quarta-feira, 26 de abril de 2017

Na Presença da Força Mais Sublime





Na Presença da Força Mais Sublime

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço erguido o primeiro mosteiro nessa região, onde mantinha seus discípulos, no momento em plena prosperidade, quando tudo até já se mostrava efetivamente triunfante...


Quando Miang-Fong retornou ao mosteiro do Altíssimo na montanha Tao-schan, deixou atrás de si um bem outro Tibete daquele quando iniciou sua viagem. Perpassado por fios luminosos, nos quais ardia aqui e acolá uma clara luz, como pequenos archotes, assim estava diante de seus olhos espirituais e isso alegrava seu coração. Não havia trabalhado em vão. No entanto, o trabalho ainda não terminara, outros mosteiros deviam ser construídos, para servirem como pontos de apoio. Naquela época, todos estes mosteiros estavam servindo à verdade, irradiavam pureza para longe e atraíam espíritos humanos que procuravam.

Quão diferente é hoje a situação no Tibete! Em toda parte alojaram-se firmemente as trevas mais escuras, usando conscientemente os poucos seguidores da verdade, que ainda restaram daqueles tempos longínquos, para seus próprios propósitos, ao adicionarem à verdade fé falsa, erros e sedução. O tibetano é muito receptivo para coisas e ocorrências sobrenaturais. Ele quer penetrar nos segredos do universo espiritual, mas não o consegue mais, porque a verdade foi soterrada e em toda parte envereda por caminhos errados. Do silêncio ordenado por Miang-Fong ele se instruiu sobre o afastamento da alma, no que conseguiu conduzi-la para muito longe. Mas o que lhe adiantava aprender a enviar sua alma conscientemente para o Bönspa, o reino intermediário? Mais adiante não se consegue ir, pois sempre permanecerá ligada à Terra, por elo terreno. No Tibete encontram-se somente ainda restos do verdadeiro saber.
Antigamente, porém, nos tempos de Miang-Fong este saber floresceu, também nos corações das pessoas humildes, pois a simples e infantil confiança em Deus já indicava o caminho para isso. Juntando-se, então, a esta ordem ainda, um espírito forte para guiar, que os conduz e acelera o seu desenvolvimento, grandes feitos podiam ser alcançados.
Agora Miang-Fong averiguou em seu íntimo, onde deveria erigir pontos de apoio da Luz em forma de mosteiros, e foi-lhe mostrada a distribuição dos mosteiros por todo o país. Entrementes, tantos irmãos haviam chegado ao amadurecimento de um lama, que podia preencher todos os postos vagos nos mosteiros.

Assim, Su foi enviado para Kum-bum, onde erigiu um mosteiro, que permaneceu afamado, atraindo muitos. Uma vibração de verdadeira procura se encontra lá, ainda hoje. A pesquisadora do Tibete também lá esteve, e foi ordenada ao posto de lama feminina; hoje em dia, porém, um lama, de longe, não é mais aquilo o que era antigamente, mesmo que eles próprios considerem-se fontes de sabedoria e de um saber mais elevado. Su recebeu o nome de lama Sao-tse, com o significado de “portador da Luz no Norte.” Feliz foi sua mão e bênção que pairaram sobre seu atuar. Os mosteiros do Dao-tse e do Sao-tse permaneceram por mais tempo em estreita ligação com o mosteiro matriz, conservando-se por mais tempo puros e intocados.
Porém, quando os mosteiros estavam erigidos e todos firmemente interligados entre si, Miang-Fong viu aproximar-se o fim da obra de sua vida. Cada vez mais já podia aprofundar-se, com isso, na sabedoria do alto, sempre mais se abria seu olho interior e ele via parte por parte da magnificência do Altíssimo.
Certa noite aconteceu de ele ter sido conduzido para o alto, até um grande salão. Colunas gigantescas circundavam-no, luz fluía de cima, de uma altura insondável. No piso reluzente do gigantesco salão abobadado projetava-se a luz em círculos e em raios, cruzando-se, formando estrelas num infindável jogo das mais brilhantes e delicadas cores. Mais lindo ainda do que este jogo encantador da luz e das cores, mais elevado e irresistivelmente atraente era um altar branco no meio do salão, sobre o qual uma taça aberta brilhava no mais maravilhoso tom de vermelho púrpura. Sons celestes de jubilosa adoração enchiam o ambiente e uma sublime figura luminosa, perante cujo esplendor Miang-Fong caiu de joelhos e baixou os olhos, aproximou-se do altar e levantou o cálice ardendo em púrpura em direção ao fluxo branco de luz, que do alto afluía reforçadamente ao mesmo. E um pássaro com asas brancas como neve permaneceu verticalmente sobre a taça levantada, no meio do fluxo de força e estendia suas asas.

