quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Lembranças do Graal IX







Lembranças das minhas vivências do Graal

por Elisabeth Gecks

(continuação)

Por volta do outono eu pude ir novamente a Igls. Fora-me permitido vivenciar indescritíveis oito dias na casa do Senhor e também juntamente com ele e a Srta. Irmingard, que se tornava uma jovem moça, - ela estava com mais ou menos 16 anos – eu fazia frequentemente passeios pela floresta ou mesmo caminhadas mais longas pela região montanhosa ainda intocada e especialmente bonita. Às vezes também participavam os dois outros e Frau Maria, a qual, em geral, não era muito a favor de caminhar. “Eu devo utilizar esta época de agora para caminhar pelas belas florestas e fortalecer assim meu corpo. Mais tarde eu não terei mais tempo para isso”, dizia o Senhor. Ele ficava então frequentemente tão feliz e tão leve, alegrava-se com tudo, até mesmo com a alegria das crianças. Quando encontrávamos bons cogumelos, que eu sabia indicar e por eu conhecer tantos nomes de flores, até mesmo os em latim, sobre o que ele então ria tão abertamente e fazia gracejos; de tal forma leve e bondosa Abdrushin também se dava na existência humana. Quantas vezes eu fiquei a comparar em todos aqueles anos; assim também deveria ter acontecido com os discípulos, quando eles puderam caminhar com Jesus.
No início de minha estada lá o Senhor havia se lamentado uma vez, que ele tinha de encontrar um profissional que servisse como editor para a Mensagem, a qual ele tinha de escrever, ampliando-a cada vez mais e mais. Eu pensei no nosso parente, que estava no quintal brincando com as crianças Alexander e Elisabeth, e o sugeri. O Senhor disse horrorizado: “Não, isso não é possível, ele jamais irá poder servir ao Garal!” Eu fiquei chocada, pois ele também tinha seu lado bom  e por causa deste eu gostava dele. O Senhor disse: “Veja a senhora mesma”, eu pude então ir com ele até a janela e olhar para fora, para o pátio. E eu vi com os olhos fino-materiais – mais tarde e agora isso fora-me dado muitas vezes para o meu servir – uma visão que me assustou. Seu pendor baixo oprimia-o de tal forma, que ele parecia um fauno. Então eu soube que isso também era um auxílio para mim, poder vê-lo naquilo que o escravizava de tal forma e que eu não podia auxiliá-lo, e que ele, entregue a isso, jamais poderia ser chamado para o serviço do Graal. Então eu também compreendi porque Frau Maria, por ocasião do tratamento, sempre tinha ao seu lado Schwester Rosa como proteção fino-material, o que, em geral, não era o caso.
O fato de eu ter sido convidada para passar uma semana na casa do Graal, eu estava diariamente e hoje ainda plena de gratidão por esse presente. Daí eu pude também ver a vida de forma mais correta e posso também agora relatar quão natural, rico em trabalho e de forma simples transcorria o dia ali na alimentação e em tudo, quão harmônica e silenciosamente alegre era a vibração, sem grandes palavras. Era-se interiormente movimentado e beneficiado no aspirar pelo Alto através daquilo que é intencionável, que partia de Abdrushin, mesmo à mesma e quando ele não falava nada, o que senão era sempre algo esclarecedor e que indicava para coisas mais elevadas. Exatamente esse ser singelo, que não queria se mostrar exteriormente, aquela harmonia, que estava ao redor dele e com ele, aquela paz que ele irradiava, a naturalidade como ser humano, tocou-me de forma especial outrora e para todo o sempre. Eu senti logo a sublimidade distante da Terra que se destacava daquele invólucro terreno, o núcleo, seu profundo e verdadeiro ser que eu via reluzir dele. Ele falou muito nesses dias da construção da Criação e das leis, do futuro, de muito que ainda precisava ser escrito.
Eu não gostava de chamá-lo pelo seu nome terreno e só o fazia para outros. Nas minhas cartas eu o chamava sempre de “Meu elevado Guia” e usando também a forma formal de expressão. Por fim, certa vez ele disse sorrindo:
“De fato, a senhora pode me chamar assim, mas na verdade essa denominação não está bem certa. Chame-me simplesmente de Abdrushin, isto é mais certo. Na verdade, meu nome verdadeiro também não é este; lá no Alto eu tenho outro nome, mas este a senhora vai tomar conhecimento mais tarde, agora eu ainda não posso me denominar assim.”
A partir de então eu só dizia e escrevia simplesmente Abdrushin. Mais tarde quando o raio divino oriundo de Imanuel desceu nele através de Parsival, nós pudemos tomar conhecimento do seu verdadeiro nome Imanuel. Mas como muitos sempre tomavam de maneira indescritivelmente tão terrena aquilo que era elevado, distante da Terra – quão frequentemente o Senhor disse: “Espiritualizai-vos finalmente, ó criaturas humanas” – esse nome da Luz fora então repentinamente profanado: Imanuel está fazendo hoje isto, e coisas desse tipo. Assim o Senhor proibiu horrorizado tais coisas impossíveis, tais degradações. Ele disse irado:
“Ainda vai-se dizer: Imanuel acabou de comer uma maçã. Será que não tendes consciência da santidade, do significado desse nome?”

(continua)






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