quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Servir com Sensação de Alegria









Servir Com Sensação de Alegria  

por Charlotte Von Troeltsch e Susanne Schwartzkopf

Sinopse de Fatos Transcorridos: Originário das regiões montanhosas de neve eterna, para poder servir o Altíssimo na vida, peregrinava o jovem Miang, tendo se instruído com seu primeiro mestre, indo depois até junto de Fong para ampliar seu conhecimento, o qual após algum tempo revelou-se um príncipe que, por obrigações de seu reino se afastara do ensino, passando a liderar seu povo, comandando e dando ordens até para o seu antigo aluno, como abertura de um novo significado na vida...

Fong olhou com agrado para o jovem, que visivelmente tinha se modificado para melhor durante sua ausência. Ele havia se tornado mais seguro e mais calmo. Agora até poderia começar com a sua nova e mais ampla missão.
“Amanhã cedo estará à tua espera um acompanhante, que te mostrará o caminho até os Waringis,” disse Fong brevemente.
Com isso Miang estava dispensado. Com nenhuma palavra conseguira perguntar pelo sucesso da caçada. Agora, também não tinha mais importância para ele, estava ocupado demais com a nova missão. O Altíssimo o enviava com uma missão, era-lhe permitido servi-Lo, podia dar de sua riqueza! Como isso era grandioso! Novamente Miang, pensativo, dirigiu seus passos até a floresta próxima e, novamente, seu guia luminoso estava diante dele, no mesmo lugar, e olhou sorrindo para ele.
“Como é, Miang,” disse ele,” agora te é permitido começar a servir, depois que reconheceste o teu erro e te esforças em corrigi-lo. Sentes-te feliz?”
Miang somente acenou afirmativamente, seu coração estava repleto demais para responder.
“Porém, deixa-te prevenir mais uma vez, Miang,” continuou o luminoso. “Nunca aja de acordo com a tua própria maneira de pensar, peça sempre conselho e auxílio ao Altíssimo, assim tornar-te-ás um verdadeiro servo.”
Depois dessas palavras a figura luminosa desapareceu da vista de Miang. Por muito tempo continuou caminhando, colocou seus pensamentos em ordem, suplicou por auxílio para sua grande missão, agradeceu e, finalmente, voltou alegre e feliz.
Cedo no dia seguinte – recém o sol aparecia atrás das montanhas no leste – Miang escutou um leve sinal de guizo em frente a sua tenda.

 Quando saiu, lá encontrou dois cavalos ricamente encilhados, um carregado com provisões, o outro sem cavaleiro. Sobre um terceiro estava um homem, que olhava para Miang com expectativa.
“És tu o meu guia até os Waringis?” perguntou Miang, e o homem confirmou. “Sim, como o príncipe Fong ordenou. Podemos partir?”.
“Não devo despedir-me de Fong?” perguntou Miang, mas seu acompanhante negou.
“O príncipe não está disponível agora, encontra-se numa reunião. Devemos partir sem demora.”
Para Miang não havia mais nada a fazer a não ser obedecer. Irrompia um lindo dia, levantou-se o sol dourado de uma manhã de outono tão clara, como somente as montanhas podem presentear, como preenchia o coração de Miang com grande alegria. Os dois dirigiram seus passos para o sul. Tudo aquilo era estranho para Miang, como era estranho também toda a região e, a vida entre tanta gente. Os dois viajantes avançavam pela manhã, fresca de orvalho, adentro. Parecia a Miang como se nunca tivesse vivenciado ainda um dia tão lindo. Será que era por isso que se sentia tão leve e o seu coração batia tão contente? Ainda não sabia o que o esperava entre a tribo desconhecida, sabia somente que se dirigia para lá a mando do Altíssimo, e isso era a sua felicidade e a sua alegria.
Seu companheiro era de poucas palavras. Aparentemente não devia falar sobre os Warringis. Assim também Miang se calava e podia, desse modo, apreciar melhor a beleza da região, que percorriam. Tinham subido consideravelmente, mas isso não afetava as fortes montarias. Avançavam dispostos, hora após hora, sem mostrar cansaço. Perto do meio-dia repousaram na sombra embaixo de uma rocha saliente, pois lá nas alturas o sol ainda queimava forte. Depois, o caminho começou a descer em direção a um vale montanhoso. Pradarias verdes, com grandes blocos de pedra espalhados, estendiam-se frente aos olhos de Miang. O verde saturado lhe fazia bem, apesar de aqui estar tudo ermo e despovoado. Em parte alguma havia um ser humano, nenhum animal, além de alguns grandes pássaros, que aos gritos levantaram vôo quando os cavaleiros se aproximaram.

