns dos mais velhos voltavam de novo, a maioria das tribos, entretanto, enviavam novas pessoas, pois achavam que seria ideal quanto mais gente pudesse aprender. Então, deu-se um novo impulso para a escola. Também a escola de Meinin experimentou algo novo. Os jovens haviam contado em suas tribos a respeito da possibilidade de instrução para as moças. Agora as tribos enviavam muitas de suas moças com os jovens para que Meinin as instruísse. Ela aceitou as moças com prazer. Seabhac mandou construir uma escola semelhante à dos alunos. Novamente estes puderam participar no trabalho de construção, o que uniu todo o grupo, a princípio estranho entre uns aos outros. Até que a construção estivesse de pé os jovens tinham que dormir ao ar livre, pois as moças utilizavam os quartos da casa da escola.
Com o decorrer de tudo a pequena princesa Brigit completara sete anos de idade. Ela era a imagem da bela mãe, mas não era bela apenas por fora. Sua jovem alma levava uma vida rica e Meinin observava alegremente como surgia na filha uma auxiliar, sim, provavelmente também sua sucessora.
Os irmãos amavam a irmãzinha acima de tudo. Sobretudo, porém, era seu irmão Pieder de 12 anos que compreendia Brigit em cada comoção. Muitas vezes eles imaginavam que tudo eles gostariam de fazer pelo povo, quando se tornassem adultos. O pai surpreendeu-os, uma vez, na ocasião em que faziam tais planos e perguntou de bom humor: “Alegras-te pelo tempo em que tu te tornarás príncipe?”
— “Pai” exclamou o rapaz fervorosamente “não me deixe tornar príncipe! Cuimin é mil vezes mais apropriado do que eu para isso. Eu quero me tornar druida como Donald. Deixa-me ser o sucessor dele.”
— “Isto não está em minhas mãos Pieder” disse o pai seriamente. “Eu posso tornar Cuimin príncipe, se eu ver que ele é apropriado para isso. Eu posso deixar que tu te tornes druida, mas druida superior é o Pai Eterno quem deve te nomear,  pois isto eu não posso.”
— “Se tu me deixares tornar druida, então tudo o mais virá por si mesmo” exclamou Pieder confiante.
— “Tu não pensas pouco a respeito de ti” retrucou o pai.
Então o rapaz corou e disse suavemente: “Perdão pai, por isso tem de parecer assim. Eu sei através de um mensageiro luminoso que o Pai Eterno me escolheu para ser druida superior. Já há muito tempo nós sabemos disso, eu e Brigit, por isso que agora nos sobrevêm isso de forma totalmente natural.”
Então Seabhac não falou nada mais contra isso, contudo, à noite perguntou a Nuado que mensageiro luminoso falava com seu filho. Nuado informou-lhe:
— “É um dos servos do Pai Eterno, abaixo de mim. Ele tem a incumbência de preparar o espírito deste rapaz para a missão que um dia o homem terá de cumprir. Cuimin tornar-se-á um bom príncipe, assim como Muirne havia pressentido. Também ela, às vezes, podia olhar no futuro e ela havia visto que um filho com nome de Cuimin seria teu sucessor. Por isso ela não compreendeu que tu desses um outro nome para o teu primogênito, do que aquele opinado por ela.”
— “E Fionn?” perguntou o príncipe, que possuía um amor especial por esse rapaz alegre e bem dotado.
— “Também Fionn receberá sua missão. Como portador da Verdade ele irá a outros povos, bem ao norte, no gelo e na neve e lhes anunciará a respeito do Pai Eterno. Mas isso irá despertar em sua alma. Tu não deves desempenhar nenhuma influência sobre ele. Deixai-o aprender assim como os outros.”

(continua)



Personagens e fatos processados dentro do contexto deste episódio:

Seabhac, Habicht: Se trata do personagem de destaque nos acontecimentos, que se situa como soberano de uma comunidade celta.

Muirne: velha mãe do príncipe dos celtas Seabhac, Habicht  

Meinin: esposa de Seabhac, Habicht que veio de outro reino salva e aceita para proteção.

Padraic: É o nome principal do ancião que surge neste episódio como druida da comunidade celta, sendo, portanto um personagem influente de seu meio.
Donald: Escolhido como novo Superior dos Druidas (após morte misteriosa d Padraic)
Nuado Silberhand: No folclore irlandês, era reverenciado como rei e grande líder dos Tuatha Dé Danann. Possuía uma espada invencível, vindo da cidade de Findias e que fazia parte dos Tesouros de Dananns. Na primeira Batalha de Magh Turedh perdeu o braço ou a mão, órgão que foi restituído, mas fez com que ele perdesse o trono da tribo. Ficou conhecido como "Nuada, Braço de Prata" ou "Nuada, Mão de Prata". Nuada era o Deus da justiça, cura e renascimento; irmão de Dagda e Dian Cecht.
Pelo direcionamento dado a este enredo pelas autoras, este personagem se trata de um enteal de certa forma importante em sua ligação com os seres humanos.

