Mulher e Homem
por
Abdrushin
Com as minhas dissertações sobre “O enteal”, “Os pequenos
enteais”, “Na oficina de matéria grosseira dos enteais”, “Peregrina uma alma”,
dei uma fração do saber da contínua atuação na Criação. Uma pequena parte
expliquei do vosso ambiente mais próximo, e também somente daquela, que se acha
bem intimamente ligada convosco. No entanto, não vos dei tais esclarecimentos
apenas para que ficásseis conscientes deles, mas, sim, com a finalidade
de poderdes tirar proveito disso para a vossa vida na Terra, agora,
no corpo de matéria grosseira. Como também simultaneamente para a bênção
daqueles, que estão convosco e ao redor de vós.
O saber a tal respeito não vos traz vantagem
nenhuma; pois cada espírito humano tem o dever sagrado de utilizar todo o saber
favorecendo na Criação, para o progresso e a alegria de todos, que estão
ligados com ele ou que apenas entram em contato com ele. Então o
seu espírito tem grande lucro, do contrário, nunca.
Este ficará livre de todos os empecilhos e será infalivelmente
soerguido na lei da reciprocidade até uma altitude, em que constantemente
poderá haurir forças, as quais são traspassadas de Luz e têm que proporcionar
bênçãos lá, onde encontram solo adequado aqui na Terra. Dessa forma, a pessoa
que sabe torna-se forte mediadora de elevada força de Deus.
Por isso, quero mostrar-vos uma vez o que podíeis deduzir das
últimas dissertações para o caminho terreno, e o que também tendes que deduzir;
pois a Palavra não deve ficar sem aplicação.
Chamei vossa atenção, em traços gerais, para uma pequena parte
do tecer e do atuar de bem determinadas espécies de enteais na Criação,
mostrei-vos também que o espírito humano até agora se movimentou nisso em total
ignorância.
O enteal atua e tece com fidelidade no lar da grande Criação,
enquanto o espiritual deve ser considerado como hóspede peregrinando nela, que
tem a obrigação de adaptar-se harmoniosamente à ordem do grande lar e, com o
melhor do que é capaz, apoiar favorecendo o atuar do enteal. Deve, pois,
colaborar na conservação da grande obra, que lhe oferece morada, possibilidade
de existência e pátria.
Considerando corretamente, deveis imaginar assim: o
elevado enteal soltou de si o espírito, ou o fez nascer, e oferece-lhe no seu
grande lar da Criação a possibilidade de uma existência cheia de alegria!
Pressuposto, naturalmente, que tal espírito não perturbe a
harmonia da casa; pois senão torna-se um hóspede malquisto e será tratado
também correspondentemente. Nunca poderá receber e usufruir então uma
verdadeira existência cheia de alegria.
O hóspede tem, logicamente, também o dever de não estorvar o
lar, mas, sim, de adaptar-se à ordem nele vigente, até mesmo de apoiá-la
e de protegê-la como retribuição pela hospitalidade.
Pode-se, finalmente, para melhor compreensão, expressar isso de
maneira diversa, sem alterar o sentido real: O grande divino-enteal, que tudo
abrange, apartou-se em dois, em uma parte ativa e uma parte passiva, ou em uma
parte positiva e uma parte negativa.
A parte passiva ou negativa é a parte mais fina, a
mais sensível, mais dócil, a parte ativa ou positiva é a parte mais
grosseira, não tão sensível!
A parte mais sensível, isto é, a parte passiva, é, porém, a
parte mais forte e predominante sobre tudo, que na realidade
atua dirigindo. Ela é, em sua sensibilidade, mais apta a receber e
mais impressionável e, por conseguinte, capaz de se manter e de atuar mais
seguramente na força da sagrada vontade de Deus, isto é, na pressão suprema.
Sob pressão entende-se aqui a legítima impressão da espécie mais
elevada sobre a espécie mais baixa, não acaso um ato de força
arbitrário, não uma pressão de violento e mutável despotismo. —
Assim vedes diante de vós o grande quadro, vindo de cima, e já
não é mais difícil compreender que as consequências subsequentes na Criação
sempre se repetem naturalmente da mesma maneira e finalmente
também têm que ser transferidas para as apartações dos espíritos humanos
da Criação posterior, como efeito de uma lei uniforme que atravessa
a Criação inteira. Só que nos diversos planos e graus de esfriamento isso é denominado
de maneira diferente.
