Encontro com os seres da natureza
por Eduard Hosp Porto
(continuação)
Ver a natureza, Enxergar seus Entes - II
O corpo físico não é, por isso, o verdadeiro ser
humano, mas apenas um instrumento... Os olhos do corpo físico pertencem a esse
instrumento. Não são eles próprios que “vêem”, mas aquele que se utiliza dos
olhos: o espírito, nosso verdadeiro “Eu”. Exatamente como uns óculos, um
binóculo ou um microscópio são instrumentos dos olhos, que transmitem – por
meio do cérebro – informações visuais do espírito.
Assim como o
espírito tem, portanto, a necessidade de tomar para si um corpo
correspondentemente grosso material, para poder atuar no mundo físico, ele
também tem de envolver com a espécie própria dos outros planos. Enquanto o
espírito, em seu percurso descendente do Paraíso até a Terra, desce de um plano
ao outro, um invólucro após outro se colocam ao seu redor, envolvendo-o qual um
manto – um sobre o outro. Assim todos nós trazemos muitos corpos diferentes em
torno de nós, de acordo com as diversas planícies que passarmos em nosso
percurso vindo do Reino Espiritual. E todos esses invólucros estão munidos de
“instrumentos”, ou seja, órgãos, que nos permitem atuar sobre a respectiva
planície e acolher impressões dela. Cada um desses invólucros possui, portanto,
também olhos.
Aqui se levanta a
questão, por que essa “diversidade” de olhos não permite, de modo totalmente
natural, a visão de nossos corpos mais finos, ou seja, dos respectivos planos
da Criação. Por que não vemos todos os mundos de uma só vez?
Isto ocorre,
porque os diversos olhos de constituições diferentes não funcionam todos ao
mesmo tempo. Normalmente estão abertos apenas os olhos do invólucro mais denso
e mais externo, trazendo ao espírito as informações necessárias à consciência.
Se recebêssemos ao mesmo tempo impressões de diversos planos, teriam de surgir
daí percepções confusas, com as quais não saberíamos o que fazer. Portanto,
sempre se encontra aberto apenas um par de olhos. Por ocasião de exceções,
porém, também pode se abrir um outro par – este é o caso em pessoas mediúnicas.
A Capacidade Mediúnica
Uma pessoa
mediúnica também enxerga habitualmente com os olhos de seu corpo físico, assim
como todos nós. Contudo, temporariamente ela pode – enquanto a visão dos olhos
terrenos é “desligada” – perceber coisas
que usualmente são denominadas como “não existentes”, por não poderem ser
vistas de forma material e terrena.
Contudo, tal
pessoa as vê; o outro par de olhos de constituição não material as transmite ao
seu espírito. Quando levarmos em consideração o ser humano por completo, isto
é, tanto a parte material (o corpo físico) como também a imaterial (os corpos
mais finos e o espírito), então a capacidade mediúnica é algo totalmente
natural.
Contudo, esta
capacidade se apresenta de diversas maneiras. Nenhuma pessoa mediúnica ou
vidente pode ver todos os planos da Criação; geralmente trata-se de certo modo
de “especialistas” – e entre eles existem alguns que estão sintonizados na
“frequência” dos entes da natureza. Mas também aqui, nem todas as pessoas
mediúnicas vêem da mesma maneira. Na maioria das vezes são os mais densos seres
da natureza que podem ser vistos, portanto, sobretudo ondinas e gnomos, que
atuam no elemento água e terra. Entes de constituição mais etérea, que se
ocupam com o fogo e o ar, são bem mais raros de serem vistos.
O que as pessoas
mediúnicas vêem são corpos de uma matéria mais fina. Os seres da natureza, não
trazem portanto nenhum invólucro grosso material, como nós durante nossa vida
terrena, mas sim um corpo de constituição do “além”. Por esse motivo eles podem
(da mesma forma como, por exemplo, ondas de rádio) passar através de muros e de
outros obstáculos grosso materiais que se encontrem à sua frente, como se esses
não existissem.
Devido ao fato dos
entes da natureza não possuírem um corpo grosso material, podem também ser vistos
por pessoas cegas – tão logo estas forem capacitadas à mediunidade. Em tais
casos excepcionais os olhos do corpo físico não funcionam de fato, mas sim
aqueles do respectivo invólucro mais fino. Assim escreve uma pessoa cega de
nascença:
“Quando criança eu
brincava com prazer com anões e elfos. Eu os conhecia e os compreendia. No que,
porém, se referia ao mundo físico, meus pais e educadores tinham de me abrir o
acesso a ele através de uma condução concreta e sistemática, pois eu havia
nascido cego. O “outro mundo”, como eu o chamava – ninguém. Às vezes eu queria
falar com outras pessoas a respeito, deixá-las participar daquilo que eu
vivenciava. Quando eu era pequeno elas me ouviam com paciência e concordavam
comigo. Mais tarde – e quando elas pensavam que era conveniente – elas se
esforçavam, por banir esse “outro mundo” de meu espírito. Elas me diziam, que
temos que aprender a distinguir o que é real, daquilo que só vive em nossa
imaginação. (...) Contudo, eu não ‘acreditava’ nesses seres, eu os vivenciava e
assim comecei a sofrer com meu grande e primeiro problema de vida. Ao seguir os
adultos, eu tinha de acreditar naquilo que eu não via.”
A possibilidade de
ver os entes da natureza com outros olhos, do que os do corpo grosso material
está ancorada potencialmente em cada ser humano. Ela, porém, surge quando são
cumpridas condições bem especiais.
(continua)
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