Goban: deus ferreiro dos Tuatha Dé Danann; com Credne e Luchtain formavam o "Trí Dé Dana"; fez as armas que os Tuatha usaram para derrotar os Fomorianos. Equivalente a Goibniu e Govannon (galês).
Na mitologia irlandesa Goibniu ou Goibhniu era um dos filhos de Brigid e Tuireann e ferreiro dos Tuatha Dé Danann. Ele e seus irmãos Creidhne e Luchtaine tornaram-se conhecidos como os Trí Dée Dána, "os três deuses de arte", que forjaram as armas que os Tuatha Dé usaram para combater os Fomorianos. Suas armas eram sempre letais e seu hidromel concedia invulnerabilidade a quem o bebesse.

Brigit, é a Deusa dos ferreiros, dos artistas, das artes e da cura. Sendo uma Deusa solar, ela é padroeira do fogo e de tudo que envolva Inspiração e Artes. É uma Deusa tríplice, tendo três faces, a poetisa, a médica e a ferreira.

Lug: ou Lugh - filho de Cian (Kian) dos Tuatha Dé Danann e Eithne (também Etaine), filha de Balor (rei dos Fomorianos). Comandou as forças dos Tuatha na vitoriosa Segunda Batalha de Mag Tuireadh (Moytura) contra os Fomorianos, na qual matou o avô Balor. É a figura extraordinária do Deus jovem irlandês que suplanta o Deus Velho; está associado à habilidade e à técnica; é conhecido como Lugh Samhioldanach (de muitas artes) e Lugh Lámhfhada (de mão comprida). Raiz da palavra gaélica que significa Agosto (Lúnasa), isto é, Lughnasadh (festa de Lugh). Corresponde ao Lleu Llaw Gyffes galês.



segunda-feira, 27 de março de 2017

Trovoada





Trovoada

por Susanne Schwartzkopf

Época de verão!
Benfazejas nuvens brancas flutuam no azul profundo.
Flocos se estendem parecendo altos castelos que, esvoaçantes sugerem véus separados como que em sopros suaves, levados feito pintura do esplendor de verão ao céu longínquo.

De repente - o que foi isso?
Em todos os agraciados a felicidade plena na alegria serena de um tom mais agudo! Seria o silvar nítido do vento?

Como que vindo do nada eram as nuvens escuras de umidade local opressiva cujo movimento direcionado delas, ameaçava em crescimento visto a partir do Ocidente.
Silêncio. Ofegante silêncio por um breve momento.
Então surge um grito da natureza: pássaros reagem circulando os seus ninhos, pequenos animais assustados se escondem.
Junto se ouvia com estridência o transpassar abrupto de um brilho por entre ramos. Com folhas e galhos se espalhando impulsionados até o juntar de areias e pedras rodopiando em redemoinhos pelo ar.
Com muita pressa, o homem busca a sua morada. Bendito o clarão que havia de se avistar com o abrigo seguro! Porque agora todos os elementos estavam liberados: como chicotes longos esguichos d’água atingem a terra, e relâmpagos em série inflamam com suas descargas, formando rastilhos de labaredas que incendeiam.

Da chuva se dá a tempestade junto ao choque de um trovão, cujo impacto rasga a terra na forma de serpente, abrindo caminhos entre raios e relâmpagos, com suas fendas rasgadas como feridas, arrastando tudo o que surge em seu caminho.
Tão rápido quanto veio assim a revolta se acalma. Reverte quase em melodia a tempestade, se ouvindo apenas burburinhos de trovões distantes, ainda pelo seu adeus entre clarões que piscam no horizonte.
Banhado em lágrimas estava a terra, mas em lágrimas de alegria, de refresco e consolo após umidade insuportável, com a poeira removida, a tensão excruciante resolvida, livre de um calor sufocante, tudo limpo, puro e fresco, a natureza respirando renovada, como se levantasse cálices com doces aromas ao brinde. A Terra respira no vigor das ervas.
Tranquila, só ao soprar dos topos, na repetida canção da criatura, com o canto tímido de apenas alguns pássaros, mas que logo se entoara alegre em coro completo, para render graças ao Criador pelo poder recém doado.


