terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Seres da Natureza XVIII






Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Ver a natureza, Enxergar seus Entes - II

O corpo físico não é, por isso, o verdadeiro ser humano, mas apenas um instrumento... Os olhos do corpo físico pertencem a esse instrumento. Não são eles próprios que “vêem”, mas aquele que se utiliza dos olhos: o espírito, nosso verdadeiro “Eu”. Exatamente como uns óculos, um binóculo ou um microscópio são instrumentos dos olhos, que transmitem – por meio do cérebro – informações visuais do espírito. 

Assim como o espírito tem, portanto, a necessidade de tomar para si um corpo correspondentemente grosso material, para poder atuar no mundo físico, ele também tem de envolver com a espécie própria dos outros planos. Enquanto o espírito, em seu percurso descendente do Paraíso até a Terra, desce de um plano ao outro, um invólucro após outro se colocam ao seu redor, envolvendo-o qual um manto – um sobre o outro. Assim todos nós trazemos muitos corpos diferentes em torno de nós, de acordo com as diversas planícies que passarmos em nosso percurso vindo do Reino Espiritual. E todos esses invólucros estão munidos de “instrumentos”, ou seja, órgãos, que nos permitem atuar sobre a respectiva planície e acolher impressões dela. Cada um desses invólucros possui, portanto, também olhos.
Aqui se levanta a questão, por que essa “diversidade” de olhos não permite, de modo totalmente natural, a visão de nossos corpos mais finos, ou seja, dos respectivos planos da Criação. Por que não vemos todos os mundos de uma só vez?
Isto ocorre, porque os diversos olhos de constituições diferentes não funcionam todos ao mesmo tempo. Normalmente estão abertos apenas os olhos do invólucro mais denso e mais externo, trazendo ao espírito as informações necessárias à consciência. Se recebêssemos ao mesmo tempo impressões de diversos planos, teriam de surgir daí percepções confusas, com as quais não saberíamos o que fazer. Portanto, sempre se encontra aberto apenas um par de olhos. Por ocasião de exceções, porém, também pode se abrir um outro par – este é o caso em pessoas mediúnicas.

A Capacidade Mediúnica

Uma pessoa mediúnica também enxerga habitualmente com os olhos de seu corpo físico, assim como todos nós. Contudo, temporariamente ela pode – enquanto a visão dos olhos terrenos é “desligada”  – perceber coisas que usualmente são denominadas como “não existentes”, por não poderem ser vistas de forma material e terrena. 
Contudo, tal pessoa as vê; o outro par de olhos de constituição não material as transmite ao seu espírito. Quando levarmos em consideração o ser humano por completo, isto é, tanto a parte material (o corpo físico) como também a imaterial (os corpos mais finos e o espírito), então a capacidade mediúnica é algo totalmente natural.
Contudo, esta capacidade se apresenta de diversas maneiras. Nenhuma pessoa mediúnica ou vidente pode ver todos os planos da Criação; geralmente trata-se de certo modo de “especialistas” – e entre eles existem alguns que estão sintonizados na “frequência” dos entes da natureza. Mas também aqui, nem todas as pessoas mediúnicas vêem da mesma maneira. Na maioria das vezes são os mais densos seres da natureza que podem ser vistos, portanto, sobretudo ondinas e gnomos, que atuam no elemento água e terra. Entes de constituição mais etérea, que se ocupam com o fogo e o ar, são bem mais raros de serem vistos.
O que as pessoas mediúnicas vêem são corpos de uma matéria mais fina. Os seres da natureza, não trazem portanto nenhum invólucro grosso material, como nós durante nossa vida terrena, mas sim um corpo de constituição do “além”. Por esse motivo eles podem (da mesma forma como, por exemplo, ondas de rádio) passar através de muros e de outros obstáculos grosso materiais que se encontrem à sua frente, como se esses não existissem.
Devido ao fato dos entes da natureza não possuírem um corpo grosso material, podem também ser vistos por pessoas cegas – tão logo estas forem capacitadas à mediunidade. Em tais casos excepcionais os olhos do corpo físico não funcionam de fato, mas sim aqueles do respectivo invólucro mais fino. Assim escreve uma pessoa cega de nascença:

“Quando criança eu brincava com prazer com anões e elfos. Eu os conhecia e os compreendia. No que, porém, se referia ao mundo físico, meus pais e educadores tinham de me abrir o acesso a ele através de uma condução concreta e sistemática, pois eu havia nascido cego. O “outro mundo”, como eu o chamava – ninguém. Às vezes eu queria falar com outras pessoas a respeito, deixá-las participar daquilo que eu vivenciava. Quando eu era pequeno elas me ouviam com paciência e concordavam comigo. Mais tarde – e quando elas pensavam que era conveniente – elas se esforçavam, por banir esse “outro mundo” de meu espírito. Elas me diziam, que temos que aprender a distinguir o que é real, daquilo que só vive em nossa imaginação. (...) Contudo, eu não ‘acreditava’ nesses seres, eu os vivenciava e assim comecei a sofrer com meu grande e primeiro problema de vida. Ao seguir os adultos, eu tinha de acreditar naquilo que eu não via.”

A possibilidade de ver os entes da natureza com outros olhos, do que os do corpo grosso material está ancorada potencialmente em cada ser humano. Ela, porém, surge quando são cumpridas condições bem especiais.
 


(continua)









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