Assim, a mulher humana da Criação posterior
corporifica na gradação o enteal mais sensível como parte negativa, passiva, e
o homem, o espiritual mais grosseiro como parte positiva, ativa; pois a
apartação, uma vez iniciada, vai se repetindo sempre de novo nas partes já apartadas
e consecutivamente, a ponto de se poder dizer que a Criação inteira
consiste, na verdade, somente de apartações! A parte efetivamente mais
forte, portanto, realmente dominante, porém, é nisso sempre a parte mais
sensível, portanto, entre os seres humanos, a feminilidade! É-lhe,
de acordo com sua espécie, muito mais fácil obedecer intuitivamente à pressão
da vontade de Deus. Com isso ela tem e também proporciona a melhor ligação com
a única força realmente viva!
Essa lei da Criação também precisa ser observada pelos
pesquisadores e levada em consideração pelos inventores. A parte realmente mais
poderosa e mais forte é sempre a mais sensível, isto é, a parte negativa ou
passiva. A parte mais sensível é a verdadeira parte determinante, a
parte ativa é apenas a executante!
Por isso, também em cada desenvolvimento normal, todo o feminino
exerce, nos inícios inconscientes sempre vibrando de modo puro, uma
influência forte, somente elevadora sobre a masculinidade, tão
logo esta atinja a maturidade física. Com a maturidade física desperta ao mesmo
tempo o grande intuir sexual, que forma a ligação ou a ponte para a atividade
do núcleo espiritual do ser humano no plano da matéria
grosseira, isto é, aqui na Terra.
Já sabeis disso através da minha Mensagem. Tudo isso
decorre simultaneamente. Uma coisa traz consigo imediatamente a
outra. Nisso reconheceis os imensos auxílios que um espírito humano na Terra
recebe através das leis da Criação! Vedes a proteção quase indescritível e os
apoios cheios de graça para a ascensão, que mal podem passar despercebidos.
Também os caminhos seguros, neles indicados detalhadamente,
nos quais, sem querer, ninguém pode extraviar-se. Torna-se necessária, de fato,
muita má vontade e até esforço contrário, para que um ser humano procure empurrar
todas essas coisas levianamente para o lado e deixe de atentar a elas. Sim, o
ser humano até tem que lutar violentamente contra todos esses auxílios naturais
para não utilizá-los!
E, apesar disso, ele o faz. Por isso, eu disse de propósito que
nos inícios “inconscientes” do amadurecimento a influência feminina sempre irá
despertar na masculinidade uma vibração pura em direção às alturas, porque aí
esta, sem ser influenciada pelo intelecto corrompido, age apenas conforme as
leis de Deus na Criação! Só quando o intelecto com todos os seus artifícios
também nisso é despertado e começa a atuar, esse puro e com ele todos os
auxílios será arrastado pelo mau pensar para a sujeira e desvalorizado.
O mau pensar é gerado por impureza da feminilidade, seduções,
persuasões de falsos amigos, maus exemplos e não por último também por falsa
orientação na arte e literatura.
Se com isso, no entanto, forem uma vez destruídas e demolidas as
muitas pontes para as alturas luminosas, puras, então é muito difícil encontrar
um caminho para a volta! E mesmo também nisso o Criador onisciente, em Sua
bondade, dá nas leis da grande Criação ainda milhares de possibilidades e, por
sua vez, também auxílios naturais, quando um espírito humano desencaminhado
procura finalmente fazer surgir em si a vontade realmente sincera para o que é
puro.
A Mensagem já dá, em todas essas coisas, esclarecimento
suficiente, de maneira que para vós não há mais necessidade de novas indicações
a tal respeito.
Criaturas humanas, vós nem sabeis que graças sempre de novo e
quase que diariamente calcais com os pés, por isso também ignorais como é
grande e quanto aumenta a cada hora o peso de vosso fardo de culpas, que tendes
que pagar de qualquer maneira; pois
todas as leis de Deus, que repousam na Criação e vos auxiliam, também estão
contra vós, se não as quiserdes observar!