Enormes pés de gigantes aos passos sobre a terra pareciam que ia afundá-la, zangados como demonstravam estar.
Destruição? Não! Apenas rápidas avalanches nas montanhas enterrando o que foi condenado a desaparecer, para servir os riachos carentes de um leito a ser curado, pela situação em estado podre já ter sido arrancada, ao novo espaço de vida saudável.
Nada de alguma pedra ter se movido por vôo, Nenhuma nuvem passou a molhar com autoridade injusta, também sem raios e a fagulha para acender fogo aonde requeria, apenas servos de Deus estavam no trabalho, realizando sua santa vontade!
Pois assim será com o homem quando a tempestade da limpeza de Deus se der com ventos bravios sobre sua alma, pelo renascer dos mortos arrancando o que está podre, para inflamar no fogo que vem de imensa altura.
O julgamento de Deus sobre cada um vai passar com raiva, purificando pelas chamas de fogo, quem de joelhos, finalmente curvará a cabeça diante daquele verdadeiramente grande e poderoso Senhor perante todos!
E quem sobreviveu à tempestade, então em seguida virão lágrimas de gratidão, lágrimas de uma felicidade sem precedentes, sendo correntes pelas últimas a varrer os retardadores entre alguém e seu Deus.
Não se esqueça: não há lá fagulhas que acendem onde não deve inflamar-se! Nenhuma tempestade há para derrubar barragens que não devem cair. Lá nova vida sempre germina. O Senhor Deus considera os já prontos sempre na mão.
Lembre-se. Fé e confiança na tempestade que se aproxima!



Artigo extraído da revista: Die Stimme nº 8 1937

Aos que apreciam a leitura do artigo pelo seu original, segue o texto nessa modalidade, em alemão com a ortografia da época:








Gewitter

Von Susanne Schwartzkopff

Mittsommer.
Selig schwimmen weiße Wolken im tiefen Blau.
Getürmt zu hohen Wolkenburgen, auseinandergeweht zu zarten, fliehenden Schleiern malen sie Sommerpracht an den weitgespannten Himmel.
Da plötzlich – was ist das? In all das selige Glück, in alle beschwingte Heiterkeit fahrt ein scharfer Ton! Ist es der Wind, der pfeift? Ist es eine Stimme, die über die Erde ruft?
Wie aus dem Nichts entstanden sind dunkle Wolken da und eine drückende Schwüle legt sich beklemmend auf einer einzigen Bewegung herangeschoben, so wachsen die dunklen Wolken drohend aus dem Westen herauf.
Stille. Atemlose Stille für einen kurzen Augenblick.
Dann schreit die Natur auf: Vögel flattern kreischend umher, sie umkreisen ihre Nester, das leine Getier verkriecht sich.
Jetzt fährt gellend eine Sturmfanfahre durch alles Geäst. Blätter, dürre Aeste Fliegen in die Höhe, Sand wirbelt auf, Steinchen erfüllen schneidend die Luft. 
Eilig sucht der Mensch seine Behausung auf. Wohl dem, der ein sicheres Dach zu finden Weiß! Denn nun sind alle Elemente freigelassen: es peitschen die Wasser in langen Strähnen die Erde, grell zucken Blitze herab, hier und dort zündend und Schrecken hervorrufend durch das Feuer, dem sie eine Bahn schaffen.
Schlang folgt auf Schlag, der Donner kracht, und Donner, Blitz, Sturm und Regen geißeln die Erde, reißen ihr Wunden und schlagen nieder, was sich ihnen in den Weg stellt.
Ebenso schnell wie gekommen, sänftigt sich der Aufruhr. Die Sturme Melodie ebbt ab, fern nur grollt der Donner noch, und abschiednehmend blitzt sekundenlang weißes Leuchten am Horizonte auf.
In Tränen gebadet liegt die Erde da, aber es sind Tränen der Freude, der Erlösung und Erquickung nach unerträglicher Schwüle, Staub ist gelöscht, quälende Spannung gelöst, drückende Hitze geschwunden, Rein, frisch und erquickt atmet die Natur auf. Süße Düfte steigen aus Blütenkelchen dankend empor. Die Erde atmet herbe Kraft. (!)
Leise nur noch wehen die Wipfel, und dann setzt wieder der Sang der Kreatur ein: erst nur ein schüchternes Vogelgezwitscher hier und da, bald aber wieder der volle Chor, der dem Schöpfer Dank jauchzt für die neu gespendete Kraft.
Gewaltig schritt sein Fuß über die Erde hin, im Zorne schien er sie zu beugen, aber auch im Zorne gab er!
Zerstörung? Nein! Bäche haben sich ein neues Bett gesucht, Morsches ward entwurzelt, um jungem Leben Raum zu machen, von den Bergen stürzten Lawinen, die unter sich begruben, was dem Tod geweiht war.
Nicht ein Stein rührte sich, der nicht gestoßen ward von dienenden Händen, nicht eine Wolke schüttete ihr Naß an unrechter Stelle aus, kein Blitz zündete, wo er nicht zünden sollte. Diener Gottes waren am Werke, und sie führten seinen heiligen Willen aus!
So wird es sein, o Mensch, wenn reinigend Gottes Sturmwind Dir über Deine Seele fahren wird, sie aufrütteld, in ihr das Tote vollends zerschlagend, das Morsche brechend und dort zündend, wo das Feuer aus der Höhe zünden soll.
Mit zornigen, reinigenden Feuerflammen wird Gottes Gericht über Dich dahinfahren, und Du wirst in die Knie sinken, wirst endlich Dein Haupt beugen vor dem, der wahrhaft groß und mächtig ist, und Dein Herr!
Und wenn Du den Sturmwind überstanden hast, dann werden Tränen des Dankes, Tränen eines ungekannten Glückes aus Deinen Augen Strömen und das Letzte wegschwemmen, was sich hemmend zwischen Dich und Deines Gottes Willen aufgetürmt hatte.
Vergiß es nicht: kein Blitz zündet, wo er nicht zünden soll! Keine Sturmflut reiß Dämme nieder, die nicht fallen sollen. Im Untergang keimt neues Leben. Gott der Herr hält es schon bereit in seiner Hand.
Denke daran. Glaube und vertraue im kommenden Sturm!






