sábado, 31 de março de 2018

Zanoni VI




Zanoni

por Edward Bulwer-Lytton

Capítulo VI

Uma Tarde em Paris

“Précepteurs ignorants de ce faible univers”. - Voltaire. “Nous étions à table chez un de nos confrêres à I’Académie, un Grand Seigneur et homme d’esprit”. - La Harpe.

“Preceptores ignorantes deste fraco Universo”. Voltaire Estavamos à mesa com um dos nossos confrades da Academia um Grande Senhor e homem de espírito”. – La Harpe

Uma tarde em Paris, alguns meses depois da data do nosso capítulo precedente, achavam-se reunidos alguns dos homens mais eminentes da época, em casa de uma personagem distinta, tanto por seu nobre nascimento, como por seus princípios liberais. Quase todos os presentes eram partidários das opiniões que então estavam em voga. Pois, assim como veio, depois, um tempo em que nada havia tão impopular como o povo, naqueles dias nada havia tão vulgar como a aristocracia. O mais fino cavalheiro e a mais altiva nobreza falavam de igualdade e luzes.
Entre os mais notáveis membros daquela reunião, estava Condorcet, que se achava, naquele tempo, no apogeu de sua reputação; era o correspondente do rei da Prússia, íntimo de Voltaire (consultar), membro da metade das Academias de Europa, - nobre de nascimento, de maneiras distintas e de opiniões republicanas. Encontrava-se também ali o venerável Malesherbes, “o amor e as delicias da nação”, como o chamava o seu historiador, Gaillard. Estava lá o erudito Jean Silvam Bailly, o aspirante político. Celebrava-se uma dessas festas denominadas “petits soupers”, que tornaram famosa a capital de todos os prazeres sociais. A conversação, como é de supor, versava sobre assuntos literários e científicos, animada, por graciosas facécias. Muitas das senhoras daquela antiga e orgulhosa nobreza, - pois a nobreza existia ainda, se bem que as suas horas já estavam contadas, - aumentavam o encanto da sociedade; elas se convertiam, de vez em quando, em críticos atrevidos e, com frequência, faziam alarde de seus sentimentos liberais.
Muito trabalho me custaria, - e quase me seria impossível, com o meu idioma materno, - o poder fazer justiça aos brilhantes paradoxos que corriam de boca em boca. O tema favorito da conversação era a superioridade dos modernos sobre os antigos. Sobre este assunto, Condorcet esteve eloquente, até o ponto de deixar convencidos muitos dos ouvintes. Poucos eram os que se atreveram a negar que Voltaire fosse maior do que Homero.
Ridicularizou-se sem compaixão o torpe pedantismo que quer que tudo o que é antigo seja necessariamente sublime.
Todavia, - disse o gracioso marquês de ***, enquanto o champanhe dançava no seu copo, - mais ridícula ainda é a superstição que santifica tudo o que não compreende. Mas a inteligência circula; e, como a água, encontra o seu nível. O meu cabeleireiro disse-me esta manhã: - “Ainda que eu não seja mais que um pobre diabo, creio tão pouco como o mais fino cavalheiro”.
- Indubitavelmente, a grande Renovação marcha para o seu auge, a passos de gigante, como disse Montesquieu de sua própria obra imortal. Indubitavelmente, a grande Renovação marcha para o seu auge, a passos de gigante, como disse Montesquieu de sua própria obra imortal.
E os homens de saber e os homens de nobreza, os cortesãos e os republicanos, formaram um harmonioso coro, elogiando antecipadamente as brilhantes coisas que “a grande Revolução” produziria. Sobre este ponto, Condorcet falou com eloquência ainda maior.
“Il faut absolutement que la Superstition et le Fanatisme fassent place à la Philosophie”. (É absolutamente necessário que a Superstição e o Fanatismo cedam o lugar à Filosofia). Os reis perseguem as pessoas, os sacerdotes perseguem as opiniões. Quando não houver reis, os homens estarão seguros; quando não houver sacerdotes, o pensamento será livre.

Ah, - murmurou o Marquês, e como esse querido Diderot cantou tão bem:
“Et des boyaux du dernier prêtre Serrez le cou du dernier roi”.
E então, - prosseguiu Condorcet, - então começará a Idade da Razão! Igualdade de instrução, igualdade de instituições, igualdade de fortunas! Os grandes obstáculos que se opõem à difusão dos conhecimentos são, em primeiro lugar, a falta de uma linguagem comum; e, em seguida, a curta duração da existência. Pelo que toca ao primeiro, porque não há de haver um idioma universal, uma vez que todos os homens são irmãos? Quanto ao segundo, sendo indisputável a perfectibilidade orgânica do mundo vegetal, seria menos poderosa a Natureza, tratando-se de uma existência muito nobre, a do homem pensante? A destruição das duas causas mais ativas da deterioração física, - a exorbitante riqueza de um lado, e a degradante miséria do outro, - devem necessariamente prolongar o termo geral da existência. Assim como hoje se tributam honras à arte da guerra, que é a arte de assassinar, dar-se-ia então toda a importância à medicina: todas as mentes privilegiadas se entregariam à busca dos descobrimentos que tendessem a minorar as causas que produzem as enfermidades e a morte. Eu admito que não se possa eternizar a vida; mas creio que se poderia prolongá-la quase indefinidamente. E assim como o mais insignificante animal lega o seu vigor à sua prole, da mesma forma o homem transmitirá a seus filhos a sua aperfeiçoada organização mental e física. Oh, sim, para conseguir isto devem dirigir-se os esforços do nosso século!
O venerável Malesherbes suspirou. Temia, talvez, que esta reforma não viesse a tempo para ele. O belo Marquês de *** e as senhoras, ainda mais belas do que elas pareciam convencidas e deleitadas.
Estavam ali, entretanto, dois homens sentados um ao lado do outro, que nenhuma parte tornaram na conversação geral: um era estrangeiro, recentemente chegado a Paris, onde a sua riqueza, sua pessoa e suas maneiras distintas lhe alcançaram já certa reputação e não poucas atenções; o outro, um ancião que contava uns setenta anos de idade, era o espirituoso, virtuoso, valente e bondoso Cazotte (consultar), o autor do “Os Amores do Diabo”.
Estes dois homens conversavam familiarmente, separados dos demais, e só de vez em quando manifestavam, por um ocasional sorriso, a atenção que prestavam à conversação geral.
Sim, - disse o estrangeiro, - sim, nós já nos temos encontrado várias vezes.
A sua fisionomia não é desconhecida; e, contudo, em vão procuro relembrar-me do passado em que a vi.

Eu vou auxiliá-lo a recordar-se. Lembre-se do tempo quando, levado por curiosidade, ou talvez pelo nobre desejo de alcançar conhecimentos elevados, você procurava a maneira de obter a iniciação na  misteriosa ordem de Martinez de Pasqually?
 Ah! é possível! Você pertence àquela irmandade telúrica?
Não; só assisti às suas cerimônias para ver como debalde tratavam de ressuscitar as antigas maravilhas da Cabala.
Gosta desses estudos? Eu, por minha parte, expulsei para longe a influência que outrora exercia sobre a minha imaginação.
Você não a sacudiu, - retrucou o estrangeiro gravemente - aquela influência ainda o domina. Domina-o nesta hora mesmo; ela bate no seu coração; ilumina a sua razão e falará com a sua língua.
E ao dizer isto, o estrangeiro continuou a falar-lhe, em voz ainda mais baixa, recordando-lhe certas cerimônias e doutrinas daquela seita, - explicando-as e acomodando-as à atual experiência e à história do seu interlocutor, causando a Cazotte uma grande admiração o fato de ser a sua vida tão conhecida a esse estrangeiro.
O tranquilo e amável semblante do ancião anuviava-se gradualmente e, de vez em quando, dirigia ao seu companheiro, olhares pesquisadores, curiosos e penetrantes.
A encantadora Duquesa de D*** fez observar à animada reunião o olhar abstrato e a enrugada testa do poeta; e Condorcet, que não gostava que fosse levada a atenção a outrem quando ele estava presente, disse a Cazotte:
E que nos diz você da Revolução? Ou, ao menos, qual a sua opinião sobre a maneira como ela influirá sobre nós?
Cazotte sobressaltou-se ao ouvir esta pergunta; as suas faces empalideceram; grossas gotas de suor corriam por sua fronte; os seus lábios tremiam; os seus alegres companheiros miraram-no cheios de surpresa.
Fale! - murmurou o estrangeiro, pondo sua mão, suavemente, sobre o braço do ancião.
A esta palavra, a fisionomia de Cazotte tomou uma expressão grave e rígida, o seu olhar errou pelo espaço e, com voz baixa e rouca, respondeu o velho poeta:
Pergunta-me você que efeito a Revolução produzirá sobre os seus mais ilustrados e desinteressados agentes. Vou responder-lhe. O Marquês de Condorcet, morrerá numa prisão, mas não pela mão do verdugo. Na tranquila felicidade daquele dia, o filósofo levará consigo não o elixir, mas o veneno.
Meu pobre Cazotte - disse Condorcet, com seu amável sorriso - que têm que ver as prisões, os verdugos e os venenos com uma era de liberdade e fraternidade?
É em nome da Liberdade e da Fraternidade que as prisões estarão cheias, e o algoz terá muito que fazer.
Sem dúvida, você se refere ao reinado dos padres, e não ao da filosofia, Cazotte, - disse Champfort. 
E a mim, o que está previsto?
Você abrirá suas próprias veias para escapar à fraternidade de Caim. Console-se; as últimas gotas não seguirão a navalha. Para você, venerável Malesherbes; para Aimar Nicolai; para o douto Bailly - vejo levantar-se o cadafalso! E, entretanto, ó grandes filósofos, os seus assassinos não falarão senão de filosofia!

O silêncio era completo e geral, quando o pupilo de Voltaire, - o príncipe dos cépticos acadêmicos, o ardente La Harpe (consultar), -exclamou com riso sarcástico:
Não me lisonjeie, ó profeta, excluindo-me do destino dos meus companheiros. Não terei eu nenhum papel para representar, neste drama de suas fantasias?
A esta pergunta, o semblante de Cazotte perdeu aquela estranha expressão de terror e rigidez; o seu constante humor sardônico tornou ao poeta e brincou nos seus olhos brilhantes.
Sim, La Harpe, reservo a você o papel mais maravilhoso de todos! O de se transformar em cristão.
Isto era demasiado para o auditório que, um momento antes, parecera sério e meditabundo, e todos, menos o estrangeiro, caíram numa forte gargalhada, ao passo que Cazotte, como se estivesse exausto por essas suas predições, caiu sobre a cadeira, respirando pesada e dificilmente.
Agora, - disse Mme. De G***, - que nos predisse coisas tão graves para nós, é dever profetizar também algo para si mesmo.
Um tremor convulsivo sacudiu o involuntário profeta, - e, a seguir, a sua fisionomia animou-se de uma expressão de resignação e calma.
Senhora, - respondeu Cazotte, depois de uma longa pausa, - o historiador de Jerusalém nos diz que, durante o sítio daquela cidade, um homem andou sete dias consecutivos ao redor das muralhas, gritando: “Ai de ti, Jerusalém, e ai de mim!”
Bem, Cazotte, e que mais?
E ao cabo dos sete dias, enquanto ele assim falava, uma pedra arrojada pelas máquinas dos romanos, esmagou-o.
Ditas estas palavras, Cazotte se levantou; e os hóspedes, profundamente impressionados, contra sua vontade, também fizeram o mesmo, e retiraram-se.

(continua)

Os capítulos deste romance fazem parte da coleção do G +Zanoni







sexta-feira, 30 de março de 2018

Deixa que a Páscoa surja





Deixa Que a Páscoa Surja em Ti, Ser Humano!


Um chamado percorre o Universo! Inicia-se o grande despertar e, retumbantes, sucedem-se agora as badaladas desse relógio universal, que vos anuncia a duodécima hora, com isso, o fim da época atual com tudo, o que nela aconteceu. —
Ajuste de contas! O conceito, tornado forma, corre velozmente atrás desse primeiro chamado, nas trilhas dos efeitos recíprocos, agora fortemente incentivados, e encontra-se com velocidade inimaginável diante de cada criatura, friamente objetivo, impiedoso; pois atrás dele e dentro dele está a lei viva, ofertando aqueles frutos, cujas semeaduras ocorreram na existência de cada um.
Assim, cada ser humano agora também já se encontra envolvido por garras, ainda invisíveis para ele, de modo que não pode avançar nem recuar e tem que aceitar indefeso aquilo que, devido ao seu querer e seu atuar, resultou para ele na grande estufa da Criação!
Toma a recompensa, ó ser humano, que tu mereces!
São apenas poucos os bons frutos, que aí terás; pois desrespeitaste e violaste o santuário, que a inconcebível graça de Deus te deu como firme apoio na peregrinação, a qual Ele te concedeu outrora como realização de tua ardente súplica! Era o conhecimento ao intuir Sua elevada vontade, a qual unicamente concede continuação à Criação, uma vez que esta, assim como tu, dela se originou!
Essa vontade é para tua salvação, para tua alegria e tua felicidade; pois outra coisa não existe na vontade Daquele que, cheio de amor, concedeu-te a consciência do existir. Precisavas apenas seguir pelos caminhos, que a lei da vontade na Criação já havia te aplainado como dádiva, a fim de que te conduzissem a todas as delícias, que a consciência do existir encerra em si!
Com atuação leviana, porém, rompeste as muralhas protetoras, que juntamente contigo surgiram na lei, destruíste-as com teimosia e presunção, colocaste ainda, injuriando, o teu mesquinho querer acima da lei, que repousa na vontade de Deus. Assim, em vez de te proteger e elevar, ela tem que destruir em ti tudo aquilo, que abandonou o caminho desejado por Deus!
São apenas poucos dentre os seres humanos, que não abandonaram esses caminhos!
De todos os que perambulam desviados, muitos, porém, são apenas vítimas daqueles, que romperam as muralhas protetoras. Em confiança humana, eles se deixaram arrastar para fora do caminho, que conduz às alturas luminosas, e agora não sabem mais voltar, mas, sim, erram, procurando, de um lado para outro no matagal das baixas concepções humanas, sem encontrar o caminho certo para de lá sair.
Por isso, ide vós agora, a quem já mostrei o caminho na Palavra! Ide mundo afora, esclarecei e interpretai minha Palavra a todos aqueles, que procuram com sinceridade na Luz da Verdade, cujas irradiações vos acompanham nisso; pois é chegado o tempo para isso!
Desponta a aurora para o prometido Reino do Milênio! Deverá brilhar agora para todos os povos por intermédio dos ricamente agraciados, os quais portam a Cruz da Verdade como sinal de sua convicção!
Não tardará muito, e os seres humanos perguntarão cheios de angústia pela Cruz, na esperança de que agora, por vosso intermédio, possam encontrar aquilo, que traz em si o verdadeiro auxílio e arranque-os do desespero fatigante, eleve-os das ruínas das vaidosas esperanças, que depositaram nos seres humanos terrenos e em sua capacidade!
Quando agora desmoronarem repentinamente todos os esteios entre os povos, quando desvanecer a crença no poder do dinheiro, a confiança no saber do intelecto e, sobretudo, quando se apagar também o último vislumbre de uma aparente existência de dignidade humana, então... então, vosso tempo terá chegado, portadores da sagrada Cruz! Anunciareis, tereis que anunciar a Verdade, que vos foi proporcionada; pois os seres humanos esperarão isso de vós, rogarão por isso, exigi-lo-ão, se porventura quiserdes hesitar!
Estai, portanto, preparados agora! O tempo aproximará a humanidade de vós! Isso virá por elevada condução espiritual para vós como que espontaneamente. Se não vos esquivardes da correnteza cumprireis vosso dever! Isso vem ao vosso encontro. Sede corajosos, altivos e livres! Não deveis solicitar mendigando a benevolência dos seres humanos, mas, sim, somente conceder lá, onde vo-lo pedirem!

