terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A Grande Batalha IV







A Grande Batalha Contra Lúcifer
O caminho do Filho do Homem até Lúcifer e a luta contra ele.
Recebido por inspiração especial
[...]

Abismos abriam-se, sobre os quais a vontade do Filho do Homem passava por cima. Com a ponta incandescente de sua espada Ele abria caminho para si através da corja de figuras maldosas, que surgiam continuamente e apareciam sempre de novo. Nem uma forma se repetia aí, sempre de novo surgia uma nova excrescência do inferno, que insolente e perfidamente, apesar disso, num medo covarde parecia rir maldosamente.
Contudo, elas não podiam aproximar-se do Luminoso que estava rodeado por anéis resplandecentes e o qual reluzia cada vez mais. A força irradiante irrompia cada vez mais poderosa do Filho do Homem, quanto mais se aproximava a batalha final.
Ele não olhava para as cenas horrendas, que se passavam nas aberturas rochosas e nas grutas. Com a espada erguida Ele se lançava cada vez mais rápido para frente, passando por uma lagoa de veneno, um lago preto e as terríveis cavernas da desolação. Os mais horrendos gritos que soam dali passavam-lhe pelo espírito, ressoando: horrorizando-se, um grito após outro se quebrava na cobertura e nas colunas do ambiente mais baixo.
Chamas de fogo ardiam alto para cima. Monstros selvagens com terríveis garras, dentes e chifres guardavam as entradas para o maior recinto da maldade, o pecado. Onde, porém, os pés do Enviado de Deus pisavam, aí, tudo silenciava. Uma rigidez parecida à petrificação se apoderava do exército gigantesco que se comprimia, o qual se aglomerava para frente como inúmeros ratos nocivos oriundos das profundezas.
Um trabalhar, martelar, assobiar e uivar perpassava o ar. Ao redor da figura do Enviado de Deus circulavam-se rodeios luminosos numa enorme rapidez. Sobre Ele surgiu uma clara luminosidade ofuscante e a cidade das trevas bramia estrepitosamente, qual um touro ferido e furioso. Cada vez mais para trás pareciam se retrair as trevas, cada vez mais adiante e impetuosamente elas eram perseguidas pelo Filho da Luz.




Então, repentina e ameaçadoramente, elevou-se de baixo, em uma claridade ardente, a face de Lúcifer. Irado, envolvido por raios, em meio a espumas avermelhadas e envolto por vapor e veneno. Seu hálito lançava fogo e uma fumaça espessa.
Uma tensão horrível difundiu-se devido ao grande contraste. O Filho do Homem encontrava-se nas mais profundas trevas, diante do mais terrível momento. Lúcifer ria estrepitosamente, desaparecendo ainda mais fundo e seus bandos surgiam ainda mais numerosos, difundindo horror.




Contudo, de repente houve um zunido forte perpassando o ar! Todos se encolheram. De pé e ereto, encontrava-se Lúcifer ali. Ele havia atirado a lança na direção da Luz!
Mas a Luz a apanhara com mão vigorosa. Nisso o manto protetor caiu para trás e em sua ofuscante pureza encontrava-se a Cruz irradiante no meio das trevas. Os raios abrasadores atingiam o mal como se fossem flechas!
Gritando desesperadamente curvavam-se e encolhiam-se os servos de Lúcifer. O próprio Lúcifer bramia irado e correu na direção do Filho do Homem, a fim de lutar com Ele. Foi uma luta breve, a espada atingiu Lúcifer na cabeça! Ele tombou e seus olhos gélidos encaravam cheios de raiva o vencedor.
O Filho do Homem colocou o seu pé sobre a nuca de Lúcifer, ele o atou com sua vontade nas profundezas das trevas e uma terrível tempestade rugiu e uivou! Trovões retumbavam, rochas caíam estrondosamente. Lúcifer, porém, não mais se mexeu. Ele encontrava-se atado junto ao solo. Também atadas e como que petrificadas decaíram suas forças sombrias em torno dele, seus auxiliadores fiéis.




O Filho do Homem, porém, elevou-se. Luminoso, livre dos invólucros que Lhe foram colocados nas trevas, resplandecente, como que clarificado. Depois de um longo, profundo e sério tempo, enquanto se desenrolou a luta com Lúcifer, o Filho do Homem despertou novamente para a existência terrena. Ao seu lado Maria.
Soavam jubilantemente sinos, luminoso encontrava-se o mundo, os enteais enfeitavam a natureza para seu Senhor. Paz difundia-se por sobre a Terra, pois as trevas estavam atadas.



Apenas a humanidade num próprio estarrecimento não podia notar nada disso. Ela não sabia que enorme acontecimento de inimaginável decisão já se realizara no Universo.
É verdade que todas as excrescências das trevas ainda podiam se movimentar sobre a Terra. Mas o Senhor havia posto um ponto na vontade de Lúcifer. Agora só deveria ser aniquilada todas as trevas sobre a Terra e entre os seres humanos.
Os eternos estavam cheios de alegria. Luz fluía do céu em feixes amplos e poderosos, e a Vontade de Deus fortalecia e chamava seus servos na materialidade. — 


Parte integrante do capítulo Testemunhos dos acontecimentos da Luz (Zeugen des Lichtgeschehens) publicada no primeiro volume da obra Despertar de eras passadas (Verwehte Zeit erwacht - Band 1 - 1935).