quarta-feira, 22 de março de 2017

Em Tempo de Edificação





Em Tempo de Edificação 

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas...


Aquela região ainda era mais intocada por estar mais afastada. A população não era numerosa e estava igualmente afastada tanto da riqueza como da pobreza. Esta média saudável havia favorecido também o seu equilíbrio interior, de modo que Miang-Fong nunca havia encontrado almas tão abertas como aqui em Lao-tschang.
Mas, então, sobreveio repentinamente uma grande desgraça a estes seres humanos, como nunca haviam vivenciado. Irrompeu entre eles uma epidemia, a qual não conseguiam controlar. Atacava inicialmente as crianças, espalhava-se depois também entre os adultos e ceifou muitos deles em curto espaço de tempo. Não havia sacerdotes por perto, que pudessem combater a epidemia com fórmulas e bebidas mágicas, os conhecimentos das pessoas, porém, não eram suficientes para combater a doença. Assim, consideravam Miang-Fong como um enviado do céu, quando veio em seu auxílio e, cheios de confiança, solicitaram sua ajuda.
Miang-Fong foi ver os doentes e reconheceu o perigo que essa epidemia representava. Caso não fosse detida logo, em breve toda a região estaria desabitada. Mas ele também reconheceu a causa: tratava-se de uma doença transmitida pelo leite dos animais. Quem se abstinha de consumir o leite, restabelecia-se em pouco tempo. Para os outros não havia salvação. Uma doença do sangue, que se manifestava em inúmeras úlceras purulentas, tirava todas as forças e deixava o corpo apodrecer. De onde, porém, vinha essa doença até dos animais? Miang-Fong investiguou e solicitou esclarecimento ao seu guia. Então, foi-lhe mostrado uma planta, que neste ano vicejava abundantemente, e cuja seiva provocava essa doença febril. Mas enquanto não fazia mal aos animais, o ácido venenoso transmitia-se através de seu leite para os seres humanos e os matava.

Após Miang-Fong ter chegado a esse reconhecimento, ordenou que os moradores de Lao-tschang conduzissem seu gado para pastos situados em altitude maior, onde essa planta não crescia e onde encontrariam alimento melhor. Acontece que houve, naquele verão, um clima adverso nessa planície, e somente a planta nefasta sobreviveu à seca e vicejou. Aos moradores, no entanto, ordenou que se abstivessem do leite por algum tempo, então o sangue iria purificar-se novamente e eles se restabeleceriam. Nem todos se submeteram à essa ordem, mas quem o fez, logo mais colhia a recompensa pela sua obediência, enquanto os outros continuavam sucumbindo à doença.
Abriram-se, então, os olhos dos moradores de Lao-tschang, uma vez que viam como Miang-Fong e seus alunos eram incansáveis no auxílio aos doentes, cuidavam deles, lavavam e davam banho a eles, colocavam compressas aliviando e encorajavam-nos. Abriam-se também os corações, deixando entrar muitas sementes, que brotavam no solo fértil. Quando a epidemia havia sido extinta, os moradores de Lao-tschang queriam que Miang-Fong permanecesse com eles.
“Fique conosco, ó grande mestre,” os suplicavam, “ensina-nos como devemos adorar o teu Deus. Tu és mais sábio do que todos nós. Caso nos atingisse novo infortúnio, estaríamos desamparados sem ti.”
Miang-Fong, porém, não queria continuar morando entre eles. Já sentia dolorosamente a falta do silêncio e solidão da natureza intocada, onde se sentia tão mais perto de Deus. Sabia, também, que seus alunos necessitavam de isolamento e silêncio para poderem assimilar e desenvolver-se, e isso ele explicou aos moradores de Lao-tschang. Eles o compreenderam e ofereceram-se para ajudá-lo a construir um local, onde pudesse morar com os seus alunos, sem serem incomodados por eles.
 Miang-Fong indicou para a montanha em terraços distante e disse:

