segunda-feira, 31 de julho de 2017

As Revelações de João V







As Revelações de João

E novamente o Eterno acenou e o quinto anjo tocou a trombeta, de modo que o som ecoava longo por todas as Criações. Então as trevas ganharam poder sobre a Terra e das profundezas assomavam bichos como gafanhotos e cobriram toda a Terra.
Mas esses tinham a ordem de não comer a grama, nem as ervas, mas apenas cair sobre os seres humanos, torturando-os. Mas naqueles que portavam o sinal de Deus sobre a testa, nestes eles não deviam tocar.
Horripilante era a aparência dos bichos em sua forma na matéria fina: tinham couraças, com as quais faziam barulho, rabos como escorpiões com os quais picavam; asas que os levavam a toda parte e rostos como caricaturas humanas e dentes afiados.
Eles deveriam atormentar os seres humanos por algum tempo. Os tormentos deveriam ser tão grandes, que os seres humanos desejariam poder morrer. Mas justamente isso eles não deveriam. Deveriam sentir todos os tormentos, para que aprendessem a reconhecer contra quem tinham praguejado; a quem tinham afastado para longe de si. Mas o senhor de todos esses bichos era Lúcifer.
E novamente o anjo clamou poderosamente:
“Um ai passou, mas mais dois ais ainda virão!”



O sexto anjo tocou sua trombeta. Então a voz Daquele que estava sentado no trono clamou:
“Solta os quatro servos de Deus!”
Então os quatro anjos foram soltos, que estavam preparados dia e noite, a cada ano e cada hora, para que, por ordem de Deus, matassem a terça parte de toda a humanidade. Com uma grande comitiva de cavaleiros armados, galoparam para a Terra e deixaram expelir fogo, fumaça e enxofre e mataram a terça parte de todos os que a morte havia deixado sobrar.

Mas ainda havia sobre a Terra aqueles que não queriam pagar pelos seus crimes, que não queriam adorar a Deus, nem guardar suas leis.
Do alto desceu um maravilhoso anjo, de aparência forte e esplendorosa. Suas vestes estavam em sua volta como uma nuvem, os raios que partiam de sua cabeça brilhavam como as cores do arco-íris, e seu semblante era luminoso como o sol. Seus pés assemelhavam-se a chamas de fogo que se acendiam e se consumiam, mas sempre se renovavam no serviço ao Eterno.
Postou-se sobre toda a Criação posterior, pois tinha recebido poder de seu Senhor sobre ela. Então passou a chamar com voz poderosa, de modo que soava sobre todas as Criações como sete trovões rolantes. Mas o que ele clamava era tão poderoso que tudo estremecia diante disso.
Senti muito medo, mas mesmo assim eu queria anotar o que pude perceber no rolar dos trovões, então uma voz suave soou de cima:
“Guarda dentro de ti o que ouviste! Não escreve o que o anjo clamou através do soar dos trovões sobre a Criação posterior.”
Então agradeci a Deus em minha alma por não ter que escrever isso, mas dentro de mim está escrito por toda a eternidade.
Mas o anjo ergueu-se bem alto, levantou sua mão e fez um juramento ao Deus triplo, de cuja Vontade tudo tinha partido, para que à humanidade pecadora não fosse dado mais tempo para penitência. Assim que o sétimo anjo tivesse tocado a sua trombeta, tudo estaria terminado. Então se concluiria tudo o que estava previsto pelas leis eternas de Deus. Toda a paciência teria então chegado ao fim.