Quase sem sentidos estava Miang-Fong deitado no chão, pressionado para baixo pela força, à qual não podia contrapor-se e, mesmo assim, assimilava tudo e conservava-o no seu íntimo para sempre, o inesquecível, único. Quando novamente encontrou-se em seu leito, ainda preenchido pelo que havia vivenciado e o mantido inflamado na mais alta incandescência de seu íntimo, ouviu a voz de seu amigo luminoso dizer:
“A ti foi dado ver o rei dos mundos, nunca o esqueças! Mas não comenta nada com os teus, eles ainda não podem compreendê-lo. Pois outro virá para falar-lhes disso, mesmo que seja somente em tempos futuros. Essa não é mais a tua missão. Prepara-te, para que a tua missão na Terra chegue ao fim. Esteja atento, para estar preparado a qualquer hora. Fortifica os teus e dê-lhes como último presente uma imagem da taça sagrada, que se encontra lá no alto no santuário do Altíssimo, para acolher a Sua força.”
O mensageiro luminoso calou, e Miang-Fong recolheu-se em profunda reflexão. Por quanto tempo ainda lhe seria permitido ser um auxiliar de seu povo? Devia aproveitar cada momento que ainda lhe restava. E, incansavelmente, empenhou-se no trabalho, para concluir o último que ainda lhe restava fazer.
Miang-Fong fez, conforme lhe foi ordenado: mandou confeccionar um precioso cálice vermelho de cristal de acordo com o modelo da taça sagrada que havia visto no templo do Altíssimo. Os tibetanos sabiam produzir uma liga de vidro de alto valor. O material para isso oferecia-lhes o país em abundância, e eles tinham descoberto como colorir o vidro por inteiro. Até agora, porém, ninguém ainda conseguira fabricar vidro vermelho, somente azul ou verde.

Quando foi confrontado com essa dificuldade, Miang-Fong pediu auxílio, e não demorou até que este lhe foi dado. Poucos dias depois, fez-se anunciar um homem de aparência estrangeira. Ele tinha uma mensagem a dar ao grande mestre. Um homem idoso, de cabelo grisalho curvou-se profundamente diante de Miang-Fong. Portava um chapéu pontiagudo de cor cinza, uma vestimenta justa, que consistia de uma calça comprida e de um casaco curto, e um largo manto pregueado por cima. Com sons guturais, mas na língua dos tibetanos, ele cumprimentou Miang-Fong com as palavras: “O Altíssimo envia-me até ti, ó grande mestre! Eu devo ajudar-te a confeccionar o recipiente, do qual necessitais.” E tirou um pedaço de vidro das pregas de seu manto, que apresentava a cor vermelha, que ainda não sabiam como produzir no Tibete.

(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.



NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17
No Topo das Efetivações – 29/03/17
O Elevado Grau de um Lama – 05/04/17
Consagrações Resultantes – 12/04/17
Tecendo em Rumo da Imensidão – 19/04/17



terça-feira, 25 de abril de 2017

Sobre a Vida dos Celtas XVII







Sobre a vida dos Celtas –XVII

Por Charlotte von Troeltsch e Suzanne Schwartzkoff

Para leitura do episódio anterior: Sobre a Vida dos Celtas XVI

Anteriormente: A princesa Brigit, pelas suas visões do mar, em vista de forte tempestade, anunciou um pequeno barco, em sérias necessidades de socorro, cujo alarde sobre a provável tragédia, motivou o próprio Seabhac Habicht, junto de outros, a enfrentar a situação, na tentativa de realizar um salvamento...

Depois de indizíveis esforços os três homens haviam conseguido salvar aquele que teimava com seu barco nas grandes ondas, exatamente no momento em que este se despedaçou contra os recifes. Ele havia sofrido graves ferimentos, mas ainda vivia.
Cuidadosamente os homens levaram-no à cabana, onde tudo estava preparado sob a supervisão de Brigit. Donald fora chamado, pois ele entendia de ferimentos e colocava cuidadosamente ataduras.
Apenas então tiveram tempo de observar o homem que se encontrava deitado, como que sem vida sobre o leito. Loiros eram os seus cabelos, sua altura era equivalente a do povo de Seabhac. Mas um Celta ele não era. A formação de sua cabeça era totalmente diferente, mais arredondado parecia o seu rosto, e o nariz menor do que o dos homens da tribo. Também seus trajes diferenciavam-se muito dos deles. Na verdade, este já se encontrava rasgado, não dando mais para reconhecer quão precioso era, mas o material parecia macio e brilhante e, nos pés, o homem trazia invólucros especiais de couro.
Será que ele compreendia o idioma deles? Apenas o seu despertar é que iria mostrar isso. Todos aguardavam curiosos por esta hora. Era algo novo possuir esse tal hóspede. Toda aldeia participava desse fato.
Sua impaciência, porém, não deveria ser tão rapidamente satisfeita. O homem salvo caiu em uma forte febre, na qual ele não parava de falar impetuosas palavras, mas ninguém podia compreendê-lo.

