quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Luz - Irradiações




Luz - Irradiações

por Susanne Schwartzkopff

Desde os primórdios já se achavam as bases daquilo que deveria surgir na Criação, da qual, então, pode se manifestar tudo para servir à Luz no movimento circular. Servir à Luz, porém, na verdade, não quer dizer outra coisa senão fazer de si o melhor; pois todo o agir que se acha em harmonia com a Luz traz somente alegria, paz, felicidade! E isso sempre usufrui, em primeira linha, apenas aquele que se esforça nesse sentido. Se o ser humano obedece à existência da Luz, isto é, se ele se orienta de acordo com os seus efeitos, encontrará, então, dessa forma, apenas ricas bênçãos, força e harmonia.
A Luz “É”. No fato dela existir, ela contém tudo em si, sem colocar uma exigência. Ela é. Nisso encontra-se a chave. Ela é realmente a única e a verdadeira Vida. Não existe nada que tenha vida própria, a não ser a própria Luz. E essa Luz é autônoma, completamente independente, enquanto tudo o mais permanece dependente Dela.
A Luz, porém, com sua Vida, tem evidentemente um efeito que se pode denominar de irradiação, que não pode ser isolado nem anulado, e atua de forma tão poderosa através da vivacidade da Luz que se assemelha a leis incisivas, às quais tudo tem de se submeter, tudo o que quiser ter uma existência contínua e uma possibilidade de vida.
E, contudo, não advém nenhuma exigência dessa Luz, mas sim Ela é! E, na verdade, é viva! A única que realmente contém vida independente.
O ser humano que adquiriu consciência e se desenvolveu à perfeição viverá eternamente no Paraíso, no Reino de Deus, contudo, ele não será com isso a própria vida, apenas a herdará da Luz, da Vida, de Deus!
Dessa forma o ser humano permanecerá um eterno devedor, jamais será a própria Vida, porque surgiu Dela.
O que se forma, então, dos efeitos da viva Luz ou da Vida luminosa (pois Luz é Vida e Vida é Luz), tem de se harmonizar com as irradiações da Luz existentes ou se confrontar com elas.
Havendo harmonia, será soerguido por essa força, atraído, recebe vida alegre, eterna renovação. Contudo, o que se confronta com ela, será lançado fora, chegará a dores e ao sofrimento, e tem de, por fim, permanecer completamente afastado, atrofiar e perecer.
As Criações são limitadas pela existência da Luz, porque não podem evitar as irradiações provenientes dela. Essas irradiações abrigam tudo o que é necessário para a Criação, bem como a força para o formar, para viver. Irradiação, porém, não é a própria Luz! Mas para a Luz é apenas uma atuação evidente. Essa atuação esteve sempre aí, desde a eternidade.
Quando, porém, Deus deu, então, livre caminho aos efeitos de Sua Vontade, com as palavras “Faça-se”, formaram-se as formas dos fundamentos da irradiação.
Se o ser humano da atualidade, que é incapaz de pensar em quadros vivos e fenômenos, quiser fazer um conceito do formar de acordo com a sua habitual maneira de pensar, ele o poderá fazer assim como segue:
Primeiro a Luz viva! Como Luz viva, ela irradia. A força da irradiação é, então, nas proximidades da Luz a mais forte e é tão forte que não pode haver nenhum movimento Nela, a não ser o incondicional e enérgico movimento propulsor que repousa na irradiação. Lá, onde em distâncias infinitas esse imprescindível impulsionar diminui um pouco, o movimento passa a ser de modo circular, ao qual, então, a atuante força de atração do que foi impulsionado adiante, puxa atraindo novamente de volta até aquele limite onde predomina a força propulsora. Com isso, surge um leve resfriamento e sedimentação. O sedimento aprofunda-se ou se distancia e é, contudo, sempre ainda mantido pela força de atração; recebe, porém, simultaneamente também força propulsora suficiente da irradiação, com o que ele também permanece em movimento circular. Assim surge sedimento após sedimento durante o contínuo movimento circular, trazendo concentração e, por fim, formas sempre firmes.