Agora o caminho descia ainda mais, e eles seguiam através de um desfiladeiro selvagem, no qual a água despencava e espumava. A espuma respingava no rosto de Miang, o fazendo rir alegremente. Tudo era novo para ele, tudo lhe parecia maravilhoso e lindo. No desfiladeiro era escuro e os cavaleiros tiveram que cuidar muito para que os animais não escorregassem no chão molhado. Repentinamente Miang soltou um grito. Tinham alcançado a extremidade inferior do desfiladeiro e diante deles estendia-se, na luz do sol poente que tudo a dourava, um largo vale fértil. Parecia tudo tranqüilo, com pequenas nuvens de fumaça, provenientes das moradias, que revelavam seres humanos. Também, diante das tendas havia pequenas fogueiras, crianças corriam ao redor, alguns adultos aqueciam suas mãos frias junto ao fogo, pois a noite caía rapidamente e o frio já era outonal.
“São esses os Waringis?” perguntou Miang ao seu companheiro indicando para a linda paisagem.
“Não,” respondeu este e sorriu. Ele sentia o desejo impetuoso de Miang para alcançar seu destino. “Não, dos Waringis ainda estamos muito distantes. Esta gente pertence ainda à tribo amarela. Venha, vamos cavalgar até lá para pedir um pernoite.”
De início, uma decepção queria tomar conta de Miang, mas ele dominou-se. Também não podia ser diferente, pois estavam somente um dia de cavalgada distante da gente de Fong.
“Quanto tempo deveremos cavalgar até os Waringis?” perguntara ao seu companheiro.
“São sete dias de cavalgada,” foi a resposta dele e, com isso, Miang teve que satisfazer-se.
Assim que se identificaram como enviados do príncipe Fong, os pastores os receberam com prazer e ofereceram-lhes hospedagem para a noite. E um sono profundo reanimou Miang, de modo que, na manhã seguinte, acordou com forças renovadas.
Novamente o sol brilhava, e uma alegre luminosidade pairava sobre a paisagem. Miang mal podia esperar até que mais uma vez subissem nas suas montarias e despediram-se com saudações alegres de seus gentis hospedeiros. E assim continuava, dia após dia. Quase todos os dias atravessavam mais outra cordilheira, que aqui, uma atrás da outra, cortavam a paisagem como estreitas fileiras. Sempre de novo, os cumes alegravam Miang, pois proporcionavam uma visão mais ampla. De noite, assim que o sol se punha, os viajantes repousavam. Algumas vezes ainda encontraram abrigo junto a pastores, às vezes, porém, tiveram que pernoitar ao relento, num local protegido.
Aos poucos, Kapu, assim se chamava o acompanhante de Miang, ficou mais comunicativo, somente a respeito dos Waringis calava-se persistentemente. Finalmente, na manhã do sétimo dia, abria-se novamente um belo e largo vale diante dos olhos de Miang e ele avistou um grande número de tendas brancas, que se agrupavam ao redor de uma tenda maior.

“Aqui vivem os Waringis!” disse Kapu e indicou com o dedo para a pequena cidade de tendas aos seus pés. Afinal, chegaram ao fim de sua viagem! Era para Miang uma necessidade agradecer ao Altíssimo antes de seguir viagem, ao encontro de sua missão. Sem se importar com Kapu, ajoelhou-se e orou em voz alta: “Altíssimo, eu Te agradeço! Agora posso servir-Te. Quero fazer tudo o que de mim, Teu servo Miang, exigires.”
Quando se levantou, as feições de Miang expressavam alegria.
“Vamos agora até os Waringis, Kapu,” disse ele.

(continua)

Trecho extraído do livro: Miang Fong, como relato sobre a vida do grande Portador da Verdade, que libertou o Tibete das trevas.

NARRATIVAS DESDE O INÍCIO PELO ÍNDICE (POR DATA) 

No próprio título encerram em síntese os acontecimentos anteriores:

O Menino e os Gigantes – 04/09/16
Os Gigantes Moram ao Lado – 16/09/16
Adeus aos Gigantes – 23/09/16
O Primeiro Mestre – 29/09/16
Pela Nova Busca... – 07/10/16
Servir o Altíssimo Como Serviçal – 13/10/16
Decisão nas Alturas – 20/10/16
A Graça Vinda do Trabalho – 26/10/16
No Momento certo se esclarece – 03/11/16
Surpresa e Renovação Imediata – 10/11/16
É Só Deixar-se Conduzir – 17/11/16
Quem Procura Encontra – 24/11/16
Graça Vinda do Altíssimo – 01/12/16