sábado, 30 de setembro de 2017

Místicos e Similares





Místicos e Similares


por Abdrushin 

Pergunta: Como é visto um místico em relação aos ocultistas e espíritas com respeito à utilidade para a ascensão espiritual? Nesse sentido, de que servem as numerosas seitas?

Resposta: Se V. S.ª se encontra diante de a tal pergunta, deve em primeiro lugar procurar intuir as consequências espirituais da diferente atuação, e formar o seu conceito unicamente de acordo com isso.V. S.ª verificará que o “místico” não se encontra de modo nenhum mais elevado, mas sim causa tanto prejuízo quanto o espírita e o ocultista e, em última análise, também as seitas. 





Há muitas décadas, a maioria das infelizes ocupantes das casas de prostituição era procedente da camada social das vendedoras e das empregadas domésticas. A triste causa residia muitas vezes no impulso íntimo de conhecer uma vida mais livre e cintilante, ou também na confiança no amor por um rapaz ou um homem, o qual era incapaz de reconhecer essa confiança devido ao seu tipo brincalhão ou por leviandade. Entre elas, apenas raras vezes existia um verdadeiro pendor pessoal para levar uma vida baixa e leviana. É bem conhecido o deslize daquelas moças que, finalmente, não mais dispunham de força suficiente para sair do pântano.







De forma bem semelhante a tais casos de então, também hoje, no domínio espiritual, generalizou-se amplamente esse proceder. A tendência de penetrar na vida do assim chamado Além, que muitos seres humanos imaginam bem diferente do que realmente é, leva hoje para o pântano das trevas, grandes massas dos pretensos pesquisadores, que anseiam algo diferente.
Semelhantes a essas moças, que no íntimo desejavam encontrar algo melhor ou simplesmente novo, até agora desconhecido para elas, e que não querem reconhecer a insinceridade dos rapazes e homens que as cortejam, já que isso representaria praticamente o abandono de muitos de seus desejos, assim também os que procuram espiritualmente de forma obstinada não percebem que, em lugar de ouro puro... usam lantejoulas e quinquilharias, que lhes dão uma ilusão de situação elevada. Envoltos por uma ilusão, passam pela vida terrena contentes consigo mesmos e se tornam, no Além, pobres tolos dessa ilusão, que naturalmente têm de levar consigo e que lá os domina.
Todos eles ficam presos à matéria, e não encontram força para se desprenderem dessa tenaz ilusão, porque não ousam mudar sua intuição, temerosos de perder algo a que se afeiçoaram.
Estão irremediavelmente expostos ao aniquilamento, pois, com a desintegração de toda a matéria, que se aproxima, desintegrar-se-á também a sua consciência pessoal, conseguida com muito esforço, e como não podem ser bem aproveitados em estado consciente, retornam ao estado amorfo.





Isso, porém, não constitui nenhum progresso, como os budistas supunham, e sim uma extinção da evolução conseguida até então, já que esta ocorreu na direção errada.
O que, pois, constituem os rapazes e homens levianos nas vivências de moças e mulheres ansiosas, provocando uma tão triste mudança, o mesmo papel representa hoje, no campo espiritual, as inúmeras congregações e seitas da religião, dos ocultistas, espíritas e tudo o mais que se formou dessa espécie. São os mais perigosos caçadores de almas a favor das trevas!






Nisso, aqueles que se julgam dirigentes, muitas vezes até possuem a vontade para o bem! E essa vontade, com o tempo, só poderia trazer coisas boas, sem dúvida, se não houvesse aí um grande obstáculo, que em todos os casos se mostra muito mais forte e em toda a parte desvia do caminho certo a melhor boa vontade. É a resistência contra tudo aquilo que não está de acordo com as próprias ideias de alguns dirigentes. A resistência provém de um medo instintivo pelo fato de que teriam de mudar muita coisa na sua orientação de até agora, com o que os adeptos talvez pudessem reconhecer que eles, em muitos casos, seguem caminhos completamente falsos. Com esse reconhecimento poderia então perder-se algo da veneração que os adeptos dedicam incondicionalmente a seus “mestres”.
Por mais tolo que seja esse pensamento, faz com que muitos dirigentes tropecem nele e sigam obstinadamente seu caminho, apesar de sentirem às vezes uma vaga intuição de que estão agindo de forma incorreta.





Entretanto, não se devem censurar somente os dirigentes, pois muito mais danos causam os próprios adeptos, para si mesmos bem como para seus partidários que seguem a mesma orientação. Se o fundador de qualquer movimento talvez tivesse realmente um alvo certo e quisesse conduzir seus adeptos ao encontro da Verdade, pode-se supor com certeza que estes ficariam intimamente muito distanciados da própria doutrina. No caso do falecimento do fundador, logo se mostraria a falta do verdadeiro vivenciar de uma boa doutrina. Os adeptos imaginariam já possuir tudo, inclusive a essência máxima desses ensinamentos, entregando-se assim à vaidade espiritual, que lhes fecha a porta para uma possibilidade de ascensão posterior. Eles passam jubilosos e ignorantes pela derradeira Verdade, para a qual o próprio fundador apenas queria prepará-los. Por esse motivo, muitos caminhos certos são forçados inevitavelmente, pelos próprios adeptos, em direção ao túmulo, em vez de conduzir para as alturas luminosas.
Quantos buscadores e quantos pretensos sabedores passaram, outrora, sem se aperceber, perante o único e verdadeiro Mestre, o Filho de Deus. Especialmente aqueles que se consideravam capacitados para reconhecer a sua vinda. Justamente esses se tornaram os seus mais acérrimos adversários. Por que não se aprende com isso?






