quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Seres da Natureza II





Série: Enteais – entes da natureza

Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

No Portal do Mundo Enteal - II

Desde que a ciência decifrou supostamente a Criação, nosso olhar para esse mundo tornou-se frio e sem vida. Os números, fatos e fórmulas da objetividade matemática, que nossa moderna concepção mundial se sente obrigada a realizar, mal deixam ainda um diminuto espaço para aquilo que é místico, cheio de mistérios, mas também especialmente próximo à vida. Na época eletrônica da técnica geneticista e das viagens espaciais, figuras das histórias infantis – como fadas, gnomos ou sereias – parecem não possuir mais nenhum direito à existência. E até mesmo autores de livros infantis, atualmente, já receiam muitas vezes felicitar seu “moderno público com figuras de tempos passados.
Mas naturalmente esse contraste – de um lado o mundo esclarecido de hoje, do outro a crença mística antiquada – provém de um modo de observação bem superficial. Pois não está certo falar que a ciência realmente se aproximou dos mistérios da vida através de medições e experimentos no mundo físico grosso-material.
Antes permanecem abertas as questões decisivas de outrora e de agora. Assim sabe-se, por exemplo, a respeito do processo físico e químico no crescimento de uma planta, mas não se sabe, por que uma planta (ou um corpo animal ou humano) cresce à forma acabada que vemos. Ou expresso como por parábola: Conhece-se o material da construção de uma casa, também se sabe sobre as possibilidades de modificá-la – mas porque exatamente essa casa surge permanece um enigma. Onde estão os “construtores”, que possuem em mãos os “projetos”?
Para esclarecer porque, por exemplo, as pernas e os braços de uma pessoa são formados de modo diferente, apesar de receberem os mesmos genes e as mesmas proteínas, de serem, portanto, feitas a partir do mesmo material, biólogos que estudam o desenvolvimento utilizam a expressão “campo morfogênico”. Isso supõe que existe algo *fora* do organismo, que regulamenta a organização das partes individuais materiais e que isto já existe e possui um “plano” antes da formação física. Certos pesquisadores também partem do princípio, que esse campo surge de uma “ressonância mórfica” com relação entre si. O problema apenas é: Nenhum cientista é capaz de explicar o que é um campo morfogênico, como ele surge, como atua, pelo que é influenciado, etc.
Se, porém, nos libertarmos uma vez e lançarmos um olhar para além do limite do mundo terreno, desfazendo-nos assim daquelas algemas, que as ciências em sua estreiteza em relação à matéria forjou para si mesma, então as questões sobre a formação nos levam ao *Portal do Mundo Enteal*. Pois aquilo que nós denominamos simplesmente de “crescimento” ou “vivificação”, com um modo de ver mais apurado, nada mais é do que o atuar de forças enteais, ou seja, dos assim chamados “entes da natureza”.
Margot Ruis, nascida em Viena na Áustria e domiciliada na floresta, possui a tal visão mais apurada.Para ela ver e vivenciar os entes da natureza, os quais permanecem hoje ocultos à maioria das pessoas, é algo natural desde a vários anos. E ela se engajou por meio de livros, palestras e seminários para que a consciência de que o mundo dos enteais encontre novamente entrada na maior parte possível de pessoas, pois “os entes da natureza não são menos importantes do que nós”, diz ela, “para a continuação da existência da vegetação, eles são, em todo e qualquer caso, mais importantes do que o ser humano, pois são aqueles que cuidam das árvores e das plantas, que vivificam a água e que cuidam e zelam abnegadamente da maravilhosa natureza sobre esta Terra, enquanto que nós, visto segundo a história da Terra, só há relativamente pouco tempo é que estamos a nos  arrebentar e desde então estamos tentando fazer todo o possível para recuperá-la, tendo destruído muita coisa”.


um conteúdo extraído da revista “Gralswelt”, publicada em março de 2002.

(continua)











terça-feira, 30 de outubro de 2018

Seres da Natureza






Série: Enteais – entes da natureza

Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

Prefácio

O ser humano infelizmente se esqueceu de seus amigos da natureza e com isso ficou imensamente empobrecido, apesar de se julgar grande e cheio de saber.
Essa reunião de textos que aqui serão apresentados tem a finalidade de fazer pressentir naqueles seres humanos ainda despertos a enorme perda com que se sobrecarregaram por vontade própria e fazer, assim, despertar o anseio por obter novamente uma ligação com os entes da natureza e dessa forma com irradiações mais finas e delicadas vindas do alto. Sim, pois ainda é possível acreditarmos e nos relacionarmos com os prestimosos seres da natureza, mesmo que não seja através da visão. É o que nos mostra vários relatos da época atual  aqui para serem apresentados, e eu posso confirmá-los como verdadeiros pois para mim foi uma vivência intuitiva.
Assim, também os relatos referentes à orientação de um ente sobre o cultivo de hortaliças e a confecção de jardins, como paisagista, podem confirmar todas elas como corretas e verídicas, tendo também sido verificadas e experimentadas por mim, mesmo não tendo sido em tal escala como se deus com a família do texto em questão.
Assim espero que, esse apanhado de textos traga novamente muita riqueza para nossas tão empobrecidas vidas. Mas para tanto eles não devem ser lidos superficialmente como estamos tão habituados e novamente engavetados, e sim devem formar um manual prático, ao qual devemos sempre de novo recorrer quando estivermos nos esquecendo ou enfraquecendo de nossos objetivos propostos: a amizade e o intercâmbio alegre com os seres da natureza.
Assim desejo a todos boa sorte e profundas vivências neste mundo maravilhoso dos nossos amigos da natureza.