Vós sereis vitoriosos a cada passo; pois convosco está aquele auxílio, cujo poder é o mais elevado, com o qual nada na Terra pode medir forças!
Vós sois os vencedores; pois assim é da vontade de Deus! —
Páscoa há de surgir agora para os espíritos humanos aqui na Terra! Por isso, deveis estar a postos!
Os seres humanos em breve acercar-se-ão de vós. Todos eles quererão ver, em vós, seres humanos terrenos sem defeitos! Eles o querem, os amigos como os inimigos! Os mais ferrenhos adversários da Palavra Sagrada, apesar disso, muito esperarão de vós, mais do que em tempo algum se esperou de seres humanos. Isso é uma lei viva!
Quero dar-vos diretrizes para esse fim, as quais tendes que seguir, se vossa existência, futuramente, deva tornar-se bênção, como está determinado pela vontade de Deus. Segui essas diretrizes; pois elas são mandamento para vós! Rigorosa obediência vos trará alegria e a vitória, aos seres humanos, porém, trará a salvação! Com gratidão olharão mais tarde para vós. Deveis tornar-vos um exemplo vivo para o soerguimento desse caos!
Em primeiro lugar dou-vos, para isso, o mandamento de despertardes novamente em vós o senso da beleza, que já desde o início se encontra em vós, e que soterrastes injuriosamente! Ele vos será um auxílio inestimável para um tornar-se livre em espírito e para a própria ascensão! Não o menosprezeis! Há nele mais valor do que supondes! Segui-o, e em breve reconhecereis, na vivência, o quanto ele favorece a cada um nos degraus de sua existência! Até lá, procurai obedecer-me, para que participeis do proveito, tão indispensável para vós!
Do contrário, não podereis vos tornar os vencedores, não exemplos para esta Terra aqui com todo o vosso modo de ser. Viver terrenamente de modo exemplar é o que tendes que fazer incondicionalmente por primeiro, se quiserdes cumprir a missão que recebestes, e que aceitastes de livre vontade, ao pedirdes pela Cruz!
Viver terrenalmente de modo exemplar, porém, significa ser natural! Assim como a Criação vos mostra, para que nela vos enquadreis e não apenas permaneçais nela como uma caricatura, como é hoje. Como diretriz de uma vida desejada por Deus aqui na Terra, foi vos presenteado o senso de beleza, que tem sua origem na mais pura intuição. Esta intuição traz em si a recordação de alturas luminosas, onde a beleza é coisa evidente! Pois Luz e beleza não se deixa separar de maneira alguma. São uma só coisa! Se quiserdes, pois, trazer Luz para esta Terra, tereis que trazer beleza. Beleza em tudo, o que fizerdes!
O que, porém, até agora considerastes como belo, foram, na maior parte, produtos do intelecto, engendrados e formados por seres humanos, que só se baseavam em vossas fraquezas, queriam estimulá-las, a fim de assim auferir para si vantagens terrenas. Para ganhar dinheiro ou simpatia. Tudo se baseava em cálculos. De verdadeira beleza aí, nenhum vestígio! Unicamente excitação dos sentidos, de qualquer maneira.
Cada excitação, porém, é um estímulo desejado com o intelecto, que jamais pode elevar! É atração para um propósito qualquer. Mesmo que seja apenas para a compra de um tecido ou de uma vestimenta.
Já vos habituastes a adaptar-vos, nisso, a opiniões alheias, aceitais estas e vos tornais com isso vítimas de cálculos de outros, que cada vez mais vos confundem e degradam; pois com isso, voluntariamente, renunciastes a uma parcela de liberdade e, com a liberdade, do próprio direito ao senso de beleza. Pensais ainda possuir a liberdade de decisão na escolha da compra. Aí, no entanto, estais limitados a um bem determinado número de artigos daquela espécie, que outros criaram como “moda”, também somente para um bem determinado espaço de tempo!
Assim, renunciastes a direitos, que vos deviam proporcionar muitos apoios, abandonastes em vossas peregrinações aquele bordão, que vos devia dar um forte apoio e proteção contra tudo o que é inverídico, que devia deixar-vos reconhecer imediatamente as caricaturas, que de modo atraente vos são apresentadas e que, no entanto, nada têm a ver com a verdadeira beleza.

