quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Minhas Vivências XVI







Minhas Vivências em Vomperberg

por Helene Westphal


(continuação)


Nesse meio tempo a Colônia do Graal foi se tornando cada vez mais vazia. Os nazistas ofereceram a alguns moradores da Montanha, para que ficassem lá em cima e trabalhassem para eles, contudo eles teriam de abjurar do Senhor. Mas ninguém fez isso, apesar de muitos não saberem para onde deveriam ir. O senhor Halseband e o senhor Deubler foram os primeiros que abandonaram a Montanha. Também não era mais a mesma coisa, pois mal o Senhor havia deixado a Montanha, formaram-se também dois grupos. Um incluía os fiéis, o outro, aqueles que abandonaram o Senhor. Uma tristeza indescritível tinha se apoderado de nós, pois ninguém conhecia o desenvolvimento que as coisas do Graal tomariam. E quando então o Senhor deixara a Terra prematuramente, ninguém sabia o que fazer, nós havíamos nos tornado apátridas.
Na época da dissolução da Montanha meu marido também esteve novamente ali. As crianças e eu nos mudamos para a Suíça, onde as crianças passaram a frequentar o Instituto Rosenberg em St. Gallen. Meu marido teve que voltar para a América. Em 1939 ele veio novamente para a Europa, e pensava que a guerra logo terminaria. No outono de 1942 tivemos então que voltar para a América, já que surgiram grandes dificuldades, pois não recebíamos mais dinheiro de lá. Os contatos findaram e só era possível ainda estabelecer contato através do Departamento de Estado de Washington. Tudo era uma grande aventura e eu agradecia a Deus, do fundo do coração, de cada noite que sobrevivíamos. Pouco antes de Hitler invadir a França, havíamos viajado. Tivemos que esperar quatro semanas em Lisboa e devíamos pegar o avião, mas viajamos de volta, por fim, com muitas outras pessoas em um pequeno navio português. Chegamos bem em Baltimore. Uma nova vida iniciou-se. Não se notava nada da guerra, só pelo fato de meu filho ter sido recrutado um ano mais tarde para a Marinha. Ele foi para o maior navio de guerra, o “North Carolina”, e sobreviveu à guerra.

Todos nós morávamos dispersos, separados, sem orientação e organização e diretrizes, e somente quando Frau Maria conseguira anular o confisco da Montanha, é que os fiéis puderam voltar e a Colônia do Graal voltou a viver.
Também Frau Maria teve de experimentar muitas decepções e muitas vezes ela criticou a presunção dos portadores da Cruz, pois Ela queria continuar de forma correta a obra iniciada. Contudo, nós, os mais antigos, havíamos co-vivenciado na época do Senhor como os mais elevados convocados haviam falhado, não sustentando a magnificência do Senhor no corpo terreno e também como o círculo, que deveria proteger e apoiar o Senhor, rompeu-se, dando início a uma corrente de sofrimento, inimizade e perseguição, não apenas pelos nazistas, mas também pelos adeptos de outrora, por organizações hostis e coisas semelhantes. Quando Frau Maria então adoeceu e encontrava-se no hospital em Innsbruck, eu pude visitá-la uma vez. Com lágrimas nos olhos ela me perguntou: “Senhora Westphal, será que as pessoas realmente gostam de mim?” – Também ela não confiava mais nos seres humanos!
E hoje, como estão hoje as coisas? Muitas, muitíssimas coisas se modificaram. Contudo, também à senhorita Irmingard devemos um grande agradecimento, por ela ter assumido a difícil e penosa tarefa de continuar a obra do Senhor. Uma nova geração surgiu, ela mostra outras formas de pensar, tem outras ideias, outros planos. Mas a Mensagem “NA LUZ DA VERDADE” está aí! Ela vale, inalterada, – para todas as gerações – por toda a eternidade! De acordo com ela temos que nos orientar, de acordo com os valores eternos, não de acordo com o breve e defeituoso agir humano! Que cada um de nós peça diária e insistentemente por energia e força, para servir em fidelidade ao Senhor e à Sua Obra através de um incansável atuar! O relógio universal segue imperturbado seu rumo e uma hora o seu badalar nos chamará para o Juízo – peçamos por força, para que estejamos preparados.



Trecho do escrito: Minhas Vivências em Vomperberg