No Portal do Mundo Enteal

Em conversação com Margot Ruis:

Quando falamos do “mundo” em que vivemos, ou da “natureza” que nos rodeia, então geralmente temos em vista o ambiente físico e visível. Nós usufruímos sua beleza, admiramos sua diversidade de espécies e, talvez, também estamos conscientes do grande mistério da vida, que mantém tudo em movimento e desenvolve continuamente tudo de forma nova.
Mas que forças são as que atuam formando na Natureza e que cuidam da vivificação e do desenvolvimento?
Para a austríaca Margot Ruis esta pergunta está respondida: Ela vê e vivencia essas forças, na forma dos assim chamados “seres da natureza”: ondinas, fadas, elfos que povoam um “mundo enteálico” invisível e inacreditável para a maioria das pessoas, mundo esse que se encontra num estreito relacionamento com a natureza física.  Em uma conversação com a revista “Gralswelt”, publicada em Março de 202 Margot Ruis abre um pouco o portal para esse mundo.

um conteúdo extraído da revista “Gralswelt”, publicada em março de 2002.


(continua)











segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Zeus







Série: Enteais – entes da natureza 

Zeus

por Roselis Von Sass


Pela vastíssima variedade em espécie de entes da natureza, na atuação dos grandes e pequenos enteais, “O Livro do Juízo Final” de Roselis Von Sass, esclarece conforme alguns trechos nesse sentido:

 ❝Os grandes entes da natureza que outrora foram adorados como deuses ainda têm sua pátria e ponto de partida num setor especial da Criação que se encontra embaixo dos mundos espirituais do Paraíso, isto é, como término deste e como início da Criação posterior. Esse setor da Criação constitui um anel do Universo, de dimensões inimagináveis. É o ponto de partida de todos os enteais e guias dos elementos, que lideram e também continuam a lidar com a formação originária da Criação posterior. É uma espécie de castelo, entretanto, não tem a mínima semelhança com o que o ser humano denomina como tal. Os povos nórdicos, entre os quais estão os germanos, denominavam esse castelo de “Asgard” e também de “Valhala”. Os gregos falavam de “Olimpo”, o trono dos deuses. Uma vez que empregamos o termo “Olimpo” para designarmos a sede dos enteais, podemos igualmente aplicar o nome grego “Zeus” para o soberano do Olimpo. Do mesmo poderíamos dizer também Júpiter (para os romanos), Wotan, etc. . . Ele é, na Criação posterior, o poder corporificado de uma irradiação espírito-enteal que fluindo de altitudes máximas encontra a devida ancoragem nele. A irradiação espiritual não é da mesma espécie da dos espíritos humanos. Provém de uma fonte especial de energia enteal que é necessária à formação e ao desenvolvimento dos incontáveis corpos celestes. ❞

De modo prático, pela expressão da mitologia grega: Zeus é o Soberano do Olimpo, e o Comandante Supremo dos grandes e pequenos enteais, conhecido também como Senhor da Justiça, ainda com o poder máximo sobre os raios e trovões.
          

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

O Elfo do Campo de Trigo










Série: Enteais – entes da natureza

O Elfo do Campo de Trigo

por Albert Paruchar

Boa noite, meus amigos. Eu vi algo maravilhoso! Eu vi o elfo do campo de trigo – e a forma como ele lhe dá vida. [...]
Ele simplesmente se movimenta de um local ao outro, simplesmente assim...sem ter aparentemente nenhuma meta em vista – contudo, com um sentimento da mais pura alegria, em consequência de toda a beleza que capta! Ele vê o trigo em seu próprio plano de consciência, enquanto que – para os olhos terrenos – tudo ainda se encontra num profundo sono de inverno.
Ele anda célere por sobre o campo. E na medida em que ele se conscientiza de sua beleza, seu coração se enche de amor – tão forte e profundo, que por fim ele deseja se unir ele próprio com toda essa beleza, “absorve-la” completamente em si!
E então sua aura se expande em torno dele...mais e mais – até que ela tenha alcançado o limite mais extremo do campo. Ela o envolve totalmente em si, e enquanto ela o mantém dessa forma, seu amor ainda aumenta mais, enquanto que a luz que parte dele, torna-se mais e mais bela e ainda mais maravilhosa!
Ao se expandir dessa maneira, ele parece penetrar no trigo, para se unificar com ele. Então a luz se intensifica cada vez mais, e então ele próprio surge novamente...
Ele surge como se tivesse renascido, mais irradiante do que antes, devido ao seu grande amor – enquanto que sob a influência de sua presença o princípio da vida se ativa em cada corpo material. [...]
Em seu modo de ver o campo parece como no verão – prestes a florescer.
Ele só está consciente da beleza – que o amor desperta nele. E o amor realiza seu trabalho por si só!
Anteriormente jamais se me havia tornado tão claro, que o amor é realmente o puro fundamento da Criação.
Toda Criação se baseia no amor e na beleza e qualquer criatura nasce da alegria resultante disso. Esta é a verdadeira base do Universo – e de tudo o que vive no Universo.
Amor é uma força construtiva maravilhosa – enquanto que o ódio [...] sempre é destrutivo. É isso o que eu descobri, quando eu tive essa maravilhosa experiência.