Essa inconcebível irradiação atuante da Luz esteve sempre aí, desde a eternidade. Contudo, Deus não deixou que essa irradiação atuasse e chegasse adiante, além daquele limite, no qual a incondicional força propulsora ainda formava uma linha reta, de modo que a pura força Divina, brilhando com toda clareza, ainda pudesse ser contida formando a esfera Divina. Nessa clareza jamais podia surgir turvação, portanto, também nenhum desvio, nenhuma modificação, apenas era possível plena harmonia com a origem, com a própria Luz.
Quando Deus, em Sua Vontade, pronunciou primeiramente as palavras: “Faça-se a Luz!” enviando-as para fora, precipitaram os raios por sobre os limites desejados de até então, para o Universo sem luz, trazendo movimento e calor. Assim fora o início da Criação, dando origem ao espírito humano, podendo servir-lhe de Pátria.
Deus, a Luz, não necessita da Criação. Mas Ele também não pode evitá-la devido a Sua força de irradiação. Ela será, portanto, eterna. A não ser que Deus restrinja essa irradiação novamente, de modo que ainda reste uma esfera de Pureza Divina, na qual jamais pode surgir turvação, assim como já fora antes. Com isso, porém, cessaria a existência do ser humano.
A Luz Branca, que significa a irradiação da Luz primordial e é a esfera na qual só pode existir conscientemente o Divino, uma vez que essa poderosa pressão da força não mais suporta outra coisa, contém em si todas as partes básicas existentes da Criação, que em direção descendente se separam num prolongado resfriamento, fundem formas e formam, contudo não mais se consomem. Em cada grau de resfriamento separa-se uma determinada espécie de irradiação e permanece para trás: primeiro o Divino, mais tarde o Espiritual e depois o Enteal, até que, por fim, a Matéria fina e a Matéria Grosseira ainda para mais adiante.
Assim a Criação é propriamente o sedimento de um crescente resfriamento da Luz Branca, da irradiação da Luz primordial. O Espiritual, bem como o Enteal só pode se formar e tornar-se consciente num bem determinado grau de resfriamento, o que é equivalente à diminuição da pressão da força de irradiação da Luz primordial.
O atual esclarecimento é apenas o acontecimento proveniente da Luz em direção descendente, enquanto que o Nirvana dos budistas deve ser, contudo, o ponto mais alto do caminho em direção ascendente.
Porém, se o ser humano como espírito é auto-consciente, amadurecido de tal modo, ele será assim energicamente retido no limite pela pressão aumentada da força da esfera Divina. Não pode seguir adiante e também não o quer. Na esfera Divina ele nunca poderia usufruir alegria, porque lá ele não pode ser espírito humano, pois seria fundido, enquanto que no Reino Espiritual, no Paraíso, encontra alegria eterna e, agradecido, nem pensa mais em ser totalmente desfeito. Além disso, em seu completo amadurecimento ele é necessário à elevação e ao aperfeiçoamento das esferas que se acham abaixo e que só são capazes de suportar, em sedimentações ulteriores, uma pressão menos forte do que ele. Lá, o espírito humano é o maior, porque suporta uma pressão mais forte, necessita-a até.
A missão do espírito humano é, então, nessas profundezas e em tudo o que se encontra abaixo dele, com a força que lhe é peculiar, de abrir tanto quanto possível à influência da pura irradiação da Luz e assim poder traspassar, como mediador, através das correntes de forças mais fortes e atuar doando bênçãos para tudo o mais, porque ele acolhe uma pressão mais elevada e pode transmiti-la, dividindo-as adiante.
Ser natural quer dizer, seguir em direção ascendente, aspirar para cima. Pois na naturalidade tudo aspira ascendentemente, como cada talo de grama, cada flor e cada árvore.
Tudo finalmente de encontro à Luz, para o que o ser humano é o mediador! Da própria Luz, de Deus, não falo aqui. É-me demasiado sagrado! Além disso, o ser humano jamais o compreenderia e tem de se contentar eternamente com isso,

QUE DEUS É!