segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Nosso Lar IV





Nosso Lar

(continuação)





O Caso Tobias

No terceiro dia de trabalho, alegrou–me Tobias tendo me levado à residência dele, onde tive belos momentos de alegria e aprendizado. Logo de entrada, apresentou-me duas senhoras, uma que era sua esposa e a outra, irmã.
Encantado com o ambiente simples, a certa altura da recepção amável, Tobias acrescentou:
– Ò meu amigo, a bem dizer, talvez seja interessante o meu caso familiar; que, aliás, temos muita gente nas mesmas condições. Imagine que fui casado duas vezes...
– De fato – objetei –, o problema interessa profundamente a todos nós. Há milhões de pessoas, nos círculos do planeta, em estado de segundas núpcias.
Hilda, que era o nome de uma delas iniciou a narrativa:
– Tobias e eu nos casamos ainda muito jovens, por afinidades espirituais. A morte, porém, subtraiu-me do mundo, por ocasião do nascimento do segundo filho. Nosso tormento então começou. Tobias chorava sem trégua, e eu na maior angústia, retida no Umbral, em que decorrido um ano, ele desposou Luciana, aumentando meu tormento. Ah! – como me revoltei; cuja minha tentativa era para aniquilá-la! Felizmente, chegou a visita providencial de minha avó materna, há muito tempo desencarnada, que para a minha maior surpresa, sentou-se a meu lado, pôs-me em seu colo, como noutro tempo, e perguntou-me lacrimosa:
 – Que é isso, minha neta? Que papel é o seu na vida?    
 Foi preciso muita luta dela para me doutrinar... Tendo vindo em companhia dela aos serviços de “Nosso Lar”, em que desde essa época, aceitei Luciana como uma filha. Constituiu Tobias nova família, que passou a me pertencer, para mais tarde, reunir-se a mim, acompanhado de Luciana, vindo também a ter conosco plena alegria. E aí tem meu amigo, a nossa história...
Antes de qualquer coisa, Luciana complementou:
– Quando desposei Tobias, viúvo, já sabia que, com certeza, meu casamento seria uma união fraternal, acima de tudo, ainda que me custasse a compreender, mas de forma alguma seria um matrimônio espiritual.
A senhora Hilda, contudo, presumiu o meu pensamento e explicou:
– Fique tranquilo. Luciana está em pleno noivado espiritual, com o companheiro de muitas etapas, o qual há alguns anos, já regressou ao círculo carnal. No ano próximo, ela seguirá igualmente ao seu encontro.




Ouvindo a Senhora Laura

O caso Tobias impressionara-me profundamente, que decidi visitar Lísias, e pedir explicações da senhora Laura sobre o assunto,
– Você fez bem em trazer a questão ao nosso estudo, o caso Tobias é apenas um dos inumeráveis, não sendo fácil para você, alcançar o sentido elevado, da organização doméstica conhecida ontem, entretanto, a felicidade pela atmosfera de compreensão, é muito grande, criada entre as personagens do drama terrestre.
– Mas temos nisso uma regra geral? – indaguei.
– Não seja tão radicalista André.  O caso Tobias é a vitória da fraternidade real, pelas três almas interessadas no mais justo entendimento. Nas regiões obscuras do Umbral estão cheias de entidades que não resistiram a semelhantes provas., dominadas por ciúmes de ciúme e outras desavenças.  Há muitos espíritos que gastam séculos tentando desfazer antipatias tidas na existência terrestre e refazendo-as só após a desencarnação. Ainda há pouco tempo ouvi um grande instrutor no Ministério da Elevação assegurar que, se pudesse, iria materializar-se nos planos carnais, a fim de dizer aos religiosos, em geral, que toda caridade, para ser divina precisa apoiar-se na fraternidade.
Agora não mais me preocupava a situação de Tobias, mas impressionava-me, sim, a imponente questão da fraternidade humana...




