quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Nome Promulgado de Realeza










Nome Promulgado de Realeza  

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde sua infância em busca do Altíssimo, se dedicava o jovem Miang, indo após se iniciar nesse rumo, se especializar como aluno de Fong, o qual sendo inesperadamente um príncipe, na incumbência de retornar ao comando de seu reino se afastara do ensino dele, mantendo, contudo suas ordens pertinentes para a sua direção, pelas quais na tarefa de mensageiro, ele sempre realizava viagens de riscos, em cuja uma delas, encontrou na expansão do saber por algum tempo o seu terceiro mestre (Huang); tendo em plena situação costumeira de peregrino nas montanhas, se notificado com o alerta vindo do alto sobre sua única referência, considerada familiar de sua vida...

Fong após declarar Miang como seu sucessor fechou os olhos para sempre...
Miang, então compareceu diante dos súditos e informou-os sobre o que Fong havia determinado. Estes aclamavam o belo jovem, que se encontrava diante deles na flor de sua força. “Eu quero ser um pai e um protetor para vós, como Fong o era,” prometeu Miang, e uma voz pediu:
“Então seja Miang-Fong para nós! Que Fong continue vivo dentro de ti!”

A partir desse dia, o jovem chamar-se-ia Miang-Fong e o novo nome lembrava-o sempre de seu velho professor, ao qual tanto tinha que agradecer e cujo exemplo esforçava-se a seguir. Com sabedoria guiava a tribo a ele confiada, fortificava o saber do Altíssimo, ensinava e instruía sem cessar e, no entanto, sabia que tudo isso somente seria de curta duração.

Certo dia alcançou-o uma mensagem do príncipe Hador. Miang-Fong recebeu os mensageiros, que pediam uma audiência, em sua tenda. Expuseram-lhe um pedido do príncipe Hador. Ele pediu proteção contra seus vizinhos, que novamente empreendiam incursões predatórias em seu território, não deixando sua tribo viver em paz.

Miang-Fong ouvia pacientemente a queixa apresentada. Depois pediu aos mensageiros que aceitassem a sua hospitalidade, pois devia primeiro pedir orientação do alto. Isso eles compreenderam e retiraram-se. Em Miang-Fong, porém, os pensamentos começavam a brotar. Poderosamente surgiu nele o saber de que o aguardavam missões maiores do que conduzir a tribo amarela. Também Hador poderia fazer isso, caso sua fé no Altíssimo esteja mantida e sua força, no melhor de após anos, tiver sido aumentada. Disso, aliás, tinha que certificar-se antes e, fervorosamente, rogou por ajuda e conselho. Então escutou novamente a voz bem conhecida e, agora, já tão familiar, que lhe falou:

Estás certo, Miang-Fong, quando acreditas que o Altíssimo te reserva uma missão mais importante. O que até agora passaste, foi tudo somente para te deixar amadurecer e crescer interiormente. Um grande povo, entre as cordilheiras altíssimas, o aguarda como mensageiro enviado por Deus, para que os liberte de sua grande desgraça. Pedidos suplicantes elevam-se desse povo até o trono do Altíssimo e, misericordioso, Ele lhes concederá ajuda, assim que a hora para isso estiver madura. Unifica a tua tribo com a dos Waringis, confiando ao príncipe Hador a condução das duas tribos que, futuramente, devem receber o nome em comum “povo das montanhas selvagens”.
A proteção do Altíssimo estará com eles, desde que se deixem conduzir obedientes. Tu, porém, prepara-te para, assim que isso esteja concluído, deixar esta região para sempre. Deves dirigir-te até um povo estranho, cujo idioma ainda não conheces, numa terra muito distante, ao encontro de um elevado servo do Altíssimo Deus, o qual te ensinará e instruirá como conduzir um grande povo na força e na sabedoria do Alto.