E um passo condiciona os outros. O segundo logo vos desviou da naturalidade em vossos movimentos! Estes se tornaram bruscos e artificiais, perderam dessa forma, cada vez mais, em beleza e em força.
Procurais adaptar-vos aos trajes, ao invés de formardes a vestimenta condizente convosco. Vede vosso porte! Reparai no vosso andar, nos movimentos das mãos! Também aí já domina o intelecto; pois tudo é artificial, unilateral. Torna-se nitidamente visível a atenção dirigida sempre para um único ponto!Nisso revela-se imediatamente a atividade e o domínio do intelecto!
Este sempre só é capaz de dirigir sua atenção a uma parte do corpo. Um ponto, por isso, destaca-se também em cada atividade do intelecto terreno sempre de forma especialmente nítida, conforme a parte, para a qual o intelecto se dirige no momento. Assim também nos movimentos do corpo. O unilateral, porém, perturba a harmonia do todo! E, por conseguinte, a beleza!
Deixai uma vez a intuição chegar novamente ao seu pleno valor, então, reconhecereis como o corpo forma um todo em seus movimentos. Tudo contribui, então, simultaneamente, para executar esta ou aquela ação, com o que, naturalmente, estabelece-se uma uniformidade dos movimentos. Semelhante a um jogo gracioso, o corpo inteiro executa tudo, o que a intuição quer. É muito mais livre e natural e desembaraçado. Lembrai-vos sempre: o intelecto compele sempre em direção a um determinado ponto, o que imediatamente destrói a uniformidade e a harmonia. Não passa de um adestramento, que o ser humano impõe a si mesmo, mas nenhum atuar altivo e livre.
Deixai, por isso, despertar novamente a intuição para a beleza da naturalidade como a primeira coisa dentro de vós! Isto seja lei para vós a partir de hoje! Pois isso é um grande auxílio para a conservação do caminho reto na Criação, que nunca falha, e que jamais vos induz a dúvidas. No entanto, quanto vós já pecastes nisso! Como tolos, mostraram-se os seres humanos em sua conduta diante daquele, que ainda conservou em si o senso sadio pela beleza, ou que de novo o tenha reconquistado!
Com arrepios ainda vos lembrareis, dentro de poucos anos, de como foi hoje e de como tinha sido nos séculos passados.
Quão míseros pareceis, vistos da Luz, à qual, no entanto, devíeis permanecer estreitamente ligados! Não imaginais quanto justamente nisso o vosso falhar vos desvalorizou perante toda criatura. E somente o ser humano, como único entre as criaturas, foi quem pisoteou o grande apoio, para ridicularizar-se a si próprio. Justamente ele, que deveria tornar-se uma coroa da Criação posterior, que, de acordo com seus dons, também poderia ter se tornado!
Chegou a hora, agora, de corrigir os erros!
Sede firmes como um rochedo ao embate das ondas do mar! Nada tendes a temer, se seguirdes a lei da beleza! E cada qual poderá segui-la facilmente, se apenas finalmente se esforçar para escutar a si mesmo.

Por isso, deveis também vos trajar sempre de acordo. Não vos deixeis guiar pela moda, que sempre procura imprimir um bem determinado cunho de uniformidade a todos os seres humanos, especialmente às mulheres, mais suscetíveis a isso! Nas cores e no talhe!
Isto já está errado! Onde se encontra aí a vivacidade, que deve repousar na Criação! Deixai, finalmente, prevalecer vosso gosto pessoal! Fazei-o prevalecer, cada um para si! Em breve, tereis destruído todo o esquemático existente em vosso redor, porque a individualidade, novamente ressurgindo em vós, traz consigo a força e a lei da Criação!
Os seres humanos também não devem aparentar externamente apenas figuras vazias, não devem trajar-se de modo tão uniforme, mas também nisso devem manifestar e vivificar a própria personalidade, de plena conformidade com sua própria índole! Também de acordo com a estatura e a forma! Justamente nisso deve extinguir-se a imitação. Ela acarreta estagnação, retrocesso e, por fim, indolência paralisante de vosso espírito! Não é de admirar que muita verdadeira vocação de artista teve de asfixiar-se nisso. —
Vossas formas são uma só coisa com a vossa maneira de ser; pois as formas externas se formam de acordo com a vossa maneira de ser, têm que ser a expressão de vossa maneira de ser! Por esse motivo, deixai agora também sempre o vosso gosto pessoal ser unicamente determinante para vós, e não a moda! Com isso, então, vossa aparência externa também se adaptará, tanto na cor como no feitio dos trajes, à espécie do vosso espírito, com o que finalmente atuareis, cada um por si, como um todo, trazendo vivificação ao vosso ambiente.
É necessário também que cada um se aperfeiçoe na forma de expressão do idioma e no próprio falar.
Para um ser humano, que como a mais elevada criatura nesta Criação posterior também é a coroa desta, não há desculpas se ele não se controla, se de algum modo é negligente, e não envida toda força, a fim de desenvolver à máxima beleza tudo, o que outrora lhe foi dado como um bem a ele confiado!
O mais pobre dentre todos os pobres tem o dever e também a possibilidade de dominar-se no modo de se apresentar, na maneira de se expressar e no linguajar! Isso lhe custa apenas uma vontade sincera e um pouco de esforço, nada mais!
É desprezo das dádivas de Deus, quando uma pessoa se apresenta rude e inculta, e com isso ofende todo e qualquer senso de beleza. Tal pessoa deverá, no futuro, na atuação recíproca, ser também desprezada e expulsa da sociedade humana, por não se mostrar como ser humano, como coroa desta Criação.

Desenvolvimento da beleza em todas as coisas, até na mais insignificante, representa uma homenagem a Deus e uma oração de gratidão através de ação!
Cumpri este mandamento. Vereis que, com isso, tudo mudará para melhor na vida individual, na família e no povo!
Reside nisso muito mais do que hoje imaginais, e dá garantia para a paz, a harmonia e a felicidade!
Deveis enobrecer-vos, não vos modificar imitando. Aquilo que se encontra dentro de vós deverá atingir a mais bela florescência! Senão, não permanecereis vós próprios. Em cada ser humano, porém, reside um outro grande valor, que agora deverá exprimir-se externamente também na cor e na forma, conforme se dá com as flores.
Quem se sujeita à moda já demonstra com isso a indolência de seu espírito, de aceitar a vontade alheia, unicamente para não ter que escutar o seu íntimo, a fim de saber dali, o que para ele é adequado.
E atrás de tudo isso, que faz parte das modas e de costumes similares, outra coisa não espreita senão a avidez pela riqueza por parte daqueles, que se aproveitam da vaidade e da indolência espiritual dos seus próximos, no intuito de aumentar ainda a aquisição de bens terrenos.
Esforçai-vos por refletir seriamente sobre isso! Cada qual deve tornar-se um artista em seu próprio gosto, que só diz respeito à sua pessoa! Não aos outros. Com isso, dais o início para redespertar o verdadeiro senso de beleza, para que ele ressuscite e se torne para vós um forte auxílio nas peregrinações através dos reinos desta Criação. Necessitareis desse auxílio em cada plano, para a ele vos adaptardes, nisso vos desenvolverdes. Nenhum plano é igual ao outro. E, no entanto, cada um é belo por si! —
Tal como acontece nos planos da Criação em grande escala, assim também deve suceder com cada ser humano individual! Nenhum se assemelha inteiramente ao outro! Por que desejais ocultar esse fato externamente pela imitação? Tornai-vos, pois, uma vez assim, como vós próprios sois, isso, porém,integralmente! E procurai sempre enobrecer tudo aquilo que existe. Para isso, somente o senso de beleza poderá ser o vosso apoio! Ele tem muito mais valor do que supondes! Ele vos torna independentes e livres! A igual espécie associar-se-á, então, por si mesma. Também nisso ele mostra e facilita o caminho, se seguirdes ao chamado do senso de beleza! A mulher caminhe também aqui novamente na dianteira! —
Ainda um segundo conselho quero vos dar para o futuro próximo: sempre que vos perguntarem sobre o valor ou desvalor de outros movimentos, nunca entreis na questão, ainda que reconheçais desvalores! Vós próprios tendes a Palavra Viva! Comparações entre ela e quaisquer outros movimentos não devem ser feitas, porque nem pode haver comparações. A Palavra da Mensagem é! Quem não for capaz de acolhê-la, assim como ela emana de mim, este deve deixá-la; pois não é destinada para tal pessoa! Não sois vós, que tendes que pedir à humanidade para que a ouça, mas, sim, a própria humanidade terá de pedir sinceramente e de agradecer, que lhe seja mais uma vez permitido recebê-la. Assim o exige a lei!
Sede rigorosos e severos! Toda condescendência desnecessária é conspurcação da Palavra Sagrada!  Sede altivos e verdadeiros em tudo, o que disserdes. Não tendes necessidade de atacar outros movimentos e seus dirigentes! Quem assim procede procura salientar-se mediante difamação de outrem, procura por esse meio atrair a atenção para si, porque nada mais tem para oferecer! Quem, porém, possui a Verdade segue tranquilamente seu caminho! Não molesta, em absoluto, os outros.
A instigadores, os seres humanos afluíram, desde sempre, mais fácil e também mais rapidamente. No entanto, estes não são verdadeiros, não são suficientemente puros para a luminosa Verdade. São da mesma espécie daqueles, que se comprazem com as instigações! Não é uma estirpe, que se baseia na convicção. Quem muito fala sobre outrem, este não tem muito a dizer! Observai isso e agi rigorosamente de acordo.

