terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Seres da Natureza XVII







Encontro com os seres da natureza

por Eduard Hosp Porto

(continuação)

Ver a natureza, Enxergar seus Entes

Por que não podemos enxergar sem mais nem menos os seres da natureza?

Ver, para crer?

Eu quero ver para crer...

Esse pensamento fundamental vem à expressão por ocasião de muitas discussões a respeito de algo em geral invisível e por isso também é frequentemente utilizada em relação aos seres da natureza.
O modo de se observar o mundo segundo o lema “O que eu não posso ver, também não existe”, parece ser totalmente lógico: O que não é visível, não possui forma e o que não possui forma, não existe.
Contudo existem muitas coisas, cuja existência é uma certeza para nós, às quais arrumamos convictos um lugar em nossa concepção mundial e as quais também utilizamos para nossas atividades diárias – e que apesar disso jamais vimos. 
Pensemos, por exemplo, na eletricidade, da qual nossa sociedade é tão dependente, na estrutura do átomo (nos elétrons que circundam o núcleo) ou nas ondas de rádio e televisão, que perpassam ininterruptamente o espaço. Tudo isso não podemos perceber diretamente com os nossos sentidos, mas apenas em seus efeitos. E quem se atreveria hoje em dia a questionar a existência da força da gravidade ou das forças magnéticas sob o pretexto delas serem invisíveis?
Ou dos raios ultravioletas e infravermelhos?
Nos também estamos convictos de possuirmos, como seres humanos, uma livre vontade – contudo, ninguém pode enxergar essa vontade como tal. Nossos pensamentos, sentimentos e intuições são igualmente “coisas evidentes, mas invisíveis”.
Esses exemplos mostram que nem sempre é necessário ver algo para se estar convicto dele. Portanto, é um raciocínio involuntariamente falso considerar de antemão como inexistentes elfos, gnomos e outros seres da natureza, apenas porque não o vemos.
Além disso, não é correto afirmar que os entes da natureza são invisíveis. De um modo mais correto deveríamos falar que, em geral eles não podem ser vistos. Pois sempre existiu e ainda existem pessoas que relatam poder perceber os seres da natureza, ou seja, se comunicar com eles.
Mas quão dignos de crédito são tais depoimentos?
É difícil controlar isso, pois exatamente aquelas pessoas que querer emitir um julgamento a respeito, carecem do dom de enxergar os seres da natureza.
Levantemos por isso de forma genérica a questão, se pode ser possível que certas pessoas sejam capazes de ter uma percepção maior do que outras, portanto, que elas possam abranger visualmente uma realidade, que permanece fechada à pessoa comum. Para encontrarmos uma resposta a esta questão, temos que primeiramente nos ocupar mais pormenorizadamente com o que significa realmente “ver”.

O que significa “ver"?

Ver é uma capacidade que nós possuímos, para captarmos a realidade ao nosso redor com o auxílio de nossos olhos. Nossa visão limita-se à apreensão de apenas um aspecto de nossa total realidade; para a percepção de sons, cheiros, sabores ou toques que outros órgãos sensoriais são responsáveis: ouvidos, nariz, boca e tato. Cada sentido só percebe aquilo que corresponde a sua igual espécie. Essa relação percebe aquilo que corresponde a sua igual espécie. Essa relação compara-se à relação entre um rádio e as diversas emissoras de rádio. Se o receptor estiver sintonizado em um determinado comprimento de onda, então ele pode receber as transmissões enviadas naquela frequência. Contudo, as inúmeras outras transmissões que são enviadas em comprimentos de ondas diferentes não lhe são acessíveis, apesar delas existirem de fato.
Também nossos olhos só podem “receber” aquilo, que corresponde a sua igual espécie. E é uma restrição totalmente natural a que eles – bem como também todos os outros órgãos sensoriais do corpo – estão submetidos, a matéria física. Como nossos olhos pertencem eles mesmos ao corpo material, também só podem captar aquilo, que possui a mesma materialidade deles. Tudo o que é imaterial tem de lhes ficar oculto. Com o “imaterial” é intencionado tudo aquilo que não pertence à grossa materialidade do plano terreno.  
Contudo, o plano material não é o único plano existencial que consta na Criação – mesmo que a tal afirmação seja, talvez, difícil de ser aceita por pessoas particularmente materialistas. Jesus falou de “muitas moradas” na “casa de seu Pai”, e para a maioria dos cristãos, é no mínimo incontestável que além do nosso mundo grosso material, no qual nos encontramos atualmente, também fora criado um mundo espiritual, chamado Paraíso.
De fato, esse Reino Espiritual é o mundo do qual nós seres humanos, nos originamos. Contudo, entre o Paraíso e o plano terreno existem mais planos da Criação que, de cima para baixo, se foram tornando cada vez mais densos e aos quais também se encontram espíritos humanos para cumprirem seu caminho de desenvolvimento, antes de poderem ingressar novamente no plano espiritual.
Todos esses âmbitos da Criação atuam um com o outro e entrelaçados entre si, mas – com exceção do plano terreno – eles são de espécie totalmente diferente da dos olhos do nosso corpo físico. Por causa disso, esses planos não podem ser enxergados sem mais nem menos. Eles se encontram além da nossa capacidade de percepção visual (bem como da de nossos outros sentidos) – a palavra além, como denominação para os demais planos expressam bem essa situação.
Como o espírito humano tem sua origem no plano espiritual, ele tem, se quiser atuar sobre a Terra material, que trajar um invólucro de mesma densidade – portanto, o corpo terreno. Sem este o espírito não poderia assimilar nada do mundo material, nem mesmo atuar nele.
O corpo físico não é, por isso, o verdadeiro ser humano, mas apenas um instrumento que o espírito necessita. Os olhos do corpo físico pertencem a esse instrumento. Não são eles próprios que “vêem”, mas aquele que se utiliza dos olhos: o espírito, nosso verdadeiro “Eu”. Exatamente como uns óculos, um binóculo ou um microscópio são instrumentos dos olhos, que transmitem – por meio do cérebro – informações visuais do espírito. 

(continua)



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