quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Escrito do Exílio





Escrito do Exílio


Abdrushin foi sempre e sempre de novo incomodado pela Gestapo com a acusação de proveito próprio até o seu falecimento, acusação apoiada com as explanações de vários adeptos decaídos. Devido a isso ele redigiu um escrito durante o tempo de exílio em Kipsdorf.

Alguns trechos deste escrito:

...O fato de que eu próprio não aspiro (com a Colônia do Graal) nenhuma espécie de vantagens pessoais, pode ser constatado de forma nítida e clara através de um breve olhar da vida em Vomperberg. Unicamente todos os muitos funcionários e forças auxiliares que requerem um custo de mais ou menos 70.000 Schilling [+- 12.000 Euros], não estavam ali para mim, mas só se tornaram necessários pela presença dos muitos moradores, para seu conforto e comodidade.
Eu não precisava de todas essas pessoas. Mas era evidente que eu sozinho assumisse a despesa por isso. E não foi diferente com muitas outras coisas que nem quero mencionar. E foi, visto de maneira bem clara, quase irreal, e apenas agora tudo me parece em uma luz bem diferente.
O fato de eu ter dado ainda milhares de refeições a pessoas necessitadas de Vomp e de Schwaz, etc., completa ainda o quadro de minha atuação. Durante os últimos anos foi anotado o nome de todos aqueles que ganharam tais refeições, e muitas vezes também roupas para adultos e crianças.
Também a escola não foi por minha causa, mas somente se tornou necessária por causa das crianças dos outros, e ela necessitava um grande suplemento monetário anual de minha parte, para pagar os professores e pagamento de impostos. Não me foi diferente com a lavanderia elétrica, com a cozinha e os aposentos para as refeições em conjunto e tudo o que pertencia a isso, bem como também com o teleférico, construção e manutenção dos caminhos, suprimento de água, bombeiros, só eu que me responsabilizava por isso, como, aliás, por tudo que era ocasionado pelo grande número de pessoas e que contava para seu conforto. Se eu quiser entrar em todas as particularidades, teria que parecer improvável apesar de ser a mais pura realidade; contudo, comprovaria por fim que eu me encontrava muito aprofundado em meu trabalho literário, vivendo dentro dele, para reconhecer com que frequência e quão multiplamente eu era explorado exatamente por aqueles que se colocaram contra mim, tão logo não puderam tirar vantagens disso.
Para mim foi um peso do começo até o fim, apesar de algumas horas de verdadeira alegria aqui e ali. De vantagens não pôde haver nenhum pensamento, e também jamais chegaria a haver. Quem observa tudo de forma objetiva e correta, também tem de se convencer a respeito. Eu só posso dizer: Eu vivia aquilo que escrevi, pois se originara de minha convicção viva. E isso só tinha o bem dos outros em vista!
O que diz respeito ao tão utilizado termo “seita” ou “comunidade religiosa”, só posso dizer sempre de novo, que não era esse o caso! Há anos já indiquei comprovadamente sempre de novo que não quero fundar nem uma igreja, nem seita ou comunidade religiosa, e que também não trago uma nova religião, mas que só é minha intenção esclarecer as leis autonomamente atuantes na Criação, o que é necessário para cada ser humano vivo na Criação e só pode trazer proveito.
Todos os meus trabalhos literários nesse campo também comprovam isso. Por isso eu também não preciso continuar a me pronunciar a este respeito. Se então, nos diversos países e nações, muitos leitores de minhas obras se encontraram e se reuniram por si em associações especialmente registradas, então isso só aconteceu para se aprofundarem cada vez mais no difícil assunto; pois eles tomaram como base de seus encontros minhas obras, como tem de se destacar nitidamente de seus estatutos. Eu não tinha nenhum direito de impedir isso, também não vi nenhum motivo para tanto.
Contudo, eu jamais fiz parte dessas associações, também não tinha nenhuma espécie de vantagem com isso; pois essas trabalhavam apenas para si próprias e, naturalmente, também só tinham suas contribuições com suas associações, de modo que também jamais existiu uma homogeneidade entre essas diversas associações. Editoras de pessoas individuais não se encontram em oposição a isso. Por isso, também não pode se falar de uma seita, ao contrário, disso tudo foram apenas boatos que juntamente às muitas outras coisas inacreditáveis foram intencionalmente divulgadas por diversas partes da igreja católica, como sei de forma exata, pois esta, estranhamente, sempre via e temia em mim uma espécie de concorrente, o que também era infundado.
Destas fontes também se originaram os boatos de cultos noturnos e outras tolices que se opõem diretamente à minha vida e à minha obra. Assim, numa observação mais exata, isso se modifica para um quadro totalmente diferente e correto, sendo também julgado a partir dessa base de forma correspondente, contudo, jamais condenado.

Eu só queria transmitir e tornar útil ao ser humano o resultado correspondente de minhas observações e pesquisas no âmbito das leis autônomas da Natureza e da Criação, mais nada. Também isso se destaca nitidamente dos meus trabalhos, o que já deveria estar mais do que comprovado.
Unicamente o prefácio que coloquei na ponta de minha obra principal, já fala contra todo tipo de seitas e mostra claramente o caminho, que permaneceu uma base para mim.

Abdrushin