Ide e vivei como testemunhas da Palavra! A humanidade quer medir em vós o valor da Palavra! Lembrai-vos disso em tudo, que disserdes e fizerdes! Ai de vós, se esses seres humanos terrenos tiverem que duvidar de vós, por vos mostrardes diferentes daquilo, que a Palavra da Verdade encerra!
A própria humanidade, então, vos julgará! Pelos atos dessa humanidade reconhecer-vos-eis a vós próprios!
Exemplos quer a humanidade ver em vós! Sereis rigorosamente observados! Lembrai-vos destas minhas palavras! Até mesmo aqueles, que não estão aptos a reconhecer a Mensagem, até mesmo os seus inimigos, observar-vos-ão no intuito de descobrir erros em vós! E ai de vós, se ainda descobrirem erros! Aquilo, que a humanidade inteira compreensivamente perdoa de bom grado a qualquer um, a vós nada perdoará, se encontrar um erro sequer!
Inconsciente a eles próprios, os seres humanos farão, nas expectativas, exigências totalmente inimagináveis aos portadores da Cruz! Com uma desconhecida implacabilidade atirar-se-ão sobre vós, se não puderdes corresponder inteiramente a essas expectativas!
Isso vos surpreenderá. Nisso, porém, encontra-se o efeito de uma lei, da qual não podeis escapar.
Por esse modo surpreendente, porém, tereis de reconhecer que também os inimigos e os zombadores, sem o saber, têm um respeito ilimitado pela Cruz e seus portadores! Terão que e irão confessá-lo desse modo, sem o querer. É apenas natural diante de tudo o que é da Luz.
Nisso ainda amadurecereis nos pontos onde for necessário. Os seres humanos vos obrigarão a tanto! Mesmo inconscientemente esperam de vós algo especial! Onde isso se espera, procura-se também um determinado valor; pois, sem reconhecimento de valor, jamais se espera algo! Aquilo que o ser humano não considera como pleno, ele também não ataca, nem dará atenção.
A humanidade inteira, porém, pressente o elevado valor, que vos é permitido trazer dentro de vós pelo vosso saber! E é isto que os induz a observar-vos rigorosamente, amigos e inimigos! Nenhum deixará de vos observar, quando for chegado o tempo. E ele já inicia, já iniciou em sua atuação espontânea. — —
Pelo vosso modo de ser tendes agora que confessar, vós próprios, perante os seres humanos, qual a vossa posição em relação à Luz, se legítima, se falsa. E os seres humanos são impelidos a aproximar-se de vós, bem de perto, a fim de que sejais obrigados a manifestar-vos. Assim é da vontade da Luz! Sois obrigados e não podeis ocultar-vos disso.
Mostrai-o agora de ânimo alegre, então, a vitória vos florescerá em todos os caminhos! Esta é a luta, pela qual tereis de passar, o que, no entanto, apenas vos retemperará e fortalecerá, em vez de vos fatigar. Que vos trará alegria, em vez de dor.
Não precisais fazer outra coisa senão ser. Contudo, ser exemplos no atuar e no viver para a Luz! Deixai agora a Páscoa surgir para a humanidade aqui na Terra! Deixai finalmente reconhecer, através de vós, a aurora que vem despontando!


Dissertação nº 35 — Ressonâncias I — Abdrushin







quinta-feira, 29 de março de 2018

O Prefeito de Vomperberg






O Prefeito de Vomperberg

por Otto Ernst Fritsch

Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:

(continuação)

     O Senhor disse-me que meu pai, na época de Cristo, foi o capitão romano que liderava a tropa que levou Cristo ao Gólgota e que tinha que comandar a execução. Foi o mesmo capitão romano que, abalado e surpreso pelo acontecimento colossal – já que ele não absorveu o acontecimento apenas de forma terrena, mas também espiritual – exclamou depois do assassínio: “Em verdade, em verdade, este era o Filho de Deus!
Depois de seu reconhecimento, este capitão romano, ao falar outrora estas palavras, foi ligado ao grande acontecimento da Luz que abrange mundos e, por isso, também com a atuação de Abdrushin. Minha mãe e eu, muitos anos antes de encontrarmos a Mensagem do Graal, éramos buscadores e havíamos conhecido várias linhas espirituais: Lorber, antroposofistas, teosofistas, ateístas, mórmons, etc. Lemos o Talmud, ocupamo-nos com o Corão e com a ciência cristã e os Testemunhas de Jeová, mas em parte alguma encontramos a Verdade por nós ansiada, aquela completa, sem lacunas, sem possibilidades de contestação. Finalmente, estudamos também o espiritismo e o ocultismo. Estas duas correntes não foram condenadas na Mensagem do Graal, como muitos portadores da Cruz e também pessoas de fora pensam, mas a crítica dirige-se contra a dependência, a ignorância e a vaidade das pessoas, que não conseguem fazer nada com esta ajuda espiritual e, muitas vezes, até mesmo arriscam-se muitas vezes em grandes perigos inúteis. No espiritismo e no ocultismo também acontece a transmissão de mensagens muito surpreendentes.  Cavaleiros, apóstolos e muitos discípulos, por exemplo, foram conduzidos ao Graal através destas mensagens ou através de mensagens de espíritos do Além. Também meus pais e eu trilhamos este caminho em 1931. No nosso círculo espírita em Wiesbaden, um espírito que foi uma vez uma princesa indiana, preparou-nos gradativamente, em várias sessões, para a recepção da Mensagem do Graal. Textualmente ela nos disse certo dia: “Quando a lua arredondar-se onze vezes, vocês irão receber uma notícia que irá mudar tudo, de uma só vez!” E realmente, depois de passado o tempo previsto, em 16 de setembro de 1931, minha mãe e eu tomamos conhecimento da Mensagem do Graal e do Filho do Homem. Eu me decidi espontaneamente em viajar imediatamente até Vomperberg e permanecer ali para sempre. Mas, por algum motivo, meu pai não queria saber nada da Mensagem do Graal. O casamento de meus pais, que já durava quase 30 anos e era feliz e harmônico, sofreu com isso grandes tensões e dificuldades. Minha mãe até disse com toda a seriedade: “Se tu me dificultares o caminho que eu considero como certo, então nossos caminhos separam-se”. Então meu pai leu a Mensagem e reconheceu bem rapidamente que o portador desta Palavra não era um homem comum. Em fevereiro de 1932, também meu pai solicitou por escrito a Cruz do Graal. No início de maio, ele fez então uma visita a Vomperberg e pediu uma entrevista com Abdrushin.
Assim como meu pai, em sua encarnação anterior, foi o primeiro a reconhecer publicamente: “Em verdade, em verdade, este era o Filho de Deus!”, assim, nesta vida terrena, ele também foi o primeiro espírito humano que não mais chamou Abdrushin de  “Abdrushin”, ou o Senhor Bernhardt, ou como alguns faziam, de “Mestre”, mas abalado, ele disse foi: “Senhor”. − Desde então, o tratamento “Senhor” para o portador da Mensagem do Graal passou a ser usual entre os portadores da Cruz, os quais, também nas conversas que mantinham entre si, sempre falavam do Senhor.