Então se seguiram dias de total apatia. Quando, porém, depois da tempestade o sol apareceu novamente pela primeira vez, brilhando alegremente e de forma quente, o enfermo abriu os olhos sob seus raios. Eles eram marrons! Também os cabelos não eram assim tão loiros como haviam parecido quando estavam molhados. Eles eram castanho claro.
Fionn que se encontrava justamente junto ao leito do homem quando este voltou a si, fez todas estas constatações, tendo perguntado cordialmente a ele como é que se sentia.
Com um pouco de dificuldade ele respondeu que não sabia onde estava e como havia chego ali. Ao invés de lhe responder, Fionn apressou-se a sair do aposento e comunicar aos outros que o homem estava desperto e falava o idioma deles.
Isto era uma notícia bem-vinda!O próprio Seabhac foi ter com o seu protegido, contudo, encontrou-o novamente adormecido. Ao meio-dia o homem despertou de um sono fortificante. Agora ele deveria alimentar-se, o que fez com muito apetite. Depois ele já estava disposto a dar informações como também de recebê-las.
Ele vinha de um longínquo país, chamado Gálea. Seu nome era Golin, sua profissão, construtor. Um príncipe estranho havia invadido seu país e feito uma grande quantidade de prisioneiros. Por ocasião da terrível tempestade no mar o grande navio em que as pessoas de seu país haviam sido levadas, para onde elas não sabiam, havia naufragado. Como que por milagre ele havia conseguido alcançar um pequeno bote, no qual ele teve que se deixar impulsionar, já que não possuía remos e nem podia fazer nada contra a tempestade.
— “Sim, um milagre” disse Fionn suavemente em agradecimento ao Pai Eterno por ter ouvido seu pedido.
A partir de então ele tomou o doente aos seus cuidados e procurava descobrir se ele acreditava no Pai Eterno. Depois ele ansiava por saber se ele já havia construído alguma vez uma casa de Deus com árvores de pedra. O homem que de fato falava em outra língua, tinha dificuldade por compreender o que Fionn desejava saber. Quando, porém, entendeu, ele pediu giz e uma pedra plana, desenhando com alguns riscos uma construção redonda sustentada por “colunas”, como ele as chamava.

Fionn tomou a pedra nas mãos como se fosse um tesouro precioso e apressou-se a ir ter com Brigit. Sem uma palavra ele mostrou-lhe o desenho.
— “O Pai Eterno seja louvado!” exclamou a moça felicíssima. “Esta é a casa para o Filho de Deus. Construa-a rapidamente!”
Novamente Fionn apressou-se a voltar a Golin, ao qual ele contava agora a respeito daquilo que lhe felicitava muito. Então o construtor alegrou-se com ele e prometeu auxiliar na sagrada obra.
Então o restabelecimento progrediu rapidamente. Ele mal podia esperar para poder se encontrar entre os trabalhadores e lhes mostrar como deveriam ser confeccionadas as grandes pedras, fazendo-as constituírem colunas. Elas foram feitas quadradas, de forma bem largas embaixo, estreitando-se para cima. Nenhum enfeite as adornava. O povo de Seabhac que jamais havia visto algo semelhante julgava-as extremamente belas. Sempre de novo eles falavam uns para os outros: “Certamente Golin pôde ver isto durante sua doença, nos reinos celestiais.
O construtor, de nome Golin, fazia rápidos progressos no uso do idioma Celta. Seu idioma materno soava bem diferente, apesar de ambos as linguagens terem algo em comum. Agora que ele podia se expressar melhor, ele se alegrava de trocar pontos de vista com Fionn, deixando-se instruir por ele. Em tudo o que dizia respeito ao saber sobre o Pai Eterno, o filho de Seabhac superava amplamente o mais velho. Este só possuía o saber profissional a mais do que ele, mas ele queria aprender, queria se aprofundar na compreensão a respeito das coisas divinas. Sua alma havia se aberto amplamente depois de sua maravilhosa salvação e Fionn ensinava com entusiasmo. A direção da construção não necessitava dele, isso Golin podia fazer bem melhor, mas despertar o espírito adormecido no amigo, esta era uma missão digna do maior esforço. Ele dava tudo de si. Golin havia trazido de sua pátria materna grande atividade e vivacidade intelectuais no falar e agir. Isso atuava vivificando sobre Fionn, que era mais calado e ameno. No intercâmbio ativo ambos cresciam.

