segunda-feira, 31 de julho de 2017

As Revelações de João V







As Revelações de João

E novamente o Eterno acenou e o quinto anjo tocou a trombeta, de modo que o som ecoava longo por todas as Criações. Então as trevas ganharam poder sobre a Terra e das profundezas assomavam bichos como gafanhotos e cobriram toda a Terra.
Mas esses tinham a ordem de não comer a grama, nem as ervas, mas apenas cair sobre os seres humanos, torturando-os. Mas naqueles que portavam o sinal de Deus sobre a testa, nestes eles não deviam tocar.
Horripilante era a aparência dos bichos em sua forma na matéria fina: tinham couraças, com as quais faziam barulho, rabos como escorpiões com os quais picavam; asas que os levavam a toda parte e rostos como caricaturas humanas e dentes afiados.
Eles deveriam atormentar os seres humanos por algum tempo. Os tormentos deveriam ser tão grandes, que os seres humanos desejariam poder morrer. Mas justamente isso eles não deveriam. Deveriam sentir todos os tormentos, para que aprendessem a reconhecer contra quem tinham praguejado; a quem tinham afastado para longe de si. Mas o senhor de todos esses bichos era Lúcifer.
E novamente o anjo clamou poderosamente:
“Um ai passou, mas mais dois ais ainda virão!”



O sexto anjo tocou sua trombeta. Então a voz Daquele que estava sentado no trono clamou:
“Solta os quatro servos de Deus!”
Então os quatro anjos foram soltos, que estavam preparados dia e noite, a cada ano e cada hora, para que, por ordem de Deus, matassem a terça parte de toda a humanidade. Com uma grande comitiva de cavaleiros armados, galoparam para a Terra e deixaram expelir fogo, fumaça e enxofre e mataram a terça parte de todos os que a morte havia deixado sobrar.

Mas ainda havia sobre a Terra aqueles que não queriam pagar pelos seus crimes, que não queriam adorar a Deus, nem guardar suas leis.
Do alto desceu um maravilhoso anjo, de aparência forte e esplendorosa. Suas vestes estavam em sua volta como uma nuvem, os raios que partiam de sua cabeça brilhavam como as cores do arco-íris, e seu semblante era luminoso como o sol. Seus pés assemelhavam-se a chamas de fogo que se acendiam e se consumiam, mas sempre se renovavam no serviço ao Eterno.
Postou-se sobre toda a Criação posterior, pois tinha recebido poder de seu Senhor sobre ela. Então passou a chamar com voz poderosa, de modo que soava sobre todas as Criações como sete trovões rolantes. Mas o que ele clamava era tão poderoso que tudo estremecia diante disso.
Senti muito medo, mas mesmo assim eu queria anotar o que pude perceber no rolar dos trovões, então uma voz suave soou de cima:
“Guarda dentro de ti o que ouviste! Não escreve o que o anjo clamou através do soar dos trovões sobre a Criação posterior.”
Então agradeci a Deus em minha alma por não ter que escrever isso, mas dentro de mim está escrito por toda a eternidade.
Mas o anjo ergueu-se bem alto, levantou sua mão e fez um juramento ao Deus triplo, de cuja Vontade tudo tinha partido, para que à humanidade pecadora não fosse dado mais tempo para penitência. Assim que o sétimo anjo tivesse tocado a sua trombeta, tudo estaria terminado. Então se concluiria tudo o que estava previsto pelas leis eternas de Deus. Toda a paciência teria então chegado ao fim.

O anjo tinha um livrinho na mão. E novamente ouvi uma voz de cima, que falou para mim:
“Vai e pega o livro do anjo!”
E então me aproximei do poderoso anjo e pedi que ele me desse o livrinho. E ele falou:
“Toma e absorve o conteúdo do livro em teu íntimo! Não terás mais sossego, mesmo que no começo ele te pareça brando.”
Peguei o livrinho da mão do anjo e absorvi todo o seu conteúdo, que me parecia amável e doce. Mas quando tinha compreendido tudo, então um pavor tomou conta de mim. Mas o anjo falou:
“Vê, o que tu agora absorveste, isso terás que passar adiante. Novamente terás que anunciar diante de todo o povo e diante de todos os pagãos, assim como anunciaste uma vez!”
O anjo deu na minha mão uma vara de medir e ordenou:
“Meça o templo de Deus, o sagrado e o santíssimo. Mas o vestíbulo, este não o meça, pois doravante não haverá mais vestíbulo no templo de Deus. A cidade de Deus e os templos de Deus na Terra serão entregues aos pagãos e eles os destruirão por causa da descrença dos seres humanos!”

