terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Dos Mistérios... II







Dos Mistérios da Atuação de Deus


por um convocado


Cede o véu de o misterioso tecer e atuar de até agora na irradiação imediata de Deus, e diante da visão espiritual do ser humano que foi agraciado para isso, vai, pouco a pouco, tornando-se claro:

Na proximidade de Deus

Um mar de Luz, sem limites para os olhos, um mar de vida reluzente, que num eterno pulsar, cria e difunde sempre de novo força e abundância. Concentrando tudo – de forma poderosa, criando.
Um tinir maravilhoso interpenetra tudo. Não é um som, nem um acorde, nem o som de um órgão retumbante. Tudo isso é pouco demais, fraco demais e desprovido de valor em comparação com o soar da Luz primordial! Seu som é o início da atuação para fora, para baixo, enquanto o Divino poderoso emite sua vontade, expirando seu hálito criador.
Há um movimentar-se no gigantesco mar da abundância da Luz, lançando elevadas ondas, e dele desce, sobre uma onda de Luz coroada de espuma, tomando forma, tornando-se visível, a primeira imagem primordial criadora, saída do Espírito de Deus:
A Mãe Primordial da Criação!
Ela se inclina para baixo, formada do Amor pela vontade de Deus-Pai, e pode ser vista como uma estrela brilhante, enviada da Luz do Eterno. Nascida para fora com uma poderosa pressão, oriunda do primeiro manancial de força, no início ainda totalmente inconsciente.
Apenas fora do círculo da Força viva desperta a disposição do conceito de uma independência, que é capaz de continuar a atuar. E o que Deus-Pai deu junto, como vibrando na Lei, isso começa a reluzir e a irradiar daí.
Como uma estrela, assim vibra esta que nasceu divino-enteal em um espaço incalculável. Já independente, contudo ligada da forma mais estreita com a Luz primordial.
Através disso, ela é capaz de flamejar continuamente, arder e criar para si mesma uma irradiação que a envolve, que continua a direcionar-se para baixo, resfriando-se e firmando-se com o distanciamento. Com isso, da irradiação inicialmente branca, surgem cores da mais delicada beleza, rósea reluzente, que é una com o Amor criador e também tem de atuar da mesma maneira.
Amor criador! Nela reside o princípio materno do formar, do cuidar e nutrir, do crescer, da assistência, do zelar e da severidade. E todos esses conceitos que pulsam de forma viva aí, reluzem e soam em um tom que anuncia o Amor, o mais puro e mais sagrado Amor primordial.
Contudo, na primeira e delicada condensação que se forma em torno desse sagrado Amor criador que tomou forma, há igualmente movimento. Extremidades finas erguem-se da base do círculo luminoso, que envolve o núcleo, e esforçam-se saudosamente para cima, em direção ao seu ponto central. Com isso elas se tornam mais ardentes, mais luminosas, mais vivas e começam a reconhecer jubilando a existência. — —
Mais uma vez oferece-se, de forma plena, a maravilhosa imagem do misterioso tecer que se realiza fora da Divindade onipotente, através de Sua irradiação, sob a pressão da sagrada vontade de Deus.
Da Luz rósea, suavemente sonante, que, da irradiação branca, expande-se cada vez mais e mais refinada por um movimento contínuo do desenvolvimento, descem inúmeras chamas reluzentes, quais estrelas, que dançam faiscando como flocos de neve e que vão lentas, lentamente para baixo.

Editora „Der Ruf“ G.m.b.H., Munique – 1934 

(continua)