quarta-feira, 12 de abril de 2017

Consagrações Resultantes







Consagrações Resultantes    

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço concluído a construção do primeiro mosteiro nessa região, onde mantém seus discípulos, no momento em plena prosperidade...


Na efetivação do primeiro Lama...
Foi um grande dia de solenidade, quando Dak recebeu a bênção do Altíssimo da mão de Miang-Fong. No mosteiro havia sido instalada uma sala maior, como centro de devoção. Era a única sala do mosteiro que estava ricamente ornamentada, pois, “em honra a Deus, o homem deve fazer tudo, por Ele deve desenvolver a maior beleza dentro de si, para Ele nada pode ser suficientemente belo.”
Assim foram confeccionados, no decorrer dos anos, utensílios de ouro e de prata, tecidos de seda cobriam as paredes e, no meio da sala, encontrava-se uma mesa baixa, que sempre estava ornamentada com lindas flores, que os jardins ofereciam. Apesar da altitude, os jardins haviam se desenvolvido maravilhosamente sob os cuidados carinhosos de Min-fu e seus auxiliares. Já há tempo ele se entendia bem com os pequenos servos do Altíssimo e sabia como pedir seu conselho. Nunca algo desandava, sempre sabia a hora certa para semear, plantar e colher. Visivelmente a bênção de Deus pairava sobre esta obra.
As celas dos irmãos do mosteiro eram as mais simples possíveis, não continham nenhum tipo de utensílios, nada que pudesse desviar o sentido do vivenciar interior. Um leito duro, que não convidava para um longo descanso, era tudo o que havia de equipamento nas celas. No alto do muro de pedras encontrava-se uma pequena janela, sempre aberta, que não permitia olhar para fora. Os irmãos deviam se aprofundar em seu íntimo na procura dos mundos superiores, quando o dia ia se findando. Estreitas eram as celas, que se situavam uma ao lado da outra, como alvéolos de uma colméia de abelhas. O silêncio era obrigatório, e nenhum irmão podia entrar na cela de outro. Mas todos os moradores do mosteiro submetiam-se de boa vontade às severas regras, pois todos vivenciavam a bênção que lhes advinha desse autodomínio.
Os alunos mais antigos, que deveriam ser enviados como professores, eram instruídos pelo próprio Miang Fong. Ele lhes dava tarefas, que estimulavam o seu espírito e o mantinham ativo. Antes que Dak fosse instituído lama, Miang-Fong reuniu os alunos mais antigos e fez o seguinte discurso: “Um dentre vós amadureceu agora tanto, que se tornou um portador da Luz. Ele encontra-se em ligação com um elevado guia em especial. Agora chegou a hora, em que ele será enviado para junto dos seres humanos, para que ele próprio se forme como um centro de luz. Juntem os vossos rogos ao seu redor, para que ele assimile totalmente a bênção do Altíssimo no dia de sua consagração.”

O dia da instituição de Dak como lama havia chegado. Radiante o sol iluminava e aquecia o puro ar da primavera. Um silêncio de expectativa pairava sobre o mosteiro, pois era a primeira solenidade dessa espécie, que podia ser vivenciada, e algo de muito especial aguardavam dela os moradores do mosteiro. E também não foram decepcionados em suas expectativas. Em cortejo solene caminhavam os alunos até a sala de devoção, primeiro os irmãos azuis, os auxiliadores, a seguir os amarelos e por fim os verdes. Cada qual conhecia o lugar a ele destinado e, silenciosamente, o ocupava. Canto solene do coro masculino enchia o ambiente e recebia-os com intensa vibração. Luz do alto parecia encher o ambiente, parecendo este mais claro do que de costume. Em vestimenta branca de sacerdote, encontrava-se Miang-Fong atrás da mesa ornamentada com flores, mãos elevadas para o alto, aprofundado em oração.
Quando o canto terminou, houve silêncio profundo. Miang-Fong baixou os braços e começou a falar: Vós, servos do Altíssimo, e vós, que o pretendeis ser, ouçam, o que o Altíssimo vos manda dizer: Ele escolheu um de vosso grupo para ser portador de elevada força, para que partisse, para tornar-se uma coluna de Luz no Tibete e, que em sua volta, muitos pudessem se reunir. O Altíssimo determinou para ele um novo nome, que deverá usar daqui em diante.
Ajoelha-te diante da face de teu mais elevado Senhor, Dak, que doravante deverás chamar-te Dao-tse! Este nome significa “servo da mais elevada Luz!” Ele deve proporcionar-te força, para sempre permaneceres nos caminhos do Altíssimo e servires a Ele em inquebrantável fidelidade. Verde seja a tua cor daqui por diante, o verde claro da natureza em despertando, que presenteia todas as criaturas com força vital. Vista, então com teu novo nome, a vestimenta verde do lama auxiliador. Ela o lembrará sempre de teu compromisso diante do Altíssimo. E agora, receba a bênção do Altíssimo, que Ele te concede por meu intermédio!

