quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Lembranças do Graal II






Lembranças das minhas vivências do Graal



por Elisabeth Gecks


(continuação)


Depois de atingir a maioridade, saí da Igreja Católica, pois minhas concepções e a vivência religiosa não lhe eram correspondentes. Como eu havia levado comigo a fé em Jesus e não queria ficar sem a Ceia e queria me aprofundar na doutrina de Jesus, ingressei na Igreja Evangélica Unida. – A estreiteza da igreja de Lutero com a salvação por meio da morte na cruz de Jesus como algo desejado por Deus, conheci através da aula de religião dos meus filhos na Bavária, horrorizada. Eu mesma não tinha há muito tempo mais nenhuma ligação com uma igreja. Eu estava decepcionada e havia vivenciado a rigidez e a sobriedade intelectual em muitas pessoas. Na Mensagem do Graal encontrei então o esclarecimento resplandecente para tudo. Eu gostaria, por exemplo, de citar o anjo da guarda, idêntico ao guia do ser humano no âmbito interior e aos auxiliares enteais no âmbito terreno, material. Também os conceitos purgatório e inferno, apesar das concepções torcidas e primitivas, surgiram do saber de outrora a respeito dos planos luminosos, mais elevados e dos sombrios, através do querer e atuar errôneos do ser humano, assim como a Mensagem descreve isso tudo de forma bem clara. – Um pressentimento a respeito disso me fez sempre continuar a procurar, até que aos 40 anos de idade eu finalmente, depois do reconhecimento de tantos grãozinhos de Verdade, pude encontrar a Mensagem para o reconhecimento completo da Verdade oriunda do Graal.
Isso foi no ano de 1926, quando Abdrushin havia escrito a Mensagem e já existia uma base, a partir da qual eu tive a graça de crescer dentro dela através da condução do Senhor, podendo ouvir por meio dele cada nova dissertação que surgia e, então, eu mesma podendo me aprofundar nela ao lê-la.

Minha procura havia me levado anteriormente às religiões orientais, as quais sabiam a respeito das várias vidas terrenas; mas a falta de lógica, a falta de uniformidade na lei, que eu intuía aí, por se acreditar que uma pessoa poderia se tornar, de acordo com seu proceder, um animal ou planta na vida, num desenvolvimento superior também uma estrela, não me havia satisfeito. Assim eu cheguei à Teosofia e à Antroposofia, mas depois da primeira alegria pela uniformidade da lei na libertação por meio das repetidas vidas terrenas e da alegria por pessoas realmente religiosas, nobres e que aspiravam mais alto, seu pensamento de poder se tornar divino me repelia como algo atrevido e arrogante, fazendo-me continuar a procurar. Assim, em oração, eu implorava a Deus, diariamente por longos anos, que Ele me permitisse encontrar a Verdade oriunda da Luz: a Verdade completa oriunda Dele, a que realmente Jesus havia trazido e que deveríamos ter reconhecido. Minha oração também era sempre: “Deus onipotente, deixa-me reconhecer tudo que me é necessário, para que eu realmente viva de acordo com Tua vontade e possa reconhecer corretamente tudo o que Jesus quis e presenteou.”
Mais uma coisa não deve deixar de ser mencionada, um pressentimento, que eu trouxera junto nessa vida terrena e que me fazia procurar por reconhecimento. Era uma lembrança, que o meu “eu” espiritual viera para uma missão nesta vida terrena; este “eu” eu havia separado de forma totalmente natural em duas formas dos respectivos invólucros terrenos, os quais trazia de forma consciente em mim sobre as duas vidas terrenas e o que, inconscientemente, eu achava bem natural. Assim, já quando criança havia uma procura dentro de mim por algo não palpável, que me deixava meio melancólica, me dava um desejo de ficar sozinha, o que também era possibilitado pelo grande jardim e pela diferença de idade em relação às minhas irmãs e que, de fato, fora determinado para meu desenvolvimento. O fato de eu ter sido realmente tão diferente do que as outras crianças e isso ter se refletido então na vida adulta, trouxe-me muita incompreensão e sofrimento. Assim tanto mais felicidade trazia-me o amor a pessoas bem simples e aos animais – e também, por eu ter podido aconselhar e auxiliar, quando alguém necessitava de mim. Pois as capacidades que me foram presenteadas e meu anseio por harmonia e paz, meu sentido por justiça, outorgavam-me confiança junto a crianças e adultos. Assim, muitas vezes, eu podia auxiliar e levar equilíbrio, pois eu não me isolava deles, mesmo me sentindo sempre realmente sozinha. No início, quando criança, eu dizia que agora viria a época do Juízo e que Jesus havia falado há aproximadamente dois mil anos sobre essa época em que nós estaríamos agora. Eu só encontrava espanto e surpresa, mas ninguém que pudesse me confirmar isso, explicando. Então eu nunca mais disse algo sobre o que eu aguardava e que se encontrava dentro de mim como um pressentimento, sem possuir uma ideia real. Contudo, quando eu ouvi pela primeira vez o nome “Graal”, então eu sabia haver uma conexão a respeito e que a isso estava ligada uma missão, a qual eu queria procurar. Quando me veio a primeira vez o pressentimento a respeito da época do Juízo, perpassou-me rapidamente um estremecimento sobre a ideia de algo horrível, que teríamos de passar, mas medo apenas por um instante. Então tive a certeza que era exatamente por isso que eu vivia, para ser-me permitido ter uma missão nessa época, de acordo com a vontade de Deus. “Como podes te amedrontar aí” briguei comigo, nunca mais virá algo assim para mim; agora com a clareza por meio da Mensagem e com o saber sobre a minha permissão de poder servir, isso não seria mais possível.

Até aí eu havia procurado por tudo o que estava em ligação com o nome “Graal”, todas as espécies e concepções a respeito das lendas do Graal. Mas eu sempre ficava decepcionada com a concepção terrena e com tudo que estava relacionado a isso e sentia nitidamente que aí não existia mais nenhuma conexão com o que era legítimo. Contudo, eu sabia que um dia encontraria a conexão entre Jesus, o Graal e o Juízo e poderia reconhecer aí qual seria minha missão, o meu “servir”, tudo aquilo que pairava diante de mim como uma meta alcançável. Essa forte procura com a experiência que nós, seres humanos, não sabemos tudo o que deveríamos, para poder viver corretamente de acordo com isso e que nenhuma igreja, seita ou religião havia alcançado esse último ponto, foi o grande auxílio em minha vida.

(continua)




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