Lembranças das minhas vivências do Graal
por Elisabeth Gecks
(continuação)
Por volta
do outono eu pude ir novamente a Igls. Fora-me permitido vivenciar
indescritíveis oito dias na casa do Senhor e também juntamente com ele e a
Srta. Irmingard, que se tornava uma jovem moça, - ela estava com mais ou menos
16 anos – eu fazia frequentemente passeios pela floresta ou mesmo caminhadas
mais longas pela região montanhosa ainda intocada e especialmente bonita. Às
vezes também participavam os dois outros e Frau Maria, a qual, em geral, não
era muito a favor de caminhar. “Eu devo utilizar esta época de agora para
caminhar pelas belas florestas e fortalecer assim meu corpo. Mais tarde eu não
terei mais tempo para isso”, dizia o Senhor. Ele ficava então frequentemente
tão feliz e tão leve, alegrava-se com tudo, até mesmo com a alegria das
crianças. Quando encontrávamos bons cogumelos, que eu sabia indicar e por eu
conhecer tantos nomes de flores, até mesmo os em latim, sobre o que ele então
ria tão abertamente e fazia gracejos; de tal forma leve e bondosa Abdrushin
também se dava na existência humana. Quantas vezes eu fiquei a comparar em
todos aqueles anos; assim também deveria ter acontecido com os discípulos,
quando eles puderam caminhar com Jesus.
No início
de minha estada lá o Senhor havia se lamentado uma vez, que ele tinha de
encontrar um profissional que servisse como editor para a Mensagem, a qual ele
tinha de escrever, ampliando-a cada vez mais e mais. Eu pensei no nosso
parente, que estava no quintal brincando com as crianças Alexander e Elisabeth,
e o sugeri. O Senhor disse horrorizado: “Não, isso não é possível, ele jamais
irá poder servir ao Garal!” Eu fiquei chocada, pois ele também tinha seu lado
bom e por causa deste eu gostava dele. O Senhor disse: “Veja a senhora
mesma”, eu pude então ir com ele até a janela e olhar para fora, para o pátio.
E eu vi com os olhos fino-materiais – mais tarde e agora isso fora-me dado
muitas vezes para o meu servir – uma visão que me assustou. Seu pendor baixo
oprimia-o de tal forma, que ele parecia um fauno. Então eu soube que isso
também era um auxílio para mim, poder vê-lo naquilo que o escravizava de tal
forma e que eu não podia auxiliá-lo, e que ele, entregue a isso, jamais poderia
ser chamado para o serviço do Graal. Então eu também compreendi porque Frau
Maria, por ocasião do tratamento, sempre tinha ao seu lado Schwester Rosa como
proteção fino-material, o que, em geral, não era o caso.
O fato de
eu ter sido convidada para passar uma semana na casa do Graal, eu estava
diariamente e hoje ainda plena de gratidão por esse presente. Daí eu pude
também ver a vida de forma mais correta e posso também agora relatar quão
natural, rico em trabalho e de forma simples transcorria o dia ali na
alimentação e em tudo, quão harmônica e silenciosamente alegre era a vibração,
sem grandes palavras. Era-se interiormente movimentado e beneficiado no aspirar
pelo Alto através daquilo que é intencionável, que partia de Abdrushin, mesmo à
mesma e quando ele não falava nada, o que senão era sempre algo esclarecedor e
que indicava para coisas mais elevadas. Exatamente esse ser singelo, que não
queria se mostrar exteriormente, aquela harmonia, que estava ao redor dele e
com ele, aquela paz que ele irradiava, a naturalidade como ser humano, tocou-me
de forma especial outrora e para todo o sempre. Eu senti logo a sublimidade
distante da Terra que se destacava daquele invólucro terreno, o núcleo, seu
profundo e verdadeiro ser que eu via reluzir dele. Ele falou muito nesses dias
da construção da Criação e das leis, do futuro, de muito que ainda precisava ser
escrito.
Eu não
gostava de chamá-lo pelo seu nome terreno e só o fazia para outros. Nas minhas
cartas eu o chamava sempre de “Meu elevado Guia” e usando também a forma formal
de expressão. Por fim, certa vez ele disse sorrindo:
“De fato,
a senhora pode me chamar assim, mas na verdade essa denominação não está bem
certa. Chame-me simplesmente de Abdrushin, isto é mais certo. Na verdade, meu
nome verdadeiro também não é este; lá no Alto eu tenho outro nome, mas este a
senhora vai tomar conhecimento mais tarde, agora eu ainda não posso me
denominar assim.”
A partir
de então eu só dizia e escrevia simplesmente Abdrushin. Mais tarde quando o
raio divino oriundo de Imanuel desceu nele através de Parsival, nós pudemos
tomar conhecimento do seu verdadeiro nome Imanuel. Mas como muitos sempre
tomavam de maneira indescritivelmente tão terrena aquilo que era elevado,
distante da Terra – quão frequentemente o Senhor disse: “Espiritualizai-vos
finalmente, ó criaturas humanas” – esse nome da Luz fora então repentinamente
profanado: Imanuel está fazendo hoje isto, e coisas desse tipo. Assim o Senhor
proibiu horrorizado tais coisas impossíveis, tais degradações. Ele disse irado:
“Ainda vai-se dizer: Imanuel acabou de comer uma
maçã. Será que não tendes consciência da santidade, do significado desse nome?”
(continua)
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