Dak ajoelhou-se diante da mesa coberta de flores. Sua alma ascendeu e percebeu sons que o encheram de bem-aventurança. Então veio de cima um fluxo de força até ele, o fazendo estremecer profundamente. Miang-Fong havia pousado as mãos sobre sua cabeça com as palavras:

Tu, Altíssimo, que adoramos, conceda a Teu servo aqui ajoelhado diante de Ti, a força para que se torne um portador de Tua Luz!

Aos poucos o fluxo de força recolheu-se novamente. Alguns alunos ajudaram Dao-tse a se levantar e Pao colocou-lhe o manto de seda verde-claro. Aos sons de um solene coral masculino todos deixaram a sala de devoção, onde haviam vivenciado algo inesquecível. Dak, porém, que agora se chamava Dao-tse, logo pôde iniciar sua nova atuação. Do Kombodscha veio o pedido, que lhes fosse enviado um irmão que pudesse permanecer junto deles. Eles estariam dispostos a erguer um mosteiro para ele e muitos jovens já estariam esperando poder ingressar nesse convento como alunos.
A despedida foi curta. Mais uma vez Miang-Fong colocou sua mão, abençoando, sobre a cabeça de seu antigo aluno, que a seguir partiu, acompanhado pelos votos de felicidade dos irmãos. Dao-tse fundou o mosteiro de Kombodscha, cujos resquícios ainda hoje existem, e grande benção partiu também daquele local. No Kombodscha não haviam se esquecido da ajuda de Miang-Fong no passado e, assim, também receberam o seu aluno com toda a confiança.
Depois da partida de Dao-tse do mosteiro, seus irmãos sentiram muita falta do jovem calado, que agora havia se tornado um homem completamente amadurecido. No entanto, logo mais outros colocaram-se em seu lugar e a vida no mosteiro, rigidamente disciplinada, não permitia que os pensamentos se prendessem a lembranças.

Foi Pao que ocupou o lugar de Dak. Também ele crescia visivelmente e seu espírito florescia. Era mais animado do que havia sido Dak, alegria distribuía ao seu redor. Nunca lhe faltava um gracejo, onde havia oportunidade para isso. Miang-Fong observava o seu amadurecimento cheio de satisfação. Com toda sua alegria não lhe faltava a seriedade varonil e Miang-Fong já podia incumbí-lo de tarefas mais importantes. Também foi Pao o segundo a ser consagrado lama, quando novamente chegou um pedido a Miang-Fong para enviar um irmão do mosteiro do Altíssimo.
Desta vez, o pedido veio de uma região, na qual o senhor das trevas ainda mantinha as rédeas do poder em mãos, deixando o povo estremecer de medo. Entretanto, também lá havia pessoas, às quais chegara a notícia do Altíssimo Senhor, que era mais forte que os homens Tau e os sacerdotes. Secretamente estes enviaram a Miang-Fong o pedido suplicante por ajuda. O que deveria ser feito neste caso? Miang-Fong não podia enviar uma única pessoa para uma região tão ameaçada pela luta, este dificilmente poderia realizar alguma coisa. Por esse motivo foi cedido a Pao, que fora designado para esta tarefa, um pequeno grupo de auxiliadores azuis, homens corajosos, que ansiavam aceitar a luta contra o senhor das trevas.

(continua)


Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.


NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17
No Topo das Efetivações – 29/03/17
O Elevado Grau de um Lama – 05/04/17