Lembranças das minhas vivências do Graal
A Época de Tutzing
Out/ 1926 a Fev/1928
por Elisabeth Gecks
(continuação)
Na época de Tutzing Abdrushin
também ia muitas vezes ao cinema. Certamente ele pôde reconhecer com isso
muitas coisas, que ele necessitava para compreensão e conhecimento da espécie
humana, a fim de nos auxiliar. Muitas vezes ele também se alegrava com isso,
como no filme “Robert Koch”. Várias vezes era-me permitido ir junto e eu
aprendia a observar tudo a partir da Mensagem. Às vezes eles também gostavam de
ir à ópera e os dramas musicais de Wagner eram os preferidos. Em “Madame
Butterfly” a música também alegrou, mas especialmente bela foi uma apresentação
da “Zauberföte” (Flauta Mágica) de Mozart, a qual foi uma vivência bem especial
para mim. Aliás, música ele amava muito, bons discos ou também cantores
alegravam-no, já que as ondas dos sons se ligam com esferas mais elevadas. De
fato ele disse, que tudo isso era apenas um fraco pressentimento e que a
verdadeira música do Graal teria ainda que ser descoberta um dia por
convocados, que poderiam e deveriam captá-las realmente de esferas mais
elevadas através de “Cecílie”. Depois
da vivência de Wagner “O Holandês Voador” Abdrushin falou bem sério sobre os
falsos pensamentos de libertação, nos quais os seres humanos se enredam, assim
como certas lendas também o reproduziam, as quais antigamente eram construtivas
e nas quais mais tarde foram inseridas num sentido errado. Tratava-se de uma
época, conhecida a todos nós, sobre a concepção de que uma pessoa pura, nobre –
em geral uma mulher – pudesse libertar de fato espiritualmente certa outra
pessoa decaída ou doente, sacrificando-se por meio da morte. Reside nisso
certamente uma lembrança de um antigo saber, que a mulher era mais ligada à Luz
do que o homem. Contudo, jamais alguém pode tomar sobre si a culpa de outras
pessoas, a quem ela deseja ajudar; cada um deve resgatar a sua própria. Se
alguém quiser libertar a outrem ao por ele próprio um fim a sua vida, então
isso é apenas algo errado. Ele se sobrecarrega a si mesmo de culpa, sem poder
libertar o outro. Nós não temos o direito de dispor de tal maneira sobre a nossa
vida.
O glorificado ato de salvação de Senta era uma suposição injustificada,
um total desconhecimento das leis da Criação.
“Como
os seres humanos se enredaram em concepções errôneas!” exclamou ele
descontente. O holandês apenas teria
podido encontrar salvação, através do fato de não querer realizar mais o
sacrifício desejado e evitar a sua morte. Com isso ele teria optado pelo
certo, o qual realmente podia libertá-lo. Assim Abdrushin esclareceu essa lei
da Criação e o conceito errôneo, que eu também trouxera em mim até então. O
modo de ser e a maneira de pensar de Senta
sempre havia encontrado muita ressonância em mim. Agora eu estava livre disso.
Assim se podia reconhecer sempre tudo, qualquer que fosse a vivência com
Abdrushin, com o grande anseio de se tornar correto. Uma vez, isso foi mais
tarde na Montanha, eu me queixei ao Senhor:
“Ah, quando nos tornaremos
finalmente perfeitos?”
“Nunca”, disse ele em resposta a isso e completou:
“Todo o esforçar-se é infinito, tem que prosseguir sempre adiante, não há
limite no desenvolvimento, mesmo para o espírito puro, que pode ascender ao seu
plano de origem, no assim chamado Paraíso. Os planos são lá infinitos.
Perfeição nesse sentido ocasionaria o cessar do esforço e aí a parada. Parada,
porém, é retrocesso. Na Luz tudo é Movimento; Perfeição no sentido intencionado pela senhora não existe, apenas
um contínuo esforçar-se rumo às amplidões infinitas do reino espiritual. Um
espírito humano ‘perfeito’ é aquele que, em sua peregrinação pela
materialidade, tornou-se por fim, por meio de seu esforçar-se, tão purificado e
luminoso, que tudo o que é material pode soltar-se dele e ele pode então,
novamente como espírito que se tornou consciente, agora desenvolvido, por meio
de seu elevado esforço, ingressar ao reino espiritual, que é eterno, para poder
então viver conscientemente lá, esforçar-se e atuar na vontade de Deus. Mas
também lá esforçar-se-á sempre adiante. Ao seu desenvolvimento, nos planos de
sua espécie, não é imposto nenhum limite, pois esses planos espirituais também
são infinitos em sua espécie.” – –
(continua)
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