Lembranças
das minhas vivências do Graal
Prefácio
Sobre a discípula Elisabeth
Gecks
Frau
Elisabeth Gecks escreveu suas lembranças entre os anos 1956 a
1958, portanto, ainda na época em que Frau Maria estava viva.
Elas se
formaram por diversos motivos, que Frau Gecks deixa transparecer em suas
lembranças:
– Como
expressão da mais profunda gratidão pelas vivências e auxílio pessoal na década
sobre a Montanha Sagrada e por alguns anos antes e depois disso;
– Para
testemunhar acontecimentos que co-vivenciara na Montanha e em especial pela
visão espiritual em algumas oportunidades;
– Para
poder relatar muitas coisas de forma minuciosa, apesar de terem sido pessoais,
pois elas contêm auxílios para outras pessoas e para seu desenvolvimento.
Auxiliar pessoas que procuravam e que estavam se abrindo para a Luz e para
servir foi seu dom e sua missão especial. Sua natureza dada ia ao encontro
daquelas pessoas de maneira ideal.
Frau
Gecks nasceu em 1º de dezembro de 1884 em Würzburg.
Frau Gecks viveu até os 88 anos de idade e faleceu em Munique no
dia 13 de agosto de 1972.
Apenas
aos 41 anos de idade ela encontrou a Mensagem do Graal e a família Bernhardt,
bem no início. Ela foi selada em maio de 1927 em Tutzing. Nessa época
ela já estava casada há bastante tempo e era mãe de três crianças. No dia
23 de agosto de 1929 ela recebeu a primeira convocação. Em dezembro de
1931 ela tornou-se discípula, sendo convocada ao mesmo tempo como discípula de
selamento.
No verão
de 1930 ela foi para Munique, para cuidar de pessoas, e assim
formou-se aos poucos um Círculo do Graal, que em pouco tempo, abrangeu toda a
Baviera.
Logo
depois do falecimento de Frau Maria em 1957 o Círculo do Graal passou
para mãos mais jovens e masculinas, mas sua presença como discípula pôde ser
sempre sentida de forma auxiliadora. —
Eu
gostaria agora de falar sobre meu conhecimento pessoal com a Frau Gecks, para
reproduzir complementando algumas impressões.
Eu a
conheci em 1947 na casa da Frau Marie Agnes von Martius em Bad Reichenhall. Eu
logo tive a impressão de uma grande e autônoma personalidade. Eu valorizava sua
naturalidade, sua expressão feminina, sua beleza e vivacidade. Ambas as
senhoras me acompanharam e me auxiliaram por um bom trecho do meu caminho. A
partir de 1950 passei a pertencer ao Círculo do Graal de Munique e aprendi a
conhecer profundamente e a amar a atuação da Frau Gecks nas devoções, leituras,
horas das crianças e horas solenes. Ela sabia ouvir muito bem, era bondosa
e severa também quando era necessário. Ela auxiliou muitas pessoas, que em
parte ainda hoje estão vivas, adquirindo sua gratidão. Eu ouvi o testemunho de
muitas delas.
Então
veio uma época em que Frau Gecks precisou de amparo na velhice. Ela expressou o
desejo que eu ficasse ao seu lado auxiliando. Assim aconteceu que durante anos
eu tive frequentemente Frau Gecks como hóspede em minha casa, conhecendo-a
ainda mais intimamente. Nós também trabalhávamos juntas, gravávamos com ajuda
das fitas K-7 as conversas e suas lembranças. Seus filhos ficaram agradecidos e
mantiveram contato comigo. Amparada cheia de amor, ela foi mais tarde para um
lar de idosos próximo a Munique. Também lá ela continuou a atuar conforme a sua
espécie, também lá ela permaneceu inesquecível a muitos, como tomei
conhecimento. Eu pude cuidar de Frau Gecks juntamente com sua filha até a hora
de sua morte no hospital Altperlach.
Essas
lembranças escritas por Frau Gecks me foram deixadas como herança juntamente
com muitas outras coisas. Eu nunca me senti estimulada a torná-las acessíveis a
outras pessoas; mas isso agora se modificou. Eu reconheço que chegou a
hora, em que muitos, que não conheceram os tempos remotos na Montanha Sagrada,
sentem um anseio interior, por saber mais. Assim eu me esforcei em fazer uma
cópia resumida e provê-la com valiosas fotos antigas. Agora eu gostaria de
tornar acessível o tesouro das lembranças a algumas poucas pessoas, que pediram
insistentemente por isso. Que Frau Gecks permita que esse auxílio vos
floresça, meus caros leitores, com os relatos sinceros de seu próprio
crescimento dentro do grande acontecimento sobre a Terra. Liguemo-nos, pois, no
anseio de vivificar o espiritual em nós cada vez mais e mais, a fim de podermos
servir melhor à Luz!