“Essa montanha foi escolhida pelo Altíssimo para ser nossa moradia. Situa-se bem acima das atividades e pensamentos dos seres humanos, no entanto, possivelmente ainda acessível deles. Se vós estais dispostos a ajudar-me, então queremos construir lá um mosteiro, no qual poderei morar com os meus alunos.”
Isso alegrou os moradores de Lao-tschang que, diligentemente, ofereceram sua ajuda. A partir daquele dia começou um laborioso edificar na montanha do Altíssimo, Tao-Schan, como foi chamada dali em diante. De noite, foi mostrado um quadro a Miang-Fong, sobre como deveria ser o mosteiro e ele deu instruções aos construtores de como deviam construí-lo. Havia, porém, alguém entre eles que também tinha o dom de ver quadros, que lhe eram mostrados de noite, e ele sabia como empregar e conduzir as pessoas, para que surgisse uma cópia fiel daquilo que havia sido mostrado do Alto. Devagar, mas continuamente aumentava a construção no Tao-schan. O prédio ficou maior do que, por enquanto, era necessário para Miang-Fong e seu pequeno grupo, mas ele sabia que em breve mais pessoas viriam até ele. Muito importante era, também, a criação de jardins, pois tinham que providenciar a produção do próprio alimento. Foram criados vários deles no lado sul da montanha, em terraços diferentes, para grãos e hortaliças. Também foram plantadas árvores frutíferas. Min-fu foi incumbido da supervisão dos jardins. Ele tinha se fortalecido muito durante os anos de peregrinação. Simples e modestos eram todos eles. Em cima, na parte plana da montanha, foi instalado um jardim ao redor do mosteiro, para o qual também foi mostrado um modelo a Miang-Fong. Essa instalação tinha por base um profundo significado. Este jardim deveria lembrar àqueles, que o frequentassem, os eternos jardins celestiais. Por isso, deveria ser enfeitado com muitas flores, e cercas vivas de arbustos verdes deviam dividi-lo em muitas partes, das quais cada uma seria mantida, predominantemente, numa cor só.
“A cor azul”, assim explicava Miang-Fong a seus alunos, “deve lembrar-vos da verdade eterna, que é tão clara e transparente e tão imutável como o céu azul acima de vós”.

“A cor vermelha fala-vos do amor do Altíssimo, que nos guia e conduz. Quente é essa cor e ela brilha até longe. Assim, também deve o nosso amor pelas pessoas estender-se para longe e fazer bem a elas”.
“As flores amarelas sejam para vós a imagem da luz celeste. Muito significativa é essa cor, pois a luz, eterna em seu brilho radiante, deve levantar-se agora sobre este país e deve expulsar a escuridão do mesmo. Onde a luz chegar, ali desaparecerá a escuridão, ela é afugentada pela luz. Esta é a nossa missão daqui por diante – espalhar a luz ao nosso redor e para distâncias longínquas”.
“O verde, porém, que não faltará em nenhum dos jardins, é como a mão auxiliadora, que nós queremos estender às pessoas. O verde liga todas as cores entre si. Silenciosa e modestamente ela está aí, ela mesma não quer ser nada e, no entanto, nenhuma flor seria verdadeiramente bonita sem suas folhas verdes, sem o gramado verde, onde ela se encontra. O verde dos campos alimenta o gado. Verde é aquilo que o solo produz para a nossa alimentação em grande parte, nós não podemos carecer do verde”.
“Vamos, portanto, assimilar a verdade eterna do Alto, encher nosso coração com amor cálido, para que possamos levar a luz para a escuridão e tornar-nos auxiliares dos seres humanos”.
Afortunados, os alunos acolheram dentro de si o novo saber. Nunca mais o esqueceram e tornou-se a base para sua divisão em grupos distintos.
“Primeiramente deveis procurar pela verdade com toda a ânsia de vosso coração,” ensinou Miang-Fong. “Esvaziai o vosso íntimo, para que possa encher-se com os tesouros da verdade. Quanto menos estiverdes preenchidos com saber próprio, tanto mais podereis assimilar daquilo que o Altíssimo nos doa. Por isso, não deixeis que vossos pensamentos vaguem procurando por aí – eles ficariam presos à Terra. Não deveis preencher-vos com pensamentos, mas com a Verdade que essa é saber. O saber, porém, não pode ser encontrado, ele nos será presenteado do Alto, se estivermos abertos para isso.”