Quem Semeia Colherá

Eu não sabia explicar minha atração em visitar a ala feminina das Câmaras de Retificação, e falei com a Narcisa, do meu desejo... Então a enfermeira me levou até aquele setor, onde havia filas de leitos com mulheres, que mais se assemelhavam a frangalhos humanos, entre gemidos lancinantes e angustiosas exclamações. Observando as enfermas, alguém me surpreendeu com enorme choque. Minha memória inquieta, coração oprimido, em instantes reconheci no passado. Era Elisa, quando ela viera trazida para os serviços domésticos de casa. Lembrei depois da intimidade excessiva, de quem abusa da faculdade de mandar.  A minha frente tinha Elisa, agora, vencida e humilhada! Cheguei a tremer, envergonhado.  Contei tudo para a Narcisa, contendo o pranto.
– Não precisa continuar. Adivinho o epílogo da história. Conheço o seu martírio moral, não tema. Aproxime-se dela e reconforte-a. Mas não se dê a conhecer, por enquanto. Faça-o, depois de beneficiá-la com êxito.
Tomei a iniciativa confortadora. Elisa identificou-se, com esse nome, dando de boa-vontade, todas as informações. Havia três meses que fora recolhida às Câmaras de Retificação.
No semblante da sofredora, um grande sorriso parecia uma grande luz.
– Como lhe sou grata! – disse ela enxugando as lágrimas – há quantos anos ninguém me fala assim, nesse tom familiar, dando-me o consolo da amizade sincera!... Que Jesus o abençoe.




Convocados à Luta

Nos primeiros dias de setembro de 1939, “Nosso Lar” sofreu, igualmente, o choque como diversas colônias espirituais da civilização americana. Era a guerra européia.
 Além de valiosas recomendações, no campo da fraternidade determinou o Governador nosso cuidado com o pensamento, preservando-nos de qualquer inclinação menos digna.
 Esclarecido estava que, nos acontecimentos dessa natureza, os países agressores convertem-se, inevitavelmente em núcleos de centralização das forças do mal. Legiões infernais precipitam-se os transformando em campos de perversidade e horror.
Logo após as primeiras bombas na Polônia, encontrava-me nas Câmaras de Retificação, junto de Tobias e Narcisa, quando inesquecível clarim se fez ouvir. Tobias informou:
– É a convocação superior aos serviços de socorro na Terra. Teremos grande trabalho em preservar o Novo Mundo.
Depois fomos ao grande parque observar o céu, em que se viam inúmeros pontos luminosos.
– Esse clarim é utilizado por Espíritos vigilantes, de elevada expressão hierárquica.




A Palavra do Governador

Era domingo e o Governador realizaria um  culto evangélico no Ministério da Regeneração, pela preparação de novas escolas de assistência ao serviço hospitalar urgente, ainda que o conflito estivesse longe, com treinamento contra o medo, medida considerada muito acima das próprias lições de enfermagem.  A festividade excedia a todo deslumbramento, com musicas de sublime poder vibratório num ambiente suavemente odorante. Às dez horas, chegou o Governador que em seguida, abriu um livro luminoso o qual conforme soube se tratava do Evangelho, passando depois a ler:
– “E ouvíreis falar de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim”. – Palavras do Mestre em Mateus, capítulo 24, versículo 6. É para vós, irmãos meus, que dirijo meu apelo pessoal. Elevemos ao máximo nosso padrão de coragem e de espírito de serviço. Quando as forças da sombra agravam as dificuldades das esferas inferiores, é imprescindível acender novas luzes que dissipem, na Terra, as trevas densas. Consagrei o culto de hoje a todos os servidores deste Ministério, votando-lhes de modo particular a confiança do meu coração.