Golin também foi o primeiro que tomou conhecimento a respeito do anseio oculto de Fionn. Com entusiasmo ele agarrou o pensamento. Isto, certamente, era desejado pelo Pai Eterno, que o filho do príncipe procurasse países distantes e aprofundasse o saber das pessoas, trazendo-lhes conhecimento sobre as coisas sagradas.
Entretanto, era em vão ele falar com o amigo para que este conversasse com o príncipe a respeito. Um inexplicável temor fazia-o se retrair a esse respeito. Então, Golin resolveu intervir auxiliando, tão logo se oferecesse uma oportunidade.



Texto da série especial denominada: Escritos Valiosos

Personagens e fatos processados dentro do contexto deste episódio:

Seabhac, Habicht: Se trata do personagem de destaque nos acontecimentos, que se situa como soberano de uma comunidade celta.

Muirne: velha mãe do príncipe dos celtas Seabhac, Habicht 

Meinin: esposa de Seabhac, Habicht que veio de outro reino salva e aceita para proteção.

Padraic: É o nome principal do ancião que surge neste episódio como druida da comunidade celta, sendo, portanto um personagem influente de seu meio.
Donald: Escolhido como novo Superior dos Druidas (após morte misteriosa d Padraic)
Nuado Silberhand: No folclore irlandês, era reverenciado como rei e grande líder dos Tuatha Dé Danann. Possuía uma espada invencível, vindo da cidade de Findias e que fazia parte dos Tesouros de Dananns. Na primeira Batalha de Magh Turedh perdeu o braço ou a mão, órgão que foi restituído, mas fez com que ele perdesse o trono da tribo. Ficou conhecido como "Nuada, Braço de Prata" ou "Nuada, Mão de Prata". Nuada era o Deus da justiça, cura e renascimento; irmão de Dagda e Dian Cecht.
Pelo direcionamento dado a este enredo pelas autoras, este personagem se trata de um enteal de certa forma importante em sua ligação com os seres humanos.

Goban: deus ferreiro dos Tuatha Dé Danann; com Credne e Luchtain formavam o "Trí Dé Dana"; fez as armas que os Tuatha usaram para derrotar os Fomorianos. Equivalente a Goibniu e Govannon (galês).
Na mitologia irlandesa Goibniu ou Goibhniu era um dos filhos de Brigid e Tuireann e ferreiro dos Tuatha Dé Danann. Ele e seus irmãos Creidhne e Luchtaine tornaram-se conhecidos como os Trí Dée Dána, "os três deuses de arte", que forjaram as armas que os Tuatha Dé usaram para combater os Fomorianos. Suas armas eram sempre letais e seu hidromel concedia invulnerabilidade a quem o bebesse.

Brigit, é a Deusa dos ferreiros, dos artistas, das artes e da cura. Sendo uma Deusa solar, ela é padroeira do fogo e de tudo que envolva Inspiração e Artes. É uma Deusa tríplice, tendo três faces, a poetisa, a médica e a ferreira.

Lug: ou Lugh - filho de Cian (Kian) dos Tuatha Dé Danann e Eithne (também Etaine), filha de Balor (rei dos Fomorianos). Comandou as forças dos Tuatha na vitoriosa Segunda Batalha de Mag Tuireadh (Moytura) contra os Fomorianos, na qual matou o avô Balor. É a figura extraordinária do Deus jovem irlandês que suplanta o Deus Velho; está associado à habilidade e à técnica; é conhecido como Lugh Samhioldanach (de muitas artes) e Lugh Lámhfhada (de mão comprida). Raiz da palavra gaélica que significa Agosto (Lúnasa), isto é, Lughnasadh (festa de Lugh). Corresponde ao Lleu Llaw Gyffes galês.

Pieder – príncipe filho de Seabhac, Habicht e Meinin

Cuimin – príncipe filho de Seabhac, Habicht e Meinin

Brigit – príncesa filha de Seabhac, Habicht e Meinin

Fionn – príncipe filho de Seabhac, Habicht e Meinin



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Lembranças Preciosas









Lembranças Preciosas



Aos seres humanos enlevados com a Mensagem do Graal, seja lá, de qual região em termos dimensionais se encontre ciente deste fato, deve apreciar como uma lembrança muito preciosa, estas singelas fotos.





O cão Ajax faz sua vistoria da neve...



Simplesmente, significa um lance de registro existencialmente inusitado, como passagem incomum pela Terra.








Um flagra existencial como presença inestimável de se ter por lembrança, entre as maiores raridades.






Quantas, entre as criaturas da Terra, podem deixar passar, diante destas fotos, a oportunidade do reconhecimento essencial pela Vida...






Este momento é muito especial...








Estas são lembranças inequívocas. Será que alguém não reconhece a presença do Trígono?








