terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Lembranças do Graal XI









Lembranças das minhas vivências do Graal

por Elisabeth Gecks

(continuação)

Agora, voltemos a Igls, durante minha estada lá no início do outono, entre final de agosto e início de setembro de 1926.
Frau Maria estava muito ocupada com doentes. Na casa do Graal vivia, sobretudo cuidando da casa, a senhora Anita Klette com seus dois meninos, como que pertencendo à família. Ela era casada com o irmão da senhora Maria Luft e haviam conhecido o senhor e a senhora Bernhadt em Dresden e também reconhecido. Ela viera com estes de Dresden para a Baviera. Ela possuía capacidades mediúnicas e astrológicas. Quero dizer, em Igls, ela já havia se separado do senhor Klette. Ela era especialmente inteligente, mas apesar disso, muito egocêntrica. Ela me dava a impressão de uma cobra com seus olhos frios, que não conseguiam ocultar sua ambição e vontade de ter valor. Eu tinha a impressão, como se ela se considerasse tão importante na missão do Senhor, assim como o era Frau Maria. Naquela época em Igls eu ainda não conseguia observar tudo isso de tal forma como depois em Tutzing, mas sua presença na casa do Graal me doía o coração. O Senhor sempre soubera o que se passava em mim, sim, também cada questão, com a qual eu ia até ele, respondendo-a logo quando eu entrava, antes que eu a pronunciasse. Assim ele me chamou em Igls e me disse:
„A senhora não consegue compreender por que essa mulher está conosco. A senhora sente seu ser de forma dolorosa.”
“Sim,” confessei, “eu não consigo compreender isso e me dói muito pelo Senhor e por Frau Maria terem uma pessoa em sua proximidade, cuja vontade não é pura.”
“A senhora intuiu isso corretamente”, respondeu Abdrushin, “mas nós temos que conceder-lhe que fique em nossa proximidade, apesar de ainda termos que ter sua família conosco por causa dela. Mas ela é na verdade a mais elevada convocada. O que lhe fora dado no serviço do Graal teria de ser dividido entre sete outras pessoas. Por causa de sua convocação encontra-se ela conosco, assim ela pode se preparar, dessa forma ela também deve, vivendo nessa irradiação da Luz, tornar-se um legítimo e verdadeiro ser humano. Uma convocada pela Luz não pode falhar! Por isso a mantemos conosco, assim ela pode se tornar correta!”
O Senhor havia terminado a frase com tal ênfase, como se não precisasse cunhar em mim apenas a crença firme nisso. Nunca mais falou-se sobre isso, até que mais tarde ocorreu a separação, quando o Senhor, numa profunda decepção, vivenciou a amarga experiência com ela, que também os mais elevados convocados podem falhar, se não forem puros como seres humanos.

Uma noite à mesa o Senhor disse para a senhorita Irmingard, sorrindo e dando uma olhada para mim: “Como seria, se hoje à noite fizéssemos um passeio ao luar com a Frau Gecks? Ela não pode mais ir sozinha.” Meu coração bateu mais forte com esta perspectiva e pela bondade de Abdrushin ter pensado em mim. Era uma noite clara de lua cheia e a caminhada próximo à orla da floresta proporcionou a nós todos alegria.

Quando minha estada em Igls estava chegando ao final, Abdrushin me disse que ele havia alugado a casinha ali, próxima à floresta, apenas pelo período do verão e que agora queria retornar para a Bavária e que estava procurando uma casa para alugar nas proximidades de Munique, junto ao lago Starnberger. “Eu vou lhe dar a incumbência de encontrá-la em breve. Eu sei, a senhora logo poderá me dar notícia”. Então você também deve encontrar, disse eu feliz para mim mesma, por ter recebido uma incumbência, mas uma pouco assustada com a responsabilidade.
Então eu pus logo mãos à obra, encarreguei vários corretores, mas passou mais de uma semana e eu não encontrei nada. Uma manhã eu me encontrava sob uma chuva torrencial na praça Marienplatz, novamente quase desesperada depois da decepção. Então eu me recompus e exclamei para mim: “Hoje você tem que encontrar o que está procurando!” Então me sobreveio uma grande tranquilidade e segurança sobre mim e senti-me impulsionada em ir a uma banca de jornal. Eu abri a edição que havia comprado e, de fato, ali estava! Era uma casa nas proximidades de Tutzing e havia mais uma para alugar em Possenhofen. “A casa com árvores, a “Buchenhaus”, de Tutzing é a certa”, disse uma voz em mim e eu jubilei. Despercebidamente eu telegrafei imediatamente, dizendo que havia encontrado a casa certa. Abdrushin telegrafou que na manhã seguinte ele viria com o trem bem cedo para Munique e que eu o esperasse na estação. Eu anunciei imediatamente sua visita para verificação da casa. Então veio o dia especial. Ele veio sozinho e eu pude acompanhá-lo.
“Buchenhaus” situava-se sobre uma elevação e seus gramados divisavam com a floresta. No quintal havia velhas faias (árvores), na frente da casa com um lugar sombreado por uma alta cerca viva aparada e alguns outros locais possuíam árvores altas e velhas que rodeavam a casa. Da grande sacada podia-se ver o lago até as montanhas. Ela situava-se sozinha, silenciosa, acima da localidade, perfeita para a última época de preparo e tranquilidade para Abdrushin e para a continuação de sua Mensagem. Abdrushin estava alegre e resolveu alugar a casa imediatamente. “Esta é a certa”, disse ele para mim, “eu sabia que a senhora a encontraria.” E fora certo excluir a casa in Possenhofen, sem tê-la visto.

(continua)





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