Não podeis esquivar-vos do ter que reconhecer.
Nenhuma entre todas as criaturas. E as leis são o amor de Deus, que
vos permaneceu incompreensível, porque procurastes fazer dele algo inteiramente
diverso do que ele realmente é.
Aprendei e reconhecei! Mulher, se não acordares para teu real valor
na Criação e agires então de acordo, o efeito retroativo da grande culpa
esmagar-te-á, antes que o pressintas! E tu, homem, vê finalmente na mulher aquele
grande auxílio, de que precisas e do qual jamais podes prescindir, se quiseres
vibrar nas leis de Deus. E honra na mulher aquilo, para o que Deus a destinou!
A espécie de teu sentimento em relação à mulher tornar-se-á para ti o portal
que leva à Luz. Nunca esqueças disso. —
Aprofundai-vos agora uma vez em todas essas descrições.
Encontrá-las-eis confirmadas em vosso vivenciar por toda parte. Tomai essas
palavras sempre como base para as vossas observações. Desta maneira ireis ver muita
coisa totalmente diferente, também reconhecer melhor do que até agora. Mesmo
nas coisas mais pequenas isso se manifesta bem nitidamente. Não somente na
Terra, mas em toda a Criação.
Talvez vos pergunteis então por que a mulher
humana é a parte mais sensível. Por isso, quero dar-vos logo
resposta também a esse respeito:
A mulher constitui nas separações ou apartações a ponte entre
o enteal e o espiritual! Por isso, também a Mãe primordial teve que
surgir primeiro, antes que outras apartações pudessem acontecer ou
processar-se.
E a ponte entre o enteal superior mais próximo e o espiritual,
emanado deste, é sempre a mulher do respectivo plano que se apartou. Por esse
motivo ela ainda reteve em si uma parte especial do enteal superior mais
próximo do seu próprio plano, o que falta ao homem.
A voz do povo também nisso fala novamente certo ao constatar que
a mulher está mais ligada à natureza do que o homem! A mulher
está de fato mais ligada à natureza em todos os sentidos. Vós,
conhecedores da Mensagem, porém, sabeis que a expressão ligada à natureza outra
coisa não significa senão a ligação mais estreita ao enteal!
Assim é no grande lar da Criação! Disso deveis tirar
ensinamentos para vós próprios e transferi-los sabiamente para a vida
terrena. Como podeis fazê-lo, vos direi hoje. Se deixardes de
fazê-lo, então não vos adaptais à vibrante harmonia do lar, no qual
sois hóspedes. E se vós quiserdes agir diferentemente e seguir outros caminhos
do que aqueles, que a própria Criação vos mostra nitidamente, então jamais vos
poderá advir o êxito, jamais tereis a legítima alegria, nem a paz que tanto
ansiais.
Tudo terá que falhar e desabar, o que não vibrar no sentido e
nas leis desta Criação; pois então não somente perde todo o apoio, como também
cria para si correntes contrárias, que são mais fortes do que qualquer espírito
humano e acabam sempre por derrubá-lo, bem como sua obra.
Sintonizai-vos, pois, finalmente na perfeição da harmonia da
Criação, então encontrareis a paz e êxito.
Antes de tudo, a mulher falhou primeiro nisso; culpado disso,
porém, é principalmente também o homem. Mas, evidentemente por isso nem por um
milímetro menos a mulher, que absolutamente não precisava ter se deixado guiar
por ele. Nisso, cada um é responsável por si só. O mal principal de tudo foi,
também aqui, outra vez a subordinação voluntária ao intelecto.
A mulher da Criação posterior devia formar a ponte do enteal
para o espiritual. A ponte daquele enteal, do qual o espiritual da
Criação posterior desprendeu-se primeiro! Não daquele enteal, que, após a
separação do último resto do espiritual, desceu ainda mais, para formar a ponte
para a materialidade, e dar origem a todas as almas de animais.
No valor da Criação vem, portanto, na gradação descendente, em
primeira linha a mulher e depois o homem. A mulher da Criação
posterior, porém, falhou nisso por completo. Não se encontra naquele lugar,
o qual a Criação lhe conferiu e determinou.
