quarta-feira, 1 de março de 2017

Enviado Pelo Altíssimo






Enviado Pelo Altíssimo  

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas...

“Levem-no convosco!” ordenou a prisão de Miang-Fong aquele que era dado como o chefe, um gigante com olhos oblíquos, nariz chato e expressão cruel no rosto.
Miang-Fong tolerou tudo. Conduziram-no até um povoado, construído toscamente de pedras cinzentas, de modo que as habitações pouco se diferenciavam do chão rochoso. Com gritaria triunfante, Miang-Fong foi levado a uma espécie de praça e lá amarrado num poste. A seguir, com tambores e apitos estridentes, os homens chamaram os habitantes das casas que, contrariados, compareceram. Admirados ao máximo, perceberam o forasteiro, que se encontrava tão corajoso entre os selvagens. Algo assim nunca lhes havia ocorrido. Parecia como se os selvagens ainda queriam deleitar-se na contemplação do prisioneiro, pois o gigante parou diante de Miang-Fong e começou a interrogá-lo.
“Quem és tu, e o que procuras aqui?”
Com voz sonante respondeu Miang-Fong: “Eu sou o mensageiro do Altíssimo e vim para ajudar aos oprimidos neste país.”

Quase inacreditáveis soaram estas palavras, incompreensíveis e, mesmo assim, havia algo nelas que chamou a atenção de todos. Os selvagens olharam para Miang-Fong um tanto desnorteados, pois este não mostrava nenhum medo e nem queria dobrar-se ao poder deles. O que deveriam fazer com ele? No entanto, não tinha ele ameaçado de que queria libertar os oprimidos?
Subitamente, o gigante irrompeu numa gargalhada feia: “Tu queres libertar os oprimidos? Liberta-te primeiro a ti mesmo! Ainda te encontras em nosso poder.”
“Somente pelo tempo que o meu Senhor, o Altíssimo, o permitir,” respondeu Miang-Fong sem medo. “Nenhum momento mais.”
“Então, vamos ver, quem é o mais forte, teu Senhor, do qual falas tão arrogantemente, ou esta minha faca aqui!” gabou-se o gigante. Ele levantou sua faca curvada e queria dar o golpe, quando um pequeno cão, que estava junto aos espectadores regionais, correu por entre suas pernas, latindo alto. O gigante tropeçou e caiu no chão. Nisso, a faca encravou-se profundamente no seu próprio peito. Um grito fez se ouvir na multidão. Em Miang-Fong, porém, elevou-se fervoroso agradecimento, pela visível ajuda de seu Senhor.
“Quem agora ainda se atreve a duvidar que o Altíssimo proteja seus servos?” perguntou Miang-Fong.
Cheios de medo supersticioso olharam os sacerdotes magos para ele. Não tinham coragem de levar o morto embora, até que Miang-Fong ordenou-lhes:
“Levem esse aí embora e soltem as minhas amarras, para que possa anunciar-vos mais sobre o meu Senhor.”
Como se essas palavras quebrassem um encanto, alguns homens vieram correndo, cortaram as cordas e afastaram-se dele novamente, com respeito. Miang-Fong, porém, falou com eles, como se não tivesse acontecido nada de especial.
“Vós agora o vivenciastes, ó homens, que não precisais ter medo quando o Altíssimo vos protege. Mas vós ainda não O conheceis, por isso também não podeis pedir a Sua ajuda. Eu, porém, O conheço, e Ele me envia até vós para que eu vos auxilie.”

Esta era outra nova, incompreensível para as pobres, amedrontadas pessoas. Existia realmente um Ser elevado, que se apiedava delas?
“Então eu não roguei em vão,” fez se ouvir uma voz, e um jovem franzino aproximou-se com entusiasmo e chegou-se bem perto de Miang-Fong. “Sempre de novo roguei que nos viesse auxílio em nossa angústia. Eu, no entanto, não sabia a quem devia rogar, mas sempre acreditava que devia existir um Deus bom, e nele tinha esperança.”
“Fizeste bem, e Ele ouviu o teu pedido,” disse Miang-Fong amavelmente. “E agora todos vós podeis ouvir Dele. Muito posso anunciar-vos Dele, antes de tudo, porém, saibam que Ele não esquece ninguém que está em apuros e que Seus servos O informam sobre cada um que se esforça para o bem.”
Já essas poucas explicações eram tão avassaladoramente novas para essas pessoas – que até agora sempre haviam sido mantidas sob medo de “deuses” ameaçadores, irados, carrascos, ávidos por sangue e sacrifícios – que mal podiam acreditar no que estavam ouvindo.
“Conte-nos mais sobre o Deus bom,” pediram. “Onde Ele está? Ele nos vê? Podemos realmente fazer pedidos?”

O sofrimento suportado há tanto tempo havia deixado receptivas as pessoas, que aqui se aglomeravam junto a Miang-Fong. Nem todos eram moradores do povoado. Muitos continuavam tremendos diante do poder dos sacerdotes e afastaram-se silenciosamente, para que não fossem vistos aqui. Eles acreditavam que os sacerdotes podiam vê-los também de longe e eles receavam sua vingança. Min-fu, no entanto, o jovem, que como primeiro ousara aproximar-se, escutava cheio de felicidade as palavras de Miang-Fong e encorajava os demais a formular novas perguntas.
“Não podemos permanecer aqui, ó sábio,” disseram elas. “Venha para o nosso povoado e conta-nos mais sobre o teu Senhor forte e bom.”
Novamente, foi encontrado um povoado no qual Miang-Fong podia atuar e ele o fez cheio de alegria. Min-fu não saiu do lado dele e, quando chegou o momento em que fora chamado para espalhar a sua semeadura em outros corações, este o pediu: “Deixa-me seguir contigo, ó grande mestre, para que não fiques sozinho em tua difícil caminhada. Deixa-me ser o teu Tschila, teu aluno, que de ti aprende e te auxilia a tornar as tuas caminhadas menos penosas.”

Satisfeito, Miang-Fong concordou. Era o que ele esperava encontrar, alguém disposto a apoiá-lo em sua grande obra.

(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17