Minhas Vivências em Vomperberg
por Helene Westphal
(continuação)
A viagem ao Lago de Garda fora tão bela; havia transcorrido
de forma tão harmoniosa, já que ninguém houvera colocado uma vontade
própria em primeiro plano. Na viagem à Suíça mostraram-se alguns indícios pouco
belos de uma vontade própria sem consideração, e atrapalharam sensivelmente a
harmonia do grupo. Foi, por assim dizer, o início do fim, pois a maioria dos
portadores da Cruz – discípulos e apóstolos – que estavam conosco e que haviam
vivido na Montanha ou na Suíça, abandonaram o Senhor, sim, alguns deles tornaram-se mais tarde inimigos. O único
que permaneceu fiel foi o discípulo Giese de Zurique.
Seguiram-se, então, apenas decepções sobre decepções para
o Senhor. Os discípulos e apóstolos
que haviam jurados fidelidade ao Senhor,
que deviam formar o círculo ao redor Dele, O abandonaram. Até o Natal de 1934
eles mantiveram a fidelidade, de modo que o Senhor pôde revelar-se como Imanuel.
Mas então neles elevou-se a arrogância, consideravam-se como escolhidos e as
trevas já se aninhavam em seu meio e destruíram o laço de fidelidade que
deveriam manter. Já em 1937, quando eu cheguei na Montanha, algumas coisas já
me chamaram a atenção, coisas que eu não esperava de discípulos. Contudo, todas
as noites o Senhor visitava esses
discípulos, para apoiá-los e fortalecê-los. Contudo, não entendiam isso e
gabavam-se ainda com isso. Como o Senhor
deve ter sofrido! Ele que sempre
exerceu tanta generosidade para com as insuficiências de Seu ambiente... Um
pequeno exemplo: no Natal de 1937 veio meu marido para a festa de Natal na
Montanha. Ele queria alugar na Montanha o carro que habitualmente buscava os
hóspedes na estação de trem de Schwaz, para ir com sua família até Innsbruck.
Perguntei sobre isso na administração e comunicaram-me que isso não seria mais
possível, pois estariam chegando hóspedes. Até Schwaz poderíamos ter ido junto
a qualquer momento. Pouco tempo depois eu fui chamada pelo Senhor. Ele havia sido
informado do nosso desejo, e como a realização deste não fora possível por meio
da administração, Ele me ofereceu um
de seus próprios carros. Isso causou uma profunda impressão em mim, o fato Dele querer realizar-nos esse desejo.
Assim era Ele sempre. Por ocasião
desse encontro percebi que o Senhor
estava muito triste. Ele falou
comigo sobre as grandes decepções que Ele
sofria devido aos Seus portadores da Cruz.
Quando a Solenidade da Estrela Radiante de 1937 se
aproximava, a última Solenidade que o Senhor
celebrou na Montanha, nós, moradores da Montanha, tivemos que nos inscrever em
uma lista. As últimas palavras que o Senhor
falou foram: “Agora ide e vivenciai. EU não tenho nada mais para vos dizer.”
Depois da Solenidade
eu pude me mudar para a residência dos Halsebands, a qual já estava vazia há um
bom tempo. O Trígono viera a mim para inaugurar a casa e também a senhora
Berninger estava junto. Foi uma bela noite. O Senhor falou de Seus planos, de como ficaria um dia a Montanha
quando o Burgo do Graal terreno estivesse de pé.
(continua)
Trecho do escrito Minhas Vivências em Vomperberg