terça-feira, 25 de julho de 2017

As Revelações de João IV







As Revelações de João

Jesus soltou o quarto selo, o chamado de trovão ecoou novamente por todas as Criações.
Então chegou um sobre um corcel pálido e desbotado e pálido era ele também. Era a morte e a ela foi dado o poder para ceifar a quarta parte da humanidade. Atrás dela vinha a matilha de seus auxiliares em desabalada corrida: peste, guerra, fome e todos os espíritos infelizes que arruínam as pessoas. Agora ela foi enviada para baixo.
Novamente houve silêncio. Serenamente, Jesus soltou o quinto selo. Então passaram por ali todos os que pela fé em Deus e em Jesus Cristo haviam dado alegremente as suas vidas.
Estes foram vestidos com vestes brancas e foi-lhes pedido que esperassem por aqueles que ainda viriam. No Juízo Final, a sentença de Deus também seria pronunciada sobre os seus adversários.
Agora Jesus soltou o sexto selo.
E então a Terra começou a estremecer em suas profundezas, de modo que fora sacudida e as montanhas e os mares deslocaram-se. O Sol havia escurecido, todo o seu brilho havia desaparecido. A Lua, porém, brilhava como sangue, de modo que todas as criaturas sentiram pavor. Estrelas caíam sobre a Terra e o vento zunia de todos os quatro cantos ao mesmo tempo.

Então os reis da Terra e os grandes e poderosos começaram a gemer e a tremer. Esconderam-se em fendas e cavernas, mas isso de nada lhes adiantou. Por demais poderoso era o acontecimento. Então clamaram:
“Quem poderá subsistir diante dos olhos Daquele que reina sobre o trono de Juiz? Quem poderá esconder-se da justa ira de Deus? Que caiam sobre nós as montanhas, cubram-nos as rochas, para que os Filhos de Deus não possam mais nos ver. O dia do Juízo veio para a Terra e nós iremos colher o que semeamos. Ai de nós!”
Nesse furor dos poderes da natureza, ordenado por Deus, soou, de repente, uma voz:
“Não danifiqueis a terra, nem o mar, até que tenhamos selado os servos de Deus em suas testas!”
E estavam quatro anjos nos quatro cantos da Terra e estes pararam os ventos para que não ventassem até que Deus tivesse permitido que se concluísse a sua obra.
Eram cento e quarenta e quatro mil espíritos humanos que Deus escolheu para serem servos de seu Filho. Eles deveriam portar o signo do Eterno em suas testas e com isso deveriam ficar preservados de todos os horrores que zuniam sobre a Terra. Depois disso, deveriam auxiliar Seu Filho eterno, a Sua Vontade, a construir o novo Reino.
Agora eles se achegavam de todos os povos, vestidos com vestes brancas e segurando palmas em suas mãos. Louvavam a Deus por sua grande graça, por terem sido escolhidos para o servir e falavam com alegria:

“Salve! Aquele que está sentado no trono e o nosso Deus que reina na eternidade e a Jesus que, por misericórdia, inclinou-se aos seres humanos! Glória a Trindade eterna de eternidade a eternidade!”
E os anjos, os anciãos e os animais falaram “Amém” e inclinaram-se diante da Vontade eterna de Deus. E por longo tempo só houve louvor e agradecimento, sons de harpas e alegria.
E então um dos anciãos inclinou-se para mim e perguntou-me dizendo:

“Quem são esses que podem usar vestes brancas? Quem os trouxe para cá?”
Mas eu não sabia dizer quem eram e pedi que ele me dissesse. Ele o fez e disse:

“São os espíritos humanos que passaram por grande aflição e por lutas internas, que procuraram manter puras as suas almas em sua fé em Deus e em Jesus. São aqueles que reconheceram a Vontade eterna de Deus, quando agora Ele vier para o Juízo.
Por causa deste reconhecimento, os seus pecados foram-lhes perdoados. Não ficarão nem sedentos, nem famintos pela Palavra de Deus, pois esta estará eternamente com eles. Também não desmaiarão pelo calor, nem enrijecerão pelo frio, pois vibrarão nas eternas leis de Deus.
Deus mandará secar todas as lágrimas de seus olhos, pois suas almas terão sido soerguidas do sofrimento e das dores terrenas, pois Deus os escolheu como servos de Seu Filho sagrado. Eles O servirão de dia e de noite em grande felicidade.
E Ele mesmo que está sentado no trono, estará no meio deles. Ricos, acima de todos os conceitos humanos, são aqueles que podem servir aos Filhos eternos de Deus!”
Depois disso, houve longo silêncio, um silêncio sagrado, mas cheio de expectativa, anunciando desgraça.
E Jesus ergueu um pouco o livro e soltou o último selo.
Então os sete anjos vieram para frente e seguravam trombetas em suas mãos. Diante do trono havia sido erigido um altar, para o qual dirigiu-se um outro anjo, com um incensório dourado. Colocou muito incenso nele e a fumaça elevou-se e subiu para Deus, como um reflexo das orações de todos.
Então Aquele que estava sentado no trono fez um pequeno sinal. E o anjo pegou o incensório, colocou fogo do altar nele e derramou-o sobre a Terra. Aí caíram relâmpagos, trovões retumbaram e a Terra estremeceu em todas as suas bases.
Os sete anjos, porém, ergueram suas trombetas e olhavam para a Vontade eterna de Deus, que estava sentada no trono. Esta fez novamente um sinal.
Então o primeiro anjo levou a trombeta aos lábios e um som longo, semelhante a um gemido, vibrou por todas as Criações. Sobre a Terra, porém, caiu granizo com sangue e fogo e a terça parte das árvores e das plantas se queimou.
Novamente o Eterno inclinou-se e o segundo anjo soprou em sua trombeta de forma que o som saiu como um grito em direção às Criações. E houve fogo no mar e a terça parte de todos os mares tornou-se como sangue, a terça parte de todas as criaturas vivas do mar pereceu e a terça parte de todos os navios se queimou.
E então um calor subiu em mim:
“Sete trombetas – sete ais! Humanidade, o que tu preparaste para ti em tua teimosa obstinação!”
E novamente veio um sinal Daquele que estava sentado no trono e o terceiro anjo tocou sua trombeta, de um modo que o som passou por todos os céus. E caiu uma estrela e os rios e as águas da Terra tornaram-se amargas como fel e os seres humanos morriam quando delas bebiam.
A um aceno do Eterno, o quarto anjo tocou sua trombeta. Então o Sol se escureceu, a Lua perdeu seu brilho e as estrelas se apagaram, de modo que tanto de dia quanto de noite estava igualmente escuro.

Mas a voz de um dos anjos soou poderosa:
“Ai, ai, ai, daqueles que se encontram sobre a Terra! Três anjos ainda tocarão suas trombetas e a aflição será insuportável! Mas não existe parada no Juízo que os próprios espíritos humanos trouxeram para si. Uma coisa após a outra terá que se cumprir!”


Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):