terça-feira, 5 de dezembro de 2017

IS-MA-EL X







Leitura do trecho anterior

IS-MA-EL


Um dos espíritos arrastados para baixo por Lúcifer colocou-se em luta com Is-ma-el, era Samiel, ou também Samael, denominado o “veneno contra Deus”. Ele era opositor de Is-ma-el, do escolhido de Deus.
E era isso o que ele tinha que cumprir: Por amor ao espiritual ele deveria bater no “veneno contra Deus”, e Is-ma-el bateu, e ele bateu com a força provinda da Luz, na força que veio das trevas.
Com cada golpe da espada que Is-ma-el desferia com seu querer, ele ficava mais leve, luminoso e livre de invólucros, e no cumprimento do que lhe foi determinado ele ascendeu.
Desde aquela vez Is-ma-el não viu mais o reino de Lúcifer, mas apenas ainda os efeitos de seu poder, os quais ele conseguiu praticar de modo livre, pois em toda a Criação não havia ninguém mais forte que pudesse vencê-lo.
Is-ma-el soube então que havia apenas um, o qual poderia salvar o espírito humano do mal, o qual por amor próprio e decisão própria teria que pedir ao Seu Pai pela elevada obra.
E pressentindo aproximou-se do espírito maduro o mistério da providência e onisciência divina. Ele captou no espírito, o que ainda não havia sido decidido no Santo Graal.
Is-ma-el, porém, foi soerguido nessa hora, e a pequena e sábia boca da Mãe primordial falou a ele os conselhos e as instruções para o futuro caminho do Filho. Feliz, Is-ma-el sabia agora que ele havia completado a sua tarefa, que o havia preparado para o cumprimento de sua convocação.
E ele deu-se em agradecimento às correntes universais do amor de Deus-Pai e aguardou os Seus mandamentos.
Esse foi o caminho de Is-ma-el para o reconhecimento do mal e para a execução de um golpe, o qual ele deveria aplicar contra este.
Ele viu e vivenciou o atuar funesto do pecado com aquele saber maduro sobre as consequências, as quais não haviam sido reveladas previamente até agora a nenhum espírito humano. Com isso ele chegou novamente um passo mais perto do caminho do desenvolvimento para o ato de libertação e compreendeu o que decidiu, no futuro, o sagrado tecer da vontade de Deus.
A Mãe primordial Elisabeth chamou-o pelo seu nome e ele despertou em seu resplendor sobre uma campina flutuante de flores de luz.

“Teu caminho através da Criação está apenas no começo, mas o amor de Deus, teu Senhor se inclina e sempre de novo tu deverás sorver a Luz de tua Pátria em curtos intervalos de tua peregrinação”. Repousando na paz do Senhor, Is-ma-el irá despertar para força plena e, olhando para trás, só então reconhecer plenamente o que ele experimentou no invólucro de sua mudança. Todas as vendas foram-lhe soltas e ele poderá se alegrar com o seu saber.
E Is-ma-el entrou no elevado Templo da iniciação e aguardou lá as revelações do Senhor.
E visto, no sonante cristal de Luz que estava recolhido no cálice da concepção, e de cima, vindo do Espírito Santo, soaram vozes.
Advertindo, despertando, consolando e ameaçando ao mesmo tempo, ressoaram esses tons oriundos da Luz de Deus, e ao mesmo tempo Is-ma-el ficou ciente de sua configuração. Ele viu o poder, a força e a magnificência do Eterno no Seu trono.
Uma profusão ofuscante de cores irradiava da Luz de Sua magnificência, e da profusão desse turbilhão de Luz ergueu-se a figura do Espírito da Verdade. Imanuel saiu do Pai e suas brancas correntes de Deus pulsavam Dele para baixo, em Parsival, e novamente para cima até o Pai.
E Is-ma-el ouviu a voz do Filho falando com o Pai e ele estava, escutando em devoção, totalmente absorto na sagrada deliberação do Altíssimo.
Um sagrado orar preencheu as esferas, que reconhecendo vibraram em conjunto na corrente de Luz de Deus:
“Dá-me a realização através da salvação do espírito humano, Pai, pois veja, Lúcifer tornou-se a ruína para eles. Não permita que se perca um grão de Tua amada sementeira!”
“O germe espiritual traz em si a força do livre-arbítrio! Justiça, amor e pureza repousam nessa força, as quais eu coloquei nele no expandir da minha vontade. O germe espiritual tem o que a ele pertence!”
“Pai, o Amor implora e correm as lágrimas da Pureza por causa dos poucos que ainda são bons, e que sucumbem com isso para a morte devido ao mal.”

Em canto soavam as irradiações que vêm da vontade do Pai, a justiça, amor e pureza, carregadas como pedido diante do trono do Sempiterno. E o cordeiro olhou, o qual queria vivenciar toda a dor do mundo para a salvação do germe espiritual, silencioso, requerendo a concessão junto ao Pai.
Os olhos de Luz do Senhor abrangeram o amor da trindade e tornou-se uno na decisão com o conselho da Sua vontade, eternamente una no Pai assim como no Filho.
E desceu a concessão para a realização do ato de salvação no atuar da trindade de Deus e na lei de sua perfeição. E foi acatado esse Amém do Pai no tecer de seu cumprimento, e o início desse movimento circular repousou no cálice da vida: Parsival, o Santo Graal.




Trecho extraído da obra IS-MA-EL (em manuscrito):