quarta-feira, 5 de abril de 2017

O Elevado Grau de um Lama







O Elevado Grau de um Lama 

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço concluído a construção do primeiro mosteiro nessa região, onde mantém seus discípulos...

“Mas como pode acontecer, ó mestre,” perguntou Lung, “que os sacerdotes magos possam exercer um poder tão grande sobre as pessoas? Quando os enfrentaste, tal poder logo sucumbiu, nenhum de nós, porém, consegue fazer isso.”

“O motivo disso, Lung,” ensinou Miang-Fong, “é que vós nada sabíeis do Altíssimo. Por isso Sua força não podia estar em vós, e somente com Sua força consegui enfrentar os sacerdotes magos e diante de Sua força quebrou o poder deles.”
“Os sacerdotes também não têm conhecimento do Altíssimo, ou eles só o ocultam de nós? “continuaram perguntando.
“Se sabem ou não, isso não lhes posso dizer. Em todo caso eles servem a outro senhor e não ao Altíssimo.”
Isso foi uma novidade avassaladora para os alunos. A outro senhor? Quem poderia ser? Que os deuses, dos quais falavam para os seres humanos, com os quais ameaçavam, não eram deuses, isto eles agora já compreendiam. Quem, no entanto, era então o senhor, do qual Miang-Fong falava há pouco?
Miang-Fong continuou ensinando: “Como o Altíssimo é o próprio amor, como Ele vive na Luz e é a própria Luz, assim existe também um senhor das trevas e a este servem os vossos sacerdotes.”

Um senhor das trevas? Não conseguiam imaginar nada em pormenores. Miang-Fong teve que continuar esclarecendo: “Este é um inimigo do Altíssimo. Ele tenta de tudo para apagar nos seres humanos o saber do Altíssimo. Seus servos não podem nunca falar Dele.
Ele promete poder e riqueza para quem servir-lo e, como a maioria dos seres humanos almeja poder e riqueza por parecer-lhes o mais desejável, ele sempre encontra servos solícitas. Onde os servos dele aparecem, aí surge escuridão nas almas das pessoas, aí elas se torcem de medo e não têm coragem de dar um passo sequer por vontade própria. Meus alunos! Cuidem-se diante de todos que vos prometer poder e riqueza! Eles vos puxam junto para o abismo da perdição, que também vos tragará. Certamente também o Altíssimo tem tesouros para distribuir, mas estes são de outra espécie. Tesouros do saber Ele vos presenteiam em abundância, com o que são eternos. Quem adquire esses tesouros para si, neste brilha a luz da verdade, e ele pode levar este saber também para outros seres humanos, iluminando-os no seu íntimo. Onde, porém, surgir claridade, lá o senhor das trevas não tem mais espaço. Ele tem que recuar diante da luz, ele não a suporta.
Compreendeis agora, porque tenho que instruí-los e ensiná-los aqui no isolamento? Aqui não pode aproximar-se um sedutor de vós. Sem impedimento, podeis assimilar a luz da verdade dentro de vós e deixá-la crescer, de tal modo que ninguém poderá tirá-la novamente de vós. Cada hora de silêncio, porém, fortalece em vós a força para enfrentar os servos das trevas e vencê-los. Uma multidão desses portadores da luz deve-se derramar a partir daqui sobre o Tibete, cada qual uma luz forte e pura, que por sua vez espalha luz ao seu redor. Para isso eu vos instruo, pois essa é a minha missão, que me foi transmitida pelo Altíssimo: Levar luz para esse país escuro, que o senhor das trevas escolheu para seu reino. Entretanto, este deve ser novamente tirado dele, e para isso será necessária a vossa ajuda. Aprendei, desde já, a enviar vossos pensamentos para aqueles que necessitam de um apoio. Cada um desses pensamentos que seja puro e claro, um bastão firme, no qual um fraco pode se apoiar. Pois pensamentos são como cordas firmes e fortes. Elas permanecem ligadas convosco e estabelecem simultaneamente ligação entre vós e outros. Vejam-no sempre assim diante de vós: Vós mantereis muitos ligados a este local, se vós lhes derdes o apoio de pensamentos puros, e daqui pode lhes afluir a força do Altíssimo.”