A grande parte do enteal, não do inferior, mas do superior, a
mulher conservou em si como ponte e podia, devia assim
permanecer acessível à vontade de Deus, como o próprio enteal, que sempre vibra
somente na vontade de Deus. Condição evidentemente era que ela
conservasse pura a parte enteal, pura para intuir a vontade
divina, as leis na Criação!
Ao invés disso, ela abriu esse intuir de modo demasiadamente
rápido e fácil a todos os artifícios sedutores de Lúcifer. E como a mulher, por
sua peculiaridade de ligação com o enteal, é mais forte na Criação do que a
espécie espiritual mais grosseira do homem, e com isso determinante, ou,
digamos, dando o tom no sentido mais literal da palavra, arrastou assim,
brincando, o homem consigo para a profundeza.
Por essa razão também já clamei em minha Mensagem para toda a
feminilidade, que ela tem que preceder o homem na ascensão; pois
esse é seu dever, porque jaz em sua capacidade! Não somente porque com isso
resgata a culpa, com que se sobrecarregou desde o início. Isso é um ato de
graça por si, que reciprocamente é provocado naturalmente pela vontade de
ascensão.
A mulher da Criação posterior pôde, apesar de seu
suplemento enteal, cair tanto, porque ela como última da sua espécie encontra-se mais
distante da proximidade de Deus! Em compensação ela tinha, na parte do
enteal superior em si, uma forte âncora, onde podia se segurar e de fato
ter-se-ia segurado, se isto apenas tivesse sido a vontade sincera da mulher
para tanto. Mas o espiritual mais grosseiro nela existente quis de outra forma.
E a distância da proximidade de Deus deixou-o triunfar.
A mulher podia cair, mas não precisava
ter caído! Pois dispunha de auxílios suficientes ao seu lado. Mas ela nem
aceitou os auxílios, ao não utilizá-los.
Contudo, no Reino do Milênio tem que ser diferente.
A mulher agora irá modificar-se e viver apenas de acordo com a vontade de Deus!
Será purificada, ou sucumbirá no Juízo; pois recebe a proximidade de Deus agora
diretamente aqui na Terra! Com isso é anulada qualquer desculpa
para todo o feminino! E toda mulher, que ainda não tiver obstruído completamente sua
parte enteal, pecaminosa e criminosamente, tem que intuir agora a
proximidade de Deus e nela revigorar-se para um maior fortalecimento e
extraordinário poder! Segundo as leis vivas da Criação! Mas somente aquelas
terão esse auxílio natural, que ainda são capazes de reconhecer gratamente a
pressão da pura força de Deus como tal.
Quem, no entanto, não mais puder nem quiser
intuí-la, esta secará e não mais terá por muito tempo a possibilidade de ainda
denominar-se mulher.
Agora vos perguntareis, naturalmente, como pode ocorrer então que
alguma alma humana possa encarnar-se na Terra, alternadamente, uma vez como
mulher e outra vez como homem. A solução não é tão difícil como pensais; pois
uma verdadeira mulher em todos os sentidos nunca se verá na
circunstância de ter que ser encarnada como homem na matéria grosseira.
O tal acontecimento é novamente apenas uma das consequências
maléficas do domínio do intelecto, por mais estranho que possa parecer.
A mulher terrena, que se sujeita ao intelecto, reprime com isso
exatamente a sua verdadeira feminilidade. Esta fica subjugada, uma
vez que ela constitui a sensibilidade, que é enclausurada pelo
intelecto calculista, e com isso fios do destino se atam de tal maneira, que
uma tal mulher tem que ser encarnada na próxima
vez como homem, porque depois de tal recalcamento e enclausuramento predomina
apenas o espiritual mais grosseiro, e os fios, de acordo com a lei da Criação,
nem podem ser atados de outra maneira. Tais mudanças de encarnações tornam-se
então necessárias, porque tem que se desenvolver tudo, o
que é tocado no núcleo do espírito humano. Principalmente a atual imitação
antinatural do homem, portanto, contrária às leis da Criação, por parte do
mundo feminino, bem como os acentuados trabalhos de intelecto, têm que acarretar consequências
graves para a feminilidade, uma vez que nisso reside uma perturbação da
harmonia da Criação!