Pois isto é uma reportagem extremamente universal, sobre a Terra...






quarta-feira, 19 de abril de 2017

Tecendo em Rumo da Imensidão






Tecendo em Rumo da Imensidão   

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço erguido o primeiro mosteiro nessa região, onde mantinha seus discípulos, no momento em plena prosperidade, quando tudo já se mostrava efetivamente triunfante...
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Novamente realizou-se uma solenidade na sala de devoção e Pao recebeu, com a ordenação como lama, o novo nome: Pao-san-tse, que quer dizer “combatente pela Luz.” Miang-Fong esclareceu-lhe o significado do novo nome. Ele deveria ser um lutador, para enfrentar os inimigos com a coragem da convicção. Necessitaria de muita força. Nessa luta, a verdade deveria ser a sua espada invencível. Por essa razão, o Altíssimo determinara para ele a resplandecente cor azul da verdade.
“Vá, Pao-san-tse,” exclamou Miang-Fong. “Luta e vence em nome do Altíssimo. Ele te chamou, Ele te envia para a luta contra o senhor das trevas. Luta com Sua força.”
Assim, o número de irmãos do mosteiro reduziu-se pelo grupo que partiu, mas com isso não surgiram lacunas. Sempre chegavam novos alunos, atraídos pela fama do mosteiro. Miang-Fong teve que limitar o número de alunos. Nem todos que o solicitavam, podiam ser aceitos. Mas Dao-tse no Kombodscha estava disposto a aceitar os que aqui tiveram que ser dispensados, caso se mostrassem aptos para as grandes tarefas que lhes deveriam ser delegadas.

O trabalho de Pao-san-tse não foi fácil, mas também ele conseguiu como outrora Miang-Fong, quebrar o poder dos sacerdotes magos e dos homens Tau ligados a eles, e o povo em Ladak sentiu-se aliviado. Solícitos uniram-se, sob a condução de Pao-san-tse, numa comunidade, para lutar contra o poder do senhor das trevas e, contra essa força de defesa, fora em vão todo tipo de ataques, ameaças e perseguições dos servos das trevas. Tempos mais felizes irromperam para Ladak. Eles haviam cooperado na luta pela libertação do poder das trevas e, ainda lá, vivia um espírito mais livre do que no restante do Tibete que, após um tempo da mais bela florescência, caiu novamente nas mãos das trevas. Entretanto, não é sobre isso que queremos relatar aqui, mas sobre a difusão da verdade, do saber do Altíssimo. Em toda parte onde a verdade se alojou, a vida floresceu, as pessoas respiravam mais aliviadas, sua existência havia atingido um sentido.
Novamente passaram-se anos cheios de paz, nos quais Miang-Fong instruía e ensinava, e ele mesmo penetrava sempre mais fundo no saber sobre Deus e Suas leis. Era isso que agora se esforçava passar aos seus alunos: um reconhecimento da profunda sabedoria de Deus, de Suas elevadas leis que mantinham e regiam o universo. A ele próprio era frequentemente permitido elevar-se de noite para alturas luminosas, onde lhe afluía saber e reconhecimento de todos os lados. Lá no alto, tudo lhe parecia conhecido, como se apenas acordasse do que presenciava na Terra quando estava coberto por um véu do esquecimento. Então Miang-Fong reconheceu pela primeira vez o que significava “matéria”, como uma condensação, que impedia a visão de enxergar os mundos superiores. Entretanto, não havia nisso também sabedoria do Altíssimo? Gostariam os seres humanos viver ainda na Terra, se constantemente tivessem diante de seus olhos a magnificência dos jardins celestes? Não, era melhor assim como estava e aqueles, aos quais seria aberta a visão para contemplar os mundos superiores, tinham a missão de informar outros sobre isso, mantendo viva a saudade, para que não ficassem presos na matéria, mas se esforçassem para ascender.