Miang-Fong agradecido recebeu a notícia e reuniu no dia seguinte os mais velhos da tribo para uma deliberação. Eles receberam a novidade com profunda seriedade, que lhes trouxe tristeza no primeiro momento: pois deviam abrir mão de Miang-Fong, a quem amavam e admiravam, entre todos. Mas não houve contestação. Os mensageiros do príncipe Hador foram chamados e a resolução foi-lhes apresentada. Isso era mais, muito mais do que eles haviam esperado. Com grande alegria receberam a mensagem.
“Voltem para a vossa tribo levando ao príncipe Hador a mensagem do Alto!” ordenou Miang-Fong. “Ele deve, tão logo lhe seja possível, cavalgar até aqui, para que eu possa entregar-lhe a tribo amarela.”

Passaram-se somente algumas semanas, quando, de repente ao entardecer, chegou o príncipe Hador com uma pequena comitiva, cumprimentando Miang-Fong com sincera alegria. A resposta de Miang-Fong fora inesperada e, ainda agora, quase lhe parecia inacreditável. A força e o poder das duas tribos juntas certamente manteriam sob controle todos os assaltantes selvagens.
“Mudem o domicílio para próximo de nós,” convidou-os Miang-Fong.
“Reunidos somos fortes o suficiente contra qualquer ataque. Depois, porém, tome a liderança dos que te foram confiados. O Altíssimo os confia a ti, exigindo prestação de contas, sobre como procederás com eles.”
“O que, porém, será de ti, meu amigo?” perguntou Hador, que ainda não conseguia entender tudo.
“O Altíssimo me chama para um povo estranho,” foi a resposta de Miang-Fong. Mais ele não disse e Hador teve que se contentar com essa resposta.
Quando tudo estava resolvido da melhor forma e Hador tinha assumido a condução das tribos unidas, preparou-se Miang-Fong para a partida. Ele caminhou mais uma vez até as fileiras de tendas, visitando alguns para lhes dar preciosas palavras confortantes. Assim chegou também à tenda de Hisor, na qual outrora havia iniciado a sua atuação como servo do Altíssimo. Ela era irreconhecível em comparação com antigamente, pois onde antes havia sujeira e desordem, agora tudo brilhava pela limpeza e uma mulher jovem trabalhava e lidava cheia de alegria. Feliz e satisfeita era a aparência de Hisor e A-na crescera, tornando-se uma linda moça. Miang-Fong ficou contente e desejou-lhes toda felicidade também para o futuro.
Ele tinha sensação dos seus em boas mãos. Em toda parte encontrou vida assídua, movimentada, que tornava as pessoas alegres e a fé no Altíssimo que se tornara óbvia para eles. Poderia partir sossegado. Mas Miang-Fong não pretendia despedir-se festivamente de sua tribo. Queria partir silenciosamente, para não despertar tristeza nos corações dos que ficavam para trás. Assim, somente Hador sabia da hora da partida e, também a ele, Miang-Fong pediu que o deixasse partir sem chamar a atenção das pessoas.

O sol mal lançava seus primeiros raios sobre o horizonte, quando ele partiu, acompanhado pela bênção do príncipe. No vilarejo de tendas todos ainda dormiam. A alvorada tecia ainda seus véus cinzentos sobre arbustos e o vale. Uma vez mais se voltou Miang-Fong, para depois partir com o ânimo confiante. Seu caminho levava-o, dessa vez, para o sudoeste, ao encontro do distante e desconhecido país. Seu coração batia mais forte quando se lembrava de que deixava para trás, como uma vestimenta usada, tudo o que até então vivenciara. Seu futuro estava incerto diante dele, desconhecido, coberto por véus.
Desnecessário seria a descrição de seus passos. Aproximava-o do destino de sua aspiração, o país da Pérsia, no qual o sábio Zoroaster, a alma de fogo, com todo ardor de seu coração testemunhava o herói esperado, o Saoshyant. E ao seu lado atuava Jadasa, a pura, que ensinava às mulheres a pureza e o correto servir.
Por muito tempo Miang-Fong caminhou solitário. Para ele, o tempo passava rapidamente. Nas noites vivenciava mais do que de dia, pois não era da vontade do Altíssimo que no caminho ele fosse detido por pessoas com perguntas e pedidos de ajuda. O que tinha que aprender em suas caminhadas – reconhecer a múltipla miséria dos seres humanos, isto ele já tinha aprendido na sua última jornada. Agora tinha que ser preparado para o novo, ao encontro do qual estava indo. Quando, de noite, repousava em leito simples, muitas vezes sob céu aberto, sobre relva ou feno, embaixo de arbustos ou numa caverna protetora, então novamente passavam quadros e mais quadros diante de seu espírito. Especialmente um, o qual o impressionara muito.

