quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Lembranças do Graal XII






Lembranças das minhas vivências do Graal

por Elisabeth Gecks

(continuação)

Fora um maravilhoso dia de outono, que atraiu Abdrushin para uma caminhada pelo parque Feldafinger e ao longo do lago; ele havia deixado o dia livre para isso. “Daí podemos olhar também a outra casa, sobre a qual sabemos que não era a certa.” Este dia, em que eu pude caminhar com ele, fora como um presente, sempre me soará como música de mundos mais elevados, um pressentimento de distâncias luminosas, que não podem ser descritas. Não há expressão nem palavras e, apesar de tudo, que bem-aventurança paradisíaca havia em mim. O Senhor presenteou-me ao lançar um olhar em sua formação, em seu preparo a partir do alto, e eu pude, pressentindo, intuí-lo, com meu espírito, porém, acolhendo-o totalmente em si.
Um quadro, porém, eu posso reproduzir: o Senhor mostrou-o a mim como um ovo, ainda totalmente sem casca e ao redor do qual teria de se formar as peles, cada vez mais peles, a fim de protegê-lo em seu interior; e por fim, envolve-lo a dura e não transparente casca, que o contém em si. E no ovo pronto, seu corpo terreno, descera então, pouco a pouco, uma força irradiante ainda mais elevada, oriunda de Parsival, de sua origem, depois que ele próprio havia se conscientizado de sua origem e missão. Primeiramente seu corpo terreno também teve de estar bem fortalecido e preparar-se em tranquilidade para tanto. A completa ligação com Parsival ocasionou a seu corpo terreno oito dias de total inconsciência. Mais tarde, sobre a Montanha, pôde então também ser estabelecida a ligação irradiante com seu Ser verdadeiro, mais elevado e divino: com Imanuel. Isso foi uma longa corrente de preparo e uma difícil tarefa, para conter essa gigantesca força irradiante sobre a Terra de tal forma, que as criaturas terrenas pudessem suportá-la e não tivessem que sucumbir. E isso é o mais terrível, a mais grave culpa nossa, seres humanos, por termos deixado a Terra se enrijecer tanto. Não foi em vão que a dissertação “Enrijecimento”  fora outrora uma das últimas do Senhor. Depois de todas as decepções ele havia reconhecido completamente, tivera de reconhecer quanto mais profundo a Terra havia afundado desde o assassinato do Filho de Deus, quão horrivelmente enrijecida já se encontrava, para poder reconhecer a Palavra auxiliadora do Filho do Homem. O reconhecimento jubiloso, a modificação e o soerguimento do ser humano não vinham, estavam demorando muito para vir. Seus servos também haviam se tornado tão incapazes e não utilizavam a força da Luz para a finalidade que fora dada. Ah, o grande falhar deixou que ele partisse prematuramente de nós, a força da Luz era grande demais nele e ele tinha sempre de novo que contê-la em si, já que a humanidade não conseguia suportar nem mais uma pequena parte. Sobre isso ele falou uma vez comigo em Kipsdorf. Quão indizivelmente doloroso e abalador era isto! –
Também em uma alocução que ele fez para nós, em um círculo mais estreito, ele falou antes há anos (Vide abaixo: Natal 1932) na Montanha, sobre o fato de que ele não poderia se manter na Terra, se o nosso anel não o rodeasse protegendo numa fidelidade luminosa como um anel incandescente, a fim de poder se ancorar, se segurar aqui através dele. E quando a Montanha teve de cair, devido ao fato dos servos que deveriam servir de apoio não se encontrarem suficientemente puros, nem suficientemente legítimos no servir, estando todas as fraquezas e desejos humanos ainda em primeiro plano, e o Senhor ter sido preso pelos nazistas, aí ocorreram brechas no anel, que deveria ter estado duplamente mais firme. Exatamente aqueles então vieram a ter dúvidas na missão do Senhor e não procuraram a culpa em si, “as colunas”, as quais deveriam ter sustentado sobretudo a Montanha.

Outrora, depois da inspeção na casa e do passeio, o Senhor passara a noite conosco em Munique. Que presente fora isso, nossa casa parecia-me como consagrada. O Senhor também falara sobre Frau Maria, que estava muito sem apoio, agora, nesta época, ainda como um ovo cru em seu corpo, por isso sempre deveria estar alguém ao seu lado direito, para lhe servir de escudo, ela nunca deveria andar sozinha. Isto estava, na verdade, ainda em conexão com a distribuição da irradiação em preparo de suas forças terapêuticas. Também as capacidades de sua origem, a capacidade da elevada vidência deveria primeiramente desenvolver-se, ancorando-se, em seu corpo.
Já em Igls o Senhor havia me falado sobre a destinação futura do Sr. Alexander. Lá havia baixado nele, espiritualmente, a primeira preparação, para que mais tarde seu corpo suportasse a irradiação mais forte. Infelizmente então, mais tarde na Montanha, quando ele estava com dezoito anos e era um jovem forte e saudável, seu corpo não conseguiu suportar isso. Quando ele então fora completamente ligado ao raio oriundo do Leão primordialmente criado, de sua origem, seu corpo fora então fortemente atingido, de modo que ele, em febre, acolheu aparentemente em si um vírus de paralisia infantil, que estava no ar, e, por isso, não conseguiu superar. Assim Frau Maria me esclarecera então que isso teria ocorrido dessa forma. Assim não foi apenas a irradiação como tal, para a qual o corpo estava tão bem preparado, mas o encontro de ambas as coisas.

Para leitura da dissertação: Natal 1932

(continua)





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