Artigo extraído do livro de mesmo autor: “O Outro Mundo”



quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Casandra IV





Casandra

Por inspiración especial


Y pasaron los años.

Sobre el ponto se extendía a todo lo largo y ancho una luz azul. Las rocas dentadas de la costa emitían destellos, humedecidas como estaban tras haberse retirado las aguas en la bajamar. Las olas, adornadas aún por pequeñas coronas de espuma, rompían, burbujeantes y susurrantes, en la playa. En las ondeantes aguas se podía ver coloridas velas, rojas y amarillas, y proveniente de la alta torre se dejaba escuchar por todo el palacio y aún más allá el grito: «¡Barco a la vista!». 

La niebla impedía divisar a lo lejos las costas de Grecia. Oscuros velos se acercaban desde allí. La línea de playa arenosa se veía interrumpida de vez en vez por pequeños arrecifes, mientras que hacia el interior del país se extendía un terreno rocoso cubierto de yerba rala y baja. Un camino burdamente hecho conducía de la ciudad al mar.

De los muros de la ciudad, que mostraban partes ya viejas y otras más nuevas, crecían en dirección hacia la explanada, que estaba algo más levantada que el nivel de la ciudad, árboles bajos, más bien pegados al suelo. Un poblado de pastores, eso era Troya, un poblado construido con la piedra oscura y cruda del lugar. Las casas tenían techos planos, y en éstos crecía delicada yerba. Pequeñas ventanas cuadradas encaraban cual oscuras bocas la luz del sol. Crudos eran los muros que rodeaban pequeñas masías. Adosados a los mismos, empero, había partes más nuevas que se unían a la vieja sin ninguna transición. Aquéllas mostraban la influencia del altamente avanzado estilo griego, si bien se trataba de un estilo más sencillo, austero y simple que las construcciones de la Grecia Antigua. Todo llevaba el sello de la rusticidad y la fuerza expresada en formas grandes y simples. 

Crujiendo se abrió la maciza puerta del castillo, mostrando así un foso ancho y bien profundo revestido de piedras lisas. Justo frente a la puerta, pero del otro lado del foso, se veía un ancho puente de madera levantado por un crudo sistema mecánico. Contiguos a la puerta se alzaban torres rectangulares y un muro alto y ancho por el que era posible caminar.

Detrás había una plaza cuadrada pavimentada con grandes piedras. A la derecha hállabase un alto edificio de columnas, y siguiendo recto, se topaba uno con un segundo muro provisto de una puerta; adosado al muro por su lado izquierdo se extendía un salón de techo alto con un pasillo exterior y otro interior. En este último se sucedían habitaciones a manera de bodegas que guardaban inmensas ánforas de barro. A aquéllas les seguían grandes almacenes destinados al avituallamiento.

Había un segundo patio lleno de carretas y aperos de labranza, y, circundando a aquel, establos que ofrecían techo a un gran número de hermosos animales, sobre todo vacas, toros y terneros. Para los caballos había una sección aparte. Allí se veían caballos de corta crin y otras bestias parecidas a asnos. Apostado frente a los establos vigilaba un perro enorme, cruce de león y lobo, de pelaje hirsuto y pardoamarillento.

Una puerta a la izquierda daba paso a un magnífico bosquecillo de laureles donde reinaba una atmósfera apacible y solemne. El lugar estaba surcado por caminos de arena conectados unos con otros de acuerdo a un patrón rectangular. En los bordes de estos caminos se alzaban bancos de piedra ubicados a cierta distancia unos de otros y en el medio se levantaba una fuente de piedra llena de agua y peces.

Un pasillo franqueado por árboles podados conducía de vuelta a un muro sombrío en la parte vieja del castillo. Allí un recibidor de sólida construcción y apoyado sobre pilares de madera daba a entender que este era el candelecho del príncipe. El envigado y toda la estructura eran de un color marrón oscuro y de aspecto sombrío, y las paredes y columnas estaban forradas de armas de todo tipo.

En el otro lado de la habitación se sucedían amplias ventanas de dintel alto que daban vista a un despejado solar. En este se veían árboles y algunos setos floridos, todo ello rodeado de pórticos. Los techos de estos, a su vez, estaban cubiertos de jardines cuyas exhuberantes enredaderas llegaban bien abajo.

Sobre el gran salón de la parte vieja del castillo había un gran número de habitaciones. Una de estas hacía esquina en esa planta del edificio y ofrecía una vista panorámica que iba desde los solares y una parte del área periférica de la ciudadela, la parte más vieja, hasta el mar. Del otro lado de dicho aposento se podía observar la animada actividad de la granja.

Era aquella una estancia bella y espaciosa cuyas paredes estaban adornadas de abigarrados dibujos y en cuyo interior se observaban aquí y allá hermosos enseres de oro y de barro. En una esquina se veía un broncíneo diván cubierto de pieles y provisto de un almohadón y, pegados a la pared, había varios baúles en los que se guardaba la ropa. El piso era de tablas de abigarrados colores.

