Servir Com Sensação de Alegria
por
Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf
Sinopse de Fatos Transcorridos: Originário das regiões
montanhosas de neve eterna, para poder servir o Altíssimo na vida, peregrinava o jovem Miang,
tendo se instruído com seu primeiro mestre, indo depois até junto de Fong
para ampliar seu conhecimento, o qual após algum tempo revelou-se um príncipe
que, por obrigações de seu reino se afastara do ensino, passando a liderar seu
povo, comandando e dando ordens até para o seu antigo aluno, como abertura de
um novo significado na vida...
Fong
olhou com agrado para o jovem, que visivelmente tinha se modificado para melhor
durante sua ausência. Ele havia se tornado mais seguro e mais calmo. Agora até
poderia começar com a sua nova e mais ampla missão.
“Amanhã
cedo estará à tua espera um acompanhante, que te mostrará o caminho até os
Waringis,” disse Fong brevemente.
Com
isso Miang estava dispensado. Com nenhuma palavra conseguira perguntar pelo
sucesso da caçada. Agora, também não tinha mais importância para ele, estava
ocupado demais com a nova missão. O Altíssimo o enviava com uma missão, era-lhe
permitido servi-Lo, podia dar de sua riqueza! Como isso era grandioso!
Novamente Miang, pensativo, dirigiu seus passos até a floresta próxima e,
novamente, seu guia luminoso estava diante dele, no mesmo lugar, e olhou
sorrindo para ele.
“Como
é, Miang,” disse ele,” agora te é permitido começar a servir, depois que reconheceste
o teu erro e te esforças em corrigi-lo. Sentes-te feliz?”
Miang
somente acenou afirmativamente, seu coração estava repleto demais para
responder.
“Porém,
deixa-te prevenir mais uma vez, Miang,” continuou o luminoso. “Nunca aja de
acordo com a tua própria maneira de pensar, peça sempre conselho e auxílio ao Altíssimo, assim tornar-te-ás um
verdadeiro servo.”
Depois
dessas palavras a figura luminosa desapareceu da vista de Miang. Por muito
tempo continuou caminhando, colocou seus pensamentos em ordem, suplicou por
auxílio para sua grande missão, agradeceu e, finalmente, voltou alegre e feliz.
Cedo
no dia seguinte – recém o sol aparecia atrás das montanhas no leste – Miang
escutou um leve sinal de guizo em frente a sua tenda.
Quando
saiu, lá encontrou dois cavalos ricamente encilhados, um carregado com
provisões, o outro sem cavaleiro. Sobre um terceiro estava um homem, que olhava
para Miang com expectativa.
“És
tu o meu guia até os Waringis?” perguntou Miang, e o homem confirmou. “Sim, como
o príncipe Fong ordenou. Podemos partir?”.
“Não
devo despedir-me de Fong?” perguntou Miang, mas seu acompanhante negou.
“O
príncipe não está disponível agora, encontra-se numa reunião. Devemos partir
sem demora.”
Para
Miang não havia mais nada a fazer a não ser obedecer. Irrompia um lindo dia,
levantou-se o sol dourado de uma manhã de outono tão clara, como somente as
montanhas podem presentear, como preenchia o coração de Miang com grande
alegria. Os dois dirigiram seus passos para o sul. Tudo aquilo era estranho
para Miang, como era estranho também toda a região e, a vida entre tanta gente.
Os dois viajantes avançavam pela manhã, fresca de orvalho, adentro. Parecia a
Miang como se nunca tivesse vivenciado ainda um dia tão lindo. Será que era por
isso que se sentia tão leve e o seu coração batia tão contente? Ainda não sabia
o que o esperava entre a tribo desconhecida, sabia somente que se dirigia para
lá a mando do Altíssimo, e isso era
a sua felicidade e a sua alegria.
Seu
companheiro era de poucas palavras. Aparentemente não devia falar sobre os
Warringis. Assim também Miang se calava e podia, desse modo, apreciar melhor a
beleza da região, que percorriam. Tinham subido consideravelmente, mas isso não
afetava as fortes montarias. Avançavam dispostos, hora após hora, sem mostrar
cansaço. Perto do meio-dia repousaram na sombra embaixo de uma rocha saliente,
pois lá nas alturas o sol ainda queimava forte. Depois, o caminho começou a
descer em direção a um vale montanhoso. Pradarias verdes, com grandes blocos de
pedra espalhados, estendiam-se frente aos olhos de Miang. O verde saturado lhe
fazia bem, apesar de aqui estar tudo ermo e despovoado. Em parte alguma havia um
ser humano, nenhum animal, além de alguns grandes pássaros, que aos gritos
levantaram vôo quando os cavaleiros se aproximaram.