Todas elas calcam sua verdadeira feminilidade e teriam, por
isso, que chegar na próxima vez à encarnação em corpos masculinos. Isso em si
nem seria tão ruim. Mas a isso se acrescenta a circunstância de que a alma
feminina nessa torção de sua missão em um corpo de homem certamente pode atuar
de maneira inteligente, porém apenas fisicamente, espiritual e
animicamente nunca será um verdadeiro homem! É e permanece uma aberração.
Tais procedimentos na torção da Criação aconteceram até
agora, no Reino do Milênio, porém, não mais será possível; pois então todas
essas almas femininas, que enclausuraram sua feminilidade, nem mais poderão
chegar à encarnação na Terra, e sim cairão no Juízo como inúteis entre as
massas, que serão arrastadas para a decomposição. Todas elas estão perdidas,
caso não se lembrem ainda a tempo de sua missão de feminilidade e atuem de
acordo.
O mesmo ocorre de maneira inversa. A alma de um homem, que por
efeminação inclinou-se sobremaneira para a espécie feminina em seu pensar e seu
agir, obrigou-se com isso a si mesma, através dos fios formados, a uma
encarnação posterior em um corpo feminino. Mas em tal caso tampouco era
possível que tais almas então pudessem se tornar verdadeiras mulheres,
por lhes faltar a parte enteal mais elevada, pertencente à feminilidade.
Por tal motivo, encontram-se muitas vezes na Terra homens com
atributos femininos predominantes, e mulheres com atributos masculinos
predominantes! A espécie de suas almas, porém, ambas não são
legítimas, mas, sim, torcidas e inúteis na própria Criação, salvo para
possibilidades de reprodução na matéria grosseira.
Decisiva e fundamental para toda a sua existência é também neste
caso a primeira resolução do gérmen espiritual, a qual, aliás,
não ocorre conscientemente, mas somente reside em um impulso interior que
desperta! Caso o impulso conduza à atividade mais delicada, então está decidida
a essência do gérmen espiritual para o feminino; pois ele retém ou conserva uma
parte do enteal superior, do qual se desliga ou aparta. Caso se incline para a
atuação mais grosseira, ativa ou positiva, então se separa pouco a pouco
totalmente a parte delicada, mais fina do enteal superior e fica para trás;
sim, é repelida naturalmente, de forma que para tal gérmen espiritual o
masculino fica basicamente decidido.
Cumpre-se também nisso para o espiritual, logo de início, a
garantia da única decisão livre, que é chamada de livre-arbítrio.
Mulher! O que já diz a palavra em si como conceito concentrado
do qual emana pureza, graça, saudade das alturas luminosas!
No que de extraordinário, elevado, nobre devias também te tornar
tu, mulher terrena, e o que tu mesma tens feito de ti!
Já nem podes mais intuir que esse a ti tão querido jogo social
de querer sobressair e parecer desejável, que cada palavra, sim,
cada olhar nisso, vindo do lado masculino, é, na realidade, um
insulto à tua dignidade feminina! Conspurcação de tua pureza desejada por Deus.
Se não houvesse ainda algumas entre vós na
Terra, em cujas almas ainda é possível a ancoragem da vontade de Deus,
realmente seria melhor que um gesto da mão de Deus jogasse essas caricaturas da
feminilidade para fora do chão límpido da maravilhosa Criação.
Contudo, por causa das poucas fiéis, deve a mulher terrena, pela
proximidade de Deus, poder ascender para aquela altura, que lhe foi destinada
desde o começo!
Ditosa és tu, humanidade terrena, tu que não mereces
esta graça e mesmo assim te é permitido recebê-la!
Futuramente, porém, orienta-te rigorosamente pelas leis de Deus!
A pureza da mulher terrena jaz em sua fidelidade!
Pois a fidelidade é a pureza! Uma mulher sem fidelidade é
indigna de ser chamada de mulher! E infiel é toda mulher que futilmente graceja
com homens, quer com palavras ou com pensamentos! Infiel a si própria e a sua
elevada missão nesta Criação, por conseguinte também na Terra!
Unicamente a fidelidade deixa surgir todas as
virtudes na mulher. Não faltará uma só!