Em Conversação

No Ministério da Regeneração ainda continuou cheio de entusiasmo festivo, com a retirada do Governador, e muito se comentavam os acontecimentos, tendo também centenas de companheiros que se ofereciam para os trabalhos árduos da defensiva. Procurei Tobias, para consultá-lo pelo meu interesse nos trabalhos, mas ele sorriu e falou:
– André, você está começando agora. Não se precipite, buscando mais responsabilidade. Não se esqueça de que as nossas Câmaras de Retificação exigem esforços dia e noite. Não se aflija. Recorde que trinta mil servidores vão ser convocados...
Depois, bem-humorado, acentuou:
– Contente-se com a matrícula na escola contra o medo. Creia que isso lhe fará enorme bem.
Nesse ínterim, recebi grande abraço de Lísias, que integrara, na festa, a deputação do Ministério do Auxílio.  Com a licença de Tobias, retirei-me em companhia dele para assistir outra palestra.




As Trevas

Depois da boa reunião, Lísias me mostrou os valores da sua cultura e sensibilidade. Dedilhando com arte as cordas da cítara, recordou canções e melodias da Terra, para revelar um Dia verdadeiramente maravilhoso! Quando me vi a sós com o bondoso enfermeiro do Auxílio, procurei ficar à vontade.
– Não tenha dúvida – disse, sorrindo –, quando nos reunimos àqueles a quem amamos, ocorre algo de confortador e construtivo em nosso íntimo. É o alimento do amor, André. Quando numerosas almas se congregam no círculo de tal ou qual atividade, seus pensamentos se entrelaçam, formando núcleos de força viva, através dos quais cada um recebe seu quinhão de alegria ou sofrimento, da vibração geral. É por essa razão que, no planeta, o problema do ambiente é sempre fator ponderável no caminho de cada homem. Cada criatura viverá daquilo que cultiva. Espontaneamente, passamos a filosofar sem rebuços. Com naturalidades passei a incluir minhas dúvidas e questões inquietantes entre os comentários e as explicações de Lísias. Sem tentar incutir ordens doutrinárias ele esclarecia minhas aflições, que a conversa foi extrapolando até quando o assunto adentrou o sentido das trevas, cujo conceito deveras transcendia a nossa vã filosofia...   




No Campo da Música

À tardinha, Lísias convidou-me para visitar o Campo da Música.
– Finalmente, vai você conhecer minha noiva.
– É curioso – observei, intrigado – encontrarmos noivados, também por aqui...
– Como não? Vive o amor sublime no corpo mortal, ou na alma eterna? – O noivado é muito mais belo na espiritualidade. Não existem véus de ilusão a obscurecer-nos o olhar. Somos o que somos.
Num momento, atingimos a faixa de entrada. Notei, ali mesmo, grande grupo de passeantes, em torno de um coreto, onde um corpo orquestral executava música ligeira.
– Nas extremidades do Campo, temos certas manifestações que atendem ao gosto pessoal dos que ainda não podem entender a arte sublime; mas, no centro, temos a música universal e divina, a arte santificada, por excelência.
De fato, depois de passarmos alamedas risonhas, com cada flor em seu reinado encantador, comecei a ouvir maravilhosa harmonia dominando o céu.
Grandemente maravilhado com a música sublime, ouvi Lísias dizer:
– Nossos irmãos daqui, absorvem raios de inspiração dos planos mais altos e agraciados compositores terrestres são trazidos às nossas esferas onde recebem altas expressões melódicas, transmitindo-as, depois, aos seus semelhantes, recriando os temas recebidos com o gênio que possuem.