Esta habitación era la pieza de la reina. Contiguo a la misma había otro cuarto con armas de guerra, trofeos y utensilios. Una mesa baja y ancha, cubierta de esquemas y dibujos, daba a entender que ésta era la sala de trabajo de un general. En el piso se veían, aquí y allá, cojines planos. Este era el lugar de estancia preferido de Príamo.

Al aposento de la reina se le unían las habitaciones de las mujeres; al del rey, las de los hombres.

En una sección aparte del castillo a la que solo se podía acceder por el solar o por las habitaciones de las mujeres pasaba su tiempo la supervisora de la casa. Animada actividad reinaba en estas habitaciones, en las que alrededor de cincuenta sirvientas de todas las edades realizaban su labor.

Anexo al edificio del castillo viejo se alzaba el edificio nuevo, que se asemejaba a un templo.
El mismo estaba rodeado de magnificentes jardines y un muro alto.
Las habitaciones del castillo estaban llenas de una gran actividad y los seres humanos que allí se veían tenían figuras que, por su belleza, se asemejaban a los dioses sustanciales.

En la pieza de la reina se erguía la figura de un hombre alto y fornido provisto de aparejo de guerra, listo para el combate. Una coraza le cubría el pecho y sobre la cabeza llevaba un casco griego guarnecido con crines de caballo. Su rostro grave estaba enmarcado por una barba corta y ensortijada que en su tiempo debía de haber sido de color castaño oscuro, pero que ahora mostraba canas en abundancia. En su boca asomaba una bella dentadura, mientras que su nariz perfilada le daba a su rostro una expresión peculiar. En este rostro se veían profundos surcos que daban testimonio de que este era un hombre de gran fuerza de voluntad y curtido en mil batallas. Los ojos azulgrisáceos irradiaban la bondadosa y alegre serenidad del ser humano maduro. Aquellos eran capaces de destellar coraje e incluso ira, para entonces volver a irradiar bondad y amor como los ojos de un niño feliz. Su alta frente surcada de profundas arrugas estaba cubierta por el pesado casco. Las manos aparentaban ser de las que agarran las cosas con decisión y hasta tosquedad y se notaba que lo mismo sabían manejar el arado que llevar las riendas de un corcel, y que de la misma manera que eran capaces de manejar diestramente una espada, también sabían dirigir el trabajo en la hacienda y el ejército y de organizar la actividad en función de cubrir las necesidades de la comunidad.

Todos no podían menos que admirar y tener plena confianza en Príamo, que mostraba una mesurada superioridad en todas las cosas.

Una segunda figura se le unió: un hombre joven y alto, provisto igualmente de aparejo de guerra, más alto y esbelto que Príamo y cuyos ágiles movimientos daban fe de que estaba avezado en todas las habilidades del combate y en el manejo de todo tipo de armas. El bello perfil de su rostro tenía un aire de calidez y su tez era del color bronceado tan típico de los habitantes del Sur.

El cabello castaño oscuro le caía en rizos cortos sobre la frente y las sienes. También Héctor lucía el casco plateado. Sobre los hombros llevaba una manto blanco que le tapaba la cota de malla. El cuello moreno y largo sí estaba expuesto a la vista. Tomando impetuosamente el escudo a la vez que lanzaba un grito, el joven se apresuró a abandonar la habitación; toda vez que se alegraba ya de la nueva victoria que esperaba cosechar en los ejercicios de armas con sus hermanos.

Sus ojos grandes y negros irradiaban vitalidad y fuerza, salud y alegría de vivir. Su aspecto todo manifestaba armonía entre cuerpo y alma, sencillez, claridad y fuerza, sustentadas por la convicción de una voluntad heroica.

En eso se corrió la estera que hacía las veces de puerta de la habitación contigua y en el umbral hizo acto de aparición la figura esbelta y de blanca tez de una moza. El vestido griego que llevaba dejaba expuestos los brazos y los hombros. Sobre estos caía, abundante, el cabello negro y ondulado, el cual estaba sujeto en la frente por una ancha cinta blanca. En el rostro, de perfil estrecho, y la perfilada nariz, se parecía a Hécuba, solo que los pómulos de la joven eran más salientes y la frente más elevada y redondeada.

Los grandes ojos, que ya no podían ser considerados ojos de niña, eran de un azulgrisáceo oscuro y tenían un brillo que le daba a la mirada de la joven un aire serio. Sus pequeñas manos extendidas hacia el padre, mientras su rostro era la viva expresión de amor y tímida veneración: así estaba parada Casandra ante su padre, quien se disponía a emprender una campaña militar en tierras lejanas.

El momento en que él le había informado de sus planes se convirtió para ella en la primera pisada en la senda de su destino. Hasta ese instante había crecido bien protegida y bajo esmerados cuidados. Objeto del leal servicio de las sirvientas, amada por sus hermanos y cuidadosamente salvaguardada por el ojo vigilante de la madre, Casandra había tenido la posibilidad de crecer en un medio gobernado por el orden y las buenas costumbres, bajo la estricta disciplina de mujeres nobles.