Assim e de forma similar ensinava Miang-Fong seus alunos. Todas as noites, quando o trabalho penoso estava concluído, ele os reunia em sua volta e lhes falava e, agradecidos, acolhiam cada uma de suas palavras.
Principalmente Dak sabia escutar e assimilar, melhor que qualquer outro. Seus olhos tornavam-se cada vez mais brilhantes, somente poucas palavras saíam de sua boca. Pois Miang-Fong continuou ensinando: “Quando tiverdes recebido da verdade, não a transmitis logo em seguida. Não a deixais voar que nem os filhotes de pássaros, que esvoaçam do ninho. Eles ainda não podem voar, quando recém saíram do ovo. Primeiramente devem crescer e suas asas devem poder suportá-los, antes que possam arriscar seu primeiro vôo. Portanto, deixai crescer e fortalecer o saber da verdade dentro de vós, antes que o transmitais a outrem. Silenciai a respeito, até que o tenhais compreendido completamente.”
Assim ensinava Miang-Fong seus alunos a reconhecer o poder do silêncio e, logo, estavam acostumados a permanecer em silêncio após os ensinamentos noturnos. E Miang-Fong continuou: “Quando o vosso corpo descansa de noite, então aquilo, que está vivo em vós, vós próprios podeis deixá-lo. Pois o corpo é somente vosso invólucro, do qual vós necessitais como proteção aqui na Terra, e esse invólucro necessita de repouso. Vós próprios, porém, deveis pedir de noite o caminho para os jardins eternos, deveis procurá-lo, pois lá no Alto é a vossa pátria. Tentai, já agora, aproximar-vos um pouco. Vós o podeis, mesmo que não o compreendêsseis de dia. Procurai os jardins em silêncio, sem palavras, mas elevai o vosso espírito ansiosamente ao encontro deles, para que não errais o caminho, quando um dia deixardes o vosso invólucro terreno.”
“Mestre,” perguntou Su, “é-nos permitido retornar aos jardins eternos quando ficarmos velhos e nosso invólucro terreno quebrar? Não precisaremos voltar?”

(continua)


Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17




terça-feira, 21 de março de 2017

Sobre a Vida dos Celtas XII







Para leitura do episódio anterior: Sobre a Vida dos Celtas XI

Sobre a vida dos Celtas –XII

Por Charlotte von Troeltsch e Suzanne Schwartzkoff

Anteriormente: Após três anos de guerra, muita mudança havia ocorrido na tribo dirigida por Seabhac Habicht. Muito importante significou a união de povos celtas das outras regiões, pelo mesmo interesse de crença, conforme era cultuada em sua comunidade, com jovens chegando de longe para aprender mais sobre o Pai Eterno. Meinin também se transformara, manifestando especiais dons espirituais...

Acontecia, várias vezes, que Seabhac fosse chamado em mais outro principado, a fim de amenizar brigas ou ensinar. Também Donald, que silenciosamente era reconhecido pelas outras tribos como druida superior, tinha de realizar aqui e acolá festas especiais.
O que acontecia além-mar que banhava as distantes fronteiras do país dos Celtas, a esse respeito eles sabiam bem pouco. Às vezes acontecia que navios comerciais traziam notícias de países distantes. Isso não criava nenhuma agitação. Os Celtas eram um povo voltado para si e que fazia pouco sentido para outrem. Ninguém se sentia impelido em ver como era lá fora. Eles também não queriam ouvir nada de pessoas que lhes eram estranhas.
Na cabana do príncipe havia ingressado alegria: uma menina havia se associado aos irmãos. Com a permissão da luminosa enteal, ela pôde portar o seu mesmo nome.
A pequena Brigit era uma criança especial. Os cabelos eram como ouro entretecido em volta de sua cabecinha, os olhos azuis eram muito grandes e pareciam absorver tudo o que olhavam. Isto, porém, só ocorria com o que era belo e alegre. Se vissem, contudo, algo que não lhes agradasse, eles se fechavam rapidamente. Isso os irmãos, que observavam continuamente a pequena irmã, notaram logo. Eles começaram a observar atentamente os olhos de Brigit e direcionavam seu agir de acordo. Nenhum deles queria ser o motivo para que desaparecesse o brilho daqueles olhos. Os pais oravam sobre a criança como não haviam feito a nenhuma outra. Parecia-lhes um presente do Pai Eterno. A avó Muirne, porém, não mais vivenciou a pequena maravilha humana. Uma noite ela adormeceu sem lutas e foi sepultada no jardim. Donald tinha a mesma intuição que Seabhac, proibindo para sempre a incineração das pessoas falecidas.

