segunda-feira, 30 de abril de 2018

Lembrança de Inverno





Lembrança de Inverno

por Otto Ernst Fritsch

Descrevo aqui as Palavras do Senhor, infelizmente apenas de lembrança e por isso somente de acordo com o sentido, mas, segundo minha convicção, reproduzidas com grande fidelidade:

(continuação)

② Eu gostaria de contar um outro exemplo da grande modéstia de Abdrushin: Quando, em 1935, ainda não havia o prédio da administração, de 1932 a 1935 o assim chamado “escritório” era o refeitório e a sala de estar dos meus pais, na casa I do conjunto de casas, onde mais tarde morou a Sra.  Elsa Wobbe. Por isso, o Senhor vinha duas a três vezes diariamente à residência para falar com meu pai, que fazia os serviços administrativos (trâmites da correspondência). Era possível reconhecer o Senhor pela forma de bater à porta: ninguém batia à porta de modo tão baixinho como Ele (eu mesmo nunca ouvi alguém bater tão baixinho numa porta como o Senhor). Quando então meu pai dizia “entre”, o Senhor abria apenas uma pequena fresta na porta e perguntava “Posso entrar?”, ou “Não estou incomodando?”

 ③ Como meu pai encontrava-se em um serviço bastante intenso e grande para o Senhorminha mãe tinha complexos de inferioridade e pensava tristemente consigo mesma ou também dizia para mim: “Ah! Se eu também pudesse servir ao Senhor!” Certa vez, quando o Senhor já tinha se despedido depois de uma conversação com meu pai, minha mãe, impulsivamente, colocou em palavras os seus pensamentos: “Ah Senhor, se eu também pudesse servi-Lo!” Então o Senhor voltou-se, chegou para minha mãe e disse com infinita bondade e amabilidade: “Sra. Fritsch, a senhora serve-me mais do que possa imaginar!” (Nota: a atuação externa de uma pessoa é decisiva apenas em parte para o seu valor na Criação; determinante na atuação sobre o ambiente mais próximo e mais distante são a pureza interior e a força das intuições, dos pensamentos e das orações)!

④ Num passeio a pé em Vomperberg, eu disse certa vez ao Senhor: Estranho, a primavera é certamente a mais bela época do ano, e também o outono, com suas maravilhosas cores, diz muito para mim. Mas do inverno, em sua pujança, devo quase dizer que muitas vezes me abala”. Então o Senhor disse sério: “O espírito pressente, no seu inconsciente, algo da maravilha e do esplendor que estão no Paraíso. E uma pequeníssima parte disso pode ser visto no inverno.” − Minhas ideias a respeito: “Quem uma vez viu uma paisagem maravilhosamente coberta de neve na luz do Sol, quando milhões de diamantes faíscam e brilham na neve, de forma que os olhos ficam realmente ofuscados com eles, e quem deixa esta impressão agir de forma plena sobre si, este deve sentir que nenhuma outra época do ano oferece algo que possa ser comparado a isso. Não é como um reflexo da Luz eterna?

 ⑤ Depois do desmoronamento de Vomperberg, conheci muitas pessoas do Tirol que estiveram juntas com Abdrushin na prisão de Innsbruck. Todas asseguraram unanimemente que o Sr. Bernhardt seria um homem admirável. Todas, cada uma de acordo com sua forma de ser e seu grau de instrução e maturidade, manifestaram-se de modo diferente em suas formulações, mas no sentido todas foram unânimes: “uma personalidade extraordinária”, uma “personalidade fascinante”, uma “pessoa maravilhosa”, um “homem fino”. Não consigo reproduzir todas as diferentes expressões e descrições, que possuíam em comum a expressão de admiração. Empresários e comerciantes, com os quais eu cheguei a falar anos mais tarde, expressaram-se todos de forma unânime, com muitos elogios em relação ao senhor Bernhardt.


(continua)

Extraído (em continuação) da Cópia de um manuscrito de Otto-Ernst Fritsch