E novamente o anjo anunciou:

“Duas testemunhas de Deus onipotente encontram-se na Terra, externamente iguais aos homens, simples e sem pompa. Mas eles são como oliveiras sempre verdes e como tochas ardentes diante da magnificência do Senhor, tal como o profeta Zacarias anunciou!” 
*(Parsival – Abdrushin e Maria [Não Maria de Nazaré].)
As trevas sibilam aqui e ali contra eles, mas não podem lhes fazer mal. Deus, o Senhor, porém, deu-lhes poder sobre toda a entealidade, para que no tempo de sua peregrinação na Terra, por sua vontade, todos os tipos de pragas pudessem abater-se sobre os seres humanos, assim como no tempo de Moisés no Egito. Eles trazem Luz e Verdade de Deus, do Todo-Poderoso, mas os seres humanos não querem ouvi-los.
E depois de todos os ataques que sobre eles foram em vão, as trevas se condensam. Como um enorme animal, elas erguem-se de baixo, lutam contra eles e aparentemente os vencem. São amarrados e largados como se estivessem mortos. *(Morte aqui significa “estar excluído por morte moral” [difamação]) Deus, o Sempiterno inclina-se sobre Seus filhos e chama para que durante este tempo subam até Ele. Os seres humanos, porém, que caminham em obstinação e descrença, festejam festas de alegria íntima e triunfam dizendo que tinham matado a Verdade e o Amor e libertado a Terra da Justiça. Pois eles haviam se tornados incômodos àqueles que não queriam reconhecer.
Mas exatamente na hora em que Deus, o Eterno, havia previsto, as duas testemunhas saem ilesas de todos os ataques. Elas vivem! E grande pavor toma conta daqueles que haviam testemunhado contra elas e daqueles que, em alegria, jubilavam por causa disso.
Mas a Terra estremece e os seres humanos se enchem de medo.
E com isso também o sexto ai tinha passado sobre a humanidade, porém depois da palavra do anjo não havia mais nenhum tempo entre este e o último.

À Vontade de Deus, que estava sentado no trono para julgar a humanidade e acenou, o último anjo tocou sua trombeta. Agudo soou o som por todas as Criações e todas as criaturas prenderam o fôlego, pois o fim de todas as coisas havia chegado.
Do céu, porém, soavam vozes:
“Agora os reinos de todas as partes universais são propriedade de nosso Senhor, do Filho do Homem e do Filho de Deus, Jesus. Ele, o Filho do Homem, irá reinar agora por toda a eternidade, assim como o fez desde todo o sempre!”
E os anciãos ergueram-se de suas cadeiras, caíram de joelhos e oraram:
“Senhor, Deus onipotente, Tu que és e que eras de eternidade em eternidade! Nós Te agradecemos porque Tu deixas emanar agora toda a Tua força e porque Tu tomaste posse agora de Teu reinado sem limites.

Agora Tu aniquilaste todos os que eram contra Deus e contra Ti. Tu julgaste todos os que não Te reconheceram. Tu ataste o antagonista que corrompeu a Terra. Mas aqueles que Te reconheceram receberão agora o seu quinhão. Teus servos eles poderão ser e a bem-aventurança preencherá suas almas!”



Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):





domingo, 30 de julho de 2017

Não Julgueis Para Que Não Sejais Julgados






Não Julgueis para Que Não Sejais Julgados


por August Manz


Quando observamos frases que o Filho de Deus disse, advertindo, para seus discípulos ou para todo o povo, temos que levar sempre em consideração o que o Filho do Homem nos anunciou sobre tal assunto.
Cada frase” – assim anuncia a Mensagem – “que o Filho de Deus outorgou à humanidade encerra valores tais que conduzem às alturas e que só não foram encontrados porque nunca foram procurados corretamente”,
Com palavras simples, Jesus sempre deu em suas sentenças singelos valores do mais amplo significado se não soterrarmos, de antemão, a sabedoria de seus provérbios e os procurarmos realmente de forma profunda.
“Os seres humanos, porém, não procuraram nelas de modo sincero. Pois mesmo os que se dizem perscrutadores aceitaram e continuam aceitando tudo com demasiada leviandade em sua habitual ilusão de que com a leitura, realmente, também devam ter compreendido o sentido, porque assim o fazem crer a si próprios, bem de acordo com seu respectivo parecer. Isso não é nenhum procurar sincero. Por isso não conseguem encontrar o verdadeiro tesouro. Por isso também não pôde haver qualquer progresso. O Verbo permaneceu morto para aqueles que deviam torná-lo vivo dentro de si, a fim de auferir daí valores que conduzam às alturas.” ( Dissertação: “Vês o Argueiro no Olho de Teu Irmão e Não Atentas ...” , Mensagem Original ,1931)