A Miang-Fong foi mostrado o circular dos espíritos humanos, o eterno ir e vir entre o aquém e o além. Causava-lhe, porém, tristeza ter que observar como, em cada nova vida terrena, a maioria dos seres humanos sobrecarregava-se com novas culpas e como uma nova vida não levava para cima, mas sempre mais para baixo. Acordava nele uma ardente ânsia, que dia e noite não o deixava sossegar, de advertir os seres humanos e de, mais uma vez, empenhar uma caminhada para falar-lhes, acordá-los com palavras flamejantes... No mosteiro tudo estava bem encaminhado. Certamente os alunos mais velhos necessitavam dele, pois somente ele poderia conduzi-los mais para o alto, pois nenhum outro se encontrava tão adiantado em seu desenvolvimento espiritual como ele, porém, não poderiam ficar sem ele por algum tempo? Tanto mais eles deveriam cuidar dos demais alunos, sem constantemente poder pedir-lhe conselhos, e essa autonomia lhes faria bem.
E o Altíssimo atendeu a sua prece. Certa noite viu novamente quadros desfilando diante de seus olhos. Eram diferentes daqueles de antigamente, quando o sofrimento no Tibete o conduziu ao país, devido à opressão dos sacerdotes magos. Dessa vez viu muitas pessoas ao lado de um imenso tear. Era um tecido comprido, artisticamente confeccionado, o qual era tecido por um grande número de pessoas. Não era possível ver sua borda superior, estava muito alta. Na borda inferior teciam as pessoas, porém, enquanto que na parte superior distinguiam-se claramente lindas trepadeiras e flores, embaraçavam-se ali os fios e, impacientes, muitos os rebentavam e depois queriam novamente atá-los. Disso resultava cada vez um nó, no qual era contida a luz clara, que de cima penetrava no tecido. E como eram feias as cores na borda inferior! Escuras, sujas, cinzentas ou berrantes. Raras vezes via Miang-Fong um tecelão sentado ali que, pacientemente e sem ser molestado, conseguisse tecer e ligar fios puros. Ao redor dessas pessoas havia um brilho mais claro e pareciam alegres e felizes, enquanto que as outras pareciam rabugentas e aborrecidas, incomodando-se mutuamente e até enfrentando-se verbal e fisicamente.

“Porque não agis como aqueles!” exclamou Miang-Fong e indicava para os tecelões quietos, cujo trabalho era tão bem sucedido.
Mas ninguém o escutava e então teve que desistir.
“Veja aqui a humanidade, que devia ter participado na grande tecedura da criação!” ouvia Miang-Fong uma voz falar.
“Experimenta mostrar-lhes, como vem intervindo perturbadoramente, como prejudicam a beleza do todo, com seu agir obstinado!”
Miang-Fong acordou com tristeza no coração. Constantemente via esse quadro diante de seus olhos, no entanto, mais ardentemente ainda brotava nele o desejo de ajudar e advertir. Ele entregou o mosteiro ao mais velho de seus alunos e, partiu totalmente solitário, sozinho, como havia saído nos anos de sua juventude, para o mundo desconhecido. Naquela época ele mesmo ainda era um aluno, um aprendiz. Agora ele podia dar, podia atuar conduzindo. E a bênção e a proteção do Altíssimo o acompanhavam em todos os seus caminhos.
Por muito tempo ainda circulavam, entre os seres humanos, milagrosas histórias sobre o grande mestre, que tinha percorrido o país, que a muitos havia chamado e advertido e acordado para um atuar melhor. Era como se fogo tivesse atingido as almas, quando falava, assim se ouvia falar dele e os que o haviam escutado nunca mais o esqueciam. Diante dele as trevas recuavam, ele as varria da sua frente como que com uma espada em brasa e empurrava-as fugidias aos seus esconderijos mais ocultos. Havia agora mais claridade no Tibete, desimpedido podia descer o fluxo de luz do Altíssimo, e mais aliviado tornou-se o coração das pessoas. Mesmo que nem todos tivessem abandonado sua inércia interior, outros incandesciam tanto mais. Parecia que um amplo acordar perpassava todo o país. Agora se cumprira em Miang-Fong, o que ele havia admirado na Pérsia: de como uma única pessoa houvera mudado um país inteiro.

(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17
No Topo das Efetivações – 29/03/17
O Elevado Grau de um Lama – 05/04/17
Consagrações Resultantes – 12/04/17

terça-feira, 18 de abril de 2017

Sobre a Vida dos Celtas XVI






Sobre a vida dos Celtas –XVI

Por Charlotte von Troeltsch e Suzanne Schwartzkoff

Para leitura do episódio anterior: Sobre a Vida dos Celtas XV

Anteriormente: Meinin ao descrever suas visões sobre os jardins eternos e o Filho do Pai Eterno, anunciou com acerto sua partida para a outra vida, Seabhac Habicht até teve de ser consolado por Nuado, em razão de que tal evento aconteceu de imediato, deixando-o, repentinamente, na viuvez...

Agora ele aguardava o surgimento de Nuado. Contudo, não fora ele que viera, mas sim uma graciosa figura feminina. Esta deveria ser Brigit, a guardiã de seu lar.
— “Tu agiste corretamente, Seabhac, ao recordares-te finalmente a respeito daquilo que tua esposa te havia dito antes que ela pudesse ascender. Isso é o único laço que quer sempre de novo puxá-la para baixo, o anseio para que finalmente se inicie a construção. Já por causa dela tu deves realizar a obra. Ela poderá então ascender de forma mais livre e fácil. Para teu povo, porém, a construção trará inúmeras bênçãos. Todos os pensamentos dirigir-se-ão através desse trabalho para coisas mais sagradas. Amor ao Filho de Deus que por amor quer vir, irá florescer nos corações por meio da obra que eles poderão realizar para Ele.”
— “Meinin e Brigit haviam visto alguma imagem referente a essa casa de Deus” disse Seabhac. “Eu, porém, não a vejo. Eu não posso imaginar que nós, com nossas ínfimas habilidades possamos realizar algo tão belo, nem de forma aproximada. Por isso eu hesitei em iniciar uma obra para a qual eu não estivesse preparado.”
— “Não tem que ser igualmente tão bela quanto a imagem original” sorriu Brigit graciosamente. “Ela também não se parecerá nem mesmo na parte mais ínfima e, apesar disso, será bela diante dos olhos do Pai Eterno, se vós a construirdes com o coração puro e por amor, disposto a sacrificar-vos”.