Sacrifício de Mulher

Um ano se passou só em trabalhos, como imensa alegria para mim. Aprendera a ser útil, encontrara o prazer do serviço, para minimizar a ansiedade de rever os meus. A saudade doía fundo. Em compensação, ainda que demorado, era visitado por minha mãe. Como grande surpresa no início de setembro de 1940, minha mãe veio me ver, para principalmente comunicar-me o propósito de voltar à Terra. Então, surpreendido protestei:
– Não concordo. Voltar a senhora à carne? Por quê? Internar-se, de novo, no caminho escuro, sem necessidade imediata?
– Não considera angustiosa a condição de teu pai, meu filho? Há muitos anos trabalho para reerguê-lo e Laerte  hoje está de coração envenenado. Que fazer André? Terias coragem de revê-lo em tal situação, esquivando-te ao socorro justo?
– Não – respondi, impressionado –; trabalharia por auxiliá-lo; mas a senhora poderá ajudá-lo mesmo daqui.
– Não. Não seria possível. Estudei detidamente o assunto. Não devo hesitar um minuto. Estarei novamente no mundo, em breves dias, onde me encontrarei com Laerte para os serviços que o Pai nos confiar.
– Mas – indaguei – como se encontra ele com a senhora? Em espírito?
– Não – disse minha mãe. Com ajuda localizei-o na Terra, em fase de preparação de sua reencarnação imediata sem que ele saiba do auxílio que estão lhe prestando. É preciso não esquecer que irei ao mundo em auxílio de teu pai...




A Volta de Laura

Além de minha mãe se preparava para regressar aos meios terrenos também a senhora Laura. Por isso não deixei de participar do apreço que diversos funcionários, do Auxílio e da Regeneração, prestavam à nobre matrona, com a homenagem afetuosa em que o Departamento de Contas lhe entregou a notificação do tempo global de serviço na colônia. Numerosas famílias foram saudá-la carinhosos, até alta noite. A senhora Laura me pareceu mais circunspecta, mais grave, denotava o esforço para acompanhar a corrente de otimismo geral. Mas a genitora de Lísias explicava ao representante do Departamento:
– Creio não me demorar mais que dois dias. Terminaram as aplicações do Serviço de Preparação, do Esclarecimento. E, com um olhar algo triste, concluía:
– Como vê, estou pronta.
O interlocutor tomou expressão de sincera fraternidade e acrescentou, estimulando-a:
– Espero, entretanto, que se encontre animada para a luta. É uma glória seguir para o mundo, nas suas condições. Cumprimento pleno de serviço a seu favor, perante a comunidade de mais de um milhão de companheiros, devotos pela sua proteção na crosta terrena. Além disso, os filhinhos constituirão seu belo estímulo à retaguarda. Depois me disse:
– Amanhã à noite, André, espero por você. Faremos reunião íntima. O Ministério da Comunicação prometeu-nos a visita de meu esposo. Embora se encontre na carne, Ricardo será trazido com o auxílio de companheiros. Além disso, amanhã vou despedir-me. Não falte!




Culto Familiar

Na casa de Lísias, reunia-se em assembleia de pouco mais de trinta pessoas. Era chegado o momento. Poder-se-ia começar o trabalho culminante da reunião. Pois, somente agora havia bastante paz no recente lar de Ricardo, lá na Terra. Logo após, Clarêncio tomou a palavra:
– Enviemos agora a Ricardo a nossa mensagem de amor.
Então Lísias e as irmãs cantaram maravilhosa canção, composta por eles mesmos:

Pai querido, enquanto a noite
Traz a benção do repouso,
Recebe, pai carinhoso,
Nosso afeto e devoção!...
Enquanto as estrelas cantam
Na luz que as empalidece,
Vem unir à nossa prece
A voz do teu coração...

Com as derradeiras notas da bela canção, notei que lentamente no ar se formava uma imagem, até surgir a figura de um homem na idade madura. Era Ricardo. Impossível descrever o fenômeno e a sagrada emoção da família, dirigindo-lhe amorosas saudações.
O recém-chegado, após falar particularmente à companheira e aos filhos, fixou o olhar amigo em nós outros, pedindo fosse repetida a suave canção filial, que ouviu banhado em lágrimas. Quando se calaram as últimas notas, falou comovidamente:
– Como sou feliz!
A senhora Laura chorava discretamente. Lísias e as irmãs tinham os olhos marejados de pranto.