Se nós, portanto, quisermos encontrar o profundo valor de uma frase Divina, quer seja nos provérbios de Jesus que foram retransmitidos ou na Mensagem do Graal, temos que procurar sinceramente. Expresso de outra forma isso quer dizer: nós temos que nos libertar interiormente do pensar preconcebido, libertar-nos do querer saber melhor, o qual, quando procura, já tem uma meta e um resultado diante dos olhos, que corresponde aos desejos próprios da comodidade, do egoísmo e da vaidade. Nós temos que observar muito mais a frase correspondente em suas conexões naturais com todo o fenômeno da Criação e em seu enquadrar-se nas leis Divinas e nas atuações delas.
Então também alcançaremos a compreensão verdadeira e, assim, estaremos em condições de descobrir de forma viva a Palavra. Ela tornar-se-á, então, uma indicadora do caminho e um apoio para a nossa ascensão ao encontro da Luz. Cada uma das palavras Divinas deve beneficiar e também nos promoverá em nosso desenvolvimento espiritual. Pois em sua Verdade Divina reside a Luz e a Vida! Só temos que avançar até lá! –




“Não julgueis para que não sejais julgados!” Esta é uma frase do Sermão da Montanha, as quais observarão hoje, mas de tal forma como o Filho do Homem nos ensina. Esta frase de Jesus indica para a objetividade férrea, imutável e indesviável da lei da Reciprocidade, objetividade que nos leva a um reconhecimento abalador. E, com isso, também se nos torna claro a conexão com os fenômenos uniformes na Criação.


Assim como tu julgas, serás e deverás ser julgado. Nisso se mostra o desenvolvimento obrigatório do acontecimento que têm de atingir os seres humanos de acordo com seu comportamento. “A lei da Reciprocidade” – assim anuncia a Mensagem – (Dissertação: “Erros” , Mensagem Original, 1931atua de tal maneira que o ser humano tem de colher o que outrora semeou, infalivelmente.”
“Não poderá colher trigo se semeia centeio, nem trevos se dissemina cardos. O mesmo se dá no mundo da matéria fina. Não poderá por fim colher bondade se intuiu ódio, tampouco alegria onde alimentou inveja dentro de si!”

E onde o ser humano mede com uma medida, julgando ou condenando, ele também será e têm de ser medido.
“De acordo com a medida que medirdes, vós sereis medidos” – essa frase com a qual Jesus finaliza seu pensamento, deixa reconhecer de forma clara a inalterabilidade, mas também a justiça do acontecimento, que foi desencadeado pelo pensar e agir do ser humano. Pois é a Justiça Divina que se desencadeia nessa Lei, sem ser influenciada por concepções humanas e trilhando seu caminho de forma férrea.

“Não julgueis!” O que, sobretudo, intenciona-se com isso se nos torna especialmente claro da interpretação do Oitavo Mandamento que o Filho do Homem nos deu(Dissertação: “Os Dez Mandamentos de Deus”, Mensagem Original, 1931). Trata-se em primeiro lugar do falatório malévolo.

“Por faltar completamente a toda a humanidade o objetivo elevado e uniforme de alcançar o Reino de Deus, carecem as pessoas de assunto quando se encontram em grupos de dois ou três, cultivando então o hábito tão de seu agrado de falar sobre os outros, prática esta cuja baixeza não são mais capazes de reconhecer porque, com a constante execução, perderam inteiramente a noção disso.”

