Lembranças das minhas vivências do Graal
A Época de
Tutzing
Out/ 1926 a Fev/1928
por Elisabeth Gecks
(continuação)
Logo depois que
eu pude encontrar a casa “Buchenhaus”, realizou-se em setembro a mudança. Esta
foi uma feliz época de preparo para mim. Assim eu também pude obter uma visão
em toda a maneira de viver: ela era simples, modesta, evidente, clara e
harmônica – a casa inteira era ativa. Eu também não poderia imaginar, a partir
da vida como ser humano, nenhum exemplo melhor para a vida humana do que aquele
que eu vivenciei na casa de Abdrushin todos os anos, também na Montanha e em
Kipsdorf. Por isso eu também me senti impedida a descrever toda a minha
vivência, até o ponto que esta possa ser compreendida em palavras, que vibram
em mim e certamente não apenas como um saber totalmente pessoal que me fora
presenteado.
Também o amor
pelos animais e o cultivo de flores era praticado, o que também é evidente. Senhorita
Irmingard, uma jovem em crescimento na época, cuidava de muitas flores,
cultivava pequenas mudas, onde me era permitido aconselhar. Também foi-me
permitido trazer um canário, o qual só ela cuidava. O Senhor sempre tinha um
cachorro perto de si, que lhe era fielmente devotado e que se aprazia na
bondade resplandecente de seu senhor, dando em troca amor e fidelidade.
“Sim, os animais me conhecem” havia dito uma
vez o Senhor, quando ele veio pela primeira vez à nossa casa em Munique. Meu
cachorro grande, que estava deitado em cima, na frente da minha porta, ao ouvir
o som da campainha, havia se precipitado em direção à escada; as meninas haviam
deixado novamente o portão do corredor aberto, podendo isso ser um perigo para
alguém. Assim eu corri atrás do cachorro que latia, mas que repentinamente
havia se calado. Olhando para baixo, eu vi por entre as colunas da escadaria
uma imagem tocante, para mim inesquecível. Lá se encontrava Abdrushin, no meio
do corredor e na frente dele estava sentado, com a cabeça erguida para ele –
poderia ser designado como de forma devocional – Rex, o cachorro. Abdrusin
havia colocado sua mão sobre a cabeça dele e olhava com um olhar resplandecente
e com tão inesquecível bondade para baixo, para o animal.
Olhando para mim
ele então falou aquelas palavras elucidativas. A partir desse dia eu sempre
sabia quando o Senhor estava na cidade, pois então Rex sempre chorava, até que
ele pudesse vê-Lo, certamente avisado por pequenos enteais, com os quais ele tão
frequentemente brincava no jardim, o que se podia reconhecer nitidamente.
O cachorro
também deve ter sentido a irradiação do Senhor e a conservado na consciência,
pois desse dia em diante ele não latiu mais para nenhum portador da Cruz que
havia vindo à nossa casa e não dava sossego até que lhe fosse permitido
deitar-se perto de nós, quando nos encontrávamos sentados imersos em conversas
espirituais.
Tão receptíveis
podem ser os animais!
(continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário