quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Lembranças do Graal XVI







Lembranças das minhas vivências do Graal

A Época de Tutzing


Out/ 1926 a Fev/1928

por Elisabeth Gecks

(continuação)

Na época de Tutzing Abdrushin também ia muitas vezes ao cinema. Certamente ele pôde reconhecer com isso muitas coisas, que ele necessitava para compreensão e conhecimento da espécie humana, a fim de nos auxiliar. Muitas vezes ele também se alegrava com isso, como no filme “Robert Koch”. Várias vezes era-me permitido ir junto e eu aprendia a observar tudo a partir da Mensagem. Às vezes eles também gostavam de ir à ópera e os dramas musicais de Wagner eram os preferidos. Em “Madame Butterfly” a música também alegrou, mas especialmente bela foi uma apresentação da “Zauberföte” (Flauta Mágica) de Mozart, a qual foi uma vivência bem especial para mim. Aliás, música ele amava muito, bons discos ou também cantores alegravam-no, já que as ondas dos sons se ligam com esferas mais elevadas. De fato ele disse, que tudo isso era apenas um fraco pressentimento e que a verdadeira música do Graal teria ainda que ser descoberta um dia por convocados, que poderiam e deveriam captá-las realmente de esferas mais elevadas através de “Cecílie”. Depois da vivência de Wagner “O Holandês Voador” Abdrushin falou bem sério sobre os falsos pensamentos de libertação, nos quais os seres humanos se enredam, assim como certas lendas também o reproduziam, as quais antigamente eram construtivas e nas quais mais tarde foram inseridas num sentido errado. Tratava-se de uma época, conhecida a todos nós, sobre a concepção de que uma pessoa pura, nobre – em geral uma mulher – pudesse libertar de fato espiritualmente certa outra pessoa decaída ou doente, sacrificando-se por meio da morte. Reside nisso certamente uma lembrança de um antigo saber, que a mulher era mais ligada à Luz do que o homem. Contudo, jamais alguém pode tomar sobre si a culpa de outras pessoas, a quem ela deseja ajudar; cada um deve resgatar a sua própria. Se alguém quiser libertar a outrem ao por ele próprio um fim a sua vida, então isso é apenas algo errado. Ele se sobrecarrega a si mesmo de culpa, sem poder libertar o outro. Nós não temos o direito de dispor de tal maneira sobre a nossa vida.
O glorificado ato de salvação de Senta era uma suposição injustificada, um total desconhecimento das leis da Criação.
 “Como os seres humanos se enredaram em concepções errôneas!” exclamou ele descontente. O holandês apenas teria podido encontrar salvação, através do fato de não querer realizar mais o sacrifício desejado e evitar a sua morte. Com isso ele teria optado pelo certo, o qual realmente podia libertá-lo. Assim Abdrushin esclareceu essa lei da Criação e o conceito errôneo, que eu também trouxera em mim até então. O modo de ser e a maneira de pensar de Senta sempre havia encontrado muita ressonância em mim. Agora eu estava livre disso. Assim se podia reconhecer sempre tudo, qualquer que fosse a vivência com Abdrushin, com o grande anseio de se tornar correto. Uma vez, isso foi mais tarde na Montanha, eu me queixei ao Senhor:

Ah, quando nos tornaremos finalmente perfeitos?

Nunca”, disse ele em resposta a isso e completou:

Todo o esforçar-se é infinito, tem que prosseguir sempre adiante, não há limite no desenvolvimento, mesmo para o espírito puro, que pode ascender ao seu plano de origem, no assim chamado Paraíso. Os planos são lá infinitos. Perfeição nesse sentido ocasionaria o cessar do esforço e aí a parada. Parada, porém, é retrocesso. Na Luz tudo é Movimento; Perfeição no sentido intencionado pela senhora não existe, apenas um contínuo esforçar-se rumo às amplidões infinitas do reino espiritual. Um espírito humano ‘perfeito’ é aquele que, em sua peregrinação pela materialidade, tornou-se por fim, por meio de seu esforçar-se, tão purificado e luminoso, que tudo o que é material pode soltar-se dele e ele pode então, novamente como espírito que se tornou consciente, agora desenvolvido, por meio de seu elevado esforço, ingressar ao reino espiritual, que é eterno, para poder então viver conscientemente lá, esforçar-se e atuar na vontade de Deus. Mas também lá esforçar-se-á sempre adiante. Ao seu desenvolvimento, nos planos de sua espécie, não é imposto nenhum limite, pois esses planos espirituais também são infinitos em sua espécie.” – – 

(continua)












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