Isso todos compreenderam, e duplamente abençoada seria doravante a hora da prática do silêncio, na qual os alunos aprenderam, não somente a receber do Alto, mas também a atuar à distância. Visivelmente formava-se o seu aspecto exterior de acordo com sua vida interior. Sua fisionomia começou a ser espiritualizada, e Miang-Fong alegrou-se, quando olhava nos seus olhos claros, que significavam o retrato de seu espírito em amadurecimento.
Os anos seguintes passaram cheios de paz. Sem ser incomodado, Miang Fong pôde continuar ampliando a sua escola, e sua fama já começara a espalhar-se para longe. Já havia acontecido várias vezes, que moradores de povoações distantes tinham solicitado professores da escola do Tao-Schan. Miang-Fong podia então enviar os mais maduros de seus alunos auxiliares, para divulgar o saber sobre o Altíssimo entre os seres humanos. Eles voltavam após algum tempo, para continuar aprendendo e se aperfeiçoando.
Miang-Fong classificou agora os alunos em três grupos: os verdes, que denominou de alunos que procuravam. Eles ainda procuravam pela verdade, que deveria se tornar-lhes uma ajuda interior, por isso a cor verde. Foi lhe mostrado também um traje de mosteiro, um manto comprido simples, atado com um cinto na cintura.
Ao segundo grupo pertenciam os irmãos que estudavam tendo já encontrado a verdade e que agora nela se aprofundavam e ampliavam seu saber. Sua cor era o amarelo, pois deviam acender em seu íntimo a luz da verdade.
O terceiro grupo eram os irmãos azuis, que eram enviados aos seres humanos como auxiliares. Para isso necessitavam da força, que se encontra na verdade, a cor azul.
Os irmãos operários, que cultivavam o solo e que cuidavam do abastecimento terreno, usavam vestuário marrom curto, pois manuseavam a terra e os frutos por ela produzidos. Eles encontravam-se separados do grupo de três classes de alunos do mosteiro.

No decorrer do tempo, tornou-se necessário anexar ainda um quarto grupo ainda mais elevado, que se situava acima dos três grupos de alunos. Devido ao constante aprofundamento, do abrir-se interiormente, alguns espíritos estavam amadurecidos no silêncio a tal ponto, que também eles conseguiam receber mensagens do Alto e ver os servos de Deus. Abriu-se sua visão e audição interiores e foram agraciados com a capacidade de assimilar mais que outras pessoas.
Dak era o primeiro, no qual o mestre percebeu o novo dom. Ele não havia falado disso, não teve coragem, com receio de que essa revelação lhe pudesse ser prejudicial. Miang-Fong, no entanto, encontrou-o certo dia no jardim, mantendo diálogo com um servo de Deus, invisível para os homens, e sentiu-se muito feliz.
“Alcançaste agora um degrau, do qual podes estender a mão para o alto e segurar na outra mão, Dak,” disse Miang-Fong. “Se conservares isto, nunca te faltará a força e o auxílio.”
Miang-Fong recebeu, agora, a ordem de conceder a Dak uma bênção especial e conferir a ele, como o primeiro, o grau de um “lama”. “Lama quer dizer servo vidente de Deus” ensinou-o, seu guia luminoso. “Muitos lamas ainda provirão daqui e, como os filhos se separam da mãe, para poder levar uma vida própria, como é desejado por Deus, assim esses lamas devem fundar novos mosteiros pelo país afora, nos quais, por sua vez, reunirão alunos e os formarão para serem auxiliares de seu povo. Dessa forma, no decorrer do tempo, todo o Tibete deverá ser coberto com uma rede de mosteiros e, nas malhas dessa rede de luz, os seres humanos deverão encontrar apoio e proteção contra as manobras das trevas. Tu, porém, deves permanecer aqui como o protetor de todos os mosteiros e daqui sairá sempre a maior força, aqui o Altíssimo fará anunciar suas mensagens e mandará dar suas ordens. Tu és o “lama superior”, que se encontra acima de todos os demais irmãos e mosteiros. Aqui a fonte da verdade sempre deve fluir do modo mais puro e forte.”

(continua)


Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.


NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17
No Topo das Efetivações – 29/03/17