O anjo tinha um livrinho na mão. E novamente ouvi uma voz de cima, que falou para mim:
“Vai e pega o livro do anjo!”
E então me aproximei do poderoso anjo e pedi que ele me desse o livrinho. E ele falou:
“Toma e absorve o conteúdo do livro em teu íntimo! Não terás mais sossego, mesmo que no começo ele te pareça brando.”
Peguei o livrinho da mão do anjo e absorvi todo o seu conteúdo, que me parecia amável e doce. Mas quando tinha compreendido tudo, então um pavor tomou conta de mim. Mas o anjo falou:
“Vê, o que tu agora absorveste, isso terás que passar adiante. Novamente terás que anunciar diante de todo o povo e diante de todos os pagãos, assim como anunciaste uma vez!”
O anjo deu na minha mão uma vara de medir e ordenou:
“Meça o templo de Deus, o sagrado e o santíssimo. Mas o vestíbulo, este não o meça, pois doravante não haverá mais vestíbulo no templo de Deus. A cidade de Deus e os templos de Deus na Terra serão entregues aos pagãos e eles os destruirão por causa da descrença dos seres humanos!”

E novamente o anjo anunciou:

“Duas testemunhas de Deus onipotente encontram-se na Terra, externamente iguais aos homens, simples e sem pompa. Mas eles são como oliveiras sempre verdes e como tochas ardentes diante da magnificência do Senhor, tal como o profeta Zacarias anunciou!” 
*(Parsival – Abdrushin e Maria [Não Maria de Nazaré].)
As trevas sibilam aqui e ali contra eles, mas não podem lhes fazer mal. Deus, o Senhor, porém, deu-lhes poder sobre toda a entealidade, para que no tempo de sua peregrinação na Terra, por sua vontade, todos os tipos de pragas pudessem abater-se sobre os seres humanos, assim como no tempo de Moisés no Egito. Eles trazem Luz e Verdade de Deus, do Todo-Poderoso, mas os seres humanos não querem ouvi-los.
E depois de todos os ataques que sobre eles foram em vão, as trevas se condensam. Como um enorme animal, elas erguem-se de baixo, lutam contra eles e aparentemente os vencem. São amarrados e largados como se estivessem mortos. *(Morte aqui significa “estar excluído por morte moral” [difamação]) Deus, o Sempiterno inclina-se sobre Seus filhos e chama para que durante este tempo subam até Ele. Os seres humanos, porém, que caminham em obstinação e descrença, festejam festas de alegria íntima e triunfam dizendo que tinham matado a Verdade e o Amor e libertado a Terra da Justiça. Pois eles haviam se tornados incômodos àqueles que não queriam reconhecer.
Mas exatamente na hora em que Deus, o Eterno, havia previsto, as duas testemunhas saem ilesas de todos os ataques. Elas vivem! E grande pavor toma conta daqueles que haviam testemunhado contra elas e daqueles que, em alegria, jubilavam por causa disso.
Mas a Terra estremece e os seres humanos se enchem de medo.
E com isso também o sexto ai tinha passado sobre a humanidade, porém depois da palavra do anjo não havia mais nenhum tempo entre este e o último.

À Vontade de Deus, que estava sentado no trono para julgar a humanidade e acenou, o último anjo tocou sua trombeta. Agudo soou o som por todas as Criações e todas as criaturas prenderam o fôlego, pois o fim de todas as coisas havia chegado.
Do céu, porém, soavam vozes:
“Agora os reinos de todas as partes universais são propriedade de nosso Senhor, do Filho do Homem e do Filho de Deus, Jesus. Ele, o Filho do Homem, irá reinar agora por toda a eternidade, assim como o fez desde todo o sempre!”
E os anciãos ergueram-se de suas cadeiras, caíram de joelhos e oraram:
“Senhor, Deus onipotente, Tu que és e que eras de eternidade em eternidade! Nós Te agradecemos porque Tu deixas emanar agora toda a Tua força e porque Tu tomaste posse agora de Teu reinado sem limites.

Agora Tu aniquilaste todos os que eram contra Deus e contra Ti. Tu julgaste todos os que não Te reconheceram. Tu ataste o antagonista que corrompeu a Terra. Mas aqueles que Te reconheceram receberão agora o seu quinhão. Teus servos eles poderão ser e a bem-aventurança preencherá suas almas!”



Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):