Vemos os cristãos hoje em dia viverem dentro de muitos conceitos errados, em relação à doutrina do seu Mestre. Orgulhosos, arrogantes e, contudo, ignorantes perante a profunda Verdade que jaz na Mensagem de Cristo.
Essa circunstância, por si, faz com que tantas seitas e congregações floresçam, porque o espírito humano sente crescer dentro de si um impulso impetuoso no sentido de necessitar mais do que as igrejas lhe oferecem com suas invariáveis interpretações superficiais.
Os seres humanos esperam receber, nessas seitas e congregações, maior clareza e, muitas vezes, já estão satisfeitos quando algo soa diferente do que nas igrejas. Aquele impulso faz com que vejam nisso já um progresso, mesmo que na realidade seja muito menos do que já receberam nas igrejas.







O participante de uma sessão espírita, por exemplo, confunde facilmente o novo, o interessante, com o valioso. Não imagina que o interessante nem sempre é necessariamente valioso, simultaneamente. Ninguém reflete com calma, objetivamente, o quanto tudo isso pode ser útil para a sua própria ascensão espiritual, para o que, pois, só é finalmente decisivo a sua qualidade interior! Sente-se orgulhoso de encontrar-se em um nível íntimo com os falecidos! Na realidade, contudo, não há diferença, absolutamente, de quando, aqui na Terra, trata com seus semelhantes. O corpo que os falecidos têm, ele também possui, bem como cada ser humano na Terra. Sobre esse corpo encontra-se apenas ainda o invólucro de matéria grosseira. E aquilo que os do Além lhe comunicam com muito esforço não representa a milésima parte daquilo que Cristo trouxe.







Apesar disso, o participante dá mais valor a todas aquelas pequenas manifestações, cujo conteúdo já há muito lhe é bem familiar. Quanta falta de independência no seu próprio pensar e na intuição ele demonstra com isso em todo o seu modo de ser.
Também não emprega o que vivencia nas sessões para penetrar o quanto antes, com toda a seriedade, na Mensagem de Cristo, a fim de aprender a compreendê-la corretamente e assimilar toda a sua grandeza, a fim de lançar-se para o alto, em direção à liberdade espiritual nela desejada, mas sim, ao contrário, apega-se à mediocridade que lhe é oferecida nessas manifestações, apenas porque exteriormente apresenta em outra forma.
Isso, porém, representa mais um obstáculo, nenhum progresso!







Uma das maiores mediadoras para as trevas é a presunção! Observemos um pouco os espíritas. Com raras exceções, os adeptos sofrem de uma tão desmedida vaidade, que cobrem com uma aparente humildade de saber, a ponto de não se poder falar com eles, sem sentir uma repugnância e sem se sentir repelido. Imaginam poder “auxiliar” muitos falecidos, quando, na realidade, eles mesmos necessitam de muito maior auxílio. Infelizmente, quase por toda a parte se encontra esse fenômeno. Esse desejo doentio de querer auxiliar, porém, de maneira nenhuma é amor; também não emana do grande querer servir; tampouco pode ser atribuído à pura disposição humana de ajudar, muito menos à verdadeira piedade, mas sim nada mais é do que uma desagradabilíssima arrogância íntima, que não pode ser exterminada.
Dessa maior de todas as fraquezas, as trevas se aproveitam bastante, especialmente nos círculos dos médiuns principiantes. Aí apresenta-se um elemento trevoso, lamenta-se de qualquer coisa, e imediatamente os ignorantes homúnculos desejam “ajudar” essa pobre alma. Com olhares piedosos, orações, águas-bentas, talismãs e conjurações, que nada mais demonstram do que a ilimitada vaidade desses pretensos sabedores.
É uma comédia para satisfação própria, nada mais. Incenso para a própria pessoa. O auxílio fica só na imaginação. O elemento trevoso na maioria dos casos nem deseja auxílio! Ele sabe muito bem que aqueles seres humanos não podem ajudá-lo, e somente conta com o fato de atraí-los despercebidamente para si, embaixo! Como, aliás, todas as trevas sempre se lançam somente sobre as fraquezas. E isso com muita probabilidade de êxito, pois com esse desejo de ajudar, as respectivas pessoas se abrem para as correntezas das trevas. Estendem sua mão a essa criatura do Além, para levantá-la; contudo, entrando em contato com ela e afundam sem o saber!






O fato de que tais pessoas desejam exatamente o contrário, nada pode adiantar nesse caso, pois elas se entregam deliberadamente a tais perigos, contra os quais, do contrário, estariam incondicionalmente protegidas. Assim, porém, essa proteção é rompida por elas mesmas, e com tal leviandade há de se vingar.
Também quando essas pessoas finalmente necessitam e pedem auxílio a outros, tão logo elas mesmas, devido à sua ignorância, caem em apuros, não podendo mais prosseguir, então querem como auxílio somente a satisfação de seus próprios desejos, e não acaso ver-se livre do espírito trevoso que atraíram para si.
Supondo que naquele círculo se apresentasse um verdadeiro auxiliar, que, em lugar de atender aos seus desejos errados, enviasse um adepto das trevas para o lugar a que ele pertence, segundo sua espécie, para evitar que esse mesmo atraísse para a perdição criaturas ignorantes e superficiais, então todos aqueles que foram libertados se juntariam numa inimizade coletiva contra esse auxiliar, e provavelmente o denominariam enviado das trevas, quando seu “pobre” espírito de repente não mais pudesse aparecer. Não se lhes torna claro que na realidade sentem raiva porque perderam aquelas horas de entretenimento nas quais podiam se “elevar”.
Quando um espírito é rechaçado ao lugar de onde procede, visto que somente lá e em nenhum outro lugar pode chegar ao reconhecimento, os “devotos” consideram tal procedimento como duro e anticristão. Para se poder auxiliar verdadeiramente um espírito inferior, coisas bem diferentes são necessárias das que os assistentes e dirigentes de um círculo espírita podem oferecer.
Por esse e ainda por muitos outros motivos não tem sentido falar uma só palavra com aqueles extraviados na sua presunção, apesar de que eu poderia, em qualquer sessão, pouco importando o lugar e quem fosse o dirigente, mesmo nas mais concentradas, apresentar com facilidade as provas, em tais acontecimentos. Onde, porém, se trata de um querer realmente sério, aí sempre estarei à disposição. Sem vacilações enfrento qualquer círculo espírita ou seus espíritos, qualquer demônio ou outros opressores! 
Não é diferente com os ocultistas, que, procurando e parcialmente experimentando, se perdem em coisas que somente os acorrentam ainda mais ao ambiente de baixa matéria fina. As correntezas, às quais se abrem, retêm-nos e prendem-nos ainda mais fortemente. 






