Leitura do trecho anterior
IS-MA-EL
Um dos
espíritos arrastados para baixo por Lúcifer colocou-se em luta com Is-ma-el,
era Samiel, ou também Samael, denominado o “veneno contra Deus”. Ele era
opositor de Is-ma-el, do escolhido de Deus.
E era
isso o que ele tinha que cumprir: Por amor ao espiritual ele deveria bater no
“veneno contra Deus”, e Is-ma-el bateu, e ele bateu com a força provinda da Luz,
na força que veio das trevas.
Com
cada golpe da espada que Is-ma-el desferia com seu querer, ele ficava mais
leve, luminoso e livre de invólucros, e no cumprimento do que lhe foi
determinado ele ascendeu.
Desde
aquela vez Is-ma-el não viu mais o reino de Lúcifer, mas apenas ainda os
efeitos de seu poder, os quais ele conseguiu praticar de modo livre, pois em
toda a Criação não havia ninguém mais forte que pudesse vencê-lo.
Is-ma-el
soube então que havia apenas um, o qual poderia salvar o espírito humano do
mal, o qual por amor próprio e decisão própria teria que pedir ao Seu Pai pela
elevada obra.
E
pressentindo aproximou-se do espírito maduro o mistério da providência e
onisciência divina. Ele captou no espírito, o que ainda não havia sido decidido
no Santo Graal.
Is-ma-el,
porém, foi soerguido nessa hora, e a pequena e sábia boca da Mãe primordial
falou a ele os conselhos e as instruções para o futuro caminho do Filho. Feliz,
Is-ma-el sabia agora que ele havia completado a sua tarefa, que o havia
preparado para o cumprimento de sua convocação.
E ele
deu-se em agradecimento às correntes universais do amor de Deus-Pai e aguardou
os Seus mandamentos.
Esse
foi o caminho de Is-ma-el para o reconhecimento do mal e para a execução de um
golpe, o qual ele deveria aplicar contra este.
Ele viu
e vivenciou o atuar funesto do pecado com aquele saber maduro sobre as consequências,
as quais não haviam sido reveladas previamente até agora a nenhum espírito
humano. Com isso ele chegou novamente um passo mais perto do caminho do
desenvolvimento para o ato de libertação e compreendeu o que decidiu, no
futuro, o sagrado tecer da vontade de Deus.
A Mãe
primordial Elisabeth chamou-o pelo seu nome e ele despertou em seu resplendor
sobre uma campina flutuante de flores de luz.
“Teu
caminho através da Criação está apenas no começo, mas o amor de Deus, teu
Senhor se inclina e sempre de novo tu deverás sorver a Luz de tua Pátria em
curtos intervalos de tua peregrinação”. Repousando na paz do Senhor, Is-ma-el
irá despertar para força plena e, olhando para trás, só então reconhecer
plenamente o que ele experimentou no invólucro de sua mudança. Todas as vendas
foram-lhe soltas e ele poderá se alegrar com o seu saber.
E Is-ma-el
entrou no elevado Templo da iniciação e aguardou lá as revelações do Senhor.
E visto,
no sonante cristal de Luz que estava recolhido no cálice da concepção, e de
cima, vindo do Espírito Santo, soaram vozes.
Advertindo,
despertando, consolando e ameaçando ao mesmo tempo, ressoaram esses tons
oriundos da Luz de Deus, e ao mesmo tempo Is-ma-el ficou ciente de sua
configuração. Ele viu o poder, a força e a magnificência do Eterno no Seu
trono.
Uma
profusão ofuscante de cores irradiava da Luz de Sua magnificência, e da
profusão desse turbilhão de Luz ergueu-se a figura do Espírito da Verdade.
Imanuel saiu do Pai e suas brancas correntes de Deus pulsavam Dele para baixo,
em Parsival, e novamente para cima até o Pai.
E Is-ma-el
ouviu a voz do Filho falando com o Pai e ele estava, escutando em devoção,
totalmente absorto na sagrada deliberação do Altíssimo.
Um
sagrado orar preencheu as esferas, que reconhecendo vibraram em conjunto na
corrente de Luz de Deus:
“Dá-me
a realização através da salvação do espírito humano, Pai, pois veja, Lúcifer
tornou-se a ruína para eles. Não permita que se perca um grão de Tua amada
sementeira!”
“O germe
espiritual traz em si a força do livre-arbítrio! Justiça,
amor e pureza repousam nessa força, as quais eu coloquei nele no expandir da
minha vontade. O germe espiritual tem o que a ele pertence!”
“Pai, o
Amor implora e correm as lágrimas da Pureza por causa dos poucos que ainda são
bons, e que sucumbem com isso para a morte devido ao mal.”
Em
canto soavam as irradiações que vêm da vontade do Pai, a justiça, amor e
pureza, carregadas como pedido diante do trono do Sempiterno. E o cordeiro
olhou, o qual queria vivenciar toda a dor do mundo para a salvação do germe
espiritual, silencioso, requerendo a concessão junto ao Pai.
Os olhos
de Luz do Senhor abrangeram o amor da trindade e tornou-se uno na decisão com o
conselho da Sua vontade, eternamente una no Pai assim como no Filho.
E desceu a concessão para a realização do ato de
salvação no atuar da trindade de Deus e na lei de sua perfeição. E foi acatado
esse Amém do Pai no tecer de seu cumprimento, e o início desse
movimento circular repousou no cálice da vida: Parsival, o Santo Graal.
Trecho extraído da obra IS-MA-EL (em manuscrito):