quarta-feira, 3 de maio de 2017

A Taça em Sinal do Altíssimo





A Taça em Sinal do Altíssimo

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Desde criança na decisão de servir o Altíssimo, o jovem Miang, após instrução inicial, teve estudos com Fong, que na condição de príncipe voltou a comandar seu reino, contudo, sem deixar de direcioná-lo, o qual como mensageiro, sempre encontrava aventuras, em cuja uma delas, conheceu seu terceiro mestre (Huang), com quem aprendeu a virtude e o domínio do Silêncio. Em nova fase na vida herdou o reino do povo amarelo como legado de Fong. Convicto de ser um servo do Altíssimo, já denominado Miang-Fong, se afastara da Corte para se tornar um discípulo de Zoroaster, que após concluir sua iniciação espiritual partiu, na missão providencial de libertar o Tibete das Trevas, tendo após muito esforço erguido o primeiro mosteiro nessa região, onde mantinha seus discípulos, no momento em plena prosperidade, quando tudo até já se mostrava efetivamente triunfante...

Comovido de coração, Miang-Fong reconheceu novamente a bondosa condução de seu mais alto Senhor. Ele saudou o homem, mandou-o fortalecer-se e descansar no mosteiro. A seguir, Hu-si-nan iniciou seu trabalho. Tinha vindo de longe, do país Tarim. Por ordem de Deus havia partido há meses, para trazer a ajuda a Miang-Fong, da qual este necessitava. Ele mostrou aos irmãos a fabricação e a coloração do vidro vermelho, ao qual deviam ser adicionados determinados metais, fundidos em alta temperatura e, após algumas semanas, a taça estava diante dos olhos de Miang-Fong, assim como a havia visto de noite. Não era necessário descrevê-la para Hu-si-nan, o velho também a conhecia.
“Em cada templo da minha terra natal encontra-se uma taça dessas,” contou ele.
“Mensageiros do Altíssimo mostraram-nos sua imagem. Mostraram-nos também a imagem do templo nas alturas mais elevadas, e à sua imagem construímos os nossos templos.
Havia, então, ainda outros povos que também tinham conhecimento do Altíssimo, que O adoravam e eram por Ele conduzidos? Quão maravilhosa era essa notícia! Miang-Fong agradeceu do fundo do coração por isso. Convidou Hu-si-nan para permanecer junto deles. O velho, porém, recusou-se.
“Eu somente posso permanecer aqui até que vos tenha ensinado os conhecimentos que me foram presenteados,” disse solenemente. “Quando for chamado pelo Altíssimo, devo deixar-vos.” E, certa manhã, os irmãos encontraram a sua cela vazia, quando vieram procurá-lo por não ter-se apresentado. A mando de Deus, Hu-si-nan havia partido, no meio da noite, para executar uma nova tarefa. Nunca mais foi visto no mosteiro, porém, tornou-se inesquecível, e em muitas vezes, falava-se do velho artesão vindo do desconhecido país Tarim.
A taça vermelha ornamentava, doravante, a mesa na sala de devoção e enchia os corações dos ouvintes com uma noção da magnificência celeste. Miang-Fong havia lhes explicado que, na parte mais alta do céu, no templo do Altíssimo, também se encontrava uma taça semelhante, na qual se derramava a força do alto. Ela a absorvia, e quando estava totalmente cheia, então transbordava e lançava a força para tudo o que fora criado. A taça terrena também foi destinada para absorver a força do alto e a transmiti-la ao transbordar. Eles deviam abrir bem os seus corações para esse sublime acontecimento, então a força chegaria também até eles no dia destinado para que seja distribuída pelo Altíssimo à Sua criação.