Desde que esta sua filha se encontrava sobre a Terra, Meinin tornou-se ainda mais sonhadora do que antes. Nenhum dia se passava sem que ela tivesse vivências ou visões, a respeito das quais ela não falava com ninguém.
Então chegou novamente a época de uma Solenidade e Donald e Seabhac sentaram-se juntos, a fim de conversarem o que por ocasião desta iriam transmitir ao povo. De repente Nuado encontrava-se junto a eles. Eles estavam habituados à sua vinda, de modo que não necessitavam mais de um aviso especial. Com grande alegria o saudaram, contudo, notaram imediatamente que ele tinha também agora, uma mensagem especial para eles.
— “Ouvi” começou ele solenemente “o Pai Eterno achou digna de grande graça a mulher Meinin. Foi-­lhe dada permissão para ver o que se encontra na deliberação primordialmente sábia e sagrada do Pai Eterno. Ela vos deve anunciar por ocasião da Solenidade. Não falai com ninguém a respeito, nem com ela mesma.”
Agora deveria, portanto, ser revelado o que a alma de Meinin via e ouvia, quando ela trilhava seus próprios caminhos.
— “Vos será falado na hora certa” continuou Nuado “alegrai-vos por vosso povo ter sido presenteado com algo grandioso perante todas as outras tribos.”
Na tarde, antes da Solenidade, Meinin achegou-se a Seabhac. Seus olhos irradiavam, seu rosto estava corado. Ela queria dizer algo, mas novamente faltaram-lhe as palavras. Cheio de amor ele tomou suas mãos, que ela havia cruzado diante do peito.
— “Como é, Meinin”, ele a auxiliou, “minha esposa quer nos anunciar amanhã algo grandioso por ocasião da Solenidade?”
Ela balançou a cabeça afirmativamente aliviada. Ela não perguntou de onde ele sabia a respeito desse segredo. Ela apenas estava feliz por ter sido expresso. Agora ela também encontrou a coragem de falar adiante.

— “Nesses últimos dias eu tomei conhecimento de algo maravilhoso. É algo tão sagrado que os lábios humanos mal são capazes de formular. Brigit me disse a algumas horas, que a Vontade do Pai Eterno me ordenou anunciar amanhã a respeito disso. Não queres orar por mim para que eu seja capaz disso?”
— “Os servos luminosos do Pai Eterno irão te auxiliar, minhas orações rodear-te-ão, Meinin.”
Era a época da entrada do inverno, curtos eram os dias e a claridade desaparecia rapidamente. Contudo, no dia da Solenidade, parecia como se o Sol quisesse duplicar seus raios. Anteriormente Donald ainda havia ponderado se não seria melhor realizar a Solenidade na casa de reuniões. Agora, porém, ninguém mais pensava a respeito. Maravilhoso estava lá fora sobre o céu azul entre as antiquíssimas e grandes rochas.
Já há muito tempo as mãos aplicadas de Meinin tinham tecido uma toalha branca que cobria a pedra de sacrifício. Nada mais deveria lembrar sua antiga finalidade. Os três incensórios encontravam-se brilhando sobre ela. Lá, Meinin havia colocado ramos verdes de pinheiro sobre a pedra e cada uma das grandes rochas possuía uma grinalda. No mais a Solenidade agora realizada não se diferenciava em nada mais da festa de outrora. Apenas quando o druida superior deveria falar é que ocorreria a novidade inesperada para quase todos.
Donald aproximou-se da pedra e disse: “O Pai Eterno outorgou indescritível graça para nossa tribo. Já há muito tempo ele abriu os olhos do espírito de nossa princesa, de modo que ela pode ver o que do contrário, só permanece oculto às outras pessoas. Ele a agraciou em poder ouvir o que pessoas comuns não ouvem. Um maravilhoso acontecimento foi-lhe revelado. A bondade do Pai Eterno quer que Meinin nos anuncie a respeito. Ouvi com devoção e agradecimento.”

Meinin caminhou para o lado dele em sua longa veste branca, ornamentada por uma grande pedra verde que pendia do pescoço e era enfeitada com ouro. Este era o único adorno que ela trazia. Os braços pendiam para baixo, as mãos estavam juntas, assim ela se encontrava ali de forma totalmente simples e sem se lembrar de si mesma. Era como se ela aguardasse interiormente por um sinal para começar.
Então ela ergueu um pouco o olhar e começou a falar. Clara e nítida soava sua voz, sem parar e sem gaguejar lhe afluíam as palavras: 

De alturas incomensuráveis, o Pai Eterno olha para a Terra que Ele mandou criar, a fim de dar uma moradia às criaturas humanas. Maravilhosa era ela quando havia saído das mãos divinas. Tudo nela era bom. Também as pessoas que, como primeiras, peregrinavam por esta Terra. Isto, porém, faz tanto tempo que não somos capazes de imaginar. O Pai Eterno alegrava-se, as pessoas eram abençoadas e felizes.
Então veio Lug, vós sabeis. Ele seduziu as pessoas a saírem dos caminhos do Pai Eterno, mandando-lhes fazer coisas que não estavam de acordo com os mandamentos eternos. Ruins, cada vez mais ruins, tornavam-se as pessoas, torto era seu caminho, mentirosas suas palavras, impuros seus pensamentos.
O Pai Eterno olhara para a Terra. Ele viu como o agir dos seres humanos deturpou tudo o que era luminoso e belo. Os seres humanos habituaram-se de tal forma com a escuridão que não mais sentiam falta da Luz. Eles aprenderam a pensar e a falar mentirosamente, não pressentindo nada mais a respeito da Verdade. Assim ainda se dá hoje sobre a Terra.