O falar a respeito de outras pessoas, não é nada mais do que um julgamento. Com uma objetividade que seria digna a uma coisa mais séria, critica-se, nos encontros entre amigos, sobre o “próximo querido” da maneira mais infame e desprezível, colocando a pessoa ausente exposta sob um ângulo ruim. Eles têm algo a explanar de toda sua forma de agir. Atrás de cada palavra e de cada ação eles procuram por algo ruim e incutem à outrem motivos que buscam da baixeza de seu próprio eu. Alternam palavras hábeis e malévolas com gestos expressivos, os quais deixam supor mais do que poderia ser expresso com palavras. Assim surge como resultado, um ataque à alma do próximo, o qual experimenta o mal e prejuízo através desse falatório, fato esse que, em geral, não pode ser reparado. Pois nos é anunciado de forma expressa que um ataque grosso-material é bem mais fácil de se reparar do que um ataque à alma, a qual sofre por meio do soterramento de sua reputação.

E por isso tais fofoqueiros também são julgados por sua própria medida.

Exortando o Filho do Homem nos anuncia por isso:

“Evitai, por isso, todos os assaltantes da reputação, da mesma maneira como os assassinos terrenos! Pois são identicamente culpados e muitas vezes piores ainda! Assim como não têm piedade para com as almas que perseguem, também nenhuma mão lhes deverá ser estendida no Além, para auxílio, quando o implorarem! Frio e impiedoso é o nefasto impulso em seu íntimo de difamar outras pessoas, muitas vezes até estranhas a eles, e por isso hão de encontrar frio e inclemência centuplicados no local que os aguarda, assim que tiverem que abandonar o seu corpo terreno!
Continuarão a ser no Além os proscritos e os mais desprezados, mesmo diante dos assaltantes e dos ladrões, pois um traço em comum, ignóbil e desprezível caracteriza toda essa espécie, desde o simples tagarela aos indivíduos corruptos, que não se envergonham de levantar falso testemunho, sob juramento voluntariamente prestado, contra seu próximo, em relação ao qual, em muitas coisas, teriam tido motivo suficiente para agradecer!

Tratai-os como vermes venenosos, pois não merecem outra coisa.”


“Que continuem em suas “rodinhas” no Além e se dediquem aos seus assuntos prediletos, até que o tempo concedido para a última possibilidade de ascensão, que talvez lhes pudesse trazer salvação, tenha passado e elas sejam arrastadas à decomposição eterna, onde todas as espécies de matéria grosseira e fina chegam para a purificação de todo o veneno introduzido por espíritos humanos, indignos de conservarem um nome!”

Exatamente sobre esse atuar falatório malévolo com o ataque ao mundo fino-material nos é dado uma imagem clara na dissertação “Conceito Humano e Vontade de Deus na Lei da Reciprocidade”, lá está escrito:

“Culpado é aquele que premeditada e intencionalmente prejudica um outro. Esse querer contém vida para a geração de fios da reciprocidade, que um dia têm de atingir o autor nos efeitos retroativos.
Na difamação e falatórios maldosos, o prejuízo desejado torna-se imediatamente visível; pois esses não se deixam separar da atuação.
Mas mesmo que também não surja nenhum prejuízo para o outro, a reciprocidade, ainda assim, atinge o fofoqueiro naquilo que pensou e julgou, porque se tornou vivo nele e gerou um fio, cujo efeito retroativo encontra nele um solo de igual espécie.
Uma engrenagem encaixa na outra. Se o solo não existisse, a espécie do que foi desejado não teria surgido.
Os fios de carma encontram então na retroatividade novamente um solo de igual espécie e seus efeitos retroativos têm, por causa disso, de trazer frutos, isto é, eles se efetivam fortalecidos de modo perceptível.” – Ele será julgado de acordo com a sua medida.
Os fios vivos que um fofoqueiro ata pelo falatório malévolo sobrecarregam-no como pesadas correntes e ficam a pender nele. Através disso ele tem de colher multiplicadamente tudo o que se esforça por semear.