Mais do que isso Miang-Fong não devia dizer aos seus, e era o bastante para eles. Até o dia de hoje sussurra-se ainda da misteriosa taça vermelha que antigamente se encontrava na montanha Tao-Schan e que havia feito milagres. Lendas e contos ataram-se à mesma, imaginados pelo espírito desejoso de milagres dos seres humanos, mas tinham como ponto positivo ajudar a manter a lembrança. A própria taça, porém, desapareceu. Ninguém conheceu o seu paradeiro.
Miang-Fong passou seus últimos anos na Terra em atuação intensificada para o Altíssimo. Insistia junto aos irmãos, o mais fervorosamente possível, de que eles seriam responsáveis pela manutenção da verdade e sempre de novo os instruía:

“Não deixem desviar-vos nem uma polegada do caminho reto da verdade. Cada um, até o menor dos passos para o lado, leva às redes do senhor sobre as trevas. Ele espera pelo momento em que vós puderdes enfraquecer, ele não conhece piedade, com riso sarcástico ele vos atrairia à destruição. Porém, se permanecerdes com a verdade, então estareis protegidos. Ele tem que permanecer afastado de vós, pois a verdade vos envolve como um muro protetor, intransponível.”

Quando Miang-Fong assim falava, então os alunos inflamavam-se em seu íntimo e prometiam agir de acordo com suas palavras. Todos ainda tinham na lembrança os tempos horríveis, quando o Tibete era dominado pelo senhor das trevas. Eles ainda o temiam e, por muito tempo, a luz da verdade foi mantida pura através dos mosteiros, que continuavam enviando servos puros do Altíssimo para todo o extenso país. Quem recebera os ensinamentos do mosteiro, esse estava invulnerável às tentações do mundo lá fora.
Quando os dias de Miang-Fong estavam contados e ele sentiu aproximar-se o seu fim, chamou todos os irmãos à sua presença, abençoando-os mais uma vez dirigiu-lhes a palavra.
“Não lamentais a minha partida,” falou amavelmente o sábio mestre. “Siga destemidamente o vosso caminho, mesmo se não mais encontrar-me entre vós. Vós sempre sereis conduzidos pelos servos do Altíssimo. Eles nunca vos abandonarão, se vós não os abandonardes.
Concentrem luz ao redor de vós e, então, ide e levai essa luz até os seres humanos. Eles necessitam dela. Devereis ser Portadores da luz, para que este país nunca mais decaia para as trevas. Quando virdes pessoas alegres perto de vós, então cumpristes o vosso dever. Se, porém, voltar o sofrimento, então vos perguntai o que negligenciastes. Depende de vós, de como se cumprirá o destino do Tibete. Vós sois aqueles que devem manter a ligação com o alto, então o auxílio virá para todos. Pudestes vivenciar milagres, quando um ser humano desabrochava durante a noite, e lhe era trazida a verdade, como ele acordava de seu sono profundo e reconhecia quem era e qual a sua missão. Consigam muitos desses milagres, vós, meus alunos, então confiantemente podereis um dia prestar contas, quando deixares o vosso corpo terreno.

“Mestre,” perguntou aí um de seus alunos, e um ardente desejo estava por trás dessa pergunta, “Mestre, tu voltarás? Ou permanecerás no alto, nos jardins eternos, de onde vieste?”
“Isso está na vontade do Altíssimo,” foi a resposta de Miang-Fong, “se Ele quiser me abençoar novamente com uma missão na Terra ou se me for permitido servi-Lo lá no alto. Vós, porém, meus alunos, cuidai para que não precisais retornar, por terdes omitido algo, por ainda não terdes amadurecido para uma vida nos jardins celestes! Não deixais passar nenhum dia, no qual não vos perguntais: tenho feito tudo o que devia fazer, o que ainda podia fazer? Examinai-vos severamente a cada noite, façam recolhimento ao vosso íntimo e não vos poupais. Somente a verdade auxilia-nos para diante! E nunca esqueceis de exercitar-vos no silêncio. No silêncio cresce vossa força interior, no silêncio despertam em vós reconhecimentos, no silêncio pode aproximar-se o vosso guia invisível. Silenciar é mais poderoso que falar, pois as palavras humanas originam-se somente dos pensamentos dos seres humanos, da vontade dos seres humanos; no silêncio de vossas almas, porém, fala a vós o Altíssimo.”
Comovidos, os alunos escutavam as palavras do velho mestre. Suas feições estavam transfiguradas. Nunca esqueceram o que ele lhes havia falado naquela hora.
A seguir, Miang-Fong os mandou embora.
“Ide agora, somente Su-an-tse fique comigo.”
Fatigado, Miang-Fong fechou os olhos. O esforço havia sido quase demasiado para o seu corpo, do qual a alma começava a desligar-se. Durante longo tempo Su-an-tse esteve sentado junto ao leito e observava o mestre estendido inerte. Os raios do sol poente incidiam cada vez mais oblíquos no simples quarto. E quando o último raio atingiu o rosto de Miang-Fong, este mais uma vez abriu os olhos e disse nitidamente:
“Meu Senhor e meu Deus, a Ti eu sirvo em toda a eternidade!’

