terça-feira, 15 de agosto de 2017

As Revelações de João VII





As Revelações de João


E vi o Filho de Deus, Jesus, o Amor de Deus, parado numa alta montanha e com Ele os cento e quarenta e quatro mil, que haviam sido escolhidos como servos do Sempiterno. Eles portavam todos, escrito, um dos nomes eternos em suas testas. E todos esperavam pelo Senhor de todos os mundos, para quem Jesus devia conduzi-los.
Mas do alto, de todos os céus, ecoavam sons extraterrenos. Ora era como o bramir das águas do dilúvio, ora era como o retumbar de poderosos trovões, e entre um e outro soava o vibrar de harpas celestiais.
Um novo cântico elevou-se ao Senhor dos mundos, que estava sentado no trono, no meio dos anciãos e dos animais. Ninguém, porém, aprenderá o cântico, o hino de louvor da Trindade, a não ser os cento e quarenta e quatro mil que portam o sinal de Deus em suas testas.
A infinita misericórdia de Deus, o amor divino e a providência os puxaram para fora da multidão dos demais seres humanos, ensinaram-lhes a reconhecer os seus pecados e como se libertar deles. E, apesar de ainda continuarem sendo seres humanos, assim mesmo são puros diante dos olhos de Deus por causa de seu querer puro e de seu servir fiel.

E, vede, enquanto eu observava esse grupo, um maravilhoso anjo voou do céu para baixo e a este foi permitido anunciar à humanidade a Nova Aliança com Deus. E ele clamou em alta voz:
“Temei a Deus e dai-Lhe o louvor! Adorai-O, a Ele que criou todas as coisas, a Vontade primordial de Deus, o Senhor sobre todos os mundos! Ouvi, seres humanos, o tempo do Juízo chegou!”
Logo após este, outro anjo veio voando, igualmente maravilhoso de se ver, e este bradou ainda mais forte:
“Agora desmoronou o antro do pecado na Terra, que desviou e emaranhou todos os seres humanos, de modo que haviam ficado bêbados como se tivessem tomado vinho e não eram mais senhores de seus sentidos!”
Mas o terceiro anjo, que veio logo atrás desses dois, bradou mais alto ainda e falou:
“Mas quem adora o anticristo, ou portar o seu sinal na mão, ou na testa, este sentirá a ira divina vinda das taças que Deus mandará derramar sobre a Terra! Dia e noite ele não terá mais sossego, pois então saberá a quem adorou e o sinal de quem ele porta, mas não mais poderá fazer com que isso não tenha acontecido.
Ele se torturará, de modo que arderá como no fogo eterno e seus gritos subirão como fumaça, mas como fumaça se dispersará e desaparecerá inutilmente.

Aqui, porém, esperam perseverantes aqueles que portam o sinal de Deus em suas testas, que vibram nos mandamentos de Deus e que são bem-aventurados na fé na eterna Trindade!”
E uma voz do céu clamou para mim:
“Escreve: Bem-aventurados são os mortos que doravante morrem no Senhor! Suas obras os seguirão e eles poderão continuar a trabalhar nelas em reinos mais elevados. Poderão continuar a servir ao Sempiterno. Toda a luta passou para eles, em paz e tranquilidade poderão trabalhar. O trabalho será felicidade e bem-aventurança para eles!”
E eu escrevi. Mas quando terminei de escrever, olhei para cima.
Então vi uma nuvem branca pairar e sobre a nuvem, num trono dourado, estava sentado o Filho do Homem e luzes e raios partiam Dele. Os raios, porém, juntaram-se na forma da Cruz, de modo que se podia ver que Ele é a Verdade eterna.
Sobre a cabeça, Ele portava a coroa dourada de todas as coroas, sua mão, porém, havia tomado uma foice, que arremessava relâmpagos azuis para o Universo.
E então um anjo saiu do portão do templo e clamou para Ele:
“Senhor, o tempo da colheita chegou. Dá um sinal com a Tua foice, para que comece a colheita sobre a Terra!”

E Aquele que reinava sobre a nuvem, bateu com a foice, de modo que ela soltou um som claro, despertando o eco em todas as Criações. Então as multidões de anjos vieram e começaram a colheita sobre a terra.
Mas do templo também saiu um anjo que tinha uma gadanha, tal como é usada pelos vinicultores. Ele recebeu a ordem de bater com a gadanha, para que as uvas fossem colhidas nos vinhedos da Terra.
Mas, como o Filho de Deus havia anunciado outrora, eram uvas ruins, que eram jogadas nos lagares da ira de Deus para serem destruídas, e espigas vazias que o anjo, que controlava o fogo, jogava na fogueira.


Extraído do livro: Chamados da Criação Primordial (Rufe aus der Urschopfung - 1935):