Um prejuízo igualmente grande as obras dos místicos causam, que, com seu tatear inseguro, conduzem para um labirinto de confusão, acarretando a perda do caminho como decorrência natural. Na maioria dos casos trata-se de fantasia e fanatismo, nos quais eles mesmos procuram regalar-se ou aparentar um verdadeiro saber, que, no entanto, apenas se iguala ao sorriso pretensioso de um ignorante. Não é apenas uma ilusão, na qual vivem e que também os induz de vez em quando a zombar de outros que são menos perigosos.
Não se apercebem de sua própria periculosidade, já que a mesma se encontra somente no domínio espiritual, que não são capazes de reconhecer. Pessoalmente eles também são absolutamente inofensivos; suas obras, porém, causam uma confusão terrível e levam ao descaminho, quer envolvam cuidadosamente seus pensamentos fantásticos em romances ou os vertam em outras formas. O misticismo conduz ainda mais facilmente aos braços das correntezas escuras, porque vem acompanhado simultaneamente de um comodismo sonolento ou também de um arrepio agradável, timidamente, porém, evita qualquer clareza. Os espíritos humanos encontram-se aí numa vida insalubre, sem base firme, sendo puxados de um lado para o outro.
Deus, porém, deseja que se viva de acordo com as Suas leis, porque somente nelas se pode ser feliz! Para poder viver de acordo, entretanto, deve-se possuir pleno conhecimento, nada de incertezas. Toda a vida e todo o movimento na Criação estão sujeitos às leis; procedem delas. Por isso, deve-se conhecer a Criação até em suas mínimas partes, claramente e completamente consciente! Onde resta então lugar para o misticismo? O misticismo na Criação está contra a vontade divina; não está em concordância com os mandamentos de Deus e, conseqüentemente, tem de ser nocivo aos seres humanos aos quais se deseja inculcar.
Os místicos são, portanto, estreitamente aparentados com os ocultistas e espíritas, e nocivos pelas consequências de sua atuação. Espiritualmente não existe diferença.






Ainda são de se lamentar muitas seitas religiosas e congregações, as quais imaginam cada uma por si, possuir a plena verdade e estar caminhando na frente de todas. Com esse preconceito eles enfrentam tudo o que se encontra no seu caminho e não penetram em outros pensamentos, com renovada autocrítica, mas sim arrastam consigo todo o antigo. Logo que constatam que esse antigo não se deixa misturar com o novo, recusam o novo como sendo errado. Bitolam-se no antigo que lhes foi dado e que muitas vezes nem reconheceram de forma acertada.
Devido a essa estreiteza, seu julgamento sempre é precipitado e obstinado. Sem objetividade, não com suas próprias palavras, mas sim com as palavras de outrem, que eles mesmos nunca compreenderam corretamente, procuram condenar tudo como sendo inferior ao seu saber. Para isso empregam frases untuosas, que não somente demonstram imediatamente arrogância espiritual, como também revelam um verdadeiro vazio interior e uma estreiteza inalterável.
São aquelas massas que sempre clamam com familiaridade: “Senhor, Senhor!” O Senhor, porém, não os conhecerá! Acautelai-vos em primeiro lugar com esses “fiéis”, a fim de que não sigais com eles broncamente para a destruição. 

Abdrushin

Extraído de O Chamado (Der Ruf) como: Respostas a Perguntas 






terça-feira, 19 de setembro de 2017

As Revelações de João XII








As Revelações de João

E o anjo mostrou-me um rio de água viva, a água cristalina fluía e originava-se do trono de Deus.
Nos dois lados do rio, estavam as árvores da vida. Doze vezes por ano elas frutificavam e suas folhas tinham força terapêutica.
“Então nada mais haverá na Terra que não possa entrar na cidade sagrada do nosso Rei. Seu trono estará erigido no meio da cidade e com Ele estará o Filho de Deus, Jesus.
Pois Ele e o Filho de Deus, Jesus, são Um, assim como Jesus e o Deus eterno são Um e Imanuel é Um com Deus. Vede aqui, seres humanos, o mistério divino da Trindade de Nosso Deus, assim como era no princípio e será para todo o sempre. Emudecei e adorai!
Ele mesmo, o Rei, estará com os homens, eles poderão olhar para Seu semblante divino e Seu Nome resplandecerá de sua fronte.
Não necessitarão mais da sabedoria terrena, pois Deus, que mora no meio deles, os iluminará de modo que poderão saber de tudo e tudo realizar em Seu Nome. Ele os regerá a partir de agora por toda a eternidade.”
E a Vontade eterna de Deus falou para mim:
“Tudo isso é certamente verdadeiro. Deus, o Senhor, enviou o seu anjo para te mostrar o que em breve terá que acontecer. Através de ti, porém, Ele quer anunciar isso aos seres humanos.
Vê, Eu venho logo! Bem-aventurado é aquele que recebe em si as Palavras da profecia deste livro e se segura nelas!”
Assim falou o Todo-Poderoso, o Juiz e Soberano dos mundos, para mim, João. Tudo isso eu ouvi e vi. Em adoração, caí aos pés do anjo que tudo havia me mostrado.

