Lembranças das minhas vivências do Graal
por Elisabeth Gecks
(continuação)
Foi também naquela época em Igls que eu reclamei ao Senhor, que meu
casamento andava muito difícil, que eu não era feliz e que ele me causava muita
decepção e, assim, luta interior. “Alegra-te, pois!” respondera o Senhor. Eu
não havia entendido de imediato, mas logo me tornei consciente. De acordo com o
meu ser eu teria me consumido irrestritamente em meu amor, teria imergido nele
e teria esquecido a minha procura, ou não teria encontrado a força para avançar nos
caminhos do reconhecimento, que agora haviam se aberto para mim. Mais tarde eu
também reconheci que meu casamento pertencia ao resgate de atamentos passados e
à possibilidade de amadurecer e, assim, também para a possibilidade de auxílio
para ele e para meus filhos, que estavam ligados a nós. Em tempos passados eu
havia reconhecido muito tarde, por meio dele, Jesus como Filho de Deus. Por
isso, no meu noivado, eu intuí uma nuvem escura sobre sua fronte, a qual eu
queria auxiliá-lo a dissipar. Esta dor, gratidão e amor por ele, Jesus, fora
então sempre minha estrela guia, o que mais tarde se me tornou inteiramente
claro, e fora, naquela época, a causa de ter-me sido permitido estar junto
entre aqueles que pediram para que lhes fosse permitido servir ao Filho do
Homem em sua obra divina. Devido a essa permissão, pressentindo, eu pude procurar
minha vida inteira pela “missão especial”. Esse anseio não pôde ser saciado nem
pelo amor dos meus pais, nem pela minha bela infância, nem mais tarde pelo meu
belo lar, por meu amor ao marido e às crianças e pela minha dedicação a eles e
nem por toda riqueza tranquilizadora.
Anos mais
tarde, quando eu pude me mudar completamente para a Montanha e tomar
conhecimento de todas as conexões em relação à época de Jesus, eu corri pasma
de dor e banhada em lágrimas até o Senhor. Novamente ele me disse as mesmas
palavras: “Alegra-te, pois!” “Sobre o que eu devo me alegrar, eu estou morrendo
de dor!” exclamei mui admirada. Sobreveio-me uma corrente de bondade e Luz e
ele disse com uma voz, que penetrou meu coração ferido como bálsamo:
“Sim,
alegra-te pela graça de poderes reparar tudo, por teres reconhecido então o
Filho de Deus, por ter sido atendido teu pedido para servir ao Filho do Homem e
sua obra divina sobre a Terra.” E mais uma vez ele me consolou e me
tranquilizou então: “A senhora pode se alegrar, a senhora pode reparar, servir
à Luz em sua atuação e para auxílio dos seres humanos!”
Sim,
então havia minha convocação, o chamado obtido há algum tempo, como uma luz
clara e libertadora e eu me agarrei à alegria, à gratidão e à felicidade que
surgiram disso para mim, mesmo que a dor, que se encontrava entretecida em mim
no amor por Jesus, jamais possa ser totalmente apagada. Esta também não deve ser.
Saudável
e fortalecida pelas mãos terapêuticas do amor divino de Frau Maria e por sua
naturalidade em revigorar, e também libertada de certos – em parte cultivados –
impedimentos e tensões antinaturais no ser e na essência, infinitamente feliz
pela graça especial da condução do próprio Senhor, retornei ao círculo de minha
atuação terrena. Com nova coragem tomei sobre mim todas as dificuldades do meu
casamento e via nisso claramente uma missão de poder auxiliá-lo e conduzi-lo ao
caminho da Luz agora encontrado, assim como também esperava isso para meus
filhos.
Nosso menino, para cujo pleno restabelecimento e
fortalecimento os médicos tiveram pouca esperança, pôde, por meio de um
tratamento de quatro semanas com Frau Maria, retornar comigo com uma saúde
firme para Munique. E esta foi duradoura; mesmo a prática esportiva
anteriormente proibida não mais prejudicava seu coração. – Nós também
intermediamos o tratamento de Frau Maria com um jovem parente, que vinha
sofrendo há mais de vinte e cinco anos de um eczema atormentador, sem que
médicos e terapeutas pudessem lhe ajudar. Depois de algumas semanas ele estava
totalmente curado, nunca mais teve uma recaída e permaneceu muito agradecido
por isso. Em relação à Mensagem, porém, ele não progrediu; ele notou que teria
de modificar certas coisas em sua vida, e ele não conseguia cobrar ânimo para
tanto. Ele havia pensado que mais tarde ele também teria tempo para se ocupar
com a Mensagem do Graal. Mas esse mais tarde não voltou mais para ele. Um
sofrimento atormentador depois de um grave ferimento na guerra trouxe-lhe prematuramente
a sua morte. Nesses meses ele havia se tornado de fato mais pensativo. Tomara
que ele possa reconhecer e ainda chegar a um resgate do outro lado.
(continua)
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