Lembranças das minhas vivências do Graal
A Época de Tutzing
Out/ 1926 a Fev/1928
por Elisabeth Gecks
(continuação)
Abdrushin precisava dedicar-se
totalmente em dar a Mensagem aos seres humanos, que começavam a procurá-lo.
Frau Maria dedicava-se exclusivamente a pessoas doentes. Digo também o primeiro
círculo de aprendizes podia vir semanalmente até ele; ele lia e discutia de
acordo com a sequência, do novo que havia escrito. Que vivência era isto para
nós! O Senhor nos chamava de “noviços” e falava da “ordem do Graal”, que
deveria surgir. Nós podíamos perguntar aquilo que nos movimentava; podíamos
perguntar tudo. Abdrushin dizia que ele também queria reconhecer através de nós
e nossas perguntas e assimilação, o que os seres humanos precisavam e como eles
poderiam assimilar sua Palavra. Ele falou pela primeira vez do seu nome
espiritual “Abdrushin”, do servir ao Graal e ser convocado. Ele também disse
que isso exigia um humanismo puro, mas não era necessário nenhum monastério.
Antes do meu tempo Abdrushin
havia dado uma vez o mandamento, que as
pessoas não deveriam dar-se as mãos ao se cumprimentarem. A troca de
irradiações aí seria muitas vezes bem inadequada. Na verdade, também podemos
ser receptores nos casos especiais, que nos são concedidos. – Como, porém, os
seres humanos, no desconhecimento das leis da Criação, em geral, não
compreendiam e para pessoas estranhas isso havia se tornado muitas vezes um
obstáculo; ele suspendeu novamente esta determinação.
Era-me permitido ir toda semana
uma tarde e uma noite ao lar, ao mesmo tempo não hospitaleiro. Também meu
marido era às vezes convidado e se comportava cheio de veneração para com o
Senhor e a Senhora Bernhardt; ele também se ocupava com a Mensagem, mesmo ainda
ele não reconhecendo realmente Jesus; pois ele precisou de dois anos, até que
superasse a si mesmo, e o Senhor nunca falava de si próprio. Ele esclarecia
erros nas opiniões dos seres humanos e das igrejas, ampliava a visão. Ao meu
marido ele transmitia anseio pela Luz, despertava o religioso através de sua
Palavra e de seu ser. As pessoas eram atraídas por ele, assim como meu marido;
todo o aspirar mais elevado era beneficiado ou também apenas despertado. Assim
também no meu casamento surgira novamente uma alegre esperança. Na verdade,
quando tínhamos que carregar algo, meu marido sempre pegava de mim aquilo que
eu havia carregado, exatamente a partir da ponte, que passava naquela época
sobre a linha férrea e a qual podia ser vista da sacada da casa do Senhor e da
qual Abdrushin já procurava nos avistar. Isso me corroia então; eu intuía isso
como ilegítimo. Como sempre o Senhor intuiu meu pensamento e o meu
descontentamento e esclareceu-me, que eu não deveria me aborrecer com isso. O
fato de meu marido querer parecer como outra pessoa diante Dele, poderia ser o
início para ser realmente assim, como ele gostaria de deixar transparecer,
contudo, eu não deveria sobrecarregá-lo com pensamentos de repulsa. Assim o
pequeno acontecimento tornou-se uma vivência e um reconhecimento benéfico.
O Senhor, Frau Maria e a
senhorita Irmingard vinham com frequência para a cidade e também até nossa
casa, quando não iam até a residência da família Luft na Rua Möhlstraße
25. O senhor Luft tinha grande admiração por ambos, contudo ele não se ocupava
com a Mensagem e por isso não os reconhecia; ele gostava deles apenas como
pessoas. Era sempre uma alegria quando ambos vinham com a senhorita Irmingard e
nós podíamos preparar uma agradável refeição. O Senhor também não recusava um
copo de vinho nobre, enquanto a senhorita irmingard ainda se alegrava
totalmente como uma criança com o sorvete de baunilha. Sempre me tocou
profundamente, com que alegria o Senhor aceitava tudo e como ele agradecia pela
menor atenção, enquanto que nós é que tínhamos que agradecer. Quando eu, como
“dona de casa” – como ele dizia –, era-me permitido sentar-me ao lado Dele à
mesa, sempre me esteve profundamente consciente, exatamente devido a sua
simplicidade e bondade no dar-se, quão elevado e distante ele se encontrava de
nós e qual presente ele também nos dava por meio da existência humana singela.
Ele vivia a lei do dar e receber diante de nós.
(continua)
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