quarta-feira, 29 de março de 2017

No Topo das Efetivações





No Topo das Efetivações 

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço concluído a construção do primeiro mosteiro nessa região, onde mantém seus discípulos...



“Mestre,” perguntou Su, “é-nos permitido retornar aos jardins eternos quando ficarmos velhos e nosso invólucro terreno quebrar?
“Isso dependerá de vós,” explicou Miang-Fong, pacientemente. “Quem, de noite, já consegue ascender muito no caminho para os jardins eternos, os seus pés tornaram-se leves e rápidos. Ele encontra o caminho e a pátria o atrai. Mas somente aquele que tiver vencido o seu eu, terá seus pés tão leves e tão rápidos, que a Terra não mais pode chamá-lo de volta e retê-lo.”
“Mas como nós podemos vencer o nosso eu?” perguntou agora Lung, o mais vagaroso e pensativo de seus alunos. Havia certa preocupação nessa pergunta.
Miang-Fong, porém, sorriu: “Lung, para aprender isso, fomos todos conduzidos para o Tao-schan aqui. Não é fácil aprender isso, mas quem o faz, já prova aqui na Terra a felicidade bem-aventurada dos jardins celestiais. Quero dar-vos um exemplo. Vós conheceis Min-ha, a jovem mulher que viu seu filho morrendo. Também sabeis, como cuidava do filho dia e noite, como tudo fez, para mantê-lo com vida. Nisso, ela esqueceu-se de si mesma, pensou somente no sofrimento do filho e cuidou dele dia e noite e, com seu cuidado abnegado, conseguiu salvá-lo. Ela se sentia feliz e em nenhum momento lembrou-se dos sacrifícios prestados ao filho. Ela não teria compreendido se alguém a tivesse elogiado ou admirado. Para ela era natural, ela tinha vencido o seu eu, por amor ao seu filho. Se vós ajudardes a outrem assim como Min-ha ajudou seu filho, quando somente viveis com o pensamento: o que eu posso fazer, para manter o outro com vida, então vós esquecereis o vosso próprio eu, e nem vos ocorrerá ter desejos para vós próprios.”
Assim e de modo semelhante ensinava o sábio e introduziu seus alunos, cada dia mais profundamente, naquilo que eles deveriam saber e guardar dentro de si, para poderem difundir luz, a luz da verdade, que ele tinha acendido neles. Meses haviam passado. Chegou o dia em que
Miang-Fong pôde mudar-se com seus alunos para o novo prédio, mesmo que ainda não estivesse totalmente concluído. Os homens de Lao-tschang tinham ajudado diligentemente na construção do mosteiro. Eles próprios alegravam-se com o andamento dos trabalhos. Agora, quando o trabalho aproximava-se de seu final, muitos lamentavam o fato de, em breve, terem que deixar a montanha do Altíssimo. A vida em comum os agradava e sentiam por ter que deixá-la. Assim, alguns dos mais jovens pediram a Miang-Fong, que os aceitasse no grupo de seus alunos. Miang-Fong examinou-os e, onde encontrava sincero desejo por uma vida com mais sentido, por um saber aprofundado e o anseio de auxiliar aos outros, então ele consentia.

Assim, em pouco tempo, multiplicou-se o número de moradores do mosteiro em três, até quatro vezes, e Miang-Fong teve que dividí-los em grupos, de acordo com sua igual espécie e maturidade espiritual. Já podendo elevar alguns de seus alunos mais antigos para “auxiliadores”, que o assistiam na instrução dos “aprendizes”. Tratava-se especialmente de Dak, o mais maduro de seus Tschilas, mas também Su e Pao. Lung era muito vagaroso. Ele ainda devia continuar a assimilar e aprofundar os ensinamentos no seu íntimo, e Min-fu pediu ao mestre, que também doravante lhe confiasse os jardins. Com esse trabalho estava totalmente ocupado. Ele educou, entre os mais jovens, um grupo de ajudantes solícitos, que cuidavam da alimentação necessária dos moradores do mosteiro. Certo dia, uma mensagem chegou até Miang Fong, de que num povoado distante, chamado Kombodscha, também havia irrompida uma epidemia e que eles não sabiam como ajudar-se. A notícia de sua ajuda milagrosa aos moradores de Lao-tschang havia chegado até eles e, agora, pediam a ele que também os ajudasse. Eles estavam confiantes de que ele seria o único que poderia ajudá-los.
Miang-Fong consultou seu guia luminoso e recebeu a resposta que deveria partir e dirigir-se ao Kombodscha. Isso resultaria em grande bênção para ele e promoveria muito a causa do Altíssimo. Então, Miang-Fong escolheu alguns de seus alunos para seguirem com ele. Entregou a Dak a direção do mosteiro na montanha Tao-schan.
Os mensageiros de Kombodscha conduziram-no, cheios de alegria, pelo caminho mais curto até sua pátria tão atormentada. A situação, lá, era realmente grave. Uma grande parte da população já havia morrido por causa da epidemia febril semelhante à peste e, os até agora preservados, tremiam de medo e não arriscavam deixar suas casas.
Miang-Fong ia de casa em casa, consolava e encorajava e sua atitude sem medo deu novo ânimo aos deprimidos. Parecia que somente a sua presença espalhava saúde e novo ânimo. Depois que Miang-Fong se convenceu do que se tratava, começou a combater vigorosamente a doença. Mandou erigir um tipo de cabana de proteção, na qual mandou deitar todos os enfermos sobre leitos limpos. A seguir, todas as casas deviam ser limpas minuciosamente, eliminando sujeira, às vezes de anos, e que deveria ser queimada publicamente. Com isso, muitos germes da doença foram destruídos. Depois, ordenou para todos os moradores lavagens, três vezes por dia, com água fervida, à qual eram acrescentadas determinados sucos de plantas com efeito curativo. Em suas caminhadas pelos arredores, ele havia pedido auxílio aos pequenos servos do Altíssimo, e eles mostraram-lhe as ervas singelas, as quais continham a ajuda contra o mal. Miang-Fong ordenou que pessoas jovens, que não tinham sido infectadas, colhessem essas ervas em quantidade suficiente e que as mulheres preparassem as poções medicinais. Também os corpos dos enfermos eram lavados com essa poção três vezes por dia, não sendo utilizados panos para as lavagens, mas sim fibras macias, que eram depois queimadas.