Ninguém o invejará aí, mas também ninguém pode libertá-lo, já que os fios não pendem apenas naquele a quem foi direcionado o falatório. Eles se ancoraram de diversas formas na matéria fina. Eles se entrelaçaram em âmbitos maiores ou menores; sobre todas as pessoas o fofoqueiro disseminou veneno, direcionando-lhes suas palavras depreciativas, julgadoras e condenatórias. De todas essas pessoas não retornam apenas fios aos fofoqueiros, mas como essas pessoas, em geral, também retransmitem para todas as partes o que receberam – muitas vezes também aumentado – assim fluem, dos círculos que aumentam cada vez mais, a força dos incontáveis e distantes fios, através daqueles que continuam a propagá-los, retornando, por fim, ao primeiro gerador! O perdão daquele que ele “julgou”, só pode libertar o fofoqueiro em uma parte bem pequena.
Por isso ele tem que esperar e sofrer até que também o menor e mais distante fio do tecido em que ele se emaranhou, pois não conhece absolutamente todos, seja resgatado. O resgate não pode ser efetuado unicamente por ele, já que nisso ele ainda depende de todos os outros que se deixaram desviar por sua sementeira ruim e a quem ele tem que auxiliar também no resgate, sob o turbilhão de suas inimizades e acusações perigosas. –
“Para muitos um pensamento bem funesto de inexorável justiça” – com essas profundas palavras finalizam as explanações da Mensagem nesse trecho. –
“Não julgueis para que não sejais julgados!” – essas palavras de Jesus contêm, portanto, um valor de significado bem amplo para o desenvolvimento de cada ser humano. E só quem observa e segue essas palavras – nas coisas grandes e pequenas – pode trilhar o caminho da ascensão sem restrição e impedimentos por parte dos fios cármicos e só ele pode desenvolver corretamente suas capacidades nobres e boas.

De forma horrenda a Mensagem nos desvenda as consequências não esperadas do falatório maldoso surgido apenas do vício de se fofocar julgando e condenando. Surgem geralmente da superficialidade e vacuidade interior, mas também do ódio e da inveja e, por último, as raízes deste costume malévolo residem na vaidade e na falta de reconhecimento próprio do ser humano individual. Da imaginação da própria superioridade, primazia e da auto-justiça, as pessoas olham para o agir do próximo num farisaísmo desprezível. “O´Senhor, como eu Te agradeço, por não ser como esses” – esse pensamento é o ponto de partida mais profundo da maioria dos falatórios, que sempre dá início em tudo à crítica condenatória do agir e comportar do outro.


Quem, portanto, não quiser transgredir esse Mandamento do Senhor com suas consequências funestas e inevitáveis de acordo com a Lei, tem que principiar primeiramente com o auto-reconhecimento. Disso resulta, então, por si próprio o comportamento correto que deve ter.
Por isso a Mensagem diz com séria exortação:

“Por conseguinte, que cada pesquisador sincero bata no peito examinando, sem poupar a si mesmo! Quem se achará, então, superior aos demais e se confessa como puro? Num reconhecimento correto virá a humildade que, por si só, sufoca severamente tudo que é arrogante. Onde ingressa a humildade como apreciação de seu próprio valor, lá a difamação não encontrará lugar e, por causa disso, um tal ser humano será preservado, simultaneamente, de pesada culpa.
O Filho de Deus já esclareceu outrora à multidão indignada: “Quem entre vós estiver sem culpa que atire a primeira pedra!”

A humanidade nunca aceitou essas palavras de coração!

Quem, porém, reconhece acertadamente essa Palavra de Deus, também não jogará uma pedra sobre seus semelhantes. Mas retrocederá dos erros, que ele acredita observar nos outros, apenas tirando conclusões para seu próprio auto-reconhecimento. Assim como a Mensagem nos ensina na interpretação das palavras subsequentes do Sermão da Montanha:
“Vês o argueiro no olho de teu irmão e não atentas para a trave em teu olho?
Ou como deves dizer ao teu irmão: espere, eu quero tirar o argueiro de teu olho. E veja, uma trave está em teu olho!

“Tu hipócrita, tire primeiramente as traves do teu olho e depois veja como tiras o argueiro do olho de teu irmão.” –

“O ser humano, porém, pode e deve aplicar esse ditame do Filho de Deus” – assim nos é revelado – “apenas como medida de seus próprios erros. Se olhar à sua volta com olhos abertos e se simultaneamente observar aí a si próprio, reconhecerá logo que exatamente aqueles erros que mais o incomodam no próximo, são os que se acham pronunciados nele próprio, em escala grandemente acentuada e incômodos para outrem.”

Uma pessoa que se irrita com esses ou aqueles erros de outrem, certamente traz em si mesmo esses mesmos erros em escala bem maior. Isso é um fato que sempre se mostra, sem exceção.
Através disso o aprendizado e o reconhecimento de si mesmo torna-se bem mais fácil.

