quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Seres da Natureza IX





Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Como podemos reconquistar a ligação com os entes da natureza?

A tal respeito Abdrushin explica:

Alimentação vegetal! Produz, mui acertadamente, o refinamento do corpo humano, um enobrecimento, também o fortalecimento e grande saneamento. Com isso também o espírito é ainda mais soerguido. (dissertação: Aprendizado do Ocultismo, Alimentação de Carne...)

Só não devemos nos esquecer que para a humanidade atual tão acostumada ao consumo de carne tem de ser feita primeiramente uma transição entre a alimentação de carne e a alimentação vegetal. Por isso Abdrushin ainda assim complementa:

A transição, como primeiro degrau, é a limitação exclusiva à carne branca. Quer dizer: aves, vitela, cordeiro e outras, ao lado da alimentação vegetal aumentada. Somente assim pode vir aos poucos um passo atrás do outro. Até que no final, em calma transição, o corpo seja de tal modo preparado que possa conservar a força plena com a alimentação vegetal.

Podemos, portanto, auxiliar muito a sensibilização de nossa capacidade de percepção por meio de nossa alimentação, ministrando-a com produtos os mais naturais e integrais possíveis, e sem serem acrescidos de conservantes, adoçantes, corantes e o que mais existe de “antes”, pois antes da adição da família desses “antes” o produto era bom, depois ficou ruim. O médico alemão *Christopher Vasey* nos cita um exemplo a respeito da essência de um alimento produzido por meios artificiais:

Se, por exemplo, falamos que cenouras são boas para a saúde, acreditamos facilmente que qualquer cenoura tenha um efeito favorável. Contudo, unicamente a expressão “cenoura” pode designar várias coisas. A análise do conteúdo de uma cenoura cultivada de maneira industrial com adubos artificiais e emprego dos mais diversos inseticidas e outros produtos químicos mostra apenas uma bem pequena semelhança com uma cenoura cultivada respeitando-se o solo com composto, adubo natural e cobertura natural do solo.
Os resultados de um estudo que foi realizado num espaço de tempo de doze anos, com o objetivo de determinar as diferenças nas substâncias de verduras adubadas organicamente e quimicamente, teve como resultado que as verduras cultivadas biologicamente contêm em média 18% mais proteínas e potássio, 28% mais vitamina C, 10% mais cálcio, 13% mais fósforo e 77% mais ferro.
Os efeitos desses dois tipo de verduras cultivadas diferentemente serão bem diferentes sobre a irradiação sanguinêa. O que aqui foi dito também se refere igualmente aos produtos animais: carne, leite, ovos. Quando os animais de criação, vacas ou galinhas, são alimentados de forma natural, podendo permanecer em contato com o ar fresco e com o Sol, sua carne, seu leite e seus ovos possuem outro conteúdo – e sabor –, do que quando os mesmos animais são criados em locais fechados ou semi-fechados e alimentados com ração especial, para que ganhem peso rapidamente. Por exemplo, a quantidade de ácidos graxos na gordura de um gado criado de forma natural é trinta e três vezes maior do que criado em modo intensivo!
Mas os métodos de produção no campo e a criação de gado, não são os únicos responsáveis pela quantidade alterada dos alimentos. Nós alteramos a natureza dos alimentos de diversas maneiras, quer seja ao extrairmos deles uma parte de suas propriedades, quer seja pelo acréscimo de substâncias que normalmente não estão contidas neles.
Através da alteração de sua natureza os alimentos são despojados de uma parte de suas proteinas, minerais ou vitaminas, e não com a finalidade de aumentar sua qualidade, mas sim para obter na fabricação um produto rentável, o qual conserva de forma melhor, tenha melhor aparência e deixa-se assim se vender mais facilmente. Os três produtos alimentícios mais atingidos por essas medidas são os cereais, os óleos e o açucar.
Os cereais contêm uma extraordinária riqueza em substâncias nutritivas no revestimento exterior ao grão na forma de elementos essenciais, minerais, vitaminas, proteínas, enzimas, etc. De maneira infeliz, é exatamente essa camada exterior, que é retirada no polimento para se obter farinha branca, que dura bastante tempo e que, então, resulta em pães, biscoitos, pastéis, bolos, com uma coloração atrativa. Podemos medir facilmente a diferente influência da farinha integral e da farinha branca, quando sabemos que a farinha integral tem três vezes mais Vitamina B1, seis vezes mais magnésio, treze vezes mais ferro e trinta e três vezes mais cálcio do que comparado à farinha branca.
Os óleos destinados para a alimentação contêm, quando são prensados frios, todas as suas preciosas substâncias nutritivas. Se, porém, forem prensados quentes ou com o auxílio de produtos para sua extração e, então, clareados, retirado seus ácidos, descorados e tornados sem cheiro, como e o caso atualnmente no geral, lhes é retirado tudo, menos a gordura.
A diferença das substâncias contidas no açucar branco refinado e no açucar mascavo, que se consegue simplesmente pelo cozimento do caldo de cana ou do suco de beterraba, é igualmente gigantesca. O açucar mascavo contêm proteínas e vitaminas, enquanto que o açucar branco não possui nada disso. O açucar mascavo contêm pelo menos cinco vezes mais cálcio, trinta vezes mais ferro, quarenta e seis vezes mais fósforo, cem vezes mais magnésio e duzentas vezes mais potássio do que o açucar branco.
Se o prejuízo de valores nutritivos nesses alimentos básicos já possui importantes efeitos para a saúde do corpo, quão funesta então não serão os efeitos sobre a irradiação sanguinêa e as possibilidades do espírito? Mas além das consequências da alteração da natureza dos alimentos através da retirada de substâncias preciosas, há ainda as consequências através do acréscimo criminoso de substâncias nocivas. Há milhares de substâncias que são utilizadas para se adicionar, as quais se encontram na indústria alimentícia, como: corantes, antioxidantes, conservantes, espessantes, aromatizantes, estabilizantes etc. Alguns desses complementos não prejudicam de forma alguma, como é o caso com o suco de beterraba e de morango utilizados para dar cor; outros são venenos conhecidos, que são acrescidos em quantidades consideradas inofensivas para a saúde corpórea. Mesmo que eles sejam utizados em pequenas doses, a quantidade média de todas essas substâncias que uma pessoa ingere durante um ano, fica aproximadamente na casa dos três quilos! E isso, sem considerar os produtos empregados na agricultura (inseticidas, herbicidas, pesticidas etc.) e os medicamentos dados aos animais para o abate e que parcialmente ainda estão contidos nos alimentos que ingerimos. Quem pode falar, quais influências têm todas essas diferentes substâncias sobre a irradiação sanguinêa? Não apenas cada uma individualmente, mas também na combinação entre si. Os efeitos certamente não devem ser bons, pois muitas dessas substâncias não estão previstas no ciclo de alimentação, como por exemplo os inúmeros medicamentos soníferos, calmantes, remédios para dores etc., os quais são ingeridos em abundância hoje em dia.
Para dar ao corpo as melhores possibilidades para que ele possa formar um sangue saudável e que irradie de forma próspera, deveríamos ingerir sobretudo alimentos cultivados biologicamente, não refinados e livres de substâncias complementares. Uma alimentação rica, variada (mas oriunda da região) e “biológica” é o melhor meio de oferecer ao nosso espírito todas as irradiações fundamentais do sangue, as quais ele necessita.

um conteúdo extraído da revista “Gralswelt”, publicada em março de 2002.

(continua)









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