quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Série: Enteais XII






Série: Enteais – entes da natureza

A Dança dos Silfos

por Geoffrey Hodson

Visto num lapso aéreo de visão formada desde um vislumbre em alturas distantes, um provável guia angélico atento na direção do alto, abriu seus braços junto a seu condizente chamado, com o efeito instantâneo de aproximar povoadas ordens de entes do ar, até o gramado um pouco acima, de onde até então ele se encontrava ereto. Enquanto desciam, os Silfos já se agrupavam, e suas auras produziam o efeito de nevoentas formas, na maioria das vezes similares ao cor-de-rosa, com brilho intensamente irradiante, cuja atmosfera trazida inspirava a sensação de abundante alegria, como de um grupo de crianças libertas da escola naquele assim parecido momento que propriamente significava o contrário, pois o suposto “anjo” os chamara da real liberdade flutuante das alturas, para um servir pelo tema na dança dos silfos.     
A convocação consistia de uma corrente altamente concentrada de força revestida de matéria mental do pensamento impulsivo por sua vontade dominante de regente. Na parte superior da aura do “anjo”, algumas pequenas formas brilhavam no ar, com a ponta para cima; a coloração principal em tom rósea, e as pontas em feixes azuis metálico, golpeavam cada silfo, pelo alerta de sua descida, cuja reação demonstrava que sua vontade equivalia a uma ordem. Ao sorrir espontaneamente para eles, raios róseos de amor brilharam dos silfos para o dito “anjo”, voltando dele, pela sua aura em consentânea resposta de afeto, tanto mais teor de semelhante colorido luminoso. De sua aura lateralmente brotaram duas irradiações similares a asas, que em seguida envolveram o grupo de silfos como estímulos luminosos vindos dele, pela sua regência. Pelas asas era mantido o compasso, de um movimento contínuo, gracioso, amplo e oscilante para frente e para traz; entre ambos, maestro e regidos, com cada batida de “asas” vertendo-lhes mais vida e amor, suprindo-os com intensa alegria até o estado de um enlevo geral sublime.
Os silfos manifestavam um para o outro, imensa afeição recíproca, estando muitos deles “eretos”, com os braços abertos no ponto de se apoiarem uns sobre os outros. Terminadas essas felicitações, iniciou-se um movimento coordenado, dispondo-se todo o grupo em fileiras circulares, na forma de uma flor convolvulácea. Um silfo, especialmente marcava o centro, três formavam um círculo em volta dele, com grande parte voltada para o meio; o restante em diversificações circulares, na forma cada vez mais ampla que o precedente, luzindo a partir da luz rósea variações pelas cores naturais de suas auras entre mutantes nuance de uma opala.
Então, toda a “flor” começou a girar; os silfos movendo-se todos juntos e mantendo com perfeição a forma convolvulácea de início. Em suas faces estampava-se uma expressão de prazer, com seus longos “cabelos” flutuando e suas diáfanas vestimentas misturadas numa expressão de perfeita unificação entre pensamento, sensação e sentimento.
Eles giravam com rapidez numa cadência crescente, até o maestro dar o sinal de moderação, levantando a mão direita acima de sua cabeça. Com isso, o grupo todo que ainda continuava girando pela mantida coreografia em flor, desacelerando imperceptivelmente numa elevação magistral para as alturas espaciais, com o encanto visual de cada círculo num lapso maior de rapidez se abrindo em fileiras até fragmentar-se ao número de dois a três silvos, em que na dança permaneciam rodando e subindo na forma de flor, qual imagem finda brilhante no céu como estrela. Concluiu-se assim o espetáculo natural por oferenda da unidade universal em arte, com amor e alegria na recíproca purificação daquela localidade marcada como palco especialmente escolhido para prestar reverência pela vida...
     
extraído do livro: O Reino dos Deuses – de Geoffrey Hodson









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