Como meu pai ocupava uma convocação elevada e de grande responsabilidade na proximidade do Senhor, e como ele também pressentiu de forma imediata esta convocação em seu íntimo, ele pediu: “Senhor, será que eu também poderei ficar para sempre nas proximidades do Senhor?” Este confirmou e disse: “Isso depende unicamente do senhor”. Apesar de meu pai ter acabado de comprar uma mansão muito bonita no Kurpark em Wiesbaden e de tê-la arrumado completamente, ele se decidiu por permanecer para sempre junto com sua esposa em Vomperberg. Como o número de portadores da Cruz aumentava de mês a mês e, por consequência, havia cada vez mais correspondência comercial, requerimentos e trocas comuns de correspondência, meu pai foi imediatamente introduzido nas atividades de “administrador”. Em 30 de maio de 1932, ele não somente recebeu o selamento, mas também ao mesmo tempo sua convocação, o que, pelo que sei, ocorreu então pela primeira vez. ¾
Certo dia, o Senhor disse ao meu pai, o qual, mais ou menos de acordo com o sentido, contou então conforme adiante: que a nova construção somente poderia ser realizada por Ele, o Senhor, e a partir daqui de cima, de Vomperberg. Assim como para um ser humano é muito honroso ser o prefeito de Berlim ou de Nova Iorque, assim meu pai seria o prefeito da comunidade que se formava aqui em cima. Ele não deveria menosprezar esta tarefa, pois ela seria grande. − O Senhor escreveu, abaixo da foto que Ele lhe presenteou, as seguintes palavras, que ainda ressaltam o que foi dito acima: “Qualquer serviço para o Santo Graal é grande e, em seu valor, supera a compreensão humana”. Mesmo não tendo ele, o Sr. Fritsch, tarefas grandes e abrangentes a realizar aqui, assim como o prefeito de Nova Iorque ou de qualquer outra grande cidade, ainda assim tudo o que partisse da Montanha seria muito maior em sua importância espiritual do que a maior tarefa terrena em qualquer parte desta Terra.

Devido à incompreensão sobre os acontecimentos espirituais, muitos portadores da Cruz muitas vezes gracejavam ou zombavam carinhosamente, chamando meu pai de “Senhor Prefeito”. Em 08.11.1932, muitos portadores da Cruz parabenizaram meu pai pelo seu aniversário e, como ele era bem humorado, brincalhão e aberto para cada brincadeira, assim como um cidadão típico da região do Reno, as pessoas que o congratularam chegaram numa marcha meio carnavalesca e o cumprimentaram de “Senhor Prefeito”.
No domingo, depois de 08 de novembro, na Casa de Devoção, o Senhor deu-nos a todos uma séria advertência, que atingiu o nosso coração. As palavras do Senhor, eu não sei mais dizer de forma acertada, mas elas testemunharam uma grande dor sobre o fato de que nós teríamos transformado em algo ridículo o que somente era sério e de grande importância espiritual, mesmo que nós, pequenos portadores da Cruz, não pudéssemos ver isso. O quanto éramos broncos mostrou-se através do fato de, a princípio, nem mesmo compreendermos esta advertência ao pensarmos: “Por que não podemos fazer uma brincadeira de vez em quando e sermos descontraídos?” Não havíamos reconhecido uma tarefa espiritual em sua real importância, porque terrenalmente ela não trazia honrarias e, em seu aspecto externo, realizava-se em âmbitos bem modestos. Aqui mais alguns pensamentos a respeito:

Quem viveu naquela época na Montanha, pôde ver e reconhecer sempre de novo, que todos nós, sem exceção, não estávamos aptos a compreender as orientações, as recomendações, os mandamentos e as palavras do Senhor, sim, nem mesmo pressenti-las em seu verdadeiro significado espiritual. O esforço de muitos portadores da Cruz, de inteirar-se da Mensagem, era sincero, então por que estes malogros, que tão facilmente podem ser motivo de desânimo? Eu o esclareço para mim com a ajuda de uma comparação: Quando uma pessoa, depois de uma farta refeição, está plenamente satisfeita, então ela não está mais em condições de ingerir outros alimentos, mesmo que estes sejam da melhor qualidade. Nós, portadores da Cruz, que chegamos à Montanha na década de trinta, ainda estávamos – vistos pela Luz – plenamente repletos, não somente com coisas erradas que trazíamos dentro de nós há milênios, mas também com as coisas erradas que havíamos absorvido desde crianças, na casa paterna, na escola, etc. Encharcados de erros como uma esponja molhada, ainda não estávamos prontos para receber o novo daquela forma como era necessária. Somente de forma gradativa podia ocorrer uma modificação em direção a algo melhor. Na medida em que, através de lutas internas e através do anseio por reconhecimento e pela verdadeira humanidade tornamo-nos humildes e largamos mão do errado, principalmente do circular dos nossos pensamentos em torno do nosso pequeno eu, somente nesta medida conseguimos penetrar, passo a passo, na Mensagem, estando então preparados para absorver o alimento espiritual que aqui nos é oferecido. Mas ainda existe mais outra dificuldade, pois não estamos acostumados a processar este alimento tão nutritivo e por isso precisamos primeiro tomar em pequena quantidade, não devemos sobrecarregar nossa capacidade de absorção. O estudante do ensino fundamental ainda não consegue compreender o conteúdo do estudante do ensino médio e este, por sua vez, não o do estudante do ensino superior. Este fato ficou bem evidente para a maioria dos portadores da Cruz por diversas vezes através da própria vivência. Quando, por exemplo, ouvimos ou lemos novamente uma dissertação da Mensagem depois de certo tempo, então esta, por ocasião de um maior amadurecimento, atua de forma totalmente diferente do que da última vez e nós descobrimos até mesmo sentenças e pensamentos que antes nunca havíamos pensado ter lido ou ouvido, porque seu significado repentinamente se ilumina e se nos torna consciente.