Munique,
Páscoa de 1993.
Ursula
von Bieler
Parte
1: Pré-reflexões
Desde
meus 19 anos eu procurava conscientemente pela Verdade, por um esclarecimento
das conexões da vida. Vivia em mim a forte e alegre consciência da divindade de
Jesus em sua vida terrena e o fato de que ele havia vindo para auxílio da
humanidade. Apenas o fato dele ter morrido de forma tão horrível eu não
conseguia aceitar, isso era uma dor terrível para mim. Eu tinha a forte
intuição de carregar bem em silêncio todas as dores no pensamento em seu
exemplo e em seu amor. “O que ele teve de passar para nos trazer auxílio com
sua existência humana”. Isso era em tudo a minha estrela guia.
Eu cresci
em um ambiente, no qual havia a concepção mundial destrutiva, a qual lançava
suas sombras e dúvidas se Jesus havia realmente vivido. Desde criança, porém,
entreguei-me a minha própria intuição, agarrando-me firmemente naquilo que eu
já sabia, assim como eu já explicava quando pequena. Perguntei uma vez a meu
pai como era possível que ele tivesse dúvidas, pois eu sabia de fato que Jesus
havia vivido e vindo da divindade. Eu também não mudaria de opinião se o mundo
inteiro duvidasse disso e zombasse de mim, pois eu tinha certeza disso! – Eu
escrevo isso dos meus dias de infância como préfacio, pois para mim é um
paralelo para o reconhecimento posterior de Abdrushin – Parsival – Imanuel como
o Filho do Homem. Ao ler sua Mensagem do Graal eu o reconheci e sabia dele,
antes de ter vivenciado Abdrushin pessoalmente. Meu reconhecimento era o mesmo
“saber” dele, como aquele da existência terrena de Jesus, de modo que o mundo
inteiro poderia estar contra mim, eu jamais diria algo diferente do que um “eu
sei” oriundo do meu reconhecimento interior! – Nesse saber a respeito de Jesus
eu vivenciei minha primeira comunhão interiormente de forma tão profunda, que
mesmo agora ela ainda pertence às minhas vivências mais profundas. Eu estava
apenas preenchida de gratidão a Deus, de um grande e humilde amor a Jesus, e
recebi a comunhão no pensamento de querer viver de acordo com sua Palavra. Eu
não acho que eu havia imaginado recebê-lo realmente em mim, pois notei logo que
minhas concepções eram diferentes da estreiteza e rigidez de muitos dogmas que
a Igreja ensina. Com 14, 15 anos de idade eu me encontrava num forte conflito
com meus professores religiosos, cujas respostas, tão logo eles se esforçassem
em me dar, jamais me satisfaziam.
A
Mensagem do Graal com suas primeiras dissertações de outrora, se tornaram- me
uma revelação ao lê-las em uma única noite. Uma facilidade para meu
reconhecimento da Verdade foi que já quando criança eu tinha lembranças de
minha vida terrena passada, na qual eu estive envolvida com meu pai. Depois de
uma conversa retrospectiva com ele, a qual me mostrou que ele também sabia a
respeito disso, eu me tranquilizei e não perturbei mais minha mãe, perguntando
por que eu me encontrava agora aqui e era filha dela. Quando contei muitas
particularidades a meu pai, ele disse: “Sim, nós vivemos juntos naquela época,
mas não fale sobre isso, as pessoas não o entendem”. Sim, isso eu também
sentia, mesmo sendo pequena. Para mim bastava que meu pai também o soubesse,
pois assim algo especial sempre nos ligou; meu saber ou pressentimento
religioso tocou-o durante toda sua vida e certamente lhe abriu no Além o
caminho para o reconhecimento. Aliás, eu sei que ele também encontrou o
caminho.
Assim essas lembranças passadas levaram-me ao
reconhecimento da reencarnação e me deram o grande choque devido ao fato da
Igreja não saber nada a respeito, recusando isso até indignada, como eu tive
que tomar conhecimento mais tarde por meio dos sacerdotes católicos e
evangélicos.
(continua)
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