Ele viu uma grande árvore com muitos galhos, nos quais se encontravam muitos pássaros de diferentes plumagens. Uma luminosa mão espalhava grãos no chão embaixo desta árvore. Aí vieram todos os pássaros e picavam os grãos. Um deles, porém, tinha uma desconhecida plumagem, com seu aspecto diferente dos outros. Mas ele também se aproximou e tomou dos grãos. A mão do semeador quis detê-lo, mas uma voz disse:
“Deixa picar também esse pássaro, também ele deve poder saciar-se. Assim é da vontade de Deus.”

Miang-Fong não entendia esse quadro, mas ele não pôde esquecê-lo e, quando já tinha atravessado as montanhas protetoras da Pérsia, aproximando-se aos poucos da capital, sentiu nesse país uma disposição bem ordenada, uma prosperidade sem opulência, mas de seres humanos satisfeitos, como ainda nunca houvera encontrado antes. Em toda parte via fisionomias alegres e vida ativa. Isso era agradável, e ele se esforçava para se entender com os moradores do país; logo aprendendo aquela palavra, que sempre voltava e que possuía um som mais claro que todas as outras, e notava-se que a mesma fazia bater mais forte os corações quando era pronunciada em todos os tons de veneração, alegria e gratidão, a palavra ”Zoroaster”!

Nas praças das localidades encontrava as pessoas reunidas regularmente para adoração a Deus. Silêncio e ordem reinavam em toda parte.
“Deveras, um país abençoado” pensou Miang-Fong novamente e, involuntariamente, comparou-o com as planícies férteis, nas quais os homens amarelados cultivavam o arroz, do país rico, no qual, porém, os corações das pessoas eram tão pobres. Pois eles não tinham um Zoroaster, essa era a diferença. Aí foi dado a Miang-Fong um novo reconhecimento: quanta coisa magnífica um único espírito puro, pode realizar quando a força do Altíssimo está com ele. Um povo inteiro podia ser transformado com isso. Mais alegre ainda, continuou sua caminhada. Nas estradas aumentava o número de pessoas a pé e o de veículos. Todos se dirigiam para a capital, como se algo os chamasse para lá e Miang-Fong seguia essa peregrinação.
Finalmente chegou o momento em que Miang-Fong entrou nas ruas da maravilhosa cidade. Ele não precisava perguntar pela moradia do Zoroaster. Em sonho lhe havia sido mostrada a casa branca a qual devia procurar. E parecia-lhe um sonho quando se encontrou diante de Zoroaster, apresentando-lhe seu pedido como aluno.

Zoroaster havia reunido seus alunos ao seu redor, para instruí-los. Surpreso olhou para o jovem forasteiro, que tinha aspecto totalmente diferente das pessoas de seu país. Ele não pôde familiarizar-se com a fisionomia estranha e considerou certo fingimento no jeito modesto de Miang-Fong.
 Ele então recusou o seu pedido. Parecia-lhe impossível aceitar um membro tão estranho na comunidade. Iria incomodá-lo, e ele também não compreendia por que carecia de seu ensinamento esse forasteiro.

(continua)


Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17