Assim como as pessoas formaram a respeito da castidade um
conceito unilateral e inerte e, com isso, inteiramente errôneo, pequeno, da
mesma forma arranjaram para si, em seu pensar baixo, também algo desajeitado e
ridículo a respeito do elevado conceito da pureza! Formaram disso uma
caricatura, uma algema antinatural, que se encontra em contradição com as leis
da Criação, que é totalmente errônea e que apenas dá testemunho da estreiteza
do mesquinho pensar do intelecto.
A pureza da mulher humana reside apenas em sua fidelidade!
Sim, ela é para o ser humano a fidelidade!
Dito bem claramente: a pureza está corporificada nos
seres humanos na fidelidade! Quem compreender isso corretamente irá
encontrar nisso também sempre o caminho certo e poderá segui-lo, e não empurrar
a lei da Criação para o lado com contorções anímicas. Deveis, por conseguinte,
tentar aprender a compreendê-la corretamente.
Pureza é unicamente divina! Por isso o ser
humano, como tal, nem pode ter a pureza em sua forma original; pois ele é
apenas uma partícula na Criação e como tal está sujeito a leis bem
determinadas. A pureza, porém, só pode residir na perfeição divina; ela
pertence a essa perfeição!
Logo, o ser humano nem pode possuir a pureza em seu legítimo
sentido, apenas consegue corporificá-la simbolicamente de acordo com
sua espécie, portanto, reproduzi-la em forma modificada na fidelidade! A
fidelidade é, portanto, a gradação da pureza para os seres humanos. O ser humano
coloca no lugar da pureza divina a fidelidade. E, em primeira linha e no
sentido mais nobre, a mulher! Tudo quanto ela fizer será puro, tão
logo ela o faça em fidelidade! Não é diferente com o homem. A fidelidade é para
cada ser humano a pureza!
A fidelidade naturalmente tem que ser autêntica; não
pode estar enraizada apenas em imaginações. A fidelidade autêntica só pode
viver no amor verdadeiro, nunca em paixões ou fantasia. Nisso reside por sua
vez uma proteção e também uma medida que serve para exames de consciência.
O ser humano não consegue ser divino e tem que se orientar
segundo as leis de sua espécie. Tudo o mais se torna uma distorção,
antinatural, doentia, e é apenas conseqüência de falsas concepções, de mania
presunçosa, que o impele a sobressair a todo custo ou a ficar afastado de seu
próximo, a ser admirado ou, talvez, a realizar algo extraordinário também
perante Deus. Nunca, porém, há algo de legítimo e natural nisso, mas, sim, é
absurdo, é violenta deformação da alma, que acarreta também prejuízos
corporais. Não reside nada de grandioso ou de sublime nisso, apenas mostra uma
contorção grotesca, que é ridícula na Criação.
O ser humano apenas pode chegar a prestígio proveitoso na
Criação, se permanecer aquilo que deve ser, e procurar aperfeiçoar sua espécie mediante
enobrecimento. Isso, porém, ele só pode alcançar ao vibrar dentro das leis, e
não ao colocar-se fora delas.
A fidelidade é, por isso, a virtude mais
elevada de cada mulher; permite-lhe, outrossim, cumprir integralmente
a elevada missão nesta Criação!
Agora atentai nisto, seres humanos:
O elevado, fino enteal, portanto o mais sensível e
delicado, dirige o lar na grande Criação! Com isso também é
indicado à mulher o seu cargo, para cujo desempenho ela está inteiramente
habilitada: dirigir o lar na existência terrena, oferecer
pátria no verdadeiro sentido! Tornar esta Terra um solo pátrio e harmonioso é,
no futuro, a missão da mulher, a qual ela pode desenvolver até o mais alto
nível artístico! Nisso reside tudo, e tudo tem que receber a sua base nisso, se
deva prosperar e florescer!
O lar deve tornar-se um santuário através
da mulher! Um templo para a vontade de Deus! Nisso repousa veneração
a Deus, se escutardes Sua sagrada vontade na Criação e orientardes vossa vida,
vosso atuar na Terra de acordo com ela.
E também o homem, cuja profissão até agora dava exclusivamente
apenas provas de escravidão do intelecto, modificar-se-á pelo modo de ser da
mulher, se ele for obrigado a reconhecer na mulher a indicação para algo mais
nobre.