(continua)

Extraído (em continuação) da Cópia de um manuscrito de Otto-Ernst Fritsch





quarta-feira, 28 de março de 2018

Dos Mistérios VII







Dos Mistérios da Atuação de Deus:

Os Espíritos Humanos da Criação Posterior Falham


por um convocado

Então Deus-Pai enviou uma luz para iluminar os espíritos humanos na matéria grosseira. Era Lúcifer, o arcanjo de um dos degraus de Seu trono. E Deus deu-lhe a força para que ele iluminasse os seres humanos com a luz do raciocínio, para que eles pudessem utilizar assim a intuição de seu espírito, dada por Deus, e moldá-la de forma totalmente eficaz na pesada materialidade.
De forma reluzente e bramante Lúcifer desceu rumo à materialidade, querendo cumprir alegremente o desejo do Senhor. E passou-se um tempo.
Mas então os guardiões perceberam um movimento que ainda não haviam vivenciado, um bloqueio, uma estagnação. No atuar deles nada havia se modificado, e de forma eternamente igual e maravilhosa, o amor de Deus-Pai fluía para baixo cantando, bramindo e reluzindo através de seu Rei para eles.

De espécie a espécie a notícia penetrava cada vez mais alto, para cima, e fazia-se perceptível como um movimento contrário no fluxo do vivo circular das leis. Eles sabiam que isto só podia vir de Lúcifer e, numa vontade unida com força aumentada, eles vibravam sempre e constantemente no amor servidor.
Eles não se queixavam, não temiam, mas a luz não fluía mais de forma tão ininterrupta como antes. Os enteais nas esferas mais baixas estavam preenchidos com a mesma força de Deus, pois também eles serviam fiéis e sem distorções, mas eles viam com preocupação o atuar do ser humano!
Uma chama estava ajoelhada na dor do amor, diante do trono de Parsival. Era Irmingard, o Lírio Puro, a imagem primordial da pureza, protegida e guiada pela própria Rainha celestial Elisabeth, e sua preocupação era com a mulher terrena.
“Lúcifer nunca mais poderá percorrer os círculos do Graal”, assim soava de forma vibrantemente metálica, clara como prata, mas mesmo assim suave, da boca de Parsival. “Seu vibrar luminoso irá definhar e ele cairá cada vez mais fundo. Ele atrairá vibrações das sementes espirituais e estas unir-se-ão a ele puxando para baixo. A mulher terrena, porém, falhou por própria culpa; pois ela guiou o seu livre-arbítrio de forma errada!”

Da imagem primordial da pureza, duas gotas vermelhas, como sangue do coração, caíram sobre a pedra branca do Santo Graal. De forma tão terrivelmente pesada, pesava sobre Irmingard o sofrimento da mulher; pois ela sabia o que tinha de vir agora: a queda de todo o gênero humano!
Seus olhos reluzentes aprofundaram-se, maiores e mais azuis eles olhavam para cima, para o Senhor, cintilando no brilho úmido da dor. As mãos brancas se colocaram em oração como folhas delicadas, a forma oval do rosto luminoso parecia ainda mais delicada, os lábios florescentes tremiam suavemente, como se não fossem capazes de formar a grandeza da intuição.

Mas o pedido subiu até Parsival e através dele foi para o alto, para Deus-Pai.
“Senhor, não deixe as criaturas humanas nas garras de Lúcifer. Salve-as, Senhor, eu te peço!”
E Parsival colocou sua mão direita reluzente sobre os cabelos dourados do Lírio Puro, concedendo. Ele ainda não havia pronunciado a palavra, mas a vontade do Pai fluía para baixo, se cumprindo através dele. —


Editora Der Ruf“ G.m.b.H. Munique – 1934






terça-feira, 27 de março de 2018

Zanoni V








Zanoni

Capítulo V

Um Encontro Misterioso

“QuelIo Ippogrifo, grande e strano augello Lo porta via”.

“Aquele Hipogrifo, grande e maravilhoso pássaro, leva-o embora”.

Orlando Furioso, canto VI, 18.

Agora, acompanhando este misterioso Zanoni, tenho que deixar, por algum tempo, Nápoles. Monta, leitor amigo, na garupa do meu hipogrifo, coloque-se nele da melhor forma que puder. Há poucos dias que comprei a sela a um poeta amante da comodidade, e depois fiz recheia-la para você se acomodar nela melhor. Assim pois, montemos! Veja como nos levantamos nos ares, - olhe! - não tema, os hipogrifos nunca tropeçam e, na Itália, estão acostumados a carregar cavaleiros de avançada idade. Dirija o seu olhar à terra, debaixo de nós! Ali, perto dos rumas da antiga cidade osca, chamada Átela, se levanta Aversa, outrora uma praça forte dos normandos; ali brilham as colunas de Cápua, sobre a corrente do Vulturno. Eu os saúdo, férteis campos e vinhas, célebre pelo famoso velho vinho de Falerno! Eu os saúdo, ricas campinas onde crescem as doiradas laranjas de Mola di Gaeta! Saúdo também os lindos arbustos e flores silvestres, “omnis copia narium”, que cobrem as ladeiras da montanha do silencioso Látula! Pararemos na cidade volsca de Anxur, - a moderna Terracina, - cujo sublime rochedo se assemelha a um gigante que guarda os últimos limites da meridional terra do amor. Adiante! Adiante! e retenhamos o fôlego enquanto voarmos por cima dos Pântanos Pontinos. Medonhos e desolados, os seus miasmas são, para os jardins que temos atravessado, o que a vida comum é para o coração que deixou de amar. Lúgubre Campagna, que se apresenta â nossa vista em toda sua majestosa tristeza. Roma, cidade das sete colinas! Recebe-nos como a Memória recebe o viajante cansado; recebe-nos em silêncio, no meio de suas rumas!

Onde está o viajante que procuramos? Deixemos o hipogrifo apascentar-se, solto: ele gosta do acanto que trepa por aquelas colunas rompidas. Sim, aquele é o arco de Tito, o conquistador de Jerusalém; ali está o Coliseu! Por um, passou em triunfo o divinizado invasor; no outro, caiam ensanguentados os gladiadores. Monumentos de matanças, como pobres são os pensamentos, e como mesquinhas as lembranças que despertam, comparados com o que dizem ao coração do homem as alturas de Phyle, ou o seu solitário dique, pardo Marathon! Estamos no meio de cardos, espinhos e ervas silvestres. Aqui, onde estamos, reinou, outrora, Nero; aqui estavam seus pavimentos marchetados; aqui, “como um segundo céu”, se elevava a abobada de tetos de marfim; aqui, arco sobre arco, pilar sobre pilar, resplandecia ante o mundo o doirado palácio do seu senhor, - a Casa de Ouro de Nero. Olhem como o lagarto nos observa com seus olhos brilhantes e tímidos! Perturbamos o seu reino. Colham aquela flor silvestre: a Casa de Ouro desapareceu, mas a flor silvestre talvez seja da família das flores que a mão do estrangeiro espalhou por cima do sepulcro do tirano; veja, como a Natureza faz crescer ainda as flores silvestres sobre este solo, que é a tumba de Roma!