Regressando a Casa

Como criança, cheguei à minha cidade natal depois de longa ausência. E a paisagem até que não se modificara tanto, com as antigas árvores, o mar, aquele céu, também o mesmo cão. Contente, não mais notei a preocupação da senhora Laura, só despedi-me do grupo dela que seguiria adiante. Clarêncio abraçou-me e disse que eu teria uma semana ao meu dispor. Dei meu último adeus à dedicada mãe de Lísias e me vi só, com o coração batendo descompassado, à medida que me aproximava do grande portão de entrada onde avancei adentro. Tudo, porém, denotava diferenças enormes. Não conseguia divisar lembranças inesquecíveis como o enorme retrato comigo a esposa e os filhinhos. Que teria acontecido? Entrei na sala de jantar, e vi a filhinha mais nova, muito crescida. De repente, Zélia saiu do quarto, junto de um homem.  Gritei forte, mas sem ser ouvido e calei-me, desapontado. Abracei-me a ela, com saudade imensa, mas Zélia nem notou, tendo ainda perguntado ao cavalheiro algo que não ouvira em que ele respondeu:
– Só amanhã saberei avaliar, pois o quadro do Ernesto é complexo.
– Mas, doutor, salve-o, por caridade! Não suportaria outra viuvez.
Outro homem no meu lugar. Corri ao meu antigo quarto, e no leito, havia um homem muito adoentado. De pronto, quis odiar o intruso, mas contive a raiva, pelos ensinamentos recebidos de amor, fraternidade e perdão. Notei também que o doente era cercado de entidades inferiores, mas que eu não conseguiria evitar tal presença. Estava acabrunhado, vendo Zélia entrar no aposento e dele sair, várias vezes, acariciando o enfermo com ternura.
À tarde, Clarêncio passou, oferecendo-me proteção, em que percebendo meu abatimento, disse estar ciente de minhas mágoas, sem encontrar novas diretrizes de auxílio. Agradeci, sensibilizado, e pedi que me não desamparasse.




Cidadão de Nosso Lar

Na segunda noite, compreendia que não era proprietário de Zélia, mas seu irmão e amigo. Apliquei ao meu caso o exemplo de minha mãe, que se sacrificaria por meu pai, adotando mulheres do Umbral como filhas, e em “Nosso Lar” estava repleto de exemplos edificantes. Clarêncio me acolhera como pai, a mãe de Lísias me tinha como filho, Tobias meu irmão. Cada companheiro me oferecia algo de útil à evolução do meu espírito. Deixei de lado as considerações aparentemente ingratas que ouvia no ambiente doméstico e decidi colocar o amor fraterno acima de todos os meus sentimentos pessoais, para as justas necessidades dos meus semelhantes. Busquei o quarto do enfermo, cuja doença se agravava até mesmo pelo alívio do estado aflitivo de Zélia. Roguei ao Senhor energias necessárias para manter a compreensão imprescindível e passei a interpretar os cônjuges como se fossem meus irmãos. Reconheci que Zélia e Ernesto se amavam intensamente. E, se de fato me sentia companheiro fraternal de ambos, devia auxiliá-los com os recursos ao meu alcance. Iniciei o trabalho procurando antes esclarecer os Espíritos infelizes que se mantinham em espreita contra o enfermo, o qual depois apresentou melhoras sensíveis. Tanto que pela manhã, o médico observou surpreendido como se houvera ocorrido um verdadeiro milagre. Era preciso regressar aos deveres justos, rumando de volta ao “Nosso Lar”, totalmente modificado. Algo, porém, me arrancou da meditação a que me recolhera. Mais de duzentos companheiros vinham ao meu encontro. Todos me saudaram acolhedores, Lísias, Lascínia, Narcisa, Silveira, Tobias, Salústio e numerosos cooperadores das Câmaras ali estavam. Não sabia que atitude assumir colhido assim de surpresa. Foi, então, que o Ministro Clarêncio, surgindo à frente de todos, adiantou-se, estendeu-me a destra e falou:
– Até hoje, André, você era meu pupilo na cidade; mas, doravante, em nome da Governadoria, declaro-o cidadão de “Nosso Lar”.

Trechos dos mais relevantes da obra “Nosso Lar” – ditada por André Luiz, psicografada por Chico Xavier.