Mas o anjo me afastou de si e falou:

“Não a mim deves adorar, adora somente a Deus! Eu sou um servo de Deus como tu e um irmão de todos aqueles que recebem dentro de si as palavras deste livro, que tu escreveste.”

Depois disso, o anjo falou:

“Não sele as profecias deste livro, pois o tempo do cumprimento está próximo! Tudo, porém, terá que se cumprir, não importa se os seres humanos são maus, impuros, fiéis ou santos. Deixe que continuem a andar pelo caminho que uma vez escolheram, se não quiserem se modificar. Eles colherão o que semeiam!”

E novamente clamou o que estava sentado no trono:

“Vê, Eu venho logo! Trarei o Juízo e darei a cada um a recompensa pelas suas obras.
Eu Sou o Criador e Juiz, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Último. Bem-aventurados são os que guardam os Meus mandamentos, para que possam passar pelos portões da cidade nova e possam comer dos frutos da vida.
Eu te envio, João, para que testemunhes em todas as comunidades universais. Eu sou a origem de tudo o que foi criado, a Luz emanada de Deus.
Quem ouvir isso, que diga: “Vem”. E quem estiver com sede, que venha e beba gratuitamente da Água da Vida!”
Eu, João, testemunho que as palavras que pude ouvir, transcrevi verdadeiramente. Mas, quem acrescentar algo de si próprio, este irá colher pragas, sobre as quais foi escrito neste livro, porque este coloca seu raciocínio na frente da Luz que vem de Deus.
E se alguém retirar algo destas palavras, deste será tomada a sua parte nos frutos da vida eterna e na cidade sagrada.

Como testemunha e como mensageiro de Deus, eu clamo:

“Amém, Senhor, venha logo!”

Porém, com todos os que assimilarem em si as palavras deste livro, esteja a graça do Deus triplo.

Amém.




Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):














domingo, 17 de setembro de 2017

O Sentido da Vida






O Sentido da Vida

por August Manz

A questão sobre o sentido da vida humana, sobre o “Por que estamos aqui na Terra”, já ocupou pelo menos todas aquelas pessoas que pensam um pouco mais do que apenas sobre a necessidade do dia a dia, sobre a satisfação das necessidades terrenas, sobre alegrias materiais e passageiras. Espíritos guias levaram os resultados de suas reflexões, de suas pesquisas a sistemas filosóficos e elaboraram métodos próprios para essas pesquisas. A história da filosofia se tornou uma montanha de saber. Mas como todos esses pesquisadores só trabalham com o raciocínio terreno preso à Terra, ao qual é simplesmente impossível um pensar além do espaço e tempo, o resultado de sua procura teve de permanecer insuficiente e não pôde contribuir em nada para responder de tal forma esta questão tão importante para os seres humanos e fundamental para sua existência, de modo que surgisse realmente um proveito espiritual para o ser humano.
As mais diferentes religiões também não se ocuparam de forma alguma com essa questão tão significativa. Mas até mesmo os dogmas cristãos, erigidos sobre a Mensagem do Filho de Deus originária diretamente da Luz não podiam também esclarecer o sentido da existência de forma plena e satisfatória, pois sempre de novo torciam a Verdade com o raciocínio, comprimindo-a em formas. Assim eles também só pressentiram a Verdade plena, quando ensinaram que o ser humano está na Terra, para servir a Deus e se tornar bem-aventurado através disso – contudo, não reconheceram corretamente o fato em todas as conexões, cujo reconhecimento, porém, é uma indispensável pressuposição para a ascensão do ser humano.
Não é muito difícil comprovar que a utilização daquilo que foi reconhecido pela filosofia, bem como o ensinamento dogmático, não bastam para a vida do ser humano, a fim de esclarecer realmente de forma plena e sem reservas o “porquê”, dando assim à existência o sentido e a finalidade correta. Já uma passagem bem simples pela atual vida da humanidade, dá uma imagem clara a respeito.
Tomando por acaso, deixe-nos observar alguns exemplos típicos da diversificada vida de todos, mas observado de tal forma como se apresenta aos olhos do adepto do Graal – não como é visto pela referida pessoa. Nitidamente reconheceremos de forma correspondente o negativo, insuficiente e insatisfatório. E desta base deve se realçar então, na sequência da observação de hoje, de modo mais claro e compreensível, o que a Mensagem do Graal nos trouxe de reconhecimento mais positivo e beneficiador nesse aspecto.
Tomemos logo como primeiro exemplo um filósofo moderno, um procurador da Verdade da ciência! Uma cabeça inteligente, que pensa com clareza; que ele seja um aplicado trabalhador incansavelmente do espírito (Começou-se a utilizar a palavra “espírito” no idioma alemão, bem como em outros idiomas, visando designar aquela pessoa que se destaca intelectualmente), preenchido por um esforço ideal para pesquisar a respeito do sentido da vida. E, apesar de tudo, ele tem de ficar estagnado já no princípio do reconhecimento, se trabalhar apenas com o cérebro, com o raciocínio terreno.