Muitos se restabeleceram aos poucos. Aqueles, que a epidemia tinha enfraquecido demais, vieram a falecer, porém, não era mais uma morte dolorosa, mas lento apagar da força viva. Os outros, que haviam seguido as instruções de Miang-Fong, permaneceram com saúde e, depois de semanas, quando Miang-Fong já estava aliviado, seu esforço foi ricamente recompensado. Os moradores de Kombodscha agradeceram-lhe efusivamente, mas Miang-Fong rechaçou.
“Não a mim compete o agradecimento. Agradeçei Àquele, que me ajudou a encontrar os remédios certos, que ordenou aos Seus servos que me indicassem as curativas ervas.” Admirados, os moradores de Kombodscha perguntaram: “Quem é aquele, de quem falas? Nós não o conhecemos, e também não enxergamos ninguém que te ajuda!”
Então Miang-Fong podia começar a instruí-los. Agora estavam dispostos a ouvir e assimilar, pois o medo pela saúde de seus corpos não os afligia mais. Miang-Fong mostrou-lhes que havia ainda mais outro sofrimento, que era muito pior que o sofrimento do corpo – o da alma faminta. E eles começaram a compreendê-lo.
Satisfeito e alegre retornou o pequeno grupo à montanha do Altíssimo, onde encontraram tudo na mais perfeita ordem. Todos trabalhavam ativamente na conclusão da obra iniciada. Miang-Fong alegrou-se com a dedicação de seu pequeno grupo. Isso o incentivava a dar a eles, por seu lado, tanto quanto eram capazes de assimilar. A ele mesmo foi dado reconhecimento sobre reconhecimento nas horas silenciosas de meditação. Tornou-se para ele uma necessidade de intercalar horas de silêncio em sua rotina diária, e seus alunos seguiram seu exemplo. E eram essas horas as que mais os presenteavam. Todos sentiam isso e, agradecidos, eles acolheram essa nova revelação.
Aos poucos, começou Miang-Fong a instituir uma rígida disciplina diária. Às horas de estudo seguiam horas de silêncio. Os dias iniciavam e terminavam com uma oração. Isto dava a cada dia uma consistência firme. No entanto, em silêncio, Miang-Fong já trabalhava na futura estruturação da vida de mosteiro, que devia tomar formas ainda muito mais rígidas. Os que aqui estudavam deveriam ser retirados da humanidade. Isto se devia fazer sentir de todas as maneiras. Quem era aceito como aluno no mosteiro do Altíssimo, dava sua vida a Ele, doravante ele não mais pertencia a si mesmo. Uma ânsia só deveria preenchê-lo: avançar para as fontes do verdadeiro saber, deixar-se preencher completamente pela verdade, com o fim de levá-la até os outros. Pois Miang-Fong educava seus alunos para serem auxiliares para o seu povo. Ele lhes mostrava o precipício das trevas, que havia se aberto no país do Tibete. Deviam reconhecer o perigo para todo o país que nisso se encontrava, de que a fé nos sacerdotes magos com seu séquito de horrores, medo e opressão das almas, dominava grande parte da população. Todos eles o haviam vivenciado com maior ou menor intensidade, quase todos tinham a lamentar uma vítima entre seus parentes mais próximos.

Miang-Fong, porém, lhes ensinou que o Altíssimo é um Deus do amor, que por amor deu a vida às Suas criaturas e que desejava que elas vivessem a vida, a elas presenteada, em paz e alegria.
“Ele vos criou, não para uma existência de sofrimento e de medo. Cheios de alegria deveis novamente ascender para os jardins eternos, dos quais viestes, deveis escalar degrau por degrau, em esforço incansável. Então, se assim agires, tornar-vos-eis mais fortes e com agrado pairará o olhar do Altíssimo sobre vosso esforço.”
“Mas como pode acontecer, ó mestre,” perguntou Lung, o pensativo “que os sacerdotes magos possam exercer um poder tão grande sobre as pessoas? Onde os enfrentaste, seu poder logo sucumbiu, nenhum de nós, porém, conseguiu fazer isso.”


(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17