Encontro com os seres da natureza
por Eduard Hosp Porto
(continuação)
Entes da Natureza na Bíblia (final)
Guias
Até agora citamos,
sobretudo trechos da Bíblia, nos quais
os entes da natureza são mencionados na forma indireta, ou seja,
denominados como anjos.
Contudo, também
podem ser encontrados textos mais diretos. Mencionam-se, por exemplo, gigantes
que, como seu nome já diz, são entes de grandes dimensões: Também vimos ali
gigantes (pois os descendentes de Enake são de raça gigante), e éramos aos
nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também lhes parecíamos. (Números
13,13). O sentir pequeno “como gafanhoto” – para indicar o enorme tamanho de
tais seres da natureza. Esses gigantes, contudo, não devem ser confundidos com
pessoas grandes, como por Golias que fora morto por David. Aquele que é
descrito claramente como ser humano e segundo a Escritura media “apenas” três
metros (Samuel 17,4).
Por outra grande
categoria de enteais que é mencionado na Bíblia de forma expressa e em diversos
trechos são os guias dos enteais. Por exemplo: “Deus encontra-se na comunidade
de Deus e Juiz no meio dos deuses.” (Salmos 82,1). Em relação aos deuses aqui
mencionados, não se trata de configurações humanas de pensamentos, mas sim de
grandes guias enteais “nas nuvens”: Pois quem nas nuvens pode se igualar ao
Senhor, e se assemelhar ao Senhor entre os filhos de Deus?” (Salmos 89,6). O
nível hierárquico que esses “deuses” ocupam, também é exatamente descrito –
Deus se encontra acima de todos os guias enteais: “Pois eu sei que o Senhor é
grande e que é nosso Deus acima de todos os deuses.” (Salmos 135,5). O autor
dos salmos ainda descreve de forma mais nítida a seguir, a relação entre os
guias enteais e Deus: o Criador é o “Deus dos deuses” (Salmos 136,2). Assim,
não apenas nós, seres humanos, adoramos a Deus como o Altíssimo, mas também os
guias enteais. Pois cada criatura Lhe deve sua existência.
Paulo confirma em
uma de suas cartas aos Coríntios igualmente a existência dos “deuses”, ou seja,
dos guias ou “senhores”, contudo, ele também indica a uma hierarquia natural:
“Pois ainda que
haja alguns que se chamam deuses, quer no céu, quer na terra, (são pois muitos
deuses e senhores), todavia temos um só Deus, o Pai, de Quem tudo é e a Quem
pertencemos.” (I Coríntios 8, 5-6).
Existem, portanto,
muitas indicações na Bíblia, que servem para confirmar a existência dos grandes
e pequenos servos enteais de Deus.
Contudo, jamais
cabe a esses auxiliadores prestimosos e atuantes nossa adoração:
“Eu Sou o Senhor
teu Deus! Não terás outros deuses ao Meu Lado!” (Deuteronômio 5, 6-7).
O Onipotente
Criador encontra-se acima de tudo o mais e deve ser respeitado e venerado como
o Único.
Reconhecimento de Deus
Entretanto, a
crença nos “deuses” enteais não foi errada.
Por toda parte no
mundo houve cultos, que eram praticados em ligação com eles.
Temos de supor que
esta espécie de crença foi um degrau necessário para o verdadeiro
reconhecimento de Deus e também desejado pelo próprio Criador, que os “repartiu
entre todos os povos que vivem debaixo do céu” (Deuteronômio 4,19) – até que
essa crença universal nos “espíritos da natureza” e nos “deuses” fosse superada
pelo reconhecimento do Altíssimo.
Contudo, para o
ser humano atingir o degrau seguinte no desenvolvimento, ele tem na verdade de
deixar o degrau anterior, nunca, porém, eliminá-lo por completo e esquecê-lo,
pois senão faltar-lhe-ia a base para o degrau superior.
Para que a nova
crença no ser humano possa se tornar forte e viva, ele tem de se dedicar
totalmente a ela.
Por isso a
exigência do Primeiro Mandamento:
“Não terás outros
deuses ao Meu lado!”
Quem lê
atentamente a Bíblia, reconhece nitidamente que a existência dos servos enteais
não é negada, mas sim confirmada – e que o culto dedicado a eles por um
determinado tempo do desenvolvimento humano fora correto, sim, até desejado por
Deus.
Christopher
Vasey
(continua)
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