Agora
o caminho descia ainda mais, e eles seguiam através de um desfiladeiro
selvagem, no qual a água despencava e espumava. A espuma respingava no rosto de
Miang, o fazendo rir alegremente. Tudo era novo para ele, tudo lhe parecia maravilhoso
e lindo. No desfiladeiro era escuro e os cavaleiros tiveram que cuidar muito
para que os animais não escorregassem no chão molhado. Repentinamente Miang
soltou um grito. Tinham alcançado a extremidade inferior do desfiladeiro e
diante deles estendia-se, na luz do sol poente que tudo a dourava, um largo
vale fértil. Parecia tudo tranqüilo, com pequenas nuvens de fumaça,
provenientes das moradias, que revelavam seres humanos. Também, diante das
tendas havia pequenas fogueiras, crianças corriam ao redor, alguns adultos
aqueciam suas mãos frias junto ao fogo, pois a noite caía rapidamente e o frio
já era outonal.
“São
esses os Waringis?” perguntou Miang ao seu companheiro indicando para a linda
paisagem.
“Não,”
respondeu este e sorriu. Ele sentia o desejo impetuoso de Miang para alcançar
seu destino. “Não, dos Waringis ainda estamos muito distantes. Esta gente
pertence ainda à tribo amarela. Venha, vamos cavalgar até lá para pedir um
pernoite.”
De
início, uma decepção queria tomar conta de Miang, mas ele dominou-se. Também
não podia ser diferente, pois estavam somente um dia de cavalgada distante da
gente de Fong.
“Quanto
tempo deveremos cavalgar até os Waringis?” perguntara ao seu companheiro.
“São
sete dias de cavalgada,” foi a resposta dele e, com isso, Miang teve que
satisfazer-se.
Assim
que se identificaram como enviados do príncipe Fong, os pastores os receberam
com prazer e ofereceram-lhes hospedagem para a noite. E um sono profundo
reanimou Miang, de modo que, na manhã seguinte, acordou com forças renovadas.
Novamente o sol brilhava, e uma alegre luminosidade pairava
sobre a paisagem. Miang mal podia esperar até que mais uma vez subissem nas
suas montarias e despediram-se com saudações alegres de seus gentis
hospedeiros. E assim continuava, dia após dia. Quase todos os dias atravessavam
mais outra cordilheira, que aqui, uma atrás da outra, cortavam a paisagem como
estreitas fileiras. Sempre de novo, os cumes alegravam Miang, pois
proporcionavam uma visão mais ampla. De noite, assim que o sol se punha, os
viajantes repousavam. Algumas vezes ainda encontraram abrigo junto a pastores,
às vezes, porém, tiveram que pernoitar ao relento, num local protegido.
Aos
poucos, Kapu, assim se chamava o acompanhante de Miang, ficou mais
comunicativo, somente a respeito dos Waringis calava-se persistentemente.
Finalmente, na manhã do sétimo dia, abria-se novamente um belo e largo vale
diante dos olhos de Miang e ele avistou um grande número de tendas brancas, que
se agrupavam ao redor de uma tenda maior.
“Aqui
vivem os Waringis!” disse Kapu e indicou com o dedo para a pequena cidade de
tendas aos seus pés. Afinal, chegaram ao fim de sua viagem! Era para Miang uma
necessidade agradecer ao Altíssimo antes de seguir viagem, ao encontro de sua
missão. Sem se importar com Kapu, ajoelhou-se e orou em voz alta: “Altíssimo,
eu Te agradeço! Agora posso servir-Te. Quero fazer tudo o que de mim, Teu servo
Miang, exigires.”
Quando
se levantou, as feições de Miang expressavam alegria.
“Vamos
agora até os Waringis, Kapu,” disse ele.
(continua)
Trecho extraído do livro: Miang
Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou
o Tibete das trevas.
NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA)
No
próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:
O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus
aos Gigantes – 23/09/16
O
Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... –
07/10/16
Servir o Altíssimo Como
Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas –
20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho
– 26/10/16
No Momento certo se
esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação
Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir –
17/11/16
Quem Procura Encontra –
24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo –
01/12/16