“Ponha mãos à obra! Na hora certa o auxílio te será enviado. Muitos servos do Pai Eterno compreendem aquilo que vós ainda não podeis. Eles poderão vos instruir. Apenas começai vós próprios.”
Comovido Seabhac olhava para a figura que desaparecia. O que ela havia dito? A obra deveria ser iniciada? Ainda hoje ele iria falar com Fionn, se ele gostaria de assumir a direção dos trabalhadores da obra. Fionn possuía uma intuição bem delicada para tudo que era belo, mais do que todos os outros. Além disso, ele ansiava por trabalho.
Mas a luminosa Brigit também havia falado de sua esposa. Ela estava ascendendo? Para onde? Certamente também para os jardins do Pai Eterno. Oh, Meinin, tu pura, certamente haverá trabalho para ti a serviço do mais elevado Senhor, como recompensa por tua fidelidade aqui embaixo.
Quando Seabhac virou-se para ir ele ouviu passos que se aproximavam, vindos do mar. Ele ficou esperando e reconheceu Fionn. Então, ambos podiam conversar logo a respeito de tudo. Isso era do agrado do pai. Fionn, porém, havia suplicado intimamente por uma indicação, a respeito do que ele deveria fazer. Ele considerou o pedido de Seabhac como a resposta do Pai Eterno e não refletiu sequer um momento para aceitar o serviço.
Mostrou-se que no coração de Fionn vivia a imagem de uma casa de pedra circular, a qual deveria ser semelhante àquela descrita pelas mulheres. Ele poderia, pois, pedir a Brigit que também lhe contasse sobre a maravilhosa construção.
No dia seguinte os homens haviam sido chamados para a casa de reunião. Seabhac relatou de forma simples a respeito do falecimento de Meinin e de tudo o que havia ocorrido um pouco antes. Os homens ouviam comovidos e imediatamente estavam dispostos em executar aquilo que sua princesa havia considerado como certo.

Fionn, que nesse meio tempo havia conversado com sua irmã, pôde fazer uma descrição aproximada de como a casa deveria parecer. Eles, na verdade, não podiam imaginá-la, mas exatamente por isso estavam ansiosos para construí-la segundo as aptidões do filho do príncipe. Então eles iriam pelo menos vê-la.
O local para essa finalidade foi facilmente encontrado. O tamanho dela foi construído de acordo com o tamanho do atual local de devoção, depois de terem sido afastadas as enormes rochas, oferecendo espaço para todos.
Então se iniciou a construção. Sempre de novo Brigit tinha de descrever as árvores de pedra e, aos poucos, Fionn compreendeu como ela as via, mas ele não sabia como deveria mandar fazê-las. Nenhuma pedra assim tão grande era ainda alta o suficiente, de modo que eles poderiam esculpi-la. E, apesar disso, a casa de Deus ainda deveria ser especialmente alta!
Fionn implorava noite após noite por auxílio. Ele estava convicto que o Pai Eterno lhe enviaria alguém, de modo que ele só tinha que mandar que fossem trazidas pedras e madeira e não fizesse nada no que dissesse respeito às árvores de pedra.
Um tempo ruim impediu o progresso da obra. Chuva forte caía e molhava os homens, os quais mal podiam ver o que eles tinham à mão. O vento de tempestade, gélido, assobiava em torno das figuras e ameaçava jogá-las ao chão. Era preciso que parassem e se arrastassem às cabanas. Retumbando, as ondas batiam na encosta rochosa. Podia-se ouvir o seu estrondo até na aldeia.
— “Ai daqueles que estão agora a navegar no mar” disse Cuimin pensativamente, quando pai e filhos estavam sentados junto ao fogo. Brigit ia para lá e para cá, provia a criadagem e, às vezes, saía também para fora ao ar livre. A ela não fazia nada quando o vento desfazia suas longas tranças da cabeça e as deixava esvoaçar longe. Também não a incomodava ficar molhada. Ela ouvia no estrondo das ondas, no bramir da tempestade, toda sorte de vozes, as quais lhe contavam a respeito da onipotência e grandeza do Pai Eterno. O que elas aí anunciavam formava-se em canções, as quais ela cantava com as moças. Agora ela vinha de volta para dentro com passos rápidos.
— “Pai, Fionn, vós tendes de ir ao mar! Um pequeno barco está em necessidades!”
— “Mas Brigit, tu não podes ver o mar daqui!” disse Cuimin pensativo. Fionn, porém, havia se levantado de um salto e saindo apressadamente. Seabhac seguiu-o mais lentamente. Cuimin balançou a cabeça.
— “Eu evidentemente também iria se fosse de supor que tu tiveste visto algo. Mas é totalmente impossível. Reflita Brigit, tu sonhaste. Então chamaremos de volta os dois antes que sejam atingidos pela chuva!”

