quarta-feira, 26 de abril de 2017

Na Presença da Força Mais Sublime





Na Presença da Força Mais Sublime

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço erguido o primeiro mosteiro nessa região, onde mantinha seus discípulos, no momento em plena prosperidade, quando tudo até já se mostrava efetivamente triunfante...


Quando Miang-Fong retornou ao mosteiro do Altíssimo na montanha Tao-schan, deixou atrás de si um bem outro Tibete daquele quando iniciou sua viagem. Perpassado por fios luminosos, nos quais ardia aqui e acolá uma clara luz, como pequenos archotes, assim estava diante de seus olhos espirituais e isso alegrava seu coração. Não havia trabalhado em vão. No entanto, o trabalho ainda não terminara, outros mosteiros deviam ser construídos, para servirem como pontos de apoio. Naquela época, todos estes mosteiros estavam servindo à verdade, irradiavam pureza para longe e atraíam espíritos humanos que procuravam.

Quão diferente é hoje a situação no Tibete! Em toda parte alojaram-se firmemente as trevas mais escuras, usando conscientemente os poucos seguidores da verdade, que ainda restaram daqueles tempos longínquos, para seus próprios propósitos, ao adicionarem à verdade fé falsa, erros e sedução. O tibetano é muito receptivo para coisas e ocorrências sobrenaturais. Ele quer penetrar nos segredos do universo espiritual, mas não o consegue mais, porque a verdade foi soterrada e em toda parte envereda por caminhos errados. Do silêncio ordenado por Miang-Fong ele se instruiu sobre o afastamento da alma, no que conseguiu conduzi-la para muito longe. Mas o que lhe adiantava aprender a enviar sua alma conscientemente para o Bönspa, o reino intermediário? Mais adiante não se consegue ir, pois sempre permanecerá ligada à Terra, por elo terreno. No Tibete encontram-se somente ainda restos do verdadeiro saber.
Antigamente, porém, nos tempos de Miang-Fong este saber floresceu, também nos corações das pessoas humildes, pois a simples e infantil confiança em Deus já indicava o caminho para isso. Juntando-se, então, a esta ordem ainda, um espírito forte para guiar, que os conduz e acelera o seu desenvolvimento, grandes feitos podiam ser alcançados.
Agora Miang-Fong averiguou em seu íntimo, onde deveria erigir pontos de apoio da Luz em forma de mosteiros, e foi-lhe mostrada a distribuição dos mosteiros por todo o país. Entrementes, tantos irmãos haviam chegado ao amadurecimento de um lama, que podia preencher todos os postos vagos nos mosteiros.

Assim, Su foi enviado para Kum-bum, onde erigiu um mosteiro, que permaneceu afamado, atraindo muitos. Uma vibração de verdadeira procura se encontra lá, ainda hoje. A pesquisadora do Tibete também lá esteve, e foi ordenada ao posto de lama feminina; hoje em dia, porém, um lama, de longe, não é mais aquilo o que era antigamente, mesmo que eles próprios considerem-se fontes de sabedoria e de um saber mais elevado. Su recebeu o nome de lama Sao-tse, com o significado de “portador da Luz no Norte.” Feliz foi sua mão e bênção que pairaram sobre seu atuar. Os mosteiros do Dao-tse e do Sao-tse permaneceram por mais tempo em estreita ligação com o mosteiro matriz, conservando-se por mais tempo puros e intocados.
Porém, quando os mosteiros estavam erigidos e todos firmemente interligados entre si, Miang-Fong viu aproximar-se o fim da obra de sua vida. Cada vez mais já podia aprofundar-se, com isso, na sabedoria do alto, sempre mais se abria seu olho interior e ele via parte por parte da magnificência do Altíssimo.
Certa noite aconteceu de ele ter sido conduzido para o alto, até um grande salão. Colunas gigantescas circundavam-no, luz fluía de cima, de uma altura insondável. No piso reluzente do gigantesco salão abobadado projetava-se a luz em círculos e em raios, cruzando-se, formando estrelas num infindável jogo das mais brilhantes e delicadas cores. Mais lindo ainda do que este jogo encantador da luz e das cores, mais elevado e irresistivelmente atraente era um altar branco no meio do salão, sobre o qual uma taça aberta brilhava no mais maravilhoso tom de vermelho púrpura. Sons celestes de jubilosa adoração enchiam o ambiente e uma sublime figura luminosa, perante cujo esplendor Miang-Fong caiu de joelhos e baixou os olhos, aproximou-se do altar e levantou o cálice ardendo em púrpura em direção ao fluxo branco de luz, que do alto afluía reforçadamente ao mesmo. E um pássaro com asas brancas como neve permaneceu verticalmente sobre a taça levantada, no meio do fluxo de força e estendia suas asas.

Quase sem sentidos estava Miang-Fong deitado no chão, pressionado para baixo pela força, à qual não podia contrapor-se e, mesmo assim, assimilava tudo e conservava-o no seu íntimo para sempre, o inesquecível, único. Quando novamente encontrou-se em seu leito, ainda preenchido pelo que havia vivenciado e o mantido inflamado na mais alta incandescência de seu íntimo, ouviu a voz de seu amigo luminoso dizer:
“A ti foi dado ver o rei dos mundos, nunca o esqueças! Mas não comenta nada com os teus, eles ainda não podem compreendê-lo. Pois outro virá para falar-lhes disso, mesmo que seja somente em tempos futuros. Essa não é mais a tua missão. Prepara-te, para que a tua missão na Terra chegue ao fim. Esteja atento, para estar preparado a qualquer hora. Fortifica os teus e dê-lhes como último presente uma imagem da taça sagrada, que se encontra lá no alto no santuário do Altíssimo, para acolher a Sua força.”
O mensageiro luminoso calou, e Miang-Fong recolheu-se em profunda reflexão. Por quanto tempo ainda lhe seria permitido ser um auxiliar de seu povo? Devia aproveitar cada momento que ainda lhe restava. E, incansavelmente, empenhou-se no trabalho, para concluir o último que ainda lhe restava fazer.
Miang-Fong fez, conforme lhe foi ordenado: mandou confeccionar um precioso cálice vermelho de cristal de acordo com o modelo da taça sagrada que havia visto no templo do Altíssimo. Os tibetanos sabiam produzir uma liga de vidro de alto valor. O material para isso oferecia-lhes o país em abundância, e eles tinham descoberto como colorir o vidro por inteiro. Até agora, porém, ninguém ainda conseguira fabricar vidro vermelho, somente azul ou verde.

Quando foi confrontado com essa dificuldade, Miang-Fong pediu auxílio, e não demorou até que este lhe foi dado. Poucos dias depois, fez-se anunciar um homem de aparência estrangeira. Ele tinha uma mensagem a dar ao grande mestre. Um homem idoso, de cabelo grisalho curvou-se profundamente diante de Miang-Fong. Portava um chapéu pontiagudo de cor cinza, uma vestimenta justa, que consistia de uma calça comprida e de um casaco curto, e um largo manto pregueado por cima. Com sons guturais, mas na língua dos tibetanos, ele cumprimentou Miang-Fong com as palavras: “O Altíssimo envia-me até ti, ó grande mestre! Eu devo ajudar-te a confeccionar o recipiente, do qual necessitais.” E tirou um pedaço de vidro das pregas de seu manto, que apresentava a cor vermelha, que ainda não sabiam como produzir no Tibete.

(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.



NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17
No Topo das Efetivações – 29/03/17
O Elevado Grau de um Lama – 05/04/17
Consagrações Resultantes – 12/04/17
Tecendo em Rumo da Imensidão – 19/04/17