Meinin calou-se, como se ela quisesse dar tempo aos ouvintes, a fim de que eles acolhessem interiormente o que fora dito, a fim de que vivenciassem. Depois ela continuou:

O Pai Eterno vê que os seres humanos não são mais capazes de alcançarem a Luz com as próprias forças, nem de reencontrarem a Verdade. Existem de fato entre eles alguns que são melhores que os outros, mas eles também não são bons. Eles não podem auxiliar.  O mundo é tão grande!  E os seres humanos são tantos!   E Lug é astuto!

O Pai Eterno olha com tristeza para o mundo destruído. Então Seu sagrado Filho aproxima-se Dele com Misericórdia e Amor no olhar.
Deixa-me ir Pai fala o Sagrado “levar novamente o que o mundo perdeu. Eu quero anunciar Tua Verdade, eu quero ascender a Luz celestial diante de cujo resplendor as chamas artificiais de Lug devem empalidecer. Eu quero levar paz e pureza às criaturas humanas!” O Pai Eterno inclinou a cabeça.
Sim, Meu Filho, vá. É a única salvação para o mundo, se não tiver que se perder por toda eternidade.

(continua)

Texto da série especial denominada: Escritos Valiosos

Personagens e fatos processados dentro do contexto deste episódio:

Seabhac, Habicht: Se trata do personagem de destaque nos acontecimentos, que se situa como soberano de uma comunidade celta.

Muirne: velha mãe do príncipe dos celtas Seabhac, Habicht  

Muirne: esposa de Seabhac, Habicht que veio de outro reino salva e aceita para proteção.

Padraic: É o nome principal do ancião que surge neste episódio como druida da comunidade celta, sendo, portanto um personagem influente de seu meio.
Donald: Escolhido como novo Superior dos Druidas (após morte misteriosa d Padraic)
Nuado Silberhand: No folclore irlandês, era reverenciado como rei e grande líder dos Tuatha Dé Danann. Possuía uma espada invencível, vindo da cidade de Findias e que fazia parte dos Tesouros de Dananns. Na primeira Batalha de Magh Turedh perdeu o braço ou a mão, órgão que foi restituído, mas fez com que ele perdesse o trono da tribo. Ficou conhecido como "Nuada, Braço de Prata" ou "Nuada, Mão de Prata". Nuada era o Deus da justiça, cura e renascimento; irmão de Dagda e Dian Cecht.
Pelo direcionamento dado a este enredo pelas autoras, este personagem se trata de um enteal de certa forma importante em sua ligação com os seres humanos.

Goban: deus ferreiro dos Tuatha Dé Danann; com Credne e Luchtain formavam o "Trí Dé Dana"; fez as armas que os Tuatha usaram para derrotar os Fomorianos. Equivalente a Goibniu e Govannon (galês).
Na mitologia irlandesa Goibniu ou Goibhniu era um dos filhos de Brigid e Tuireann e ferreiro dos Tuatha Dé Danann. Ele e seus irmãos Creidhne e Luchtaine tornaram-se conhecidos como os Trí Dée Dána, "os três deuses de arte", que forjaram as armas que os Tuatha Dé usaram para combater os Fomorianos. Suas armas eram sempre letais e seu hidromel concedia invulnerabilidade a quem o bebesse.

Brigit, é a Deusa dos ferreiros, dos artistas, das artes e da cura. Sendo uma Deusa solar, ela é padroeira do fogo e de tudo que envolva Inspiração e Artes. É uma Deusa tríplice, tendo três faces, a poetisa, a médica e a ferreira.

Lug: ou Lugh - filho de Cian (Kian) dos Tuatha Dé Danann e Eithne (também Etaine), filha de Balor (rei dos Fomorianos). Comandou as forças dos Tuatha na vitoriosa Segunda Batalha de Mag Tuireadh (Moytura) contra os Fomorianos, na qual matou o avô Balor. É a figura extraordinária do Deus jovem irlandês que suplanta o Deus Velho; está associado à habilidade e à técnica; é conhecido como Lugh Samhioldanach (de muitas artes) e Lugh Lámhfhada (de mão comprida). Raiz da palavra gaélica que significa Agosto (Lúnasa), isto é, Lughnasadh (festa de Lugh). Corresponde ao Lleu Llaw Gyffes galês.