E ele faz isso na maioria dos casos. Ele tenta abrir caminho com o raciocínio através da abundante diversidade dos sistemas filosóficos, que lhe foram ensinados em seu estudo. De forma bem ordenada ele arquiva tudo nas gavetas de sua memória, fica preenchido de orgulho pelo enorme saber que adquiriu, pelos métodos de trabalho que ele aprendeu e procura agora criar ele mesmo algo próprio com base no conhecimento adquirido – se ele não pertencer ao grande número daqueles que se esforçam pela vida inteira, por classificar, rubricar, ordenar e repetir sempre de novo aquilo que foi reconhecido e perscrutado por outros, com outras palavras: ruminando espiritualmente.
Mas nós supusemos que o filósofo do nosso exemplo estivesse preenchido por um anseio ideal. E apesar desse anseio ele não chega a nenhum resultado positivo.
Ele constrói suas averiguações apenas sobre observações de seu raciocínio; ele só tira conclusões dos fatos observados da existência humana terrena. Ele tenta encontrar a finalidade da vida das diversas formas de existência da vida terrena de pessoas individuais e de associações estatais; assim, talvez, ele chegue ao reconhecimento que a luta pela existência seja a própria finalidade e só através dela é possível um desenvolvimento mais elevado – ou ele até reconhece a necessidade de um desenvolvimento espiritual mais elevado para o ser humano individual, mas o “por que” permanece diante dele como um enigma insolúvel. Pois suas conclusões permanecem estagnadas na vida terrena, na matéria grosseira, já que ele não conhece nada mais e nunca iria reconhecer; e assim falta aos seus reconhecimentos, bem como às suas conclusões a elevada ligação espiritual, a qual ele absolutamente não pode encontrar com o raciocínio.
Mas mesmo se ele expande sua pesquisa além do âmbito dos sentidos, se ele partir de conceitos espirituais, do próprio Deus, ele não alcança um resultado satisfatório, enquanto pesquisar unicamente com o raciocínio. Pois suas ideias encontradas de forma intelectual não são capazes de deixar que ele atravesse a ponte espiritual, a qual unicamente leva ao verdadeiro reconhecimento acima do espaço e do tempo, rumo ao puro espiritual eterno. Dessa forma ele não consegue descobrir a ligação entre Deus e a existência humana. O que ele pensou perspicazmente de forma intelectual, tem de permanecer preso à Terra, imperfeito e errado.
É por isso também que a utilidade que o filósofo, com base em seus fatos experienciais fundamentados, ou com base em seus resultados de pesquisa pensados intelectualmente, que deduz para a existência humana, a fim de lhe transmitir sentido e finalidade, tem de permanecer insuficiente e incompleta. Pois lhe falta a única pressuposição que é eficaz – o reconhecimento do elevado sentido espiritual; ela permanece preso à Terra, como o raciocínio do pesquisador e, com isso, inútil para a ascensão espiritual do ser humano.

O resultado final não é diferente no exemplo que iremos observar agora. Um camponês simples e sensato que, com sua família, tem dificuldades e luta pela vida. Ele acredita fielmente naquilo que lhe é ensinado na igreja cristã a que pertence, naquilo que o padre ou sacerdote lhe repete nos cultos aos domingos, os quais ele visita regularmente. Ele está convencido de cumprir corretamente com o seu dever de cristão, se acreditar nos parágrafos de seus dogmas e realizar exatamente as prescrições de sua comunidade religiosa a respeito da frequência à igreja, recebimento do sacramento, etc. No mais ele trabalha aplicadamente durante a semana, é econômico e caprichoso, e procura manter seus bens terrenos e ampliá-los. E educa seus filhos no mesmo sistema.
Será que este homem assimilou por fim o sentido da vida; será que ele conquistou para si um lugar no céu, como ele próprio acredita piamente e como sua igreja lhe havia prometido? Não, pois ele não vivencia a crença em seu íntimo; sua crença é fria, não é viva como deveria ser.  Ela permanece estagnada nas exterioridades, no comprimento formal. Ele serve a Deus. Mas sua religião encontra-se ao lado de sua atuação cotidiana e, com isso, ele próprio encontra-se ao lado da vontade de Deus, ao invés de viver dentro da vontade de Deus. E assim ele também não reconhece o verdadeiro sentido da vida e não cumpre a finalidade da peregrinação pela materialidade desejada por Deus – não é capaz de cumpri-la; pois o seu esforço é apenas terreno e sua crença morta.
E assim como se dá com este, também ocorre com muitos outros, que se julgam crentes e servindo a Deus, e que crêem assim cumprir a finalidade da existência, indiferente qual profissão eles exercem e qual posição social eles ocupam. Eles não têm nenhuma noção do verdadeiro espírito de Cristo e sua vida transcorre, observado de forma correta, sem sentido e sem finalidade; pois sua ascensão espiritual não é beneficiada dessa forma.