Então fecharam-se suas pálpebras e profundo silêncio estendeu-se no crepúsculo do quarto. Silenciosamente orava Su-an-tse no leito do falecido mestre, cujo rosto tornava-se cada vez mais transfigurado. Um sopro de paz, de pureza, de bondade cobria-o.
E os sentidos despertos de Su-an-tse viram as figuras luminosas, que levavam o querido mestre consigo. Para o alto e cada vez mais alto, até desaparecerem, até ficarem visíveis somente delicadas nuvenzinhas de luz e um leve som de acordes sobrenaturais iam-se desvanecendo.
Por longo tempo ainda permaneceu Su-an-tse junto ao leito de Miang-Fong. Ele havia sido aquele entre seus alunos, que nos últimos anos tinha estado mais próximo dele, como escolhido pelo Alto para seu sucessor.
Calmo e lúcido, firme e determinado, encarregou-se da condução do mosteiro e dirigiu-o por muitos anos dentro do espírito de Miang-Fong, até que também ele foi chamado para a eternidade.
Um lama superior sucedeu ao outro. As regras e prescrições de Miang-Fong foram complementadas, o mosteiro foi ampliado. Sempre, porém, o mosteiro na montanha Tao-Schan conservou a condução espiritual. O lama superior desse mosteiro era o superior de todos os demais. Espiritualmente ele era o mais elevado e mantinha sem turvação a ligação com o Alto.
Enquanto essa ligação persistiu, o Tibete esteve protegido contra as trevas, que inutilmente esforçavam-se por recuperar o seu domínio perdido. Não sem razão este mosteiro estava situado na maior altitude. Mas quando os mosteiros mais afastados começaram a rebelar-se contra a condução pela montanha Tao-Schan, abriu-se a primeira brecha e as trevas penetraram e espalharam-se rapidamente.
O querer próprio e o egoísmo novamente venceram e, após a mais bela florescência de muitos séculos, o Tibete sucumbiu novamente ao poder das trevas.


A P Ê N D I C E

Teor do final:

Agora, porém, esse domínio terá seu fim. IMANUEL libertará também esse povo de seu fardo. Ele lhe dará nova vida e fielmente o povo do Tibete servirá novamente ao Altíssimo.



Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16
Servir Com Sensação de Alegria – 08/12/16
Com a Bolsa Vazia – 15/12/16
Outro Caminho a Seguir – 22/12/16
Por Confiança no Senhor – 28/12/16
Do Tirano ao Paciente – 04/01/17
Superar Desafios de Salvamento – 11/01/17
Um Auxílio Redentor – 18/01/17
O Alcance das Elevações – 25/01/17
Transição Inevitável – 01/02/17
Nome Promulgado de Realeza – 08/02/17
Grãos Dourados de Semeadura – 15/02/17
Pelo Poder da Coragem – 22/02/17
Enviado Pelo Altíssimo – 01/03/17
Entre Rivais e Desafios – 08/03/17
Pelo Domínio do Fogo – 15/03/17
Em Tempo de Edificação – 22/03/17
No Topo das Efetivações – 29/03/17
O Elevado Grau de um Lama – 05/04/17
Consagrações Resultantes – 12/04/17
Tecendo em Rumo da Imensidão – 19/04/17
Na Presença da Força Mais Sublime – 26/04/17