No meio desta desolação, levanta-se um velho edifício do tempo da Idade Média. Ali mora um singular recluso. Na época das febres, os camponeses daquela região fogem da viçosa vegetação destes lugares; mas ele, que é um estrangeiro, respira sem temor o ar pestilento. Este homem não tem amigos, sócios, nem companheiros, a não ser os livros e instrumentos científicos. Muitas vezes é visto como anda pelas verdejantes colinas, ou como passeia pelas ruas da cidade nova, não com o ar negligente de estudantes, mas com os olhos observadores e penetrantes, que parecem sondar os corações dos transeuntes. É um homem velho, porém robusto, - alto e direito, como se estivesse moço. Ninguém sabe se ele é rico ou pobre. Não pede, nem dá esmola, - não faz mal a ninguém, mas também corno parece, não confere bem algum. Segundo todas as aparências, este homem vive só para si; mas as aparências são enganadoras, e a Ciência como também a Benevolência, vivem para o Universo. É pela primeira vez, desde que esse homem habita esta morada, que nela entra um visitante. E este é Zanoni.
Veja esses dois homens sentados um ao lado do outro, e conversando seriamente. Muitos anos haviam transcorrido desde que se viram pela última vez, - ao menos corporalmente, face a face. Porém, se são sábios, o pensamento de um pode ir ao encontro do pensamento do outro, e o espírito daquele voa em busca do espírito deste, embora os oceanos separem as formas. Nem a morte mesma é capaz de separar os sábios. Você se encontra com Platão, quando os seus olhos umedecidos se fixam sobre o seu Phedon. Oxalá Homero viva eternamente com os homens!

Os dois homens estão conversando; comunicam um ao outro suas aventuras; evocam o passado e o reprovam; porém, observe com que modos distintos afetam as recordações. No semblante de Zanoni, apesar da sua calma habitual, as emoções aparecem e se somem. Ele agiu no passado que está recordando; ao passo que nem o menor vestígio dessas tristezas ou alegrias, de que participa a humanidade, pode descobrir-se no semblante insensível do seu companheiro; para este, o passado, o mesmo que o presente, não é mais do que a Natureza para o sábio, ou o livro para o estudante, - uma vida tranqüila e espiritual, um estudo, uma contemplação.
Do passado dirigem-se ao futuro! Ah! pelos fins do século XVIII, o futuro parecia uma coisa tangível, - estava enlaçado com os temores e as esperanças do presente.
Aos limites daquele século, o Homem, o filho mais maduro do Tempo, estava como no leito de morte do Velho Mundo, olhando o Novo Horizonte, envolto entre nuvens e ensangüentados vapores, - não se sabendo se representava um cometa ou um sol. Observe o frio e profundo desdém nos olhos do ancião, - a sublime e tocante tristeza que obscurece o imponente semblante de Zanoni. É que, enquanto um olha com indiferença a luta e o seu resultado, o outro a contempla com horror e compaixão! A sabedoria, contemplando o gênero humano, só conduz a estes dois resultados: ao desdém ou à compaixão.

Quem crê na existência de outros mundos, pode acostumar-se a considerar este mundo assim como o naturalista considera as revoluções de um formigueiro ou de uma folha. Que é a Terra para o Infinito? Que valor tem a sua duração para o Eterno?
Oh! quantas vezes a alma de um só homem é mais importante e maior do que as vicissitudes de todo o globo! Filho do céu, e herdeiro da imortalidade! como, e quando residindo numa estréia, olharás depois o formigueiro e suas comoções, desde Clovis até Robespierre, desde Noé até o Juízo Final! O espírito que sabe contemplar, e que vive somente no mundo intelectual, pode subir à sua estrela, embora ainda viva neste cemitério chamado Terra, e enquanto o sarcófago chamado Vida, ncerra em suas paredes de barro a essência eterna!
Porém você, Zanoni, - se recusou a viver somente no mundo intelectual; você não mortificou o coração; o seu pulso bate ainda com a doce música de paixão dos mortais; a humanidade é para você ainda uma coisa mais atrativa do que o abstrato, - você quis ver essa Revolução em seu berço, que a tempestade embala, e quis ver o mundo enquanto os seus elementos lutam para sair do caos!
Vai, pois!

(continua)


Os capítulos deste romance fazem parte da coleção do G +: Zanoni


Que Haja Luz na Terra!






Que Haja Luz na Terra!

por August Manz

Vivemos em uma época da mais difícil luta de todas as opiniões e crenças de todas as áreas do conhecimento humano, habilidade e crença. Os opostos colidem uns com os outros em toda parte; para frente e para trás uma batalha detalhada sobre os conceitos de bem e mal, de certo e errado, de verdadeiro e falso - representado ao extremo e defendido pelo indivíduo, por grupos inteiros, por combatentes.
O que é propriamente real e o que é falso, não serão mais certos e claros, mas misturados a uma confusão insolúvel de conceitos. A verdade que só pode ser uma, não é mais reconhecida. A visão do simples e do natural, o único capaz de penetrar a verdade, é obscurecida pela unilateralidade com a qual uma determinada direção, para certa concepção é buscada, despreocupada com as leis reais de todo ser, com as leis da natureza mais simples, sem orientar tudo na Criação para sempre, mesmo na Terra, mesmo que se trate de questões mundanas, científicas ou geralmente humanas de qualquer tipo.
Então um caos surgiu da terra que confundiu. Tornou-se escuro em toda parte, porque a luz do conhecimento verdadeiro ligado à natureza se extinguiu.
Existem apenas alguns que ainda estão lutando e lutando por essa luz. Para quem entende o conhecimento vale mais do que o certo. E estão dispostos a lutar humildemente pela verdade, por uma verdade que está em harmonia com o puro anseio de sua essência mais íntima, com sua consciência.
Para todos estes, no entanto, que estão exaustos de um sério esforço para o conhecimento da verdade, "A Voz" deve penetrar.

E deve deixar ecoar sua própria voz interior!

A certeza quer trazer "A Voz", com clareza e verdade, extraídas do verdadeiro conhecimento das leis da natureza, das leis do mundo.
E "A Voz" vai longe por toda a terra, para que todos ouçam; desde que ainda queiram ouvir sua própria voz interior  muito além de todas as terras e mares, para todos os países da terra.

Porque a luz deve estar em todos os lugares da terra!

A luz deve estar em nós ao nosso redor e sobre nós.

E a luz pode estar em toda parte na terra, quando todo ser humano penetrar no reconhecimento da verdade, que deve surgir do conhecimento apropriado da Criação, do conhecimento que pode ser obtido em todos os lugares, quando o homem só aprendeu a viver com a transparência de suas formas simples e claras de se observar e identificar.
Somente aqueles que aprendem da vida para a vida podem dominá-la, e essa meta todo homem quer alcançar.
Mas a pessoa envolvida materialmente nunca dominará a vida. Mas também é considerada falha terrena, assim quando falta a base material. E mentalmente, ele não tem esse domínio desde o início.
Somente a pessoa espiritualizada pode realmente dominar a vida – independente mesmo de que ela tenha uma suposta educação superior ou não. Porque mentalmente pode ser até mais fácil para a pessoa mais simples.

E para o homem espiritual, "A Voz" quer falar.




É interessante notar na ilustração apresentada que, no primeiro número da revista “A Voz” (Die Stimme), publicada em 1937, Hermann Wenng contribuiu com um desenho intitulado: “Que Haja Luz na Terra”, coincidindo com o título do artigo de August Manz (em alemão: Es werde Licht auf Erden!).

A tradução deste texto do alemão é inédita, embora feita rapidamente, apenas para leitura aproximada do conteúdo em português.