quarta-feira, 22 de agosto de 2018

A Saudade Salvadora IV






A saudade salvadora


por Abdrushin

(continuação)

Portanto, uma longa estada na Terra para conhecer todo o mal humano e também todo o pensar dos seres humanos tem que já ter precedido essa “vinda”, porque com a vinda já há de se iniciar o Juízo e a seguir o auxílio. E auxílio só poderá prestar alguém, que conhece exatamente as fraquezas e as forças.
Tudo isso é muito simples e cada ser humano teria que dizê-lo a si mesmo, se não fosse demasiado indolente espiritualmente para isso, e demasiado indiferente a esse respeito. E ele é indiferente, porque como buscador fala, sim, a respeito, mas no seu íntimo não procura co-vivenciar.
Falta toda e qualquer ligação da intuição interior com as palavras e, com isso, todo apoio verdadeiro. Ele procura! Essa é a única coisa nele, que não pode ser considerada como mentira. Na expressão “procurar” também já reside a resposta, que ele nada encontrou.
Uma vez, porém, que foi prometido pela Luz que todo aquele, que procure sinceramente e com humildade, também encontrará de acordo com a lei, então, isso demonstra que os buscadores, que hoje assim se denominam, não são verdadeiros buscadores, que a todos eles falta o principal para isso, a humildade!

Esta, realmente, não se encontra entre aqueles, que hoje se denominam buscadores, e muito menos justamente lá, onde se fala de humildade! Os seres humanos nem sabem mais o que é humildade no espírito, porque conservam o espírito trancafiado dentro de si pelo seu intelecto, o qual apenas conhece presunção e vaidade e zomba da humildade.
Mas chega disso. Chegou o tempo em que toda a presunção ruirá em si miseravelmente em sofrimento lastimoso, de tal forma, que o ser humano por si mesmo tem que chegar à humildade ou tombará, para nunca mais poder levantar-se. Unicamente o vivenciar ainda é auxílio para a humanidade, que não quer ouvir!
Os buscadores ou os que esperam pela realização enfronharam-se tanto nos próprios pensamentos, que nem mais prestam atenção a outra coisa e, de antemão, enfrentam com desconfiança tudo o que não reside no âmbito dos seus desejos, tendo a recusa já na ponta da língua. Eles nunca chegarão ao reconhecimento, sem passarem pela mais grave aflição!
Milhares de coisas, de antemão, estão contra isso, nada, a favor! Muitos pressupõem, impreterivelmente, uma semelhança da vida na atualidade com a época do Filho de Deus, Jesus, há dois mil anos! Esperam uma peregrinação cheia de renúncias através dos países, sem pensarem sobre o que hoje as autoridades diriam a tal respeito!

Também uma pessoa, hoje, não pode retrair-se sossegada como outrora, para alcançar, no isolamento, a concentração para o despertar. Isso teria suas grandes dificuldades, que em parte nem seriam transponíveis!
Mesmo transpondo todas as dificuldades, não seria possível, sem despertar a suspeita de doença ou de desequilíbrio mental. Sem falar da avidez nociva e inescrupulosa pelo sensacionalismo de muitos jornais, que, frequentemente, na falta de qualquer moral e do mais elementar sentimento de justiça, são capazes de praticar os maiores absurdos.
Também aquilo, que outrora ainda se sabia respeitar e que se considerava um direito pessoal de todo ser humano, que ainda se julgava lógico e natural em tais assuntos, muitos hoje encontrariam nisso apenas razões para justificativas de suspeita, por puro medo de todo o pensar diferente, ou atribuiriam somente intenções fraudulentas à vontade mais honesta, porque todo o pensar do tempo atual está envenenado!
Constitui, porém, uma certeza irrefutável, que somente pode pensar mal de seu próximo, aquele que traz em si mesmo a maldade! Sobre isso, ser humano algum pode argumentar. Somente um perjuro irá supor ou esperar quebra de palavra de outrem, só um mentiroso, uma mentira, um traidor, a traição! E assim é com tudo, é lei irrefutável!

É muito pior hoje do que naquela época, quando Jesus peregrinava aqui na Terra, e hoje nada disso deixaria repetir-se. Para agora, portanto, tudo tem que ocorrer de modo totalmente diferente, isso é evidente.
Não obstante, os seres humanos não querem imaginar um enviado de Deus vestido de fraque ou em um automóvel, enquanto deveriam, pois, saber que também Jesus não se apresentou com vestes sacerdotais, mas, sim, andou bem trajado, de acordo com os costumes daquele tempo e também viveu segundo aquela época. Tudo o que nisso é esperado pelos seres humanos, se encontra sobre base fraca e nada disso se realizará, porque Deus, nas realizações, não se orienta segundo os desejos humanos.
Os seres humanos, no entanto, estão demasiadamente distantes de todo o acontecer divino e pensam de modo demasiado mesquinho e terrenal para, em suas concepções, ainda poderem se aproximar das realizações vindouras. Encontram-se afastados da Verdade, assim como sempre foi. A maior parte, porém, de qualquer forma, não tem absolutamente tempo nem vontade para ocupar-se com isso! Como sempre, quando para a humanidade era preciso assimilar algo da Luz ou ter de fazer algo para a própria salvação.

Em primeiro lugar, para eles, vem o terrenal, e para tudo o mais, na correria cada vez mais crescente, não sobra tempo algum! E se alguma vez houver uma hora de calma, então, esses seres humanos, tão inutilmente extenuados, querem, como compensação, somente distrações ou esporte, nada mais.
Eu vos digo, ó seres humanos, negligenciastes o principal para vós, e vossa separação já está concluída para o Juízo! Vós próprios vos separastes sob a pressão aumentada da Luz, que tudo desencadeia na sacrossanta vontade de Deus. Sem parar, tudo caminha agora para o fim! O fim, no entanto, somente para a pequena parte constitui uma nova vida na graça resplandecente do amor de vosso Criador, para todos os demais, porém, a eterna condenação e queda para a decomposição. Também não vos resta mais tempo para a costumeira ponderação demorada, que até agora jamais fez nascer uma resolução. Vós sois indolentes demais para a verdadeira vida, e, para a volta, falta-vos, com a humildade, tudo.
AMÉM.



Dissertação nº 09 – do livro Ressonâncias II