Así como un botón que aún no ha llegado al momento de la madurez es protegido y salvaguardado por las hojas y flores que le rodean, tal había crecido en el poderoso tronco de la casa real esta pura y excelsa flor, de suerte que en un futuro, llegado el momento de su madurez, emitiera un resplandor que fuera mucho más allá de los confines de este entorno protector.

¡Oh, generación brava y soberbia, cepa madre de tan magníficos héroes, si hubieras sabido lo que te era dado guardar y proteger en este fruto tuyo!

Sobre los muros de Troya había rayado una Luz, la Luz que había de traer iluminación a generaciones venideras. Mucho antes de que el gran pueblo griego pudiera esparcir dentro de los muros de Troya el germen de la degeneración, envió la Suprema Voluntad esta Luz.

En la forma terrenal de sanos vástagos reales había de acondicionársele una morada, una envoltura a este espíritu lleno de la llama divina, y proporcionarle a dicha envoltura un suelo en el que esta pudiera medrar y desarrollarse para convertirse en la luz de este mundo y en la salvación de la mujer, para devenir en refrigerio y guía del espíritu, en sostén de la vida y en la sanación de los pueblos.

Todavía nadie en los salones de Troya estaba consciente del tremendo tesoro que se les había confiado. Este pueblo contaba con el don de una sensibilidad innata para todas las cosas esenciales de la vida, e igual de dotados estaban sus príncipes. Una tribu de pastores, eso eran, una tribu cuyo punto focal, gracias a su ubicación, había florecido hasta convertirse en una ciudad que tenía el potencial para devenir en centro del comercio y la navegación, una ciudad que podía convertirse además en el centro de todas las disciplinas del arte y las ciencias y en puente al cerrado reino del Oriente.

Por todas estas razones, Troya no tardaría en convertirse en objeto de envidia y de miradas codiciosas, siendo observada furtivamente y hasta atacada abiertamente desde el otro lado del mar; de modo que este pueblo de pastores, labradores y mercaderes amantes de la paz se vio obligado a fortalecerse y convertirse en un pueblo de héroes, cosa que logró hacer, pues era guiado por una fuerza superior, gracias a su aptitud natural de abrirse a esta influencia, una aptitud sana, una aptitud sencilla y grande a la vez. Y así como este pueblo llevaba su existencia terrenal y maduraba por medio de ella, con esa misma sencillez, lealtad y vitalidad servía a sus dioses también, cual niño puro y confiado.

Y a este pueblo le había sido enviado, en la persona de Casandra, desde las más sublimes alturas cuya existencia ellos ni sospechaban, una auxiliadora para la continuación de su ascensión.

(continúa)




Una traducción Del original en alemán


Kassandra


Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A Consagração do Graal







Enteais – entes da natureza pela vastidão da espécie animal 

A Consagração do Graal

por Manfred Kyber

Os animais têm seus momentos trágicos e cômicos, como os nossos. Conosco são plenos de semelhanças e mútuas relações. Os homens se encontram num abismo de si mesmos entre os animais. Não há senão um degrau na roda da vida. Todos são em origem da única mônada. Para conhecer a natureza é preciso compreender suas criaturas. Para compreender uma criatura, carece de se ver nela o próprio irmão.


A Consagração do Graal

Todos os animais são criaturas de Deus 
Ensinou-lhes com amor o Graal 
Apagando de suas testas profanadas
A sangrenta marca humana de Caim.


Todos são seus irmãos e irmãs,
Anelados contigo na ordem das coisas.
Isento não está até a última criatura,
O libertador sedes, se a libertardes.


Sobre tudo que respira, em segura proteção,
Na escolha do Graal, de seu escudo.
Em tudo que respira, junto de tua vida,
Há imagem à semelhança de Deus.


Manfred Kyber





terça-feira, 23 de outubro de 2018

Os Entes dos Ventos





Série: Enteais – entes da natureza

Os Entes dos Ventos

por Roselis Von Sass

Pelo estudo dos entes da natureza, conforme os denominados seres especificamente da chamada Entealidade, que abrange todo o sistema funcional e vital do Universo (em seus diversificados ramos de atividades) na existência; a obra de Roselis von Sass, conhecida como: “O Livro do Juízo Final”; retrata em detalhes e com intimidade o andamento do mundo por esse sentido analítico, propriamente na ordem espiritual.
Ainda que se trate de um assunto complexo quanto ao significado particular dos inúmeros setores da Criação, para perfazer com qualidade os diversos atributos requerentes da hígida animação de todos os seres propriamente assim dependentes em suas vidas, através de necessárias administrações superiores da Entealidade; o assunto pelo livro é abordado com expressivos detalhes sobre esses elementos naturais.   
A facilidade descritiva desses fatos logo se percebe pela leitura do livro, como neste caso conforme a seguinte passagem:

❝ Dirigir-nos-emos agora para os enteais dos ventos, que, como outros, possuem formas duplas.
Quando se consegue ver os enteais dos ventos “deslizando” pelos ares com seus braços-asa abertos, pode-se pensar que se tem diante dos olhos aviões brancos, cobertos de véus, com enormes e redondas cabeças humanas. Seus rostos, dos quais existem inúmeros tamanhos, são também brancos. Seus olhos são brilhantes, parecendo esferas irradiantes de tonalidade verde-vermelha.
Existem enteais dos ventos, de dois e de três olhos. Os de três olhos são de tamanho inimaginável. Seu terceiro olho, redondo, de cor vermelha, está localizado no meio da testa e brilha como um farol de intensidade incalculável. A irradiação desse olho-farol poderia ser comparada com um tipo especial de raios laser: provoca por toda a parte em que for dirigida, toda a sorte de perturbações atmosféricas, assim como tempestades, furacões, tufões etc. Os enteais de três olhos são chamados “Olhos de Tifon” (Augen dês Typhon).
Tifon propriamente, seu guia e senhor, vive no Olimpo. Também os guias de outros enteais dos ventos como “Tyssiphon” e “Zéfiro” vivem lá e transmitem das alturas olímpicas forças e estímulo a esses enteais.

O campo de ação dos enteais dos ventos é muito complexo.

Exercem, por exemplo, influência sobre as correntezas do mar, sobre a formação das nuvens, provocando quedas de temperaturas e mantendo a atmosfera terrestre em movimentação com correntes de ar mais fortes ou mais fracas. Além disso, seu sistema de ventos em excelente funcionamento, mantém a pressão atmosférica em equilíbrio. 
Muito ainda poderia ser dito, uma vez que os povos enteais que produzem as correntes de ar têm influência não só sobre a atmosfera terrestre, como também sobre a própria Terra, como um conjunto de engrenagens que funcionam em perfeita harmonia. ❞







segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Enteais - entes da natureza







Série: Enteais – entes da natureza

Dois Elfos

por Christian Baur

Sejam aqui retransmitidas as vozes de dois elfos, assim como puderam ser recebidas por Margot Ruis. Um dos elfos reclama sobre os distúrbios finos materiais, que os seres humanos causam e que alcançam até o mundo das montanhas, em parte ainda intocado pelos seres humanos:


❝Os pensamentos dos seres humanos alcançam até as montanhas. Sobre os mais altos cumes nós ouvimos. Eles são estridentes e grosseiros, e tornam-se cada vez mais estridentes. Uma névoa densa dos pensamentos dos seres humanos arrasta-se montanha acima. Os pensamentos humanos atingem até o fundo dos oceanos. A ti perturbam o barulho dos motores e isso é suficientemente ruim. Mas eu te digo, nada é tão penetrante como aquilo que os seres humanos emitem: os chiados estridentes do ódio, o zunido da cobiça, o barulho dos pensamentos caóticos e deformados, o retumbar da ira, o contínuo berro do ego. ❞

O outro elfo descreve a perturbação da harmonia da Criação feita pelos seres humanos e finaliza assim:

❝Mas não é tarde demais, para modificar algo. Por isso estou a falar contigo, para assim alcançar muitas pessoas. Cada ser humano, que se lembra de suas faculdades e forças e está disposto a aplicá-las a favor dos entes da natureza, é um grande lucro para a Terra e seus objetivos. Nós saudamos cada um desses com alegria e lhes agradecemos pela cooperação. ❞










quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Lembranças do Graal VIII







Lembranças das minhas vivências do Graal

por Elisabeth Gecks

(continuação)


Foi também naquela época em Igls que eu reclamei ao Senhor, que meu casamento andava muito difícil, que eu não era feliz e que ele me causava muita decepção e, assim, luta interior. “Alegra-te, pois!” respondera o Senhor. Eu não havia entendido de imediato, mas logo me tornei consciente. De acordo com o meu ser eu teria me consumido irrestritamente em meu amor, teria imergido nele e teria esquecido a minha procura, ou não teria encontrado a força para avançar nos caminhos do reconhecimento, que agora haviam se aberto para mim. Mais tarde eu também reconheci que meu casamento pertencia ao resgate de atamentos passados e à possibilidade de amadurecer e, assim, também para a possibilidade de auxílio para ele e para meus filhos, que estavam ligados a nós. Em tempos passados eu havia reconhecido muito tarde, por meio dele, Jesus como Filho de Deus. Por isso, no meu noivado, eu intuí uma nuvem escura sobre sua fronte, a qual eu queria auxiliá-lo a dissipar. Esta dor, gratidão e amor por ele, Jesus, fora então sempre minha estrela guia, o que mais tarde se me tornou inteiramente claro, e fora, naquela época, a causa de ter-me sido permitido estar junto entre aqueles que pediram para que lhes fosse permitido servir ao Filho do Homem em sua obra divina. Devido a essa permissão, pressentindo, eu pude procurar minha vida inteira pela “missão especial”. Esse anseio não pôde ser saciado nem pelo amor dos meus pais, nem pela minha bela infância, nem mais tarde pelo meu belo lar, por meu amor ao marido e às crianças e pela minha dedicação a eles e nem por toda riqueza tranquilizadora.
Anos mais tarde, quando eu pude me mudar completamente para a Montanha e tomar conhecimento de todas as conexões em relação à época de Jesus, eu corri pasma de dor e banhada em lágrimas até o Senhor. Novamente ele me disse as mesmas palavras: “Alegra-te, pois!” “Sobre o que eu devo me alegrar, eu estou morrendo de dor!” exclamei mui admirada. Sobreveio-me uma corrente de bondade e Luz e ele disse com uma voz, que penetrou meu coração ferido como bálsamo:
“Sim, alegra-te pela graça de poderes reparar tudo, por teres reconhecido então o Filho de Deus, por ter sido atendido teu pedido para servir ao Filho do Homem e sua  obra divina sobre a Terra.” E mais uma vez ele me consolou e me tranquilizou então: “A senhora pode se alegrar, a senhora pode reparar, servir à Luz em sua atuação e para auxílio dos seres humanos!”
 Sim, então havia minha convocação, o chamado obtido há algum tempo, como uma luz clara e libertadora e eu me agarrei à alegria, à gratidão e à felicidade que surgiram disso para mim, mesmo que a dor, que se encontrava entretecida em mim no amor por Jesus, jamais possa ser totalmente apagada. Esta também não deve ser.
Saudável e fortalecida pelas mãos terapêuticas do amor divino de Frau Maria e por sua naturalidade em revigorar, e também libertada de certos – em parte cultivados – impedimentos e tensões antinaturais no ser e na essência, infinitamente feliz pela graça especial da condução do próprio Senhor, retornei ao círculo de minha atuação terrena. Com nova coragem tomei sobre mim todas as dificuldades do meu casamento e via nisso claramente uma missão de poder auxiliá-lo e conduzi-lo ao caminho da Luz agora encontrado, assim como também esperava isso para meus filhos.
Nosso menino, para cujo pleno restabelecimento e fortalecimento os médicos tiveram pouca esperança, pôde, por meio de um tratamento de quatro semanas com Frau Maria, retornar comigo com uma saúde firme para Munique. E esta foi duradoura; mesmo a prática esportiva anteriormente proibida não mais prejudicava seu coração. – Nós também intermediamos o tratamento de Frau Maria com um jovem parente, que vinha sofrendo há mais de vinte e cinco anos de um eczema atormentador, sem que médicos e terapeutas pudessem lhe ajudar. Depois de algumas semanas ele estava totalmente curado, nunca mais teve uma recaída e permaneceu muito agradecido por isso. Em relação à Mensagem, porém, ele não progrediu; ele notou que teria de modificar certas coisas em sua vida, e ele não conseguia cobrar ânimo para tanto. Ele havia pensado que mais tarde ele também teria tempo para se ocupar com a Mensagem do Graal. Mas esse mais tarde não voltou mais para ele. Um sofrimento atormentador depois de um grave ferimento na guerra trouxe-lhe prematuramente a sua morte. Nesses meses ele havia se tornado de fato mais pensativo. Tomara que ele possa reconhecer e ainda chegar a um resgate do outro lado.

(continua)






terça-feira, 16 de outubro de 2018

Encontro com o Senhor II






Encontro com o Senhor:

Meu Empenho na Libertação do Senhor

Por Hellmuth Müller − Schlauroth



(continuação)

Sobre o altar, na sala de devoções, ainda se encontrava a taça do Graal, bem como a toalha do altar, e ao lado da cadeira do Senhor estava a bandeira do Graal. O medo tomara conta dos moradores locais, pois nesse ínterim apareceram na Montanha 40 homens da SS, os quais formavam a tropa de ocupação, o que fez com que ninguém se decidisse a tomar esses objetos sob sua guarda. Então eu o fiz, simplesmente, em pleno dia, levando tudo para Schlauroth, a fim de que lá ficassem guardados. Atualmente, por ocasião das Solenidades na Montanha, a toalha do altar, a taça do Graal e a bandeira continuam sendo usadas; dificilmente alguém ainda se recorda dos trajetos de fuga percorridos por elas.
Por ocasião de outra reunião com o comissário Hilliges, ele deu a entender que eu teria provavelmente maior possibilidade de sucesso para conseguir a liberdade do Sr. Bernhardt, se me apresentasse diretamente em Berlim, na Repartição Suprema do Reichsführer SS Heinrich Himmler. Uma vez que a desocupação da Colônia se fez rapidamente, viajei para casa, a fim de preparar a investida em Berlim.
Em Innsbruck tive a certeza de que foram razões puramente políticas que causaram a prisão preventiva do Senhor. Constatei ainda que o Senhor fora alojado na mesma cela que o governador do Tirol, o qual também se encontrava em prisão preventiva.
Nenhum dos habitantes da Colônia se propôs a apoiar-me em Innsbruck. Também os adeptos da Mensagem do Graal que residiam no Tirol não apareceram naquela época na Montanha e muito menos se empenharam em favor do Senhor junto à Polícia Estatal Secreta. Era evidente que reinava entre eles, preponderantemente, (assim como ainda acontece atualmente), o mito fantástico, até mesmo presunçoso pensamento, de que o “Facho de Luz” sob o qual a Montanha e seus habitantes se encontram, vedaria, sem interferência humana, a possibilidade de serem atingidos pelas trevas, e que a Luz tão-somente restabeleceria novamente a ordem. Uma concepção errônea, um embelezamento da indolência, contra a qual o Senhor sempre e repetidamente lutou, mas que os entusiastas fantasistas mantinham obstinadamente arraigadas.
Providenciei para que minha viagem para casa passasse por Berlim, a fim de discutir a situação com meu amigo, o advogado Dr. Karl Linckelmann, e com o Dr. Kurt Illig, o então “Cavaleiro Verde”. Lá, quase que simultaneamente, a Polícia Estatal Secreta interrogou e prendeu temporariamente alguns membros do círculo do Graal de Berlim, na época Sociedade Natural Philosófica. Também meu amigo Linckelmann fora interrogado e advertido. Ele, então, não podia mais se empenhar a favor do Senhor, além do que já havia feito no seu depoimento durante o interrogatório. O Dr. Illig, porém, não fora molestado. Devido à sua influente posição na firma Siemens, ele tinha acesso a algumas pessoas mais graduadas da SS, a Polícia Estatal Secreta. (Daí em diante denominada Gestapo). Tivemos alguns encontros com esses senhores, mas não logramos êxito. Pelo contrário, o Dr. Illig comunicou-me, após algumas semanas, que fora prevenido por um desses homens para que não continuasse a se empenhar no caso Bernhardt. O Dr. Illig declarou-me textualmente: “Nós devemos descartar o Senhor como um caso perdido, pois temos sua Mensagem; comunicaram-me indiretamente que nós dois logo seremos presos.” Em vista disso esclareci que eu não desistiria, mas continuaria a lutar sozinho.
Fiquei sabendo que a irmã de Rudolf Hess, o substituto de Hitler, tinha relacionamento social com o Dr. Friedrich Noack, em Potsdam, e que era especialmente amiga da Sra. Noack. Fazia pouco tempo que o casal Noack era adepto do Graal. O Dr. Noack, porém, era meu conhecido de épocas anteriores. Pedi a ele que me possibilitasse um encontro em sua casa com a Srta. Hess, a fim de que pudesse pedir, por intermédio dela, uma reunião com Himmler, para tratar dos interesses do Senhor. Ele concordou. Em fins de abril realizou-se o encontro.
A Srta. Grete Hess mostrou-se inicialmente muito reservada, porque seu irmão, “de qualquer forma que agisse, era alvo de desconfiança de todos os lados”, e por isso se negava a interferir em processos pendentes. Após eu ter mostrado a ela que a Mensagem era absolutamente apolítica, e ter descrito com toda a objetividade a retidão do Senhor, ela se dispôs a, pelo menos, informar-se sobre o caso.
No início de maio, pouco tempo depois do encontro com a Srta. Hess eu viajei para o Tirol, com o objetivo de tentar chegar até o Senhor, o qual ainda se encontrava retido no presídio policial de Innsbruck. Também isso eu consegui através do comissário Hilliges. O Senhor fora trazido da cela até uma pesada grade de ferro, que se estendia do chão ao teto, constituída de barras de 2 a 3 cm. de espessura. Através dessa grade de ferro pude falar com ele. Eu lhe disse que continuava empenhado na luta por sua libertação, que ele suportasse ainda por algum tempo, pois havia esperanças. O Senhor estava muito deprimido. Não lhe fora permitido usar colarinho. Fora tratado como um recluso que cumpre sentença. Ele sofrera visivelmente com as maneiras rudes dos guardas. Mesmo assim, nenhuma queixa saiu de seus lábios. O guarda que, com o relógio na mão, ficou o tempo todo ali parado, portanto, ouvindo cada palavra, pôs término, abruptamente, após quinze minutos, à minha visita.
Nos dias seguintes empenhei-me para que fossem retirados da Montanha os móveis do Senhor e de sua família. Naquele tempo muitas pessoas tinham receio, e medo até, de entrar em contato com a Colônia do Graal. (A notícia da prisão do Senhor e do confisco da Colônia do Graal, pela Gestapo, espalhou-se como fogo descontrolado em todo o Tirol). Finalmente conseguimos guardar os móveis numa agência de transportes em Innsbruck. Como nessa ocasião tinha ido com o meu carro até o Tirol, as senhoras vieram comigo até Munique, quando voltei para Schlauroth. Lá, se não me falha a memória, elas foram acolhidas pela Sra. Luft. O Sr. Alexander, conforme me lembro, já estava com seu carro na propriedade da Sra. von Nartius, onde deveria ficar aguardando os acontecimentos.
No início de julho de 1938 recebi uma intimação da Polícia Estatal Secreta de Berlim, Rua Prinz Albrecht, para apresentar-me, a fim de tratar do caso de Oskar Ernst Bernhardt, Vomperberg − Tirol. Parti por volta das 6 horas com o trem expresso da manhã. O Dr. Hütter, de Görlitz, a quem por telefone já deixara a par da intimação, encontrava-se na estação de trem para a despedida, animando-me, desejando forças para a minha missão. Afinal seria eu o único a enfrentar essas coisas, disse ele. Quando cheguei em Berlim fui logo ao encontro de meu amigo, Karl Linckelmann, a fim de mais uma vez discutir a situação. Ele previu uma recepção desfavorável, e estava inteiramente convicto de que eu seria imediatamente preso; rapidamente ainda introduziu o seu lanche matinal na minha pasta executiva.



(continua)
  
Trecho do texto: Encontro Com O Senhor - (nas Recordações e pensamentos do discípulo: Hellmuth Müller – Schlauroth)