A irmã dirigiu-se sem palavras para frente da cabana e ficou parada por um momento em pé, silenciosa. Então ela bateu à porta do vizinho e pediu-lhe para que fosse igualmente ao mar, já que ambos sozinhos não podiam fazer nada na tempestade.
Colm nem perguntou de onde é que ela sabia que um barco estava em necessidades. Bastava-lhe que o chefe precisava de seus serviços. Apressadamente ele correu para a praia. Brigit, porém, voltou à cabana, a fim de preparar um leito para a recepção do provável hóspede que ela havia visto e que teria se acidentado, gravemente...

(continua)

Texto da série especial denominada: Escritos Valiosos

Personagens e fatos processados dentro do contexto deste episódio:

Seabhac, Habicht: Se trata do personagem de destaque nos acontecimentos, que se situa como soberano de uma comunidade celta.

Muirne: velha mãe do príncipe dos celtas Seabhac, Habicht  

Meinin: esposa de Seabhac, Habicht que veio de outro reino salva e aceita para proteção.

Padraic: É o nome principal do ancião que surge neste episódio como druida da comunidade celta, sendo, portanto um personagem influente de seu meio.
Donald: Escolhido como novo Superior dos Druidas (após morte misteriosa d Padraic)
Nuado Silberhand: No folclore irlandês, era reverenciado como rei e grande líder dos Tuatha Dé Danann. Possuía uma espada invencível, vindo da cidade de Findias e que fazia parte dos Tesouros de Dananns. Na primeira Batalha de Magh Turedh perdeu o braço ou a mão, órgão que foi restituído, mas fez com que ele perdesse o trono da tribo. Ficou conhecido como "Nuada, Braço de Prata" ou "Nuada, Mão de Prata". Nuada era o Deus da justiça, cura e renascimento; irmão de Dagda e Dian Cecht.
Pelo direcionamento dado a este enredo pelas autoras, este personagem se trata de um enteal de certa forma importante em sua ligação com os seres humanos.

Goban: deus ferreiro dos Tuatha Dé Danann; com Credne e Luchtain formavam o "Trí Dé Dana"; fez as armas que os Tuatha usaram para derrotar os Fomorianos. Equivalente a Goibniu e Govannon (galês).
Na mitologia irlandesa Goibniu ou Goibhniu era um dos filhos de Brigid e Tuireann e ferreiro dos Tuatha Dé Danann. Ele e seus irmãos Creidhne e Luchtaine tornaram-se conhecidos como os Trí Dée Dána, "os três deuses de arte", que forjaram as armas que os Tuatha Dé usaram para combater os Fomorianos. Suas armas eram sempre letais e seu hidromel concedia invulnerabilidade a quem o bebesse.

Brigit, é a Deusa dos ferreiros, dos artistas, das artes e da cura. Sendo uma Deusa solar, ela é padroeira do fogo e de tudo que envolva Inspiração e Artes. É uma Deusa tríplice, tendo três faces, a poetisa, a médica e a ferreira.

Lug: ou Lugh - filho de Cian (Kian) dos Tuatha Dé Danann e Eithne (também Etaine), filha de Balor (rei dos Fomorianos). Comandou as forças dos Tuatha na vitoriosa Segunda Batalha de Mag Tuireadh (Moytura) contra os Fomorianos, na qual matou o avô Balor. É a figura extraordinária do Deus jovem irlandês que suplanta o Deus Velho; está associado à habilidade e à técnica; é conhecido como Lugh Samhioldanach (de muitas artes) e Lugh Lámhfhada (de mão comprida). Raiz da palavra gaélica que significa Agosto (Lúnasa), isto é, Lughnasadh (festa de Lugh). Corresponde ao Lleu Llaw Gyffes galês.

Pieder – príncipe filho de Seabhac, Habicht e Meinin

Cuimin – príncipe filho de Seabhac, Habicht e Meinin

Brigit – príncesa filha de Seabhac, Habicht e Meinin

Fionn – príncipe filho de Seabhac, Habicht e Meinin