terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Lembranças do Graal XIII







Lembranças das minhas vivências do Graal

A Época de Tutzing


Out/ 1926 a Fev/1928

por Elisabeth Gecks

(continuação)

Logo depois que eu pude encontrar a casa “Buchenhaus”, realizou-se em setembro a mudança. Esta foi uma feliz época de preparo para mim. Assim eu também pude obter uma visão em toda a maneira de viver: ela era simples, modesta, evidente, clara e harmônica – a casa inteira era ativa. Eu também não poderia imaginar, a partir da vida como ser humano, nenhum exemplo melhor para a vida humana do que aquele que eu vivenciei na casa de Abdrushin todos os anos, também na Montanha e em Kipsdorf. Por isso eu também me senti impedida a descrever toda a minha vivência, até o ponto que esta possa ser compreendida em palavras, que vibram em mim e certamente não apenas como um saber totalmente pessoal que me fora presenteado.

Também o amor pelos animais e o cultivo de flores era praticado, o que também é evidente. Senhorita Irmingard, uma jovem em crescimento na época, cuidava de muitas flores, cultivava pequenas mudas, onde me era permitido aconselhar. Também foi-me permitido trazer um canário, o qual só ela cuidava. O Senhor sempre tinha um cachorro perto de si, que lhe era fielmente devotado e que se aprazia na bondade resplandecente de seu senhor, dando em troca amor e fidelidade.
“Sim, os animais me conhecem” havia dito uma vez o Senhor, quando ele veio pela primeira vez à nossa casa em Munique. Meu cachorro grande, que estava deitado em cima, na frente da minha porta, ao ouvir o som da campainha, havia se precipitado em direção à escada; as meninas haviam deixado novamente o portão do corredor aberto, podendo isso ser um perigo para alguém. Assim eu corri atrás do cachorro que latia, mas que repentinamente havia se calado. Olhando para baixo, eu vi por entre as colunas da escadaria uma imagem tocante, para mim inesquecível. Lá se encontrava Abdrushin, no meio do corredor e na frente dele estava sentado, com a cabeça erguida para ele – poderia ser designado como de forma devocional – Rex, o cachorro. Abdrusin havia colocado sua mão sobre a cabeça dele e olhava com um olhar resplandecente e com tão inesquecível bondade para baixo, para o animal.  
Olhando para mim ele então falou aquelas palavras elucidativas. A partir desse dia eu sempre sabia quando o Senhor estava na cidade, pois então Rex sempre chorava, até que ele pudesse vê-Lo, certamente avisado por pequenos enteais, com os quais ele tão frequentemente brincava no jardim, o que se podia reconhecer nitidamente.
O cachorro também deve ter sentido a irradiação do Senhor e a conservado na consciência, pois desse dia em diante ele não latiu mais para nenhum portador da Cruz que havia vindo à nossa casa e não dava sossego até que lhe fosse permitido deitar-se perto de nós, quando nos encontrávamos sentados imersos em conversas espirituais.

Tão receptíveis podem ser os animais!

(continua)




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