E com isso, finalmente, ser-vos-ão abertos os olhos para vós próprios. Isso equivale a um grande passo, talvez até o maior para o vosso desenvolvimento! Cortais com isso um nó que hoje mantém a humanidade inteira oprimida!”



terça-feira, 25 de julho de 2017

As Revelações de João IV







As Revelações de João

Jesus soltou o quarto selo, o chamado de trovão ecoou novamente por todas as Criações.
Então chegou um sobre um corcel pálido e desbotado e pálido era ele também. Era a morte e a ela foi dado o poder para ceifar a quarta parte da humanidade. Atrás dela vinha a matilha de seus auxiliares em desabalada corrida: peste, guerra, fome e todos os espíritos infelizes que arruínam as pessoas. Agora ela foi enviada para baixo.
Novamente houve silêncio. Serenamente, Jesus soltou o quinto selo. Então passaram por ali todos os que pela fé em Deus e em Jesus Cristo haviam dado alegremente as suas vidas.
Estes foram vestidos com vestes brancas e foi-lhes pedido que esperassem por aqueles que ainda viriam. No Juízo Final, a sentença de Deus também seria pronunciada sobre os seus adversários.
Agora Jesus soltou o sexto selo.
E então a Terra começou a estremecer em suas profundezas, de modo que fora sacudida e as montanhas e os mares deslocaram-se. O Sol havia escurecido, todo o seu brilho havia desaparecido. A Lua, porém, brilhava como sangue, de modo que todas as criaturas sentiram pavor. Estrelas caíam sobre a Terra e o vento zunia de todos os quatro cantos ao mesmo tempo.

Então os reis da Terra e os grandes e poderosos começaram a gemer e a tremer. Esconderam-se em fendas e cavernas, mas isso de nada lhes adiantou. Por demais poderoso era o acontecimento. Então clamaram:
“Quem poderá subsistir diante dos olhos Daquele que reina sobre o trono de Juiz? Quem poderá esconder-se da justa ira de Deus? Que caiam sobre nós as montanhas, cubram-nos as rochas, para que os Filhos de Deus não possam mais nos ver. O dia do Juízo veio para a Terra e nós iremos colher o que semeamos. Ai de nós!”
Nesse furor dos poderes da natureza, ordenado por Deus, soou, de repente, uma voz:
“Não danifiqueis a terra, nem o mar, até que tenhamos selado os servos de Deus em suas testas!”
E estavam quatro anjos nos quatro cantos da Terra e estes pararam os ventos para que não ventassem até que Deus tivesse permitido que se concluísse a sua obra.
Eram cento e quarenta e quatro mil espíritos humanos que Deus escolheu para serem servos de seu Filho. Eles deveriam portar o signo do Eterno em suas testas e com isso deveriam ficar preservados de todos os horrores que zuniam sobre a Terra. Depois disso, deveriam auxiliar Seu Filho eterno, a Sua Vontade, a construir o novo Reino.
Agora eles se achegavam de todos os povos, vestidos com vestes brancas e segurando palmas em suas mãos. Louvavam a Deus por sua grande graça, por terem sido escolhidos para o servir e falavam com alegria:

“Salve! Aquele que está sentado no trono e o nosso Deus que reina na eternidade e a Jesus que, por misericórdia, inclinou-se aos seres humanos! Glória a Trindade eterna de eternidade a eternidade!”
E os anjos, os anciãos e os animais falaram “Amém” e inclinaram-se diante da Vontade eterna de Deus. E por longo tempo só houve louvor e agradecimento, sons de harpas e alegria.
E então um dos anciãos inclinou-se para mim e perguntou-me dizendo:

“Quem são esses que podem usar vestes brancas? Quem os trouxe para cá?”
Mas eu não sabia dizer quem eram e pedi que ele me dissesse. Ele o fez e disse:

“São os espíritos humanos que passaram por grande aflição e por lutas internas, que procuraram manter puras as suas almas em sua fé em Deus e em Jesus. São aqueles que reconheceram a Vontade eterna de Deus, quando agora Ele vier para o Juízo.
Por causa deste reconhecimento, os seus pecados foram-lhes perdoados. Não ficarão nem sedentos, nem famintos pela Palavra de Deus, pois esta estará eternamente com eles. Também não desmaiarão pelo calor, nem enrijecerão pelo frio, pois vibrarão nas eternas leis de Deus.
Deus mandará secar todas as lágrimas de seus olhos, pois suas almas terão sido soerguidas do sofrimento e das dores terrenas, pois Deus os escolheu como servos de Seu Filho sagrado. Eles O servirão de dia e de noite em grande felicidade.
E Ele mesmo que está sentado no trono, estará no meio deles. Ricos, acima de todos os conceitos humanos, são aqueles que podem servir aos Filhos eternos de Deus!”
Depois disso, houve longo silêncio, um silêncio sagrado, mas cheio de expectativa, anunciando desgraça.
E Jesus ergueu um pouco o livro e soltou o último selo.
Então os sete anjos vieram para frente e seguravam trombetas em suas mãos. Diante do trono havia sido erigido um altar, para o qual dirigiu-se um outro anjo, com um incensório dourado. Colocou muito incenso nele e a fumaça elevou-se e subiu para Deus, como um reflexo das orações de todos.
Então Aquele que estava sentado no trono fez um pequeno sinal. E o anjo pegou o incensório, colocou fogo do altar nele e derramou-o sobre a Terra. Aí caíram relâmpagos, trovões retumbaram e a Terra estremeceu em todas as suas bases.
Os sete anjos, porém, ergueram suas trombetas e olhavam para a Vontade eterna de Deus, que estava sentada no trono. Esta fez novamente um sinal.
Então o primeiro anjo levou a trombeta aos lábios e um som longo, semelhante a um gemido, vibrou por todas as Criações. Sobre a Terra, porém, caiu granizo com sangue e fogo e a terça parte das árvores e das plantas se queimou.
Novamente o Eterno inclinou-se e o segundo anjo soprou em sua trombeta de forma que o som saiu como um grito em direção às Criações. E houve fogo no mar e a terça parte de todos os mares tornou-se como sangue, a terça parte de todas as criaturas vivas do mar pereceu e a terça parte de todos os navios se queimou.
E então um calor subiu em mim:
“Sete trombetas – sete ais! Humanidade, o que tu preparaste para ti em tua teimosa obstinação!”
E novamente veio um sinal Daquele que estava sentado no trono e o terceiro anjo tocou sua trombeta, de um modo que o som passou por todos os céus. E caiu uma estrela e os rios e as águas da Terra tornaram-se amargas como fel e os seres humanos morriam quando delas bebiam.
A um aceno do Eterno, o quarto anjo tocou sua trombeta. Então o Sol se escureceu, a Lua perdeu seu brilho e as estrelas se apagaram, de modo que tanto de dia quanto de noite estava igualmente escuro.

Mas a voz de um dos anjos soou poderosa:
“Ai, ai, ai, daqueles que se encontram sobre a Terra! Três anjos ainda tocarão suas trombetas e a aflição será insuportável! Mas não existe parada no Juízo que os próprios espíritos humanos trouxeram para si. Uma coisa após a outra terá que se cumprir!”


Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):









terça-feira, 18 de julho de 2017

As Revelações de João III






Leitura do Trecho Anterior


As Revelações de João


Então meu espírito foi conduzido para mais alto e, nas mais elevadas alturas, vi um assento, como um trono precioso e nele estava sentado Um, que era a Vontade de Deus, que tomou forma a partir da vontade eterna de Deus. *(Imanuel) Sua cabeça irradiava como um jaspe precioso e os raios que Dele partiam, quebravam-se nos raios que fluíam de cima em direção a Ele, de modo que parecia como um arco-íris de infinitas cores ao redor do assento.
Mas, diante do assento estavam os sete arcanjos, que se assemelhavam a colunas de chamas. Consumiam-se no servir puro e sempre se tornavam novos, puros e claros.
Mas, em círculo, ao redor, estavam vinte e quatro cadeiras, sobre as quais estavam sentados os vinte e quatro anciãos, em vestes de um branco puro e tinham as coroas da vida eterna sobre suas cabeças.
Do assento, porém, partiam continuamente vozes, trovões e relâmpagos, levando os pensamentos da Vontade de Deus para o Universo.
Diante do assento, toda a Criação estava distendida como um mar transparente e de vidro. Aí na frente, estavam os quatro animais com seis asas. Todos os seus olhos estavam abertos, tanto os espirituais como os enteais. Olhavam o tempo inteiro em sua volta, não tinham descanso nem de dia, nem de noite, louvavam a Deus e falavam:

“Santo, Santo, Santo é Deus, o Senhor, o Todo-Poderoso, que era e que é e que vem!”

O primeiro animal era como um leão, de grande força e beleza. O segundo era semelhante a um touro, o terceiro, a um homem e o último, a uma águia levantando voo.
E os animais nunca paravam de louvar a Deus até que toda a Criação estava preenchida de louvor. Então, também os vinte e quatro anciões entoaram junto, ajoelharam-se e depuseram suas coroas aos pés Daquele que estava sentado no assento e falaram:
“Senhor, somente Tu és digno de receber honra e louvor! Tu criaste todas as coisas. Pela Tua vontade assumiram forma e vivem!”
Então, Aquele que estava sentado no assento, ergueu sua mão direita, na qual segurava um livro, que estava escrito por fora e por dentro e estava selado com sete selos. Todos os olhos voltaram-se para o livro, pois todos sabiam que era o Livro da Vida.
Então um grande anjo chegou diante dos outros e falou com voz forte:

“Quem é digno de abrir esse livro e quebrar os seus selos?”

Fez-se, porém, um grande silêncio. Ninguém em todos os céus ou em todas as partes do Universo seria capaz de abrir o livro, a não ser Aquele que o segurava na mão.
Então senti grande medo. O que aconteceria se o livro tivesse que ficar fechado? Comecei a tremer e clamei interiormente a Deus. Então um dos anciãos inclinou-se para mim e falou:
“Não temas! Vê, o sacrifício foi feito, os selos podem ser abertos. O Filho eterno de Deus, que inclinou-se para a humanidade em uma misericórdia cheia de amor, para que ela não se perdesse por toda a eternidade, conquistou para si o direito de soltar os selos. Inocente como um cordeiro, ele foi conduzido ao matadouro!”
Enquanto ele ainda falava para mim, ficou muito claro diante do assento, sobre o qual reinava a Vontade de Deus. E vi a imagem de um cordeiro, em inocência e suavidade. Mas este se transformou e o Filho eterno de Deus, Jesus, encontrava-se no círculo dos anciãos e dos animais. E meu medo transformou-se em júbilo e louvor.
Ele tomou o livro da mão sagrada da Vontade de Deus e o ergueu.
Então os animais e os anciãos caíram de joelhos e o adoraram. De taças douradas, fluía o incenso em direção ao alto como orações que se elevam até o trono de Deus. Sons de harpas ecoaram e preenchiam tudo com sons maravilhosos e os anciãos entoaram um novo salmo:

“Senhor, somente Tu és digno de tomar o livro e soltar os selos, pois Tu tomaste sobre Ti o que é pesado. Tu fizeste uma Nova Aliança entre Deus e os homens. Teu sangue jorrou na Terra por causa dessa aliança!”

E de todos os lados afluíram milhares de anjos, que se postaram atrás das cadeiras dos anciãos e clamavam bem alto:
“O cordeiro que derramou seu sangue por amor e misericórdia é digno de todo louvor! Força e sabedoria, poder e honra são seus!”
Mas o que os anjos clamavam, propagou-se por toda a Criação primordial até embaixo na Criação posterior. E todas as criaturas entoaram junto e clamaram:
“Louvor e honra, glória e adoração de eternidade em eternidade Àquele que está sentado no trono, a Vontade eterna do Senhor, e Àquele que se deixou sacrificar como um cordeiro!”
Em alta voz, os quatro animais falaram “Amém” e adoraram junto com os anciãos e todos os anjos. —
Depois disso, houve grande silêncio. Todos olhavam para Jesus, que tomou um dos selos e o soltou. Então um dos animais chamou com voz forte:

“Vem!”

E o chamado rolou como trovão por todas as Criações.

E chegou um cavalo branco como a neve. Seu cavaleiro portava uma coroa e conduzia um arco. Com ele estava a vitória. Ele cavalgou para baixo, para planos, onde espíritos humanos lutavam para que a chama de Luz não se apagasse.
Jesus soltou o segundo selo e novamente ecoou o chamado de trovão:

“Vem!”

Então ele chegou: um cavalo vermelho, com narinas infladas. Sobre ele estava sentado um que usava um manto vermelho como chamas e tinha uma enorme espada, que chispava como raios. Aonde ele chegava, subia o ódio. Ele matava a paz e estrangulava a misericórdia. Também este cavalgou para baixo, para os seres humanos, para que entrassem em discórdia e matassem uns aos outros.
Novamente retumbou o chamado de trovão e Jesus soltou o terceiro selo.
Então chegou um cavaleiro com vestes pretas, montando um cavalo negro. Na mão segurava uma balança, para pesar e medir o que servia às necessidades dos seres humanos. A uns ele devia dar, de outros tirar, dependendo se suas obras eram boas ou más. A escassez e a fome ele iria desencadear e somente sobre os marcados pelo Senhor iria estender as mãos.

Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):