Lembranças das minhas vivências do Graal
A Época de Tutzing
Out/ 1926 a Fev/1928
por Elisabeth Gecks
(continuação)
Outra vivência
com um animal eu gostaria de citar, adiantando que, se refere apenas à época da
Montanha.
Abdrushin havia
encontrado a pequena propriedade em Vomperberg na hora determinada para ele. Em
um dia de inverno frio e que havia nevado bastante, ele mudou-se para lá com
Frau Maria e as três crianças. A senhora Illig e eu pudemos ajudar na mudança e
na arrumação. As pessoas descreviam o proprietário anterior como sendo bem
grosso e ruim. Em todo o caso ele não tinha coração para os animais e seu
grande cachorro, chamado Friedel, não passara dias bons e as pessoas o temiam. Esse
cachorro ele deixou como que pertencendo à casa. Eu pude logo dar-lhe de comer.
Nós sempre permanecemos bons amigos, apesar do cachorro saber exatamente quem
era o seu “senhor”.
O Senhor mandou
logo que ele fosse solto da corrente, junto à qual tinha que ficar deitado na
sua casinha qualquer que fosse o tempo. Agora ele podia movimentar-se
livremente também pelo jardim e cheirar a cabana como ele quisesse. Pelo menos
foi o que também achamos para a primeira noite. Fora uma gélida noite de
inverno e onde estava o cachorro? Ele estava deitado meio congelado sobre a
neve, do outro lado da casa, diretamente embaixo a janela do Senhor. Já na
primeira noite, e ele também soube qual era o quarto certo. Em todo caso,
aconteceu com ele, como com o meu Rex, em relação ao reconhecimento e o amor ao
Senhor. Sim, assim são os animais! Eles vibram em sua espécie de forma pura na
vontade de Deus. E nós, criaturas humanas? Abdrushin ficou tão tocado, que
Friedel não precisou mais dormir fora. Assim do cachorro de coleira ele
tornou-se o alegre cachorro da casa do Senhor.
Portanto, Tutzing! Também a
senhora Kette com seus dois meninos havia se mudado junto. Ela estava, na
verdade, sempre perto de Frau Maria, quando podíamos ir até lá; eu tinha sempre
a impressão a respeito de uma opressão desejada desta mulher de irradiante
bondade e ensolarada, a qual parecia sorrir sobre isso.
Uma pequena vivência é digna de
menção: no verão de 1927 Frau Maria e a senhora Kette estavam sentadas em um
banco no jardim, quando eu cheguei. A senhora Kette exclamou para mim: “Sente-se
aqui conosco!” e sentou-se para o lado, para que eu pudesse me sentar entre
elas. ”Duas rosas e uma erva daninha”, disse ela esclarecendo. Fiquei pasma com
tal falta de vergonha. Eu considerei ser eu a erva daninha, mas era ela e ali
havia apenas uma “rosa”! Eu fiquei em pé como que paralisada.
Frau Maria não disse nada, mas
ela sorriu de tal forma me estimulando, que eu não hesitei em me sentar no
lugar a mim oferecido.
A senhora Kette era quem tomava
conta da casa e cuidava de todos, não apenas de seus filhos. Que trabalho belo,
importante e cheio de responsabilidade; e como ela fizera mau uso dele,
exatamente em relação às crianças Bernhardt, e sobretudo não dava a necessária
atenção para a senhorita Irmingard. Abdrushin que lhe havia dado o
consentimento de permanecer ali, para que ela própria reconhecesse seu defeito
e se modificasse, contou-me isso depois do desligamento dela. As crianças dela
recebiam de tudo, e muitas coisas as de Frau Maria não tiveram na falta do
suficiente para cinco crianças, pois estas não deveriam ter preferência; o que
o Senhor e Frau Maria não estipularam como eu fiquei sabendo.
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