Olhai sempre para o lar desta Criação, e sabereis como deveis
organizar a vossa vida na Terra!
O homem, porém, não deve quebrar sem consideração a ordem de uma
casa, seja pelo desrespeito negligente ou por despotismo; pois a atividade da
mulher no lar é tão importante quanto a dele em sua profissão. Ela é apenas de
espécie diferente, porém, não pode ser dispensada. A missão da mulher no lar
vibra na lei de Deus, para a qual o corpo terreno adverte insistentemente, que
procura no lar recuperação, sossego, alimento e não por último... harmonia
da alma, que refresca e dá novo estímulo, novas forças para toda a
atividade do homem!
O equilíbrio nisso tem que ser totalmente harmonioso. Por isso
também a mulher deve respeitar o trabalho do homem e não pensar que somente a sua atividade
deva ser a decisiva. A atividade das duas partes deve ser incorporada uma
à outra em vibração harmônica. Uma não deve perturbar a outra.
O homem, por conseguinte, não deve destruir ou prejudicar por
egoísmo a ordem doméstica, mas tem que ser ainda prestativo, através de
pontualidade e compreensão crescente, para que tudo possa conservar o ritmo
harmonioso.
É isso que podeis e tendes que
aprender da Criação. No Reino do Milênio ainda sereis obrigados a isso; senão
jamais podereis subsistir nele. E quem então não puder subsistir nele, será
extinto na lei da Criação, porque não mais continuará merecedor das bênçãos da
Criação.
Vós sabeis, o Reino dos Mil Anos é deserdação para
cada ser humano desta Criação posterior! Deserdação de seu livre-arbítrio, até
agora nela determinante. Ele falhou em seu atuar e pensar pueril excêntrico e
deve, por isso, aprender agora a obedecer ou afundar. A partir
daquele momento, em que a Vontade de Deus pisou na Terra, a vontade
do ser humano, que até agora pôde reinar nela, lhe é submissa, de acordo
com a lei da Criação! Nada pode ser mudado nisso. Já por essa única razão a
vontade do ser humano não é mais determinante. Isso se mostra agora rapidamente
na natureza, entre os e nos próprios seres humanos, como em cada criatura.
O ser humano tem apenas para si próprio ainda o
seu livre-arbítrio para decisão, como o tinha também até agora. No
respectivo poder decidir-se ele mesmo, residia e ainda reside o exercício do
livre-arbítrio humano. Tão somente no poder decidir! As consequências de
todas essas decisões tomadas por ele próprio recaem sempre sobre ele, quer ele
queira ou não; e nisso ele nunca poderá mudar algo. Agora apenas o atingirá
mais rapidamente do que até então.
Para ele, a verdadeira diferença entre o antigamente e o agora,
pela deserdação, reside no fato de que antigamente o seu atuar e seu querer
também tinham influência sobre os acontecimentos na Criação posterior, em
primeiro lugar sobre os desenvolvimentos desta Terra. Isso terminou! A
vontade do ser humano atinge agora sempre apenas a ele próprio, com
duplo, triplo rigor do que até agora, e também com uma rapidez inesperada, até
agora desconhecida.
Além de contra si próprio e seus semelhantes, ele agora não pode
mais gerar nenhum dano; pois tudo o mais, que não é de sua mesma espécie, fica
disso incólume e encontra-se somente ainda sob a própria vontade de Deus, que é
mais forte do que toda vontade da humanidade na Criação!
E todos os seres humanos, que agora não quiserem se submeter às
leis desta Criação, são revoltosos contra sua pátria, contra seu Criador, seu
Deus! Serão expulsos e destruídos sem piedade pelas próprias leis que,
fortalecidas pela força de Deus, voltam-se agora, de modo rápido e invencível,
contra tudo, que destrói a harmonia desejada por Deus.
Por isso, observai vossa pátria, seres humanos, aprendei a
compreender esta Criação posterior! Vós tendes que aprender a
conhecê-la e finalmente vos orientar conforme a ordem também aqui na Terra,
senão vós estareis perdidos e devereis sucumbir.
Dissertação nº 44 da obra: Ressonâncias I – por
Abdrushin