Dos muitos, cuja finalidade e, objetivo existencial se exaurem apenas no que é material, que não acreditam nem numa continuação da vida depois da morte terrena, nem em Deus, que só procuram satisfazer suas necessidades corpóreas, que estão submissos ao demônio da vaidade, da ânsia por dinheiro, da ganância, da volúpia – que só vêem sua única finalidade existencial na satisfação de qualquer pendor terreno, de todos estes não se deve absolutamente falar aqui. Pois isso não determina a finalidade existencial e é evidente que isso não pode ser o sentido da vida. Isso rebaixaria o ser humano ao nível do animal, sim, ainda abaixo deste, que com sua forma existencial segue as leis da natureza.
Mas também com essas constatações negativas o sentido da vida ainda não foi encontrado. O ser humano, aliás, nem mais é capaz de encontrá-lo sozinho, por si mesmo, e de se aprofundar nele. E, por isso, poderíamos pegar ainda muitos exemplos da vida da humanidade atual e teríamos de constatar por toda a parte, que o verdadeiro sentido da vida não foi assimilado, que não foi dada uma finalidade correta para a existência. Pois a verdadeira finalidade da vida só podia ser desvendada à humanidade pelo próprio Deus, por meio das mensagens que Ele enviou da Luz, após as criaturas humanas terem soterrado sua vida intuitiva através do cultivo exagerado do seu raciocínio atado ao espaço e ao tempo. E apenas através do reconhecimento de todas as conexões espirituais, através de uma compreensão sem lacunas das leis divinas e de sua atuação na Criação inteira, é que pode ser encontrado o sentido da vida, o qual é impossível de estar fundamentado no que é terreno e atado à Terra, que forma apenas uma parte da Criação.
Contudo, as últimas conexões só podem ser anunciadas, aliás, por um Enviado da Luz, que, vindo do ponto mais alto da Criação ultrapassa por meio de uma ponte espiritual o abismo que separa a divindade da humanidade, ou por alguém inspirado.
Três vezes o próprio Deus deu oportunidade aos seres humanos, para que eles reconhecessem a vontade de Deus e com isso todas as conexões da Criação inteira e de sua própria existência, aprofundando-se assim também na verdadeira finalidade e objetivo da vida. Uma vez através de Moisés, a segunda vez através do próprio Filho de Deus, Jesus, e pela terceira vez através da Mensagem do Graal, que o Filho do Homem nos trouxe.
E assim vamos observar agora o que nos fora anunciado nesta Mensagem a respeito do sentido de nossa vida terrena. Pois apenas assim poderemos chegar a um verdadeiro reconhecimento e responder essa questão de forma completa.
As pressuposições já são totalmente diferentes aqui do que em relação à pesquisa de um ser humano ou em relação à doutrina de igrejas que permanecem presas à Terra. Pois aquele que nos traz a Mensagem, origina-se da Verdade, do divinal e é a própria Verdade viva. E o que Ele anuncia é incondicionalmente certo, é a pura Verdade, perante a qual não há nenhum sofismar, nenhum queres saber melhor. Só depende de nós, reconhecê-la, acolhê-la em nós e tirar as conclusões corretas disso.

O Filho do Homem, porém, nos revelou todas as conexões da Criação inteira desconhecidas até então a todos nós, sua formação e seu existir, a atuação das leis divinas dentro dela e esclareceu também com a questão, como o ser humano se encontra nesta Criação, como ele se originou e se desenvolveu, e qual é sua missão na Criação – portanto, com outras palavras: no que consiste o sentido da nossa existência.  
A todos nós que foi proporcionada essa graça, de poder receber a Mensagem, essas particularidades do ensinamento se tronaram de fato conhecidas. Mas temos que nos aprofundar nelas sempre de novo, pois dessa forma nosso reconhecimento sempre se amplia, resultando toda vez em pontos de vista novos e que beneficiam nossa ascensão.
Por isso, não quero me satisfazer hoje em fazer uma simples indicação à Mensagem e deixar a cargo de vós próprios, ler os pontos correspondentes; ao contrário, iremos constatar juntos o que o Filho do Homem anunciou sobre o sentido da vida.
Queremos partir do fato que Deus, como ponto de partida de tudo o que existe, como fonte primordial de toda a vida, criou o reino espiritual, o Paraíso, como Criação primordial, a qual surgiu de Sua Vontade. Dessa Criação primordial originou-se então a Criação posterior, à qual também pertence a matéria grosseira de nosso mundo visível e, com isso, a nossa Terra. O espírito-enteal consciente como o mais próximo do Reino Eterno de Deus, o Divino-enteal, consiste de seres espirituais eternos, os primordialmente criados, que o próprio Deus criou como o primeiro puro espiritual – segundo Sua imagem.
Nesse Paraíso dos primordialmente criados vive também ao mesmo tempo o espírito-enteal inconsciente, que contém a mesma base, da qual é formado o espírito-enteal consciente – ou seja, a semente para isso.  Nessa semente, ou germe, reside vida e a vida na Criação inteira impulsiona para o desenvolvimento, de acordo com a vontade divina. O desenvolvimento tem como objetivo a conscientização. Contudo, isso só é possível por meio da experiência. Os germes têm o anseio para isso em si e, assim esses germes espirituais são automaticamente expelidos para baixo, além do limite do espírito-enteal, como uma necessidade natural ao atingir um determinado amadurecimento. O germe expelido peregrina então, em seu desenvolvimento, pelas diversas planícies da existência e chega por fim, à maturidade. Na matéria fina o germe espiritual se envolve com um invólucro como um manto protetor – a alma – e na matéria grosseira com o corpo terreno. 

Assim o germe espiritual chega a nossa Terra para uma primeira encarnação como ser humano que se tornou consciente.
Portanto, o ser humano que peregrina na matéria grosseira é um germe espiritual oriundo do reino espiritual, que se envolveu de forma correspondente a espécie do ambiente com invólucros protetores. De acordo com sua procedência, com sua origem, se dá o fato deste germe espiritual possuir em si apenas capacidades nobres e puras. Sua missão consiste então no fato de despertar, fortalecer e desenvolver as capacidades que repousam no germe. Através disso ele proporciona a si mesmo a possibilidade de uma ascensão espiritual, em direção à Luz, e finalmente do retorno – agora como “eu” espiritual autoconsciente – para sua Pátria, o Paraíso. E a humanidade como tal, ou seja, o conjunto dos germes espirituais individuais que aspiram ao desenvolvimento por meio da experiência deve proporcionar a ligação entre as alturas fino-materiais e luminosas com o plano terreno grosso-material.
Tornando-se senhor do mundo de matéria grosseira através do desenvolvimento de suas capacidades nobres, o ser humano pode elevar esse mundo por meio de sua mediação. Pois através dele a vida pura oriunda da fonte de Luz pode descer até a profunda matéria grosseira e se elevar novamente desta para o alto, pulsando numa maravilhosa reciprocidade harmônica.
De acordo com a vontade divina a missão do ser humano na Criação consiste em ser o elo entre as partes finas e grosso-materiais da Criação, por meio de sua capacitação de haurir do espiritual e aplicar na vida grosso-material aquilo que foi haurido dessa forma, utilizando aí como instrumento o raciocínio e as experiências reunidas. Dessa forma a Criação inteira de matéria grosseira seria continuamente beneficiada, purificada e elevada.

