Encontro com os seres da natureza
por Eduard Hosp Porto
(continuação)
Entes da Natureza na Bíblia
Como se comporta a crença do
cristianismo no que se refere aos entes da natureza e sua existência?
A partir da “Escritura Sagrada”, sobretudo conhecemos anjos como
“mensageiros de Deus”. A crença em entes conscientes, que vivificam o Céu e a
Terra como forças da natureza, fora descartada no século VI. Contudo, quem
olhar de forma mais apurada, encontra exatamente na Bíblia muitas indicações
sobre a existência dos grandes e pequenos servos enteais do Criador.
Christopher Vasey ocupou-se de forma mais pormenorizada com:
O Exército de Deus
No início Deus criou o Céu e a Terra: Essas conhecidas palavras no
começo da Bíblia abrem o capítulo Gênesis.
Tomamos conhecimento que a Criação surgiu devido ao Deus Onipotente, com
o que não se intenciona exclusivamente a Terra a qual nos encontramos como
Criação, mas sim o conjunto (como sabemos atualmente) de bilhões de Galáxias –
dimensões que se encontram além de nossa capacidade de imaginação.
Deus criou, portanto, o gigantesco Universo que nos rodeia. Isso não
realizou instantaneamente.
O capítulo Gênesis menciona que seis “dias de trabalho” precederam o
sétimo dia, o “dia de descanso” do Criador, com o que não devemos ter
naturalmente em mente as 24 horas de nossos dias.
Em vista da imensa grandeza da obra da Criação e da multiplicidade das
formas vivas e não vivas que se encontram dentro dela, o ser humano crédulo não
pode deixar de perguntar, como tudo isso se realizou.
✔ Teria Deus criado completamente
sozinho céu, estrelas, terras, mares, plantas, animais e por fim as criaturas
humanas, portanto, toda a Criação até em suas mínimas minúcias?
✔ Os milhares de grandes e pequenos
corpos celestiais, as inúmeras espécies de plantas e animais com suas mais
diversas formas e características?
✔ E agora que tudo, depois de um longo
processo de desenvolvimento, se encontra formado, o Criador continua a se
ocupar ainda com cada detalhe pessoalmente?
✔ Será que Ele se encontra sozinho e ao
mesmo tempo por toda a parte, para ver, supervisionar, controlar, dirigir,
estimular e vivificar tudo?
Servos de Deus
As perguntas acima são frequentemente respondidas de formas afirmativas
com a indicação à “Onipotência e Onisciência de Deus”.
Mas o modo de pensar que todo o formar, guiar e dirigir estejam ligados
direta e exclusivamente com o Criador, na verdade, não deixam nenhum lugar para
os servos de Deus, para as muitas criaturas enteais, as quais – como, por
exemplo, os seres da natureza – atuam dentro da Vontade do Criador e são
responsáveis pelos acontecimentos na natureza.
Contudo, a concepção de um “Deus que atua sozinho” também se encontra em
oposição à própria Bíblia. Pois nela são mencionadas muitas criaturas – que não
são nem seres humanos nem animais –, que atuam para Deus na Criação.
A Bíblia descreve de forma clara esses seres como servos. Por exemplo,
os querubins que munidos de espadas flamejantes, guardam o Jardim do Édem
(Gênesis 3,24).
Ezequiel (1,4-21), em suas visões, fala de seres que se movem “nas
nuvens” e lançam raios (como se referissem a Zeus na mitologia grega).
E sempre de novo encontramos nos textos bíblicos anjos que transmitem
mensagens e que vem para anunciar, advertir e proteger.
Jesus, por exemplo, mencionou “doze legiões de anjos” (Mateus 26,53),
que poderiam vir em seu auxílio, se ele pedisse por isso.
Esses exemplos mostram que além de seres humanos e animais, ainda
existem outras criaturas – e que Deus não age sozinho, mas que inúmeros seres
enteais atuam em Sua Obra. “Sim”, poder-se-ia responder a isso, a Bíblia fala
de anjos que transmitem mensagens, mas entre esses anunciadores de Deus e os
seres da natureza existe uma enorme diferença.
Anjos
À primeira vista é realmente assim, o
fato dos anjos surgirem como transmissores das mensagens divinas, pois a esse
respeito a Bíblia menciona diversos exemplos conhecidos.
Ló fora informado por anjos da destruição
de Sodoma e Gomorra que estava prestes a acontecer.
Maria de Nazaré ficou sabendo por um anjo
do acontecimento luminoso referente à vinda de Jesus.
E novamente foram anjos que anunciaram
aos pastores o nascimento do Filho de Deus.
Mas os textos bíblicos também falam de
outras tarefas que os anjos tinham que cumprir – em verdade, relacionadas com
fenômenos naturais. As diversas pragas, por exemplo, que assolaram o Egito na
época de Moisés – envenenamento da água potável, destruição das colheitas pelos
gafanhotos, epidemias, granizo e temporais – ocorreram por meio de “anjos maus”
(Salmos 78,49).
Na época de Davi, como consequência de um
“censo não autorizado”, morreram 70.000 israelitas por meio de uma peste trazida
por um “anjo aniquilador” (1 Crônicas 21); e quando novamente em uma noite
185.000 assírios encontraram a morte, foi igualmente devido a um anjo
aniquilador (2 Reis 19,35).
Também no Apocalipse (7,1-3) são
mencionados anjos. Eles deveriam reter os quatro ventos, para que nada
acontecesse sobre a Terra.
Naturalmente tais parábolas bíblicas não
devem ser tomadas textualmente em consideração, no sentido de uma causa para o
acontecimento; esta se encontra sempre no próprio ser humano.
Contudo, os efeitos recíprocos de nosso
atuar realizam-se uniformemente por meio das forças atuantes da natureza – e
estas possuem elas próprias formas e são enteálicas.
Outras indicações a respeito de que a
atividade de certos entes também influenciam elementos naturais, portanto,
forças elementares encontram-se nos “Apócrifos”, ou seja, em textos inspirados,
que não foram na Bíblia pela igreja. Ela só contém textos acerca de cuja
autenticidade (“Divina”) se resolveu nas resoluções do concilio da igreja. Hoje
a Bíblia utilizada pelos católicos não é a mesma dos protestantes. Fora isso,
Lutero recomenda a leitura dos Apócrifos (que significa: textos ocultos) e
escreveu que eles “não são considerados como a Escritura Sagrada, sendo,
contudo, úteis e bons para se ler.”
No “Livro dos Jubileus” por exemplo,
também chamado de pequena Gênesis – e que é considerado como revelação de Deus
a Moisés –, pode-se ler nitidamente, que Deus criou anjos para todos os
elementos e fenômenos naturais:
❝Pois no primeiro dia Ele criou o céu, que se encontra
sobre os céus, sobre a terra, as águas e sobre cada espírito que deveria
servi-Lo, a saber os anjos diante de sua face e santidade e também os anjos do
espírito do fogo, e os anjos do espírito do vento, e os anjos do espírito das
nuvens e de toda a escuridão e do granizo e da neve, e os anjos das vozes do
trovão e para o raio, e os anjos dos espíritos do frio e do calor, do inverno e
da primavera e da época da colheita e do verão e (os anjos) de todos os
espíritos de Suas Obras, tanto no céu como na terra... ❞ (II,2)
(continua)
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