Minhas Vivências em Vomperberg
por Helene Westphal
(continuação)
Nesse meio tempo a Colônia do Graal foi se tornando cada
vez mais vazia. Os nazistas ofereceram a alguns moradores da Montanha, para que
ficassem lá em cima e trabalhassem para eles, contudo eles teriam de abjurar do
Senhor. Mas ninguém fez isso, apesar
de muitos não saberem para onde deveriam ir. O senhor Halseband e o senhor
Deubler foram os primeiros que abandonaram a Montanha. Também não era mais a
mesma coisa, pois mal o Senhor havia
deixado a Montanha, formaram-se também dois grupos. Um incluía os fiéis, o
outro, aqueles que abandonaram o Senhor.
Uma tristeza indescritível tinha se apoderado de nós, pois ninguém conhecia o
desenvolvimento que as coisas do Graal tomariam. E quando então o Senhor deixara a Terra prematuramente,
ninguém sabia o que fazer, nós havíamos nos tornado apátridas.
Na época da dissolução da Montanha meu marido também
esteve novamente ali. As crianças e eu nos mudamos para a Suíça, onde as
crianças passaram a frequentar o Instituto Rosenberg em St. Gallen. Meu marido
teve que voltar para a América. Em 1939 ele veio novamente para a Europa, e
pensava que a guerra logo terminaria. No outono de 1942 tivemos então que
voltar para a América, já que surgiram grandes dificuldades, pois não
recebíamos mais dinheiro de lá. Os contatos findaram e só era possível ainda
estabelecer contato através do Departamento de Estado de Washington. Tudo era
uma grande aventura e eu agradecia a Deus, do fundo do coração, de cada noite
que sobrevivíamos. Pouco antes de Hitler invadir a França, havíamos viajado.
Tivemos que esperar quatro semanas em Lisboa e devíamos pegar o avião, mas
viajamos de volta, por fim, com muitas outras pessoas em um pequeno navio
português. Chegamos bem em Baltimore. Uma nova vida iniciou-se. Não se notava
nada da guerra, só pelo fato de meu filho ter sido recrutado um ano mais tarde
para a Marinha. Ele foi para o maior navio de guerra, o “North Carolina”, e
sobreviveu à guerra.
Todos nós morávamos dispersos, separados, sem orientação e
organização e diretrizes, e somente quando Frau
Maria conseguira anular o confisco da Montanha, é que os fiéis puderam
voltar e a Colônia do Graal voltou a viver.
Também Frau Maria
teve de experimentar muitas decepções e muitas vezes ela criticou a presunção
dos portadores da Cruz, pois Ela queria continuar de forma correta a obra
iniciada. Contudo, nós, os mais antigos, havíamos co-vivenciado na época do Senhor como os mais elevados convocados
haviam falhado, não sustentando a magnificência do Senhor no corpo terreno e também como o círculo, que deveria
proteger e apoiar o Senhor,
rompeu-se, dando início a uma corrente de sofrimento, inimizade e perseguição,
não apenas pelos nazistas, mas também pelos adeptos de outrora, por organizações
hostis e coisas semelhantes. Quando Frau
Maria então adoeceu e encontrava-se no hospital em Innsbruck, eu pude
visitá-la uma vez. Com lágrimas nos olhos ela me perguntou: “Senhora Westphal,
será que as pessoas realmente gostam de mim?” – Também ela não confiava mais
nos seres humanos!
E hoje, como estão hoje as coisas? Muitas, muitíssimas
coisas se modificaram. Contudo, também à senhorita Irmingard devemos um grande agradecimento, por ela ter assumido a
difícil e penosa tarefa de continuar a obra do Senhor. Uma nova geração surgiu, ela mostra outras formas de
pensar, tem outras ideias, outros planos. Mas a Mensagem “NA LUZ DA VERDADE”
está aí! Ela vale, inalterada, – para todas as gerações – por toda a
eternidade! De acordo com ela temos que nos orientar, de acordo com os valores
eternos, não de acordo com o breve e defeituoso agir humano! Que cada um de nós
peça diária e insistentemente por energia e força, para servir em fidelidade ao
Senhor e à Sua Obra através de um
incansável atuar! O relógio universal segue imperturbado seu rumo e uma hora o
seu badalar nos chamará para o Juízo – peçamos por força, para que estejamos
preparados.
Trecho do escrito: Minhas Vivências em Vomperberg