Isto certamente é uma missão maravilhosa do ser humano, a mais elevada finalidade da existência que, aliás, pode ser imaginada.
Mas a humanidade não cumpriu até agora esta missão, já que ele se tornou incapaz para tanto por culpa própria. Pois sua capacitação era a intuição acima do espaço e do tempo oriunda do espiritual e a qual traz em si a possibilidade de contato mais estreito com o mundo da matéria fina.
O ser humano, porém, por meio do cultivo do raciocínio ligado ao tempo e ao espaço, quase excluiu completamente essa intuição, tornando-se assim incapaz de cumprir sua missão. Por isso que a vida da humanidade encontra-se agora, principalmente sem sentido e sem finalidade. E apenas o Juízo Universal vindouro, que o Filho do Homem traz, pode realizar aqui uma modificação realmente incisiva e restituir novamente a finalidade original da existência da humanidade.

Contudo, a existência do ser humano individual sobre esta Terra, também não precisava ser até agora sem sentido e sem finalidade; também isto o Filho do Homem nos anunciou. Só que por causa do desenvolvimento que a humanidade inteira tomou devido essa separação dos dois mundos, do mundo do Aquém e do Além, se tornou mais difícil para o ser humano individual cumprir sua missão. A própria missão permaneceu, de forma natural, a mesma para cada indivíduo, missão essa que já descobrimos: o desenvolvimento das propriedades nobres e puras que residem no germe espiritual – e a ascensão para a Luz.
Apesar da separação o cumprimento dessa missão teria sido possível; pois Moisés e o Filho de Deus haviam-na anunciado, e alguns seres humanos individuais que aspiravam à Luz também a acolheram. Portanto, a própria humanidade criou para si as dificuldades e dentro desse âmbito geral do desenvolvimento errôneo, novamente cada um por si.   
Para compreendermos isto que foi mencionado por último, temos que refletir que cada ser humano individual possui um livre-arbítrio. Esse livre-arbítrio lhe possibilita dirigir a pura força criadora de Deus, que o conflui para um bom ou mau efeito. Se um espírito humano que tivesse se encarnado pela primeira vez dirigisse essa força por toda sua vida, só através de intuições e pensamentos bons, sempre e apenas para o que é bom, então, depois da separação de seu corpo terreno, iria iniciar-se imediatamente sua ascensão para o reino espiritual. Na realidade, porém, cada pessoa individual dirige, devido a negação de sua intuição, a força mui frequentemente para um mau efeito, criando assim um carma para si.
Em consequência da lei da reciprocidade, que se efetiva também na matéria fina, o ser humano forma para si também sua vida futura – sua vida do Além e por ocasião da reencarnação também no Aquém. No Aquém – na matéria grosseira – é então sua missão resgatar esses fios cármicos, restabelecendo o estado de pureza original e conseguindo finalmente realizar a, apenas retardada, ascensão para a Luz, agora através de um direcionamento correto da força divina.

Assim o sentido da vida do ser humano que se tornou culpado reside, portanto, no fato de libertar-se novamente da culpa através de uma sintonização correta, de modo que seu término tenha de ser outra vez bom, como seu início.
Toda culpa e todo carma são apenas de espécie material. Nada se transfere para o espírito, mas só pode se aderir a ele. E por isso também é possível um lavar-se de toda a culpa, assim como isso nos é exigido pelo sentido da vida na materialidade. O Filho do Homem também nos anunciou, como é que esse purificar-se pode acontecer. Contudo, isso deve ficar reservado a uma dissertação sobre esse assunto.
Resumindo, queremos constatar mais uma vez de forma breve: O sentido da vida é o desenvolvimento do germe espiritual através do cultivo das capacidades nobres que repousam no germe e, com isso, para toda a humanidade é o restabelecimento da ligação entre o mundo de matéria fina e o mundo de matéria grosseira, através do que o mundo de matéria grosseira pode ser beneficiado e elevado.
Depois do falhar da humanidade isto só é possível agora através do Juízo Universal.
Para o ser humano individual, porém, o sentido da vida consiste agora em, aproveitando corretamente o seu livre-arbítrio, resgatar seu carma, criando para si somente efeitos recíprocos bons e possibilitando assim sua ascensão. Ele pode conseguir isso, se servir a Deus no sentido correto, unindo-se para tanto à vontade divina e aplicando-a no centro da vida e da atividade de seu dia-a-dia. O ser humano individual, portanto, deve aspirar agora para si, tornar-se um ser humano e nobre.
E essa meta deve ser alcançada pela humanidade inteira no reino que Imanuel edificará após o Juízo Universal. – – –
Se ainda nos perguntarmos agora, por que Deus inseriu a vida no germe espiritual, o impulso para o desenvolvimento, o impulso para realizar essa peregrinação pela Criação, para que ele se desenvolvesse num “eu” espiritual consciente, então temos que mencionar aquilo que um primordialmente criado nos anunciou um dia:
“Isso se encontra fundamentado na imperscrutável deliberação de Deus, na qual ninguém tem acesso e a qual temos de aceitar como algo evidente.”
Pois o espírito humano, originário do puro espiritual, não seria capaz de assimilar o que é divino, nem mesmo com a intuição. Neste aspecto ele precisa se curvar diante da elevada majestade do Deus inapreensível.
Mas ele já ganhou infinitamente muito com o fato de conhecer agora a finalidade e o objetivo de sua existência, de seu desenvolvimento, podendo aspirar conscientemente à ascensão para a Luz.
Ele só tem de se esforçar por compreender de forma plena e correta o sentido da vida –

E viver de acordo com isso!


Amém!



terça-feira, 12 de setembro de 2017

As Revelações de João XI







As Revelações de João

E vi novamente um grande trono claro e Aquele que sobre ele estava sentado, o Senhor e Juiz de todos os mundos. Diante de seu semblante luminoso, recuava aquilo que não podia subsistir no Juízo.
E vi como os espíritos humanos vinham para diante do trono do Juiz: grandes e pequenos, altos e baixos, todos eles tiveram que aparecer para receber a sua sentença.
E livros foram abertos e neles estavam registrados os pensamentos, palavras e ações de cada um, e cada um recebeu aquilo que ele mesmo preparou para si. A eterna Justiça não conhece nenhuma oscilação do ponteiro da balança!
Mas também foi trazido o Livro da Vida, no qual estão registrados os nomes dos servos do Todo-Poderoso.
E também tiveram que comparecer diante do trono do Juiz todos aqueles, cujos espíritos já se encontravam no sono da morte, mesmo que seus corpos ainda estivessem ativos. E eles foram entregues à morte eterna. De todos os planos vinham figuras espirituais, das alturas e das regiões das trevas. Todos receberam a recompensa que eles mesmos conquistaram.
Mas aquele, cujo nome não estava registrado no Livro da Vida, era jogado para a decomposição, para que deixasse de existir para todos os tempos. Esta é a morte espiritual, que é pior do que a morte terrena.
Depois disso vi um novo céu e uma nova Terra, pois todo o antigo havia passado, tudo tinha se tornado novo. Purificada estava a Criação posterior de todas as trevas e de toda a maldição do pecado.
E eu, João, que vos relato tudo isso, vi a cidade sagrada de Deus, a nova Jerusalém, surgir de acordo com o modelo daquilo que se encontra no céu. Bela e maravilhosamente ornamentada estava ela para receber o eterno Filho de Deus, nosso Senhor.

Aquele que estava sentado no trono chamou com voz alegre:

Veja, a morada de Deus entre os homens! Ele, o Filho do Homem, o Filho do Deus eterno, irá morar com eles. Eles serão seu povo e ele mesmo, Imanuel, será o seu Deus e Rei.
Bem-aventurado será o povo! Todas as lágrimas secarão, a morte não terá mais pavor, mas abrir-lhes-á a porta para os reinos da Luz. Sofrimento e aflição e dor não terão mais morada entre eles, pois tudo se tornou novo. O que era velho passou!”
E novamente falou Aquele que estava sentado no trono:
“João, escreve o que te ordeno. Todas essas palavras são verdadeiras e certas.
Vê, eu torno tudo novo! Agora tudo está consumado. Eu Sou de eternidade a eternidade, o começo e o fim. Em Mim se fecham todos os acontecimentos.
Darei ao sedento gratuitamente do poço da água viva. Eles poderão beber e ter abundância.
Quem se supera, herdará tudo, Eu serei seu Deus e Rei e ele será meu servo.
Mas quem desanima e é de pouca fé e não me reconheceu, quem estiver no pecado e pratica crimes, o seu quinhão será o tormento da condenação, da decomposição. Isso é o pior, a morte espiritual!”
Aproximou-se então de mim um dos sete anjos que haviam derramado as taças da ira divina e do Juízo sobre o mundo. Ele falou para mim:

“Vem e vê o que quero te mostrar!”

E em espírito levou-me para uma alta montanha e mostrou-me a nova cidade, a Nova Jerusalém, que Deus havia mandado construir de acordo com o modelo do alto.
A cidade estava completamente perpassada pela magnificência divina. Os raios que dela partiam assemelhavam-se ao brilho das pedras mais preciosas e como que de jaspe claro.
Em volta da cidade, havia um muro alto e grande que tinha doze portões. Nos portões, vigiavam doze anjos e sobre os portões estavam escritos os nomes dos escolhidos do Senhor. Para cada direção celeste conduziam três portões.
Entre estes, situavam-se doze superfícies, sobre as quais estavam escritos os nomes dos discípulos de Jesus.
O anjo que comigo falava, tinha uma vara de medir, para que pudesse me mostrar o quanto era grande a cidade sagrada. Seu comprimento, sua largura e altura eram exatamente iguais. Quadrangularmente fora ela construída. *(A cidade sagrada é um cumprimento em alturas luminosas, não sobre a Terra.)
Seus muros eram unidos com jaspe, mas eles mesmos eram de ouro puro, que parecia fino e transparente como vidro. As superfícies dos muros estavam ornamentadas com pedras preciosas: com jaspe, safira, calcedônia, esmeralda, sárdio, carneol, crisólito, berílio, topázio, crisópraso, jacinto e ametista.

Os doze portais eram pérolas e as ruas da cidade eram de ouro puro.
E olhei em volta, mas não encontrei nenhum templo na cidade, pois toda a cidade é um templo de Deus, pois o seu Rei, o próprio Deus eterno, habita nela.
Ela também não precisa mais da luz do sol e da lua para ter santidade, pois a magnificência de Deus a ilumina.
“Todos os que podem chegar até ela, caminham na mesma Luz de Deus, que do alto penetra em suas almas. Os reis da Terra deixarão de lado suas coroas e irão entrar na cidade para adorar a Deus.
Jamais os portões da cidade estarão fechados, pois nada de mau ou de pecador poderá aproximar-se dela. Somente aqueles, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida, poderão entrar e sair dela. Alegria pura